Hurts Like Heaven escrita por imagine


Capítulo 2
PARTE 2


Notas iniciais do capítulo

Parte 2 chegou!
Antes que vocês surtem, CALMA porque tem parte 3. Pelo amor dos deuses.



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- Como assim? – ele gaguejou. Podia até considerar-se burro, mas o que diabos ela estava sugerindo?

- Não é uma viagem de férias – ela afirmou, e ele sabia. – vamos fazer coisas como escalar montanhas e morros, e eu... Não posso ir grávida. De jeito nenhum.

Ela continuou explicando centenas de coisas sobre como escalar montanhas fariam diferença no projeto de construção de casas em lugares íngremes, e como ela se preocupava com o bebê, e não seria uma opção...

- Espere – ele a interrompeu – o que você está tentando dizer?

- Estou dizendo que – ela engoliu em seco. – Eu não posso ter esse bebê.

Percy tinha absoluta certeza que tinha entendido errado. Quer dizer, ela não podia estar sugerindo... Não, não. Ele era um idiota por entender outra coisa. Ele tinha que estar enganado. Não era possível; se ela tivesse dúvidas sobre a existência daquela criança, ele correria para pegar a foto do ultrassom em sua carteira, e mostraria para ela.  Certo?

- Você está sugerindo – ele forçou as palavras para fora de sua boca seca – fazer um aborto?

- É certamente uma opção a considerar. – a voz de Annabeth saiu desumana de seus lábios de botão de rosa.

Ignorando a surpresa e os beliscões em sua garganta, Percy pensou por alguns segundos. Ela estava brincando certo? É, quem sabe era uma daquelas piadas de humor negro doentio, é, não era possível que Annabeth, sua Annabeth, estaria considerando simplesmente matar o filho deles.

Não era possível.

- Annabeth – ele disse, tentando não parecer tão desesperado como estava. – Você quer matar nosso bebê?

Ela, por sua vez, soltou um suspiro longo.

- Sabia que você ia dizer isso – ela retrucou. – Não é nem um bebê ainda, Percy. É um saco de células.

 Mais uma vez, ele ignorou o nó na garganta e a maneira desajeitada como o seu coração batia.

- Mas é nosso saco de células, Annabeth – Percy disse, passando a mão entre os cabelos, porque não havia como entender e, diabos, não era possível que aquilo estivesse mesmo acontecendo.

- E também é o emprego dos meus sonhos, Percy – ela reclamou. – Um bebê? Nós podemos fazer outro! Eu não posso recusar essa oferta!

- Então você está basicamente insinuando que ama mais Arquitetura do que me ama. – ele deu de ombros, dando seu máximo para não gritar, mas, deuses, aquela estranha parada em sua frente certamente não era sua esposa.

- Claro que não! – ela gritou de volta, acariciando sua face com seus dedos. – Você é muito mais importante!

- Então tenha esse bebê, Annabeth – ele murmurou, afastando-se dela. – se você me ama como diz que ama, tenha esse bebê. Ele é tão meu quanto seu.

Após um silêncio constrangedor, ecoando os gritos surdos, ela falou.

- Não é tão simples assim. – ela respondeu, lágrimas gordas caindo das suas bochechas, mas pela primeira vez em sua vida, ele não tinha a intenção de secá-las ou de dizer que ficaria tudo bem; ele não era tão forte.

- É sim – ele disse, frio. – É bem mais simples do que você imagina. Sou eu, ou esse emprego. O que você vai escolher?

Annabeth não se atreveu em responder, mas pelo brilho de seus olhos cinza, ele já havia entendido; nenhum dos dois estava em condições de conversar mais. Olhou para a esposa mais uma vez, desejando ter mais força para ficar e tentar compreendê-la, mas no momento, ela não era Annabeth. Era a mulher que queria acabar com a vida de seu filho antes que começasse.

Andou até a mesa do hall de entrada, agarrando suas chaves e ignorando um olhar preocupado de Annabeth.

