Back To Baker escrita por Mel Devas


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Yooo, gente!! Não tenho muitos comentários pra fazer aqui, então nos vemos lá embaixo.
BOA LEITURA!!!!



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– Prazer, sou o Inspetor Lestrade. - Ao ouvir o nome do rival do meu detetive favorito me alarmei.

– Ahn... - Tentei pensar em algum nome meio pomposo para responder.

– Eu sou James e ela Elizabeth. - Will tomou liderança. - O quê você gostaria de falar com a gente?

– Ah, nada demais... Talvez saber se o cavalheiro Holmes está por dentro de um caso. - Ele sussurrou, com os olhinhos pretos brilhando.

– Ora, não sabia que ele andava de cavalo! - Will pareceu genuínamente surpreso. Chutei sua canela.

– Não sabemos. - Emendei. - Só estávamos lhe entregando uma encomenda.

– Que tipo de encomenda?

– E eu lá vou saber? Somos só os entregadores, mas se quer saber algo, parecia algo fino... Tipo aqueles trecos pra se tocar violino.

– O arco? - Sugeriu Lestrade.

– Isso mesmo! - Respondi. - Enfim, estamos um pouco ocupados esse segundo, sabe, muitas entregas...

– E se quiser saber algo de Holmes pergunte para o próprio. - Acrescentou Will arriscadamente.

Lestrade nos olhou por mais um tempo, curioso, talvez pensando se podia nos deixar ir embora, sustentei seu olhar com pertinência até ele abanar a cabeça derrotado. Batou em seu sobretudo tirando a poeira e saiu andando com o peito estufado.

– Se ele arrulhasse agora viraria um perfeito pombo. - Will segredou. Eu segurei seu braço rápido, puxando-o e só gargalhei deseperadamente quando estávamos bem distantes de Lestrade para não levantar suspeitas, mas mesmo assim várias pessoas me olharam estranho.

Uma mulher usando um vestido vitoriano nos olhou de longe e chegou mais perto, cautelosa.

– Você é a garota que estava desmaiada de manhã? - Ela perguntou com voz doce.

– Sou sim, muito obrigada por chamar Watson. Eu estava meio desacordada, mas lembro de ouvir vozes.

– Parece que te "capturaram" de uma forma bem menos turbulenta do que a mim. - Reclamou, Will, ainda ressentido com Sherlock, dei tapinhas em seu braço, consolando-o.

A mulher parecia confusa, mas sorriu. Na verdade, era bem bonita, tinha cabelos castanhos-claros curtos e encaracolados e olhos verdes. Ela me lembrou minha mãe, mas logo me tratei de afastar o pensamento da mente para não ficar sentimental.

– Ah! A senhorita por acaso viu uma bolsa caída perto de mim quando estava desmaiada? Eu perdi a minha... - Senti que precisava tratá-la com polidez.

– Vi sim, imaginaria que viria buscar ela então guardei em casa. Gostaria de tomar uma xícara de chá lá?

– Seria um prazer.


–-x--


A sala da casa da Lady Harvey era elegante e de bom gosto. A mesinha de centro tinha o tampo de mármore rosa e a estrutura de uma madeira bem escura, o sofá era azul-bebê e a estrutura de madeira que nem da mesa. Haviam vários objetos exóticos e misteriosos presos nas paredes e guardados nas estantes, como se viessem de vários lugares do mundo, o que me deixou curiosa, mas de um modo geral, fazia a sala da mulher parecer um refúgio intelectual, mesmo sem contar com os inúmeros livros.

Lady Harvey trouxe chá numa louça oriental, o bule tinha uma haste de bambu para segurá-lo e tanto ele como as xícaras tinham pinturas de flores de cerejeira rosas. Ela notou meu olhar interessado para a parede e a do Will para o conjunto de chá.

– Meu marido era um explorador. - Explicou. - Adorava trazer esses tipos de bugigangas para mim. Esse conjunto de chá era do Japão, por exemplo, é o meu favorito.

– Era? - Perguntou Will antes que eu pudesse calar sua boca.

– Ele morreu quando estava expedicionando na África. - Seus olhos encaravam o nada e ela estava pensativa.

– Meus pêsames. - Falamos, olhando pro chão. Ela simplesmente abanou a mão.

– Relaxem, já faz muito tempo... Aqui sua bolsa, senhorita...

– Holly. - Não senti necessidade de esconder meu nome real. Afinal, ele era estranho em qualquer época e país que eu fosse. - Esse é o Will. - O garoto alto sorriu para ela.

– Prazer, acho que vocês já sabem, mas sou Victoria Harvey. Então, o que trazem vocês aqui? - Ela perguntou, me entregando minha bolsa. - Vocês não parecem pessoas normais.

– Pessoas normais somos, por mais incrível que pareça. - Ri. - Mas somos do futuro, digamos assim. Ah, Will, você explica, eu já fiquei cansada disso.

O moreno alto me olhou com as sobrancelhas erguidas, como que perguntando se era mesmo seguro contar para a mulher, meu instintos diziam que sim, então dei de ombros e ele explicou detalhadamete.

Victoria era uma boa ouvinte. De vez enquando fazia perguntas, mas em geral dava pausas para encher as xícaras de chá mesmo e oferecendo biscoitos de gengibre.

– Inacreditável... - Comentou. - Quer dizer!! Acredito, mas que esdrúxulo.

– Até agora não acredito nisso. - Respondi, remexendo minha bolsa. Para meu alívio, o diário ainda estava ali, mas nenhum sinal do cachimbo, apesar do tecido ainda estar impregnado com o cheiro da fumaça. O bom é que eu tinha posto bastante coisas na minha bolsa naquele dia.

– Acho que vou visitar vocês algumas vezes na casa do Dr. Watson e Sr. Holmes. Ouvir histórias do futuro me parece interessante.

– Seria ótimo ter alguma outra mulher além de Sra. Hudson e eu naquela casa. - Ri apontando Will com a cabeça, Victoria assentiu com a cabeça.

Conversamos descontraidamente assim por um bom tempo, mas como estava escurecendo, decidimos voltar. Srta. Harvey veio junto. Quando batemos na porta de casa, um Watson abriu afobado.

– O que vocês estavam fazendo demorando tanto?? - Ele brigou.

– Conversando com a Victoria, ué. - Respondemos. O doutor percebeu a mulher e convidou todos para entrarmos. Nos instalamos no sofá da sala.

– Obrigado por tomar conta deles, Srta. Harvey. - Agradeceu Watson.

– Que nada, são uns amores. Crianças do futuro são bem interessantes, virei aqui mais vezes vê-las.

– Amores? Eles? - Comentou, sarcástico. - Um momento! Eles te contaram que são do futuro?

– Sim. - Eu e Will respondemos.

– Por que?

– Por causa de motivos.

– Nossa, quem poderia imaginar?

– Ah, deixe quieto, Watson, por favorzinho... - Eu e o moreno fizemos cara de coitados.

– Tudo bem... - Ele suspirou, cansado, provavelmente desejando que a gente não tivesse voltado.

– E não se esqueça que a gente também tem que arrumar um jeito de voltar para nossa época. - Acrescentei.

– Não é como se eu pudesse resolver isso da noite pro dia, crianças... - Watson ia continuar quando Sherlock irroupeu na sala.

– Preparem-se. - Falou calmamente. - Temos um caso pra resolver. E vocês irão junto.


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Notas finais do capítulo

Oh, Deus, agora quero ver se vou conseguir inventar um caso x.x Bem, espero que tenham gostado, e qualquer crítica ou opinião é só falar o/