Preciso de você agora escrita por Cici


Capítulo 3
Flashbacks


Notas iniciais do capítulo

Então meus amores, como o nome já diz, esse cap vai ser só de flashbacks. Eu meio que me empolgo escrevendo flashbacks.
AMEIII todas as Reviews que vocês pessoas lindas me deixaram.
Fiquei extremamente feliz. Continuem deixando mais.
"se você tem 5 minutos para ler a fic, tem um minuto para deixar uma review", onde eu li isso?
Ainda estou aceitando nomes para a menina ruiva que só vai aparecer no próximo cap.
Então galerinha, me digam como esse cap ficou nas reviews que eu não to muito confiante sobre ele.
Ah, sim é claro, isso não ia acontecer em lugar NENHUM, por isso que é só uma história.
Vou parar de falar e deixar vocês lerem.
Boa leitura, beijos da Cici e nos vemos lá em baixo.
xoxo



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~Flashback on

Thomas estava andando por um dos becos escuros de Paris. Era irônico na verdade, como um garoto de 13 anos andava sozinho por becos a noite, sem demonstrar o menor medo. Ele chutou uma latinha, irritado. Queria socar alguém, queria pegar a arma que seu pai maninha escondida e...

Um barulho chamou sua atenção. Foi quase imperceptível, mas Thomas conseguia ouvir. Alguém chorava baixinho. Ele andou, vasculhando as sombras com os olhos. Não tinha ninguém. Mais um passo e ele viu um pedaço da ponta de um all-star. Tinha alguém ali afinal.

-Hum... Tem alguém ai? –Ele perguntou. “Ah claro, que pergunta estupida”.

-Por favor, não me machuque. –A pessoa falou, com a voz chorosa.-Eu não fiz nada, por favor.

-Eu não vou te machucar. –Thomas respondeu. Ele se aproximou da pequena figura encolhida atrás de uma pilha de caixas. Ela uma menina, de aparentes 11 ou 12 anos, com olhos verdes esmeralda, que estavam vermelhos e marejados, seus cabelos eram uma mistura de loiro escuro e castanho claro e sua expressão era de pânico. –Qual o seu nome?

A menina não respondeu. Ela se limitou a observar Thomas com uma expressão curiosa, aparentemente se perguntando se deveria confiar nele ou não.

-Meu nome é Thomas. –Ele falou, se sentando no espaço do lado dela, que não desviou o olhar por um segundo.Ela pareceu considerar por um minuto.

-Brenda. –Ela respondeu em um sussurro.

-Belo nome. –Ela esboçou um dos sorrisos mais lindos que Thomas já tinha visto. Ele estendeu a mão para cumprimenta-la, mas ela recuou assustada. Ele recolheu a mão, levando ao bolso, e tirando um pacotinho de M&M de lá. Os olhos de Brenda brilharam. –Você gosta?

Sua cabeça balançou incerta, ainda olhando para o pacotinho de chocolate na mão de Thomas. Ele o jogou no colo de Brenda, puxando outro logo depois, e abrindo. Ele virou na boca, sentindo o gosto de chocolate invadir logo depois que ele começou a mastigar. Brenda o observava, com uma das mãos em cima do pacote de chocolate em seu colo, logo depois, imitou o gesto de Thomas.  

-Você está com frio. –Ele comentou, olhando para os lábios de Brenda, que começavam a se tornar roxos. Ela não respondeu, e continuou encarando o chocolate colorido que tinha em mãos. Thomas tirou a sua jaqueta, colocando levemente sobre os ombros de Brenda para a proteger dos ventos frios de outubro, que indicavam que o inverno chegaria cedo esse ano.

-Aiii!! –Ela choramingou, assim que a jaqueta tocou seu ombro esquerdo. O ombro dela tinha um corte.

-Vem comigo. –Ele falou, levantando e esticando a mão. Ela arregalou os olhos, assustada. –Você está machucada, eu só quero ajudar.

-- -- --

Brenda seguiu o garoto pelos becos escuros. Ela não sabia por que, mas tinha decidido confiar nele. Os olhos azuis escuros dele exalavam sinceridade e confiança, ela olhava e sabia que podia acreditar em cada palavra que saia de sua boca, e bem... ele a deu chocolate.