- Aonde você vai? – ela perguntou inocentemente.

- Não sei – ele retrucou, deixando-a com nada, exceto o eco da batida da porta quando ele saiu em direção à garagem.

XXX

Eram onze da noite do mesmo dia quando ele chegou ao apartamento de Nico e Thalia, do outro lado da cidade, bem longe de seu belo sobrado no Central Park, o lugar que ele menos desejava estar.

Pelo olhar que Nico lançou-lhe quando ele atravessou a pequena sala de TV e sentou-se no sofá ao seu lado, ele estava surpreso.

- Cara...

- Annabeth – ele respondeu.

- Se vocês dois brigaram, tem que ser sério – Nico disse, desligando a televisão pequena. – que foi que ela fez? Te castrou de vez?

Percy não tinha sentimento nem pra ficar nervoso ou rir; ele contemplou o minúsculo apartamento, sentindo-se levemente incomodado pelo barulho do tráfego do lado de fora: ele havia esquecido como era morar num lugar apertado, devido à excelente condição financeira que adquirira depois de tornar-se advogado. Sentiu-se culpado, até, pois seus dois melhores amigos moravam lá e eram obviamente muito felizes; muito mais felizes que ele, pelo menos naquele exato momento.

Alguns minutos – ou horas – depois, Thalia entrou na sala, seus cabelos negros como piche molhados e seus olhos azuis elétricos mostrando decepção.

- Que diabos você está fazendo no meu sofá? – ela perguntou para Percy, tentando parecer nervosa, mas havia afeto por trás de seu tom. Thalia sempre fora como uma irmã mais velha para ele, sempre cuidando de seu bem-estar por ter dois anos a mais que o filho de Poseidon.

Quando ele não respondeu com outro insulto, ela sentou-se ao lado dele, preocupada, e Percy vislumbrou um olhar cuidadoso que Nico dava à namorada.

- Você brigou com Annabeth, foi? – Thalia adivinhou. – Que houve? Quer que eu dê uma surra nela por você?

Ele riu; Thalia também era melhor amiga de Annabeth, mas diabos, como doía pensar nela, e em seus olhos cinza, seu cabelo dourado, sua pele macia, sua voz...

- Perseu Jackson – Thalia murmurou pausadamente. – me diga o que houve agora. Você e Annie sempre brigam, e a última vez foi por uma torradeira quebrada. Por favor, vamos.

Nico mexeu-se desconfortável em sua poltrona. Nunca fora bom com palavras, mas, parecia ao menos ter interesse no que havia acontecido. Desde que sua irmã mais velha, Bianca, tinha morrido, parte dele havia se perdido, mas já fazia muito tempo, ele não era mais o mesmo.

- Annabeth está grávida – Percy murmurou, sentindo uma pontada no coração, como se uma vozinha dentro de sua cabeça sussurrasse em um tom bajulador: ‘Logo ela não estará mais, seu idiota. ’

- MAS ORAS! – Thalia exclamou, enquanto Nico sorria e os dois davam tapinhas carinhosos nas suas costas. – essa é uma ótima notícia! Porque você está aí todo carrancudo, quando vivia me dizendo que queria ter filhos com ela?

Percy sentiu sua pele queimar com a memória, mas afastou-a, porque, novamente, doía insuportavelmente pensar em Annabeth, mas se quisesse passar a noite no sofá de Thalia, bom, ele teria que contar a verdade.

- Foi um acidente – ele disse. – Até hoje, era um acidente bom, mas... É a porra da carreira dela. O que eu posso fazer?

Dito isso, ele enterrou o rosto nas mãos, mas não chorou. Os três ficaram parados por um tempo, e quando Thalia finalmente atreveu-se a falar, Percy estremeceu com sua voz rígida.

- Me dê o seu celular.

