Tomando Chá Com Os Mortos escrita por IFToldoTASilva


Capítulo 15
Regras


Notas iniciais do capítulo

Gente! Desculpe pela demora... Mas ai está um capitulo novinho para vocês o/'
Esse volta com a narração da nossa querida Sam...
E por favor não esqueçam de comentar! Serio to sentindo falta dos comentários de vocês... Então deixem comentários!
Sem mais delongas boa leitura!



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Samantha-

Após muito esforço consigo abrir os meus olhos lentamente, analiso o local. Logo percebo que estou na enfermaria. Sou interrompida com uma visão que me deixa apavorada, ao meu lado se encontra uma barra de ferro, com uma bolsa vazia contendo apenas vestígios do que parecia ser um sangue velho. A bolsa está ligada diretamente em meu braço, e ao olha-lo uma lembrança tenebrosa vem a minha mente, meu pulso está parecendo uma roupa de couro mal costurada, no entanto pouco me lembro sobre o que aconteceu para eu estar aqui.

Me levanto com dificuldade, retiro do meu braço aquele tubo que levava sangue para minhas veias. Estou um pouco tonta e confusa.

Saio nos corredores que deveriam estar movimentados, de acordo com um relógio da enfermaria já são 8:00 da manhã, todos já deviam estar cumprido suas tarefas, mas não encontro ninguém nos corredores.

  Ao chegar ao dormitório, pego minhas roupas limpas e me dirijo ao banheiro, tomo um longo banho tirando as crostas de sangue seco. Jogo fora as roupas que antes estava usando, pois sabia que elas já não iriam mais prestar. Me visto rapidamente, coloco uma atadura fina em meu pulso para não mostrar a ninguém o quanto fui fraca.

Procuro por alguém que conheça, mas realmente não encontro ninguém. Vou até o refeitório, mas não tem ninguém por lá, isso é muito estranho. Corro até a entrada do orfanato e lá encontro todo mundo, ou quase isso. Alguns estão sentados nas escadas de mármores, outros pela grama seca, mas eu não vejo a Hannah ou qualquer outro. Avisto Laisa e Pietro sentados em baixo de uma estatua que tem uma lança enorme apontada para o porta do orfanato, nunca tinha reparo nela antes.

-Laisa, Pietro!

Vou até eles rezando para que eles sejam compreensíveis e me digam onde está a Hannah.

-E ai novata? Estava dando um rolé na enfermaria?

-Muito engraçado Pietro...

Digo em meio à risada deles, idiotas.

-Olha eu só quero saber onde a Hannah está ok?

-Tudo bem, tudo bem... Siga pela lateral do orfanato e vá até o fim, lá você verá a orla da floresta e encontrará seus amiguinhos...

-Achei que não tinha nada por lá alem de árvores...

-É o que muita gente pensa, mas lá tem tipo um lugar reservado ou coisa parecida...

-Muito obrigada Laisa, e valeu também Pietro pela piada sem graça e por não me ajudar em nada.

-Sem problemas gatinha!

Eles continuaram a rir e eu fui seguindo as intrusões da Laisa.

Quando chegue ao fim do orfanato me deparei com uma cena nada legal, Hannah chorava desesperadamente enquanto Nick tentava consola-la.

Estava todos ali, rodeando um amontoado de terra que continha rosas em cima.

Isso não me pareceu nada bom. Hort e Migg se levantaram quando me viram, Garru e Bórnis olharam diretamente para mim, fiquei até preocupada em perguntar o que estava acontecendo ali...

-Oi Sam...

Hort disse, vindo em minha direção, não consegui responder.

-Que bom que você está bem.

Ela disse com um sorriso meio triste no rosto.

-O que está...

Minhas palavras foram interrompidas pelo soluço da Hannah. Nick solta ela dos braços e olha preocupado para mim, Migg abraça a Hort que deixa escorrer uma lágrima dolorida, Garru e Bórnis seguram minhas mãos e me levam para o lado de Hannah, não consigo pensar ou imaginar o que poderia estar acontecendo.

-Ele... Se foi.

Disse Hannah, me olhando como se a dor que sentisse nada pudesse curar, aquele olhar me destruiu por dentro. Pucco era o único que não estava lá, então só pude concluir que aquele amontoado de terra e rosas seria seu túmulo.

-Parece que ele finalmente conseguiu.

Nicolas disse ainda abraçando a Hannah e olhando para o túmulo.

Pucco sofria muito por aqui, me lembro da Hannah sempre dizer que ele cortava os pulsos todos os dias como uma tentativa para ir, e pelo visto finalmente deu certo.