-Pra onde está me levando? –Ela perguntou, enquanto ele a puxava pelo pulso para uma entrada escondida, numa rua vazia. A jaqueta que Thomas tinha colocado em seu ombros esquentava bastante, e ela já tinha parado de tremer. Sua boca ainda estava com aquele gosto de chocolate que ela não sentia a tanto tempo.

Thomas a guiou até um canto e tateou a parede escondida pelas sobras. Uma porta se abriu, revelando uma longa escada, que acabava na escuridão.

-O que tem ai? –Brenda perguntou, parando na porta e olhando para a escada que parecia infinita.

-Minha casa. –Ele respondeu com um sorriso, a puxando pelo pulso escada a baixo.

-- -- --

Thomas estava sentado no sofá, passando um algodão no braço de Brenda. O corte que estava localizado ali não era muito fundo, mas estava sangrando bastante, manchando o braço dela de vermelho vivo. Ela choramingava um pouco, cada vez que algodão encostava em sua pele.

Brenda parecia nervosa, e seu olhar percorria todos os cantos.

-Você não tem claustrofobia, certo? –Ele perguntou. –Eu sabia que eu tinha que ter perguntado isso antes.

-Não, tá tudo bem, eu acho. –Ela respondeu, ainda com o tom incerto.

-É que algumas pessoas ficam nervosas a virem aqui. Minha mãe nunca se sentiu muito bem.

-Onde estão seus pais? –Ela perguntou, demonstrando um súbito interesse em Thomas.

-Morreram faz 1 ano e meio. –Ele falou, abaixando os olhos.

-Sinto muito. –Brenda murmurou.

-Obrigado. E os seus? –Ele olhou para ela e viu seus olhos marejados. –Desculpa, eu nem devia ter pergunta...

-Não, tá tudo bem. –Ela respondeu, limpando as lágrimas dos olhos verdes. –Eles morreram faz uma semana.

-Meus pêsames. –Ela concordou de leve com a cabeça. –E se não foi rude perguntar, por que você estava encolhida no beco?

-Tem alguém, não sei quem, atrás de mim. Não sei por que também. Eu não fiz nada. Aii!!! –Ela choramingou novamente.

-Desculpe. –Ele falou, pegando uma bandagem e começando a fazer uma atadura. –Você tem onde ficar?

-- -- --

Thomas teve que insistir muito, até que Brenda aceitasse ficar lá.

-Só por hoje. –A garota falou pela quinta vez.

-Está bem, você já disse isso. –Thomas falou, com um sorriso debochado.

-Eu não quero incomodar. –Ela falou, mexendo nervosamente no cabelo. –Acho que é melhor eu ir.

-De novo isso Brenda? –Ele perguntou. –Você não está incomodando ninguém.   

-Por que você mora aqui? –Ela perguntou.

-Quando eu era mais novo, sempre disse aos meus pais que queria uma casa de baixo da terra, ai o meu pai construiu isso aqui pra mim. Quando eles morreram, a minha tia foi morar comigo, só que eu não gosto dela. –Thomas deu ombros, como se fosse a coisa mais simples do mundo. –Ai fizemos um combinado. Eu moro aqui, ela mora lá e eu passo lá sempre que for necessário, o que eu tento fazer ser o mínimo possível.

-Ninguém acha estranho um garoto de... –Ela parou. –Não sei quantos anos você tem. Eu não sei nada sobre você.

-Isso não é problema. –Ele respondeu. –Meu nome é Thomas Miller, tenho 13 anos. Meu aniversário é dia 12 de Janeiro, meu signo é...

-Capricórnio. –Brenda Murmurou.

-Isso, obrigado.  Eu moro aqui. Adoro ler, e jogar vídeo game, e de fazer exercícios. Acho que é isso. Sua vez. –Ele olhou pra Brenda, que desviou os olhos pra mão.

-Meu nome é Brenda Santiago. Tenho 11 e faço aniversário dia 23 de fevereiro, meu signo é peixes. Ler é maravilhoso, música é vida.

-Música é vida foi interessante. –Ele falou, soltando uma risada e fazendo Brenda corar. –Que tipo de livros gosta de ler?

-- -- --

-Feliz aniversário!!!! –Brenda exclamou, enquanto Thomas tentava assimilar o que estava acontecendo. Os olhos azuis dele se abriram lentamente, olhando para ela, que o encarava do lado do sofá, onde ele insistia em dormir.

-É meu aniversário? –Ele perguntou, sonolento.

