Tomando Chá Com Os Mortos escrita por IFToldoTASilva


Capítulo 16
"Me perdoe... Eu te amo."


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas vivas que não me deixam comentários... E um super OIIIIIIIIIIIIII á todos aqueles que me deixam! o/ vocês são lindos! Amo vocês!
Agora, me desculpem pela demora mais tenho justificativas além das provas e escola eu fiquei seriamente desanimada eu estava querendo fazer um mega capitulo para vocês e ai eu não recebo nenhum cometário... para não mentir recebi um (JuhDoNieller você é linda!). Mas de todo o jeito é horrível escrever sem saber se tem alguém lendo, gostando ou até odiando, eu preciso saber a opinião de vocês povo! Gente Tomando Chá com os Mortos é realmente muito importante pra mim e eu to amando escrever, mas eu preciso saber o que vocês acham por que eu escrevo pra vocês meu povo! Então (peloamordeDeus) deixem comentários nem que seja um "odiei" mais deixem por favor... E essa suplica vai para os fantasminhas também revele-cem eu quero conhece-los e essa suplica também vale para todos ao capitulo, e é agora que a história está começando...
Bom, sem mais delongas ai está o capitulo... até lá embaixo...



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- Acordem suas crianças inúteis, Hannah e Samantha, andem logo. Crianças imbecis, não me façam esperar.

  Meus olhos com dificuldade estão se abrindo lentamente, a silhueta de Margarett é vista da entrada do dormitório. Aproxima-se de mim, com passos ágeis e silenciosos, não sei distinguir isso de um pesadelo e da realidade, afinal não há diferença entre os dois. Ao chegar à beirada da minha cama, sou atingida com dois tapas, acordo instantaneamente. Levantada, corro na direção da Hannah, e tento acorda-la antes de Margarett.

- Hannah acorde, Margarett nos quer acordadas.

  Juntas e cansadas, seguimos Margarett que segurava uma lamparina em uma de suas mãos e na outra segurava um balde com alguns utensílios dentro. Observo suas vestes e percebo que as mesmas não se encontram sujas de sangue, talvez tivesse sido apenas um sonho, tem que ser apenas um sonho. Margarett nos leva até a entrada do orfanato, caladas a seguimos, afundadas em um profundo silêncio e desespero. Ao chegarmos Margarett passa a mão na lança da estatua, e logo analisa seus dedos, com expressão de desgosto, e os dedos sujos de poeira, empurra o balde com panos, água e sabão.

- Imprestáveis, lavem o Jones. Quero-o limpo, daqui uma hora eu voltarei.

  Olho no relógio que se encontrava sempre em meus pulsos, após a experiência de fraqueza, ocupando o lugar das bandagens. Encontro uma escada feita de madeira, com pregos e farpas a mostra, aparentando ser velha e desgastada.

- Duas horas da manhã agora, temos pouco tempo. Acho melhor nos apressarmos.

- Eu quero saber, por que Margarett quer isso aqui limpo. Nunca tinha prestado atenção nessa estatua e de repente ela tem um nome.

 Subo na escada e começo a limpar o rosto da estatua em seguida seu pescoço, e o peito. Enquanto isso Hannah limpa as pernas, os pés. A estátua deveria ter cerca de 3 metros, com uma lança com quase metade de sua altura. Chego à parte da enorme lança e assustadora, tenho que subir na estatua, pois a escada não era o suficiente, limpo a lança e percebo o quanto é afiada. Passando pensamentos, no por que essa atitude tão repentina. Terminamos faltando quinze minutos para o retorno de Margarett.

 - Também quero saber.

  Novamente o silêncio das nossas vozes toma conta, ouvindo apenas os cantos dos corvos, ou melhor, o canto dos mortos. Margarett chega cantarolando, olha para a estátua de mármore que mostrava seu reflexo, e a lança que brilhava com a luz do luar.

- Nada mal, para duas inúteis. O que estão fazendo aqui? Vão embora, e não quero saber de atrasos amanhã. Perder apenas uma hora de sono, não é nenhuma desculpa para um atraso que é simplesmente imperdoável.

  Com uma cara que provocava arrepios Margarett nos expulsa, contemplando a estatua e alisando-a com suas mãos magras e velhas.

  Voltando para o quarto, encontro Laisa acordada a nossa espera. Com as mãos e os olhos latejando, deito na cama sem dar a mínima importância a ela, e afundo em um profundo sono.

 - AAAAAAAAAH!

  Um som agudo, um grito de medo, e tristeza atinge o meu sono, sou obrigada a acordar. Logo olho em meu relógio e vejo que faltava apenas cinco minutos para eu acordar. Vou até a Hannah que já se encontrava em pé calçando suas botas, com os olhos de medo e espanto.