-Sinto muito Hannah.

Foi tudo o que consegui dizer.

-Está tudo bem.

Hannah disse com um olhar triste e um sorriso mínimo mais doce.

-Ei vocês! Margarett quer todo mundo no refeitório agora mesmo!

Laisa disse e voltou correndo para o orfanato.

Eu olhei com um sorriso para a Hannah e depois fomos todos para o refeitório imaginando o que iria acontecer.

Chegamos ao refeitório e todos estavam lá, ninguém dizia uma se quer palavra e muito menos se mexia, todos estavam preocupados demais para isso.

-Olá meu caros órfãos, como vão? Bem imagino.

Margarett entrou no refeitório e subiu em cima de uma mesa para que todos possam vê-la e ouvi-la muito bem. Seus dentes estavam mais vermelhos do que o de costume e suas roupas estavam sujas de sangue, sangue que eu imagino ser do Pucco. Ela sorria como se tivesse ganhado na loteria e em seu rosto não tinha nenhuma marca de tristeza ou algo que disse-se que estava triste por perder seu único filho, isso não é um bom sinal.

-Meus queridos, devido os acontecimentos de hoje de madrugada que não devem ser comentados, as coisas vão mudar por aqui. Os afazeres de vocês aumentarão e novas regras serão impostas.

Ela deu ma pausa e olhou diretamente para o Nicolas e depois continuou.

-Primeiro será terminantemente proibido comentar sobre o que ocorreu hoje de madrugada, segundo será proibido conversas pelos corredores e durante os afazeres, terceiro qualquer tipo de desobediência ou tentativa de fuga terá consequências gravíssimas, quarto a enfermaria será fechada e se alguém tentar abri-la creio que não ira fazer mais nada depois por que será impossível, quinto todos deveram cumprir os horários corretamente e sem atrasos, sexto só existira duas refeições por dia e se alguém comer fora de hora não comerá nunca mais na vida e por ultimo passeios estão proibidos e horas de descanso não existiram e do mais qualquer tipo de complô ou tentativa de ajuda ou socorro será mais do proibido se é que me entendem.

Olhei para a Hannah e percebi que eu não era o única que estava assustada com tudo aquilo.

-Agora crianças qualquer um que quebrar alguma dessas regras com toda a certeza não sobrevivera para contar a historia.

Margarett sorriu mostrando ainda mais seus dentes vermelhos e depois retirou das vestes algo que parecia uma régua mais era completamente revestido de pregos.

-Estão dispensados para os afazeres e eu estarei de olho em cada um de vocês, tenha um bom dia crianças.

Ela se retirou da sala que permaneceu em silencio por um tempo. Todos se retiraram para ver os afazeres no quadro e para minha surpresa todos tinham as mesmas quantidades de deveres a cumprir, não tinha tempo de descanso e os únicos horários para comer era o almoço e o jantar e para minha tristeza, que estava morrendo de fome, o horário de almoço já tinha passado. Agora, todos acordavam antes do sol nascer e íamos deitar bem mais tarde do que antigamente, mas o que mais me surpreendeu em tudo aquilo é que até mesmo Laisa e Pietro tinham deveres a cumprir, eram deveres reservados que ninguém alem deles, tinha que fazer. Eram coisas como limpar a sala da Margarett ou arrumar o quarto do Pucco. Mesmo eles tendo deveres eram poucos perto do de todos os outros e eles tinha tempo livre, mas o melhor é que eles não ficariam vigiando a gente, bom pelo menos a Laisa não ficaria já o Pietro era tudo o que ele mais gostava de fazer.

Eu tinha que lavar o banheiro feminino agora junto com a Hannah e a Hort. Nós pegamos os materiais de limpeza e fomos para o banheiro, começamos a esfregar o chão e eu tirei esse tempo para pensar o que tinha me acontecido ontem de tarde.

Me lembrei, não deveria ter lembrado mas me lembrei. Uma dor forte me atingiu, não era tristeza era decepção.

Eu tinha acabado de falar com o Nicolas e eu estava com muita raiva dele por causa da forma como ele me tratou. Segui pelos corredores e quando estava quase chegando ao dormitório eu piso em algo duro, me abaixo e pego do chão uma linda pulseira, parecia ser de ouro ou coisa do tipo, era realmente linda e brilhava muito. Algo, então, pega o meu braço com força sou arrastada até o dormitório e quem me arrastava me joga no chão e tranca a porta do dormitório, quando me levanto vejo que era a Margarett, ela parecia furiosa mais tentava se controlar. Ela começou a dizer algo como “Ladra” ou “Não permito ladrões em meu orfanato”. Ele me olha com um olhar frio e começa a me rodear.