-Hoje é dia 12 de janeiro, então, sim, é seu aniversário. –Ela disparou, quase rápido de mais para Thomas entender.

-Bren, um pouquinho mais devagar, por que o meu cérebro ainda está dormindo. Ele falou, levando a mão ao cabelo, tentando o ajeitar. Brenda estava com os cotovelos apoiados no sofá, a cabeça apoiada nas mãos, e os olhos fixos em Thomas.

-Acordou? –Ela perguntou, no momento em que ele sentou no sofá.

-Acordei Brenda. –No segundo seguinte ela pulou em cima dele, o apertando em um abraço.

-Parabéns. –Ela sorriu, com o sorriso mais meigo do mundo. –Acho a maior injustiça você fazer aniversário antes de mim. Fica parecendo que você é três anos mais velho que eu. O que quer fazer?

-Sair, passear por Paris e passar numa livraria. –Thomas respondeu, levantando e esticando os braços para trás. Brenda ficou sentada no sofá.

-Você quer passar seu aniversário em uma livraria? Isso é tão genial. –Ela falou, fazendo ele rir.

-- -- --

-Minha vez de te acordar. –Ele falou, cutucando ela, que dormia profundamente. Ele pegou o Iphod de Brenda, colocando bem próximo de seu ouvido. Ele deu play, começando a tocar Paradise City, no volume máximo.

Brenda deu um salto, caindo no chão, olhando para os lados assustada.

-Feliz ani... –Ela esticou a mão para Thomas, num sinal para que ele parasse.

-TAKE ME DOWN TO THE PARADISE CITY WHERE THE GRASS IS GREEN AND THE GIRLS ARE PREATY. –Ela cantou, acompanhando a música. –Ok, agora pode falar.

-Feliz aniversário! –Ele exclamou, rindo de Brenda, que acompanhava a música com a cabeça. –Quero te levar para um lugar. Troque de roupa. 

Brenda trocou de roupa em alguns minutos e encontrou Thomas esperando por ela. Eles caminharam pelas ruas manchadas de neve, até chegarem a um grande teatro.

-Sabe que lugar é esse? –Ele perguntou, enquanto Brenda observava o grande prédio curiosa.

-Não me é estranho. Onde estamos?

-Lembra do teatro do Fantasma da Opera?

-Sim, o Opéra... Você está brincando certo? –Ele negou com a cabeça. –Oh meu Deus, que mágico. Obrigada.

-Eu achei que ia gostar. –Ela jogou seus braços em volta do pescoço de Thomas, o apertando em um abraço. No momento que ele ia beijar seu rosto, ela virou o rosto, fazendo os lábios dos dois se chocarem. Eles se separaram envergonhados. As bochechas de Brenda tinham assumido um tom de vermelho escarlate.

-Então... –Ele falou sem graça. –Quer entrar?

-- -- --

Thomas estava sentado virado para a parede com um dos seus vários livros abertos no colo. Brenda estava apagada na cama, com o rosto enfiado no travesseiro, ou então ele achava...

Seus olhos estavam focados nas letras do livro quando alguém passou pela sua frente, levanto o livro junto. –Ele jogou a cabeça para trás, observando Brenda andar com o livro aberto. Ela usava o cabelo, que agora estava curto, preso em um penteado estilo princesa medieval, ela usava uma regata branca sem mangas e uma saia  também branca esvoaçante que ia até os pés.

-“ Numa tarde fresca e de odor primaveril, aproxima-se do reino de Lionês dois altivos cavaleiros: um de meia idade e o outro no tenro vigor de sua juventude. O primeiro demonstra, pelas linhas e marcas de seu rosto, a experiência e a sabedoria engajadas na aparência de um velho combatente; e o segundo, o mais moço, reflete em seus olhos a idade dos sonhos e aspirações de glória, a força e a destreza do ápice da vida. Este jovem cavaleiro é Tristão, o filho da tristeza e sucessor do soberano das terras de Lionês.” –Ela leu, sem tirar os olhos das páginas.

-Devolve por favor? –Thomas pediu, levantando e indo atrás dela. Ela tentou fugir, mas ele a segurou em seus braços.

-Como esse livro acaba? –Ela perguntou, passando as páginas até o fim e se colocou a ler. –“Deus é a aurora, que como a noite, é breve, breve como a vida de meu amado.” Ela pega um punhal “Vou prolongar a noite, morrer ao seu lado, e a paixão a de ser como a noite. Eterna.”- E na última frase, ela deixou seu corpo cair. Thomas se sentou, com Brenda em seu colo, a cabeça caindo para trás e os olhos fechados.