- Hannah, o que foi isso?

- Não sei, vamos lá ver.

  Crianças vestidas de pijamas, e pantufas corriam espantadas, todas acordadas por aquele grito assustador.

- De quem será que é esse grito?

- Não me importo com a pessoa que gritou, e sim por que ele foi necessário?!

 Juntas corremos até a frente do orfanato. Os gritos vão ficando mais altos à medida que nos aproximamos da entrada do orfanato, vemos muitas pessoas aglomeradas na entrada, parecem chocados ou paralisados, alguns choram outros sentem medo e eu não sei se isso é mais um pesadelo ou se é a realidade, mais qual é a diferença?

Garru vem correndo em nossas direções e nos puxa para mais perto dos gritos e da entrada do orfanato.

-O que está acontecendo Garru?!

Hannah pergunta, parecendo um tanto ansiosa ou preocupada.

-Eu não sei explicar!

Garru começa a chorar e gritar ao mesmo tempo, ele está desesperado, e eu começo a ficar com medo do que está por vir. Então chegamos às escadas e logo vimos à fonte dos gritos, é o Migg. Ele chora e grita e se debate contra o Nick e Bórnis que o segura. Não entendo o porquê de tudo aquilo. Procuro pela Margarett mais ela não está lá, tudo o que encontro e a Laisa e o Pietro que aparentemente estão brigando um com o outro. Hannah corre na minha frente.

-Hannah o que está acon...

Paro a minha frase no meio quando vejo que a Hannah está chorando em desespero no chão, Garru tenta consola-la mais não parece adiantar já que ele também chora. Começo a entrar em desespero, não sei o que está acontecendo, por que todos estão assim?

-Sam!

Nicolas grita, me fazendo parar de olhar para Hannah e olhar para ele imediatamente, ele ainda segura com força o Migg. Então percebo que o Migg quer ir correndo para fora do orfanato, para os “jardins” que está na nossa frente, mas por quê? Pergunto-me.

Minha pergunta já é logo respondida, apesar de não querer que fosse.

Olho para frente onde deveria ser à entrada do orfanato e os “jardins” com aquelas estatuas horripilantes. Ao olhar entro em choque, pânico, medo, raiva, uma mistura muito grande de emoções e sentimentos que me lembro de ter sentido quando vi minha mãe morta.  

 A estatua, a que foi limpa por mim e Hannah algumas horas atrás, aquela que Margarett acariciava como se fosse um mascote, era a mesma que estava com sua lança fincada no pequeno corpo da Hort, sangue escorria por ela fazendo uma poça de sangue.

 Corro para mais perto, e vejo que seu corpo estava com vários cortes, seus braços e pernas se encontravam pretos como carvão, sangue sujava a estatua completamente, seu corpo estava completamente coberto de vermelho, tinha vários cortes que esguichavam sangue para todos os lados, não dava para identificar a verdadeira cor, seja da sua pele ou do seu vestido, já que ambos se encontravam de um tom vermelho escuro. Seu rosto, quase não se via, pois estava escondido entre sangue e cortes, sua mandíbula estava exposta a todos aqueles que passavam por ali. Porém ela não estava morta, mas logo estaria.

- ELA NÃO ESTÁ MORTA!

Grito, mas todos me olham assustados, como se eu tivesse trago mais tristeza aqueles que choravam desesperados. Eu também choro, o que deixava meus olhos embaçados. Mas eu sei que ela ainda está viva, posso sentir seu coração batendo, fraco, mas batendo. Corro em direção a estatua, pego a escada que havia usado.

- Por favor, não fiquem parados me ajudem.

  Nick solta Migg, e juntos os dois vem em minha direção. Com olhos esperançosos, Hannah também se junta a nós. Retiramos seu corpo da estatua, com delicadeza e cuidado. Nick sussurra em meu ouvido.

- E agora o que vamos fazer?

  Me agacho, junto dois dedos, e os coloco em seu pescoço. Sinto seu pulso fraco, mas ao mesmo tempo ela estava sendo forte para continuar. Enxugo minhas lagrimas, manchando meu rosto de sangue. Ao olhar para os olhos fechados da Hort, senti seu coração em minhas mãos como se eu pudesse ver, ela tentando sobreviver.

Retorno a chorar, e a abraço, me encharcando de sangue, lagrimas e lama. Não vamos conseguir, ela está viva, mas isso é por enquanto! Não me permito falar isso, queria dar esperança aqueles corações aflitos. Eu nunca tive uma grande intimidade com a Hort e quando cheguei ao orfanato demorei muito tempo para decorar seu nome, mas eu estava sentindo dor, a dor da sua partida, talvez por que todas as pessoas ao meu redor estavam sentindo a mesma dor ou por que talvez de alguma forma o seu sorriso bondoso ficara marcado em mim, mais eu estava sentindo, sentindo sua partida.