-Linda essa pulseira Sam! Ela é sua?

Ela me pergunta.

-Não, não é eu achei...

Ela não deixou eu terminar me jogo em cima da cama e me deu um tapa forte que fez meu rosto arder.

-Foi o que eu pensei ladra!

-Eu não roubei! Eu achei!

Ela parecia não me ouvir, retirou com brutalidade a pulseira da minha mão.

-Pequena ladra, você não deveria pegar as coisas do outros assim o que a sua querida mãe iria pensar?

-NÃO FALA DA MINHA MÃE!

Eu gritei e ela sorriu.

-Sua mãe só estar morta por culpa sua Samantha!

-NÃO É VERDADE!

-Você sabe que é, sabe que ela morreu por sua culpa, sabe que se você tivesse ido embora ou se matado ela ainda estaria viva e feliz em um lugar bem longe daqui, você sabe disso!

Eu não queria admitir mais ela tinha razão, a dor que eu senti se tronou lágrimas que escorreram sem dó pelo meu rosto. Margarett continuou a falar e a cada palavra que saia da sua boca eu chegava cada vez mais a conclusão de que a morte da minha mãe foi culpa minha.

-Vamos Sam, acaba com isso, sei que você quer se vingar pela morte da sua mãe então se vingue mate quem a matou, se mate.

Ela me entregou um pedaço de xícara quebrado. Eu não resisti comecei a me cortar, a dor que eu sentia era tão grande como a que eu estava me causando a cortar meu pulso. Margarett continuou do meu lado em pé dizendo algo como “Assassina, você matou sua mãe, sua própria mãe, assassina”. Eu já estava ficando tonta nunca tinha cortado meu pulso tão profundamente, saia muito sangue, e minha cabeça girava sem parar. Margarett sorriu e retirou da minha mão o pedaço de xícara, ela arrebentou o meu colar e me entregou o pingente escrito “Samantha”, ela saiu e me deixou sozinha, eu olhei para o meu pulso e percebi que aquele corte não seria o suficiente, com o pingente continuei a me cortar até que as minhas vistas pesaram e tudo ficou escuro.

Quando as lembranças se foram, olhei em volta procurando a Hannah.

Quando a encontrei fui o mais rápido que pude ao seu encontro. Ela me viu e sorriu, o mesmo sorriso doce de sempre.

- Estou feliz que você esteja bem, Sam.

- É, sei que foi você que me salvou então muito obrigada, apesar de não me lembrar de quase nada.

- Tudo bem. Tem certeza, que você não se lembra de nada?

-Bem, na verdade me lembro do que aconteceu, eu fui fraca.

Lagrimas percorrem pelo meu rosto, mas não eram lagrimas de tristeza e sim de decepção, fui fraca e acabei sendo vencida.

- Você não é fraca, não sei bem o que aconteceu mais sei que não é.

- Ela estava conseguindo fazer o que queria, mas você desfez tudo e me trouxe de volta a vida. E agora, não vou deixar mais ela fazer isso comigo. Nunca mais.

- De quem você está falando? O que ela fez para você?

- Da Margarett, ela conseguiu tirar todas as forças que me faziam continuar querer viver. Apenas não aguentava mais, viver daquela maneira, sem a minha mãe ao meu lado.

- Sam sua mãe nunca saiu de perto de você, ela sempre esteve aqui e nunca te abandonou. Sei que é difícil conviver com essa dor, mas saiba que sua mãe quer que você continue, e vença qualquer obstáculo que te atrapalhe.

-Hannah, você não entende, ela só esta morta por minha culpa, é tudo culpa minha Hannah, tudo!

-Pare de bobeira Sam! Claro que não é culpa sua! Você não podia salva-la, e ela escolheu ti proteger Sam, não tinha jeito.

-Seu eu tivesse indo embora ou nem se quer nascido ela ainda estaria viva em um lugar bom longe daqui.

-Sam sua mãe te amava e ainda te ama, ela queria você bem queria você salva mesmo que isso custasse sua vida, ela te amava.

Suspirei e agradeci pela Margarett não estar ali para que eu possa contar a Hannah tudo o que aconteceu.

Eu contei a Hannah tudo o que aconteceu, exatamente tudo o que eu me lembrava e quando terminei ela me abraçou e eu fiquei feliz por ter alguém por perto.

-Já terminaram criançinhas?

Margarett tinha acabado de chegar ao banheiro, sua voz me deu cala frio.

-Já sim tia Margarett.