- Thalia, que –

- Me. Dê. O. Seu. Celular. – ela disse pausadamente. – Ela ainda é sua esposa, seu idiota. Ela ainda te ama. Deve estar chorando oceanos por sua causa, e aposto que ela não faz ideia que você está aqui. Então, se não quer falar com ela, me dê a porcaria do seu celular.

Com resmungos, Percy tirou o celular do bolso.

- Seu idiota – Thalia repetiu. – Ela ligou vinte vezes e tem seis mensagens novas. Vou avisá-la que você está bem. Nico, vá pegar cobertores e alguns travesseiros no armário do banheiro.

Nico obedeceu, deixando Percy imóvel no sofá, ainda tentando entender porque aquilo acontecia com ele, e se não seria tudo um pesadelo. Se na manhã seguinte, ele não ia acordar ao lado de Annabeth no quarto dos dois, e ela riria enquanto abria as cortinas e dançava ao redor do quarto usando uma camiseta velha dele e suas cuecas; seus cachos dourados balançariam enquanto ela giraria na ponta dos pés em direção ao banho, cantando canções infantis, canções que um dia ela cantaria para o seu bebê...

Adormeceu horas mais tarde no sofá, cercado de cobertores pinicantes e finalmente acostumando-se com o barulho das buzinas do lado de fora do simples apartamento, e imaginando em seu íntimo se a criança deles – que na verdade nunca realmente existiria – teria os olhos dele ou os dela.

XXX

Thalia o expulsou do apartamento na manhã seguinte. Ele tinha que trabalhar, afinal. Antes que ele perguntasse, ela o interrompeu, dizendo para não voltar naquela noite.

- Você ainda tem tempo de convencê-la, Percy – Thalia explicou. – Eu conheço muito bem Annabeth. Você realmente acha que ela quer fazer um aborto, seu idiota?

Ele queria retrucar que já havia pensado na mesma pergunta umas quinhentas vezes, que havia até sonhado com suas próprias dúvidas, mas com uma mulher como Thalia não havia desculpa. Os dois se despediram com um abraço – que Percy não retribuiu – e juntou suas forças para ficar horas em seu escritório, e, mais tarde, voltar para o sobrado perto do Central Park.

Preocupou-se com Annabeth o dia todo, apesar de todos os obstáculos e a areia da dúvida que o cegava no momento. Thalia havia o assegurado que sua esposa estava bem, mas e se não estivesse? E se tivesse passado o dia todo chorando por ele? E pela criança? E por ela mesma?

De uma maneira ou de outra, quando o relógio deu sete da noite, sentindo-se o maior covarde, entrou no carro e dirigiu até o lugar que chamava de lar.

Quando chegou, andou até a cozinha. Todas as luzes do primeiro andar estavam apagadas. Teria ela dormido tão cedo? Teria ela ido embora?

Encontrou um prato de comida ao lado do microondas, seu peso aprisionando um bilhete.

Percy,

Tem purê de batatas no prato junto com carne assada. No pote azul em cima do fogão, cookies que fiz mais cedo.

A máquina de lavar louça tá fazendo aquele barulho estranho de novo. Você pode consertar, por favor?

A culpa o bateu, mas caramba, ele não deveria estar se sentindo assim. Ele não era o vilão, era? Ele só queria que as coisas fossem como deveriam ser. Leu o bilhete um milhão de vezes, tentando absorver o máximo de afeto possível, e o seu jeito inocente de conversar com ele, mesmo que fosse por uma nota.

Comeu o purê e a carne, só pra não deixá-la mais triste do que já estaria – e também porque talvez ele estivesse com um pouquinho de fome – e saboreou dois ou três cookies em silêncio, sentindo as gotas de chocolate derretendo-se em sua boca.

Relutante, subiu as escadas, não tendo certeza se queria vê-la ou não. Se brigassem de novo, seria pior, mas hora ou outra, teriam que conversar.

Quando chegou ao segundo andar, não pode deixar de observar um dos quartos vagos, se suas paredes um dia seriam pintadas de outra cor, se um dia abrigariam um berço e um trocador e brinquedos de pelúcia ou plástico. Retirou-se, não agüentando o pensamento de que no momento, nada era certo.