 Nós quatro, ainda mediamos esforços para acordá-la, e trazê-la ao nosso mundo. Seu coração batia, mas sua alma, seu espírito já partirá a muito tempo. Concentrada em Hort não percebo a presença de uma pessoa que não era bem vinda.

- Crianças idiotas, ela não vai conseguir sobreviver. Quem não merece a vida, não a têm! É apenas mais um animal morto, como aqueles que vocês comem todos os dias. Apenas mais um animal que já foi ao encontro do abate. Hahahahahahaha! É inútil, ela não vai conseguir vocês não vão conseguir.

Migg enfrenta Margarett, a dor e o desespero, era maior do que tudo, inclusive a sabedoria.

- Cale a boca, não dirija essas palavras que saem dessa boca suja. Nós não queremos nada que venha de você.

Ele retorna para o corpo da Hort, a abraça, passa sua mão no seu rosto. Da um beijo em sua testa. E sussurra:

- Você é apenas minha Hort, apenas minha!

Margarett traz uma faca junto com ela, uma faca de cozinha, porém era muito grande.

- Ela está sofrendo, mas logo vai morrer. O que você prefere, querido Migg? Uma morte lenta e dolorosa, ou uma rápida e indolor? Fale-me, você é quem decide!

Ele olha para o rosto da Hort, como se estivesse perguntando a mesma. E todos nós que estávamos ao seu redor, escutamos uma voz, a voz de Hort.

- Deixe me ir, Migg. Eu estou bem, ficarei bem.

 Mas não vinha de sua boca, ela está aqui, não sabemos onde, mas está.

- Eu a deixo ir.

 Um sorriso enfeita o rosto de Margarett, um sorriso maléfico. Ela gira a faca, tocando a delicadamente na lâmina, fazendo um gesto coloca a empunhadura nas mãos de Migg, que a segura assustado. Afinal, todos estamos assustados e apavorados com a atitude de Margarett. O sorriso se desmancha e palavras saem de sua boca.

- Ah, esqueci de avisar, é claro que você fará isso. Não sujaria minhas mãos que estão tão limpas, com o sangue dessa imunda. HAHAHA!

 Migg com lágrimas em seus olhos, mas querendo parecer forte aperta a faca fortemente em suas mãos, e a leva até o pequeno e frágil pescoço da Hort, ele acaricia seu rosto meigo, porém deformado. A faca beija o pescoço de Hort, delicadamente corta sua artéria, fazendo com que o sangue dela saísse lentamente junto com suas lágrimas.

-Me perdoe Hort... Eu te amo...

Migg diz em meio a soluços provocados pelo choro.

- Agora, inúteis quero isso limpo, e quando eu retornar quero que todos estejam fazendo os seus deveres.

 Migg entrega a faca da Margarett, que limpa o sangue na blusa de Migg. Toda a multidão foi diminuindo, restando apenas nós cinco, sem contar com a Margarett, apenas nós, Migg, Hannah, Bórnis, Nick e eu. Margarett guarda a faca em sua saia, e toca os cabelos da querida Hort, segurando-os firme. Ela começa a puxa-los em direção à floresta, deixando um rastro de sangue por onde passava todos nós queremos arrancar a Hort de suas mãos, porém seria em vão ela já se fora, e nada podemos fazer.

- O que você está fazendo?

Migg assustado pergunta. Margarett não responde e continua sua jornada aterrorizante.

-Hey! Vocês! Andem logo, Margarett não irá perdoar se vocês se atrasarem.

Laisa grita da entrada e mesmo aterrorizados e chorando sabemos que ela tem razão, agora Margarett não perdoará ninguém, todos aqui estão a caminho da morte.

Nick, Bórnis e Garru levam Migg para o dormitório, ele está muito abalado e não para de repetir “Me perdoe, Eu te amo.”.

Eu e Hannah vamos para o dormitório das meninas será a nossa primeira tarefa.

Não consigo me concentrar, a imagem da Hort não sai da minha cabeça e infelizmente é  acompanhada pela imagem e a voz da minha doce mãe. Hannah também não está se importando com a limpeza ela não para de chorar, tenho que fazer algo para isso acabar.

 Pergunto a Hannah:

- Por que não conseguimos esquecer aqueles que já se foram?

- Porque não devemos esquecê-los!

Ela responde ainda esfregando o chão.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capitulo não ficou lá essas coisas mais eu falei estava desanimada... Bem, pessoas é agora que história vai realmente acontecer! o/ então me contem o que vocês acham que vai vir pela frente e me contem o que estão achando e já deixo claro se não tiver mais comentários eu vou demorar cada vez mais a postar...
Então beijos sabor Migg fofo... #LutoHort



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