O calor que fazia naquele dia era insuportável. Eu precisava ir à casa da Wannessa, iria dormir lá hoje. Peguei a minha mochila e sair para pegar o ônibus. Como minha mãe era um amor de pessoa, havia me dado o apartamento que eu morava, mas o carro era por minha conta. E como eu não era uma pessoa muito econômica não havia conseguido juntar nem metade do dinheiro para um carro decente.

Eu já estava perto do ponto de ônibus quando vi uma Starbucks, eu queria não melhor eu precisava de alguma bebida bem gelada. Entrei quase que correndo na pequena filial e pedi a primeira bebida gelada e que era barata. Sai da loja com um sorriso estampado no rosto, pelo menos não chegaria à casa da Wannessa desidratada.

Andava distraída pela rua quando tombei com uma pessoa, e para minha infelicidade o meu copo caiu no chão derrubando o precioso liquido gelado que me mantinha viva.

–OLHA POR ONDE ANDA SEU RETARDADO!

Surtei, nem olhei para a cara do retardado, apenas gritava para quem ou não quisesse ouvir e batia nele. Do nada ele colocou a mão na minha boca e me arrastou para dentro de uma loja.

–Clara, cala a boca antes que sejamos atacados por garotas malucas!

Meu coração parou, eu conhecia aquele sotaque britânico. E também conhecia aqueles cabelos cacheados...

–E.T PERVERTIDO? O que você está fazendo aqui? Achei que vocês só iriam vir próxima semana!

–Não me controlei de saudades e pedi para vir mais cedo... Sabe como é da última vez eu não consegui o que queria!

Ele falou sorrindo safadamente para mim, decidi entrar em seu jogo e me aproximei mais dele colando o nossos corpos.

–E também não vai ser dessa vez que vai conseguir- O empurrei e ele gemeu frustrado - Agora me deixa em paz que eu tenho coisas pra resolver, não sou uma desculpada que nem você que acredita que aquela sua bandinha de garagem vai fazer sucesso algum dia!-

Sai da loja o mais rápido que podia e corri para pegar o ônibus que estava já saindo do ponto.

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–E vocês se beijaram? Ele beija bem? Ele tem pegada?

–Wannessa não pira, não aconteceu nada! Aquele panaca só derrubou meu precioso café gelado!

–Mas bem que você queria que ele tivesse derrubado outra coisa em outro lugar né?

Ela deu uma risada safada e pulou em cima de mim, as melhores noites eram as que eu passava na casa da Wannessa. Comíamos até morrer, assistíamos filmes, fofocávamos e ficávamos até tarde acordada.

–Clara, pode ser sincera. Você sente alguma coisa pelo “E.T Pervertido”?

–Você anda se drogando? É claro que não, no mínimo o que eu posso sentir é uma grande vontade de provoca-lo até a morte!

Antes mesmo de terminar a frase a companhia tocou, ela me olhou franzido o cenho e pegou um taco de beisebol que estava encostado no sofá.

–Há! É só seu irmão!

–O QUE? NÃO ABRE!-

Falei pulando do sofá para impedir que a Wannessa abrisse a porta, mas acabei tropeçando e levei uma baita de uma queda caindo aos pés do E.T Pervertido.

–Nossa, que bela recepção mal chego e já tenho garotas caindo aos meus pés!

E sorriu da forma mais perfeita que algum E.T poderia sorrir, mostrando as suas belas covinhas que fariam qualquer garota se derreter que nem um picolé no sol, mas eu apenas grunhi e tentei cavar um grande buraco e enfiar minha cabeça.