Tomei um banho, e vesti minhas roupas. O motorista de papai já havia trago minhas coisas. O chalé de Atena era bem legal, e tinha pessoas legais. Como Bervely, minha meia-irmã. Ela foi muito legal comigo, me ajudando a me instalar em meu novo quarto. Eu estava arrumando minhas coisas, quando vi que tinha uma foto minha e de meu pai, atrás estava escrito “vou sentir saudades, Vall te amo!”, peguei a foto e a preguei na parede logo a cima da cabeceira da minha cama. Bervely viu e me disse:

–vocês parecem muito felizes.

–é mais nem sempre é assim tão feliz. Anh você... - hesitei um pouco e continuei- você já viu nossa mãe?

–não, mas não faço questão. Pelo menos isso serviu pra me trazer para esse lugar incrível.

–é aqui parece ser muito bom! Mas ate quando eu vou ter que ficar aqui?

–a maioria dos campistas só vem pra cá nas férias de verão, mas tem gente que fica aqui o ano inteiro... O papo tá bom, mas tá na hora do jantar. –disse Bervely.

Então eu e Bervely fomos para o refeitório, ele estava cheio de campistas, todos em suas determinadas mesas. Sentei-me ao lado de Bervely junto com os outros filhos de Atena. Os campistas eram tão diferentes mais ao mesmo tempo iguais, eles tinham uma ligação muito forte.

Servi-me, e então Bervely me fez um sinal para segui-la ate uma grande fogueira que ate o momento não havia reparado. Então ela me disse:

– escolha alguma coisa de seu prato e jogue na fogueira, tipo como se fosse uma oferenda a nossa mãe.

–tá, ok. Pensei que a “comida dos deuses” fosse melhor, que batata frita.

Bervely deu um meio sorriso e disse:

–anda Vaiolett, eu também não sei explicar tudo, não faz tanto tempo que eu cheguei aqui no acampamento, e também batata frita deve ser gostosa até no olimpo.

–ah, tá bom, mais só vou dar metade das minhas batatinhas tá? - eu disse.

–mais diga algo como: para minha mãe Atena.

E então eu joguei metade das minhas batatinhas e disse com um sorriso travesso:

–para minha ‘mamis’ Atena.

Bervely me jogou um olhar de advertência, mais deu pra sentir que ela queria rir, e assim que a gente se sentou deu pra ver que a fogueira estava num vermelho mais intenso, talvez a fogueira tenha gostado das batatinhas, ou talvez minha mãe não gostasse que eu a tenha chamado de ‘mamis’. Mais naquele momento isso não estava me importando até porque meu momento ‘vergonha’ ainda não havia chegado mais pelo jeito Bervely adivinhou meus pensamentos e então disse:

–ei, a atenção de todos aqui! –demorou um tempo pros campistas se calarem – queria lhes apresentar a nova campista do chalé de Atena, e sinto que seremos grandes amigas, e que ela fará muito ainda neste acampamento!

Bervely olhou pra mim e então me levantei e disse:

–Oi pessoal! Vou me esforçar ao máximo para ser uma boa filha de Atena e uma ótima campista para o acampamento.

Todos estavam olhando pra mim, oficialmente aquele foi meu único e pior discurso de todos os tempos, pelo menos eles se seguraram para não rir.

–ok pessoal, é só isso! – disse Bervely.

Estava muito cansada então resolvi dormir assim que acabasse o jantar.

Fui para o meu chalé descansar, tive certo receio em dormi porque geralmente meus sonhos acabam acontecendo, pensei que não ia dormir fácil mais assim que deitei eu apaguei. O meu sonho foi bem esquisito:

“Tinha um menino e uma menina aparentemente uns 12 ou 13 anos, que eu não conhecia. Eles estavam em um lugar quente, com muita areia, acho que era um deserto. A menina estava dormindo em uma barraca, o garoto estava do lado de fora observando a garota que estava lá dentro. Então ouvi uma voz chamar e o menino respondeu como se estivesse conversando sozinho, dava para ver uns vultos passando como se houvesse a presença de um ser desconhecido, então ele pegou uma lança, e sem hesitar ele foi procurar daquele estranho vulto a sombra que o perseguia falou:

–Você não conseguira me ferir. –falava as sombras.

–Quem e você? -ele perguntou encorajado.

–Eu sou sua própria ilusão. - disse a sombra.

–Se você é minha ilusão porque não posso lhe ver?-ele perguntou.

–Você só conseguira-me ver sobre o lago que esta ao outro lado do deserto. –disse as sombras.

–Mas não posso me afastar de Melody. –ele falou para aquela estranha sombra.

'Então o nome daquela garota era Melody. (raciocinei)'

E a sombra continuou falando com o garoto:

–E só alguns metros de sua barraca nada ira acontecer pode acreditar.

–Tá bom. Você jura que não e longe?

Nossa eu tentava gritar para ele para não acreditar, mas eu não conseguia. Como ele podia ser tão burro a ponto de acreditar naquela estranha sombra. Mas então a sombra falou:

–Sim juro.

Ao longo da caminhada ele e a estranha sombra (SUA ILUSÃO) conversavam sobre como ela conseguiu chegar ate aquele local. A sombra disse que mora sobre aquele deserto há anos. Também disse que procura pessoas que possam viver eternamente com ela, disse frases que me davam vontade de não escutar de tanta melação, não sei por que, mas não tive um bom pressentimento sobre aquela sombra.

Ele perguntou se ela já tinha vindo até o acampamento Meio-sangue. Ela disse que sim e falou que odiava o acampamento, (o que eu não entendi, porque o Acampamento Meio-Sangue me parece um lugar bem legal) ele perguntou o porquê e ela não respondeu.

–Ufa! Ate que enfim chegamos! –falou o menino com cara de cansado.

Então eu consegui ver a pessoa quem era a sombra, ela aproximou-se para perto do lago foi quando a imagem de seu rosto apareceu em reflexo no lago. Ela era linda seus olhos eram azuis e o seu cabelo loiro deslumbrante. (eca!) Então aquele garoto fez uma coisa que lhe trouxe muitas consequências, ele encostou-se àquela loira e ele na mesma hora deu um grito ensurdecedor.”

Quando ouvi aquele grito de dor, acordei na hora toda suada. Quem eram aqueles garotos? O que aconteceu com aquele garoto que estava gritando? E a Melody? são tantas perguntas, mas de uma coisa eu tenho certeza, aqueles garotos estavam à procura do Acampamento. Eu queria ajudá-los mais não sei como. Eu me levantei e tomei um copo d'água, quando eu olhei no relógio eram 3h da manhã, eu odeio acordar no meio da noite. Acho melhor eu dormir, isso provavelmente é mais um pesadelo sem importância, também eu tenho que descansar porque amanhã começa meus treinos no acampamento. E assim eu fui dormir pedindo aos deuses que eu não tivesse mais pesadelos, pelo menos não mais naquela noite.