Encontrou-a dormindo na cama de casal, o corpo virado de lado, em posição fetal, suas mãos gentilmente protegendo a barriga ainda sem sinal algum de gravidez; seus cachos dourados estavam espalhados pelo travesseiro e mesmo com as pálpebras fechadas, ele viu que seus olhos estavam inchados.

Tirou os sapatos, deslizando para dentro das cobertas. Por alguns segundos, apenas encarou seu rosto delicado, desejando poder beijar seus lábios sem acordá-la.

No fim das contas, ele dormiu sem encostar um dedo nela.

XXX

O cheiro de café o acordou no dia seguinte. Havia um buraco na cama ao lado dele, o que confirmava suas expectativas: como se nada houvesse ocorrido entre os dois, Annabeth havia se levantado, tomado seu banho (sem acordá-lo, e sem abrir as cortinas) e agora havia descido para cozinhar mais cookies e preparar o café com leite que fazia todas as manhãs.

Lutando contra a vontade de ficar na cama e morrer, Percy levantou-se, jogando água no rosto e trocando de roupa, colocando o terno e pegando sua pasta, descendo a escada com um misto de expectativa e medo; quem saberia se os dois resolveriam tudo naquele café da manhã rápido, ou em quarenta anos?

- Bom dia – ela disse quando ele entrou na cozinha, virando panquecas na frigideira.

Ela não olhou para ele, e ele não a beijou.

- Bom dia – Percy respondeu depois do que pareceu uma década. – Dormiu bem?

Era uma pergunta retórica. Qualquer um diria que Annabeth havia dormido muito mal, devido aos círculos roxos embaixo de seus olhos cinza. De uma maneira inexplicável, ele conseguiu olhar Annabeth tomando seu café normalmente, lutando o fogo que o queimava por dentro, deixando cada fibra de seu amor um tanto mais fraca.

A resposta para aquilo tudo era óbvia: ambos se suportavam por um fio que nenhum tinha a coragem de quebrar, o fio composto por tudo que eles já haviam vivido juntos, e, considerando o que eles sentiam, aquele era um fio grosso e forte. Eles não iam perder tudo, iam?

- E então – ele arriscou, finalmente. – que vamos fazer agora?

- Já que você foi pra os deuses sabem aonde ontem, Percy – ela deu de ombros, os olhos inchados agora maquiados com novas lágrimas. – resolvi que vou fazer o aborto.

Toda a esperança de que ela poderia ter mudado de ideia, que ela teria voltado de si, e que aquela estranha teria sumido de sua casa, devolvendo-lhe a esposa foi drenada de seu corpo, fazendo-o ficar mais pesado sobre a cadeira. Arrogantemente suportando os puxões agudos que a agonia fazia em seu peito, ele levantou-se.

Dessa vez, ela não perguntou aonde ele ia.

XXX

Obviamente, Percy considerou em ir até o apartamento de Thalia e de Nico para passar a noite lá mais uma vez, mas isso não parecia certo.

Não tinha lutado o suficiente, e que ele era capaz de muito mais, porque, diabos, ele era pai daquela criança, e por mais que se forçasse a gritar com Annabeth e fazê-la entender que um emprego – não importava qual fosse – não lhe daria um quarto da alegria que um fruto dos dois faria, ele não podia, simplesmente não conseguiria magoá-la mais.

Thalia tinha razão, afinal de contas: Annabeth não era um monstro que simplesmente queria entrar numa clínica de aborto e – Zeus os livre – matar um ser inocente, sem mais nem menos. Ele via as cicatrizes das duas noites que ela passara chorando, provavelmente gritando, até, e alimentando-se e bebendo de seus próprios soluços, que eram suficientemente altos para aquietar o estômago.