Hannah respondeu com doçura.

-Ótimo, agora vão aos próximos deveres.

Todas nós nos levantamos e começamos a sair do banheiro e nos dirigir ao proximo dever. Hort estava na minha frente e quando ela ia passar pela porta Margarett a Interrompeu.

-Menos você querida, você vem comigo.

Margarett sorriu e Hort estremeceu, elas saíram pelo lado oposto do corredor e infelizmente eu e a Hannah não podíamos fazer nada para ajudar, senão seriamos todas mortas o que seria pior, mas durante todo esse dia eu fiquei pensando o que a Hort fez para que a Margarett queira falar com ela.

Chegou a noite, depois do jantar eu e Hannah nos dirigimos para o dormitório, todos estavam preocupados com a Hort, afinal ainda não tínhamos visto ela dês da hora que a Margarett levou ela.

Estávamos muito preocupadas e sem saber o que fazer. Quando entremos no dormitório encontramos Laisa, ela estava suja de terra, lama e folhas pareciam que tinha escavado um buraco no meio da floresta ou coisa do tipo.

Ela olhou assustada para a gente, mas logo voltou a fazer aquela cara de superior de sempre.

-O que aconteceu?

Hannah perguntou apontando para o barro no vestido dela.

-Não é da sua conta Hannahzinha.

Antes da Hannah responder, Laisa saiu deixando a Hannah furiosa.

-Vem Hannah vamos deitar o dia foi puxado e temos que acordar muito cedo.

Todas do dormitório já estavam dormindo, menos eu, Hannah, Laisa que ainda estava trocando de roupa e Hort que nem estava lá.

-Não posso dormir sem a Hort aqui sã e salva!

-Eu sei, mas não podemos fazer nada Hannah, o que você que? Que a gente saia escondido pelo orfanato procurando por ela?

-É um bom começo.

-Tá a fim de morre garota?

-Não! Mas temos que salvar a Hort senão ela que vai morrer.

-Se já não estiver morta.

Laisa diz deitando na sua cama e me forçando a segurar a Hannah para ela não mata-la.

-é muito perigoso Hannah.

-Não podemos ficar aqui sem fazer nada.

Eu sabia muito bem que não dava para tirar uma ideia da cabeça loira da Hannah.

-Se você não quiser ir eu vou sozinha!

Chantagista.

-Tá bom eu vou, mas se algo der errado voltamos pra cá correndo ok?

-Ok.

Saímos fazendo o mínimo de barulho possível, quando já estávamos no meio do corredor começamos a ouvir alguma coisa.

-Hannah tá ouvindo isso?

Disse sussurrando.

-Sim, parece alguém cantarolando.

Era exatamente alguém cantarolando mas tinha outro som como se essa mesma pessoa arrastasse algo grande e pesado.

-Vamos embora antes que alguém nos veja.

Hannah e eu voltamos devagar para não fazer barulho, abrimos a porta do dormitório que fez um breve rangido.

Entremos e antes de fechar novamente deixamos uma pequena freta da onde podíamos ver quem era.

O cantarolado e o arrastamento foram aumentando o volume, como se essa pessoas estivesse próxima do dormitório.

Através da fresta podemos ver uma sombra de uma pessoa alta, ela segurava com uma só mão e arrastava outra coisa meio grande também.

-Margarett.

Hannah sussurrou.

Eu não queria ter visto a cena que se seguia. Margarett passou pela porta do dormitório cantarolando alegremente, suas roupas estavam mais sujas de sangue do que as que ela usava hoje mais cedo e o que ela estava carregando, aparentemente um saco grande, também estava ensanguentado.

Laisa fecha a porta rapidamente interrompendo a gente de ver melhor.

-O que você está fazendo?

Hannah ainda sussurra.

-É melhor vocês duas irem dormir, antes que ela apareça e pegue vocês acordadas bisbilhotando pela porta.

Laisa foi deitar e eu acompanhei a Hannah até a beliche, deitamos.

-Sam, você acha que aquele saco...

Eu a interrompo.

-Acho melhor a gente ir dormir, vai ficar tudo bem Hannah.

-Eu espero.

Apesar de eu ter dito aquilo para acalmar a Hannah eu tinha quase toda a certeza de que não ia ficar tudo bem e o pior nem eu estava calma dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Lindo não?
Para quem quiser ter uma ideia do que a Margarett estava cantarolando olha
isso ai: http://www.youtube.com/watch?v=-Hc10vsbbiU
Bom espero que tenham gostado e que deixem comentários!
Beijos sabor Pietro irônico e malvado!
E até o próximo chá!



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