Realmente, ele não sabia o que fazer. Não sabia se deveria consolar ele mesmo (ainda que não soubesse como fazê-lo), ou voltar pra casa e consolá-la, mesmo que significasse concordar em... Tirar a vida de um filho deles, de até acompanhá-la até a clínica, se fosse necessário.

Num misto de amor que ele tinha por sua própria sanidade e por sua Annabeth, ele dirigiu.

XXX

Só parou quando chegou até a Barnes & Noble, a livraria.

Antes de ir para o local, havia pensado que o fato de que Annabeth amava cada centímetro quadrado daquele terreno o distrairia, fazendo suas feridas doerem ainda mais. Quando sentiu o cheiro de livros – que, de acordo com Annabeth, era o segundo melhor cheiro do mundo, e em primeiro lugar vinha o cheiro dele -, parte de sua dor foi mascarada por tranquilidade.

Percorreu a livraria, encarando os livros, as pessoas, as tabelas de preço, qualquer coisa que pudesse fazê-lo esquecer porque estava ali e não em casa, abraçando Annabeth, discutindo nomes de bebê com ela mesmo que fosse muito cedo.

Tentara evitar ao máximo a queimação em seu peito que teimava em lembrá-lo que deveria voltar para casa e agir, finalmente fazer o que havia decidido: basicamente, ele tinha duas opções. Ele poderia abandonar Annabeth, ou poderia apoiá-la. As duas idéias pareciam absurdas, e ainda assim, ele havia tomado uma decisão. Só não estava pronto para executá-la.

Enquanto seus olhos verdes observavam os livros sem o menor interesse, uma obra chamou-lhe a atenção: um livro de capa dourada; esticou-se para pegá-lo da prateleira e pôs-se a examiná-lo; o título fora escrito em preto, contrastando com o amarelo brilhante da capa. Sobre o nome do autor, havia uma menina morena de vestido anil com as mãos no colo, e ao seu lado, um gato ruivo.

Nunca tivera paciência para ler e não pretendia absorver as informações de Alice no País das Maravilhas, mas ele desejou ter tempo para fazê-lo. Só de pensar que Annabeth idolatrava a história ele sentia-se mal novamente.

Percy sentou-se numa poltrona afastada das demais e seus dedos traçaram o título em relevo do livro, ainda observando a ilustração da menina morena, que parecia sábia, os profundos olhos azuis encarando sua alma.

XXX

 Quando ele finalmente chegou em casa, o quarto deles estava vazio e escuro. Um único e largo feixe de luz vinha debaixo da porta do banheiro, que estava fechada; fazia-se um silêncio mortal, e isso o assustava. E se ela já tivesse feito o aborto? E se ela tivesse...

Um gemido vindo de dentro do banheiro o distraiu.

Não podia mais esperar. Deveria comunicá-la de sua decisão imediatamente; abriu a porta, sem querer parecer agressivo.

Deitada na banheira, a água com espuma perfumada cobrindo-a até as clavículas, os cabelos dourados presos num coque, o rosto delicado cheio de dor e os olhos cinza brilhantes e inchados, estava Annabeth.

- Por favor – ela suplicou de súbito. – Por favor, não me deixe.

E um raio interminável de vergonha, arrependimento e compaixão passou por seu corpo tão intenso quanto as sequelas de paixão que havia entre eles; ajoelhando-se ao lado dela, ele passou os braços em volta de seu corpo trêmulo e nu, não se importando com o fato de que as mãos molhadas de sua amada deixavam marcas na parte de trás de sua camiseta branca. Ela segurou-o com tanta força que temia que se quebrasse, sua tão frágil Annabeth.

- Deixar você? – ele sussurrou em seu ouvido. – Eu nunca deixaria você. Nós... Você vai aceitar o seu emprego, vou com você até a clínica de aborto, e nós... Começaremos de novo, está bem? Eu amo você.

Ela não fez que sim, nem que não.


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Notas finais do capítulo

Antes que me ataquem, a Alice de Alice no País das Maravilhas é sim, morena! Viu oq voce fez, Walt Disney?!
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