-Você sabe que ele morre primeiro, não é? –Os olhos de Brenda se abriram, mas ela não se mexeu.

-Ah é? –Ele concordou. -Bem dramático. Como Romeu e Julieta. –Ela falou, levantando e ficando de pé sobre a cama. –“ Meu único amor, nascido de meu único ódio! Cedo demais o vi, ignorando-lhe o nome, e tarde demais fiquei sabendo quem é.”

- "Que luz é aquela que emana da janela? É o sol nascente, é Julieta que surge” –Thomas murmurou.

-Adoro esse livro. Pena que é tão triste. Por que eles tem que morrer no fim? -Ela se jogou na cama, e levantou a cabeça levemente, para olhar para Thomas. 

-Também não sei, mas muitos livros bons terminam em tragédia.

-Eu sei. –Brenda suspirou. –Hamlet, Romeu e Julieta, Rei Lear, Macbeth...

-Sabe que você só citou Shakespeare né?

-Sei. –Ela respondeu, fechando os olhos. –Pode pegar seu livro de volta se quiser.

Thomas se contentou em ficar parado, observando ela pegar no sono. Era quase impossível não se apaixonar por aquela menininha com um gosto literário esquisito, um grande amor pela música e enormes olhos verdes.

-- -- --

-Eu to com medo. –Brenda falou, fechando os olhos e apertando a mão dele forte.

-Você vai gostar Bren.

-Eu tenho 13 anos Thomas, não quero morrer. –Ela murmurou, no momento em que a montanha-russa fez sua queda. Quando o brinquedo parou, Brenda parecia verde. –To tonta. –Ela falou, se segurando no braço de Thomas. –Por que tivemos que ir nisso mesmo?

-Por que estávamos esperando o circo começar, já deve estar quase na hora. –Ele respondeu, consultando o relógio. –Temos 25 minutos, quer comer alguma coisa?

Os dois andaram até as grandes lonas vermelhas e entraram no circo. Tinham várias barraquinhas vendendo tipos diferentes de comida.

-O que é isso? –Ela perguntou, quando ele voltou com uma maçã com uma calda vermelha e estranha na mão.

-Maçã do amor. É maçã com açúcar derretido por cima. Morde. –Ele falou, oferecendo um pedaço. Ela mordeu.

-Isso é muito bom! –Ela exclamou, fazendo Thomas rir. –Por que você me carrega para todos esses lugares?

-Por que essa pergunta do nada? –Ele respondeu, a puxando para sentar nas cadeiras posicionadas nos arredores do centro da lona maior.

-Curiosidade. Nem sei por que você me ajudou em primeiro lugar.

-Ajudei por que você precisava e eu te trago pra esses lugares por que você é a minha única companhia.

-Então se você tivesse outras pessoas, me abandonaria. –Ela falou, não como uma pergunta, mas como uma afirmação.

-Eu não disse isso. –Ele encarou o nada. –Por favor, não me mate.

-Por que eu... –Ele se virou, puxando Brenda para perto dele e selando seus lábios. O movimento pegou ela de surpresa. Brenda não sabia exatamente o que fazer, então deixou Thomas guia-la. Era mágico. Parecia que mil borboletas estavam voando dentro de seu estomago. Ela nunca tinha sentido isso antes.

-Isso foi... inesperado. –Ela murmurou, quando eles se separaram. Ela pode sentir o rosto corar, e viu que Thomas também estava mais vermelho do que nunca. –Não que isso seja ruim...

-- -- --

Thomas sentiu um peso inesperado sobre o peito. Ele abriu os olhos levemente, piscando para adapta-los a escuridão.

-Bren? –Ele perguntou. –Brenda? Está tudo bem?

-Huhm. –Ela respondeu, se aninhando em seus braços.

-O que... hum, o que você... –Ele perguntou, meio sem jeito.

-Não consegui dormir. –Ela respondeu. Ele passou o braço sobre o ombro de Brenda, a puxando mais para perto dele no sofá, que tinha se tornado subitamente mais apertado. –Você se incomoda?

-Não, claro que não. –Ele respondeu, beijando sua testa.

-- -- --

-Alguém fica mais velha em uma semana. –Thomas cantarolou, com um tom de zombaria na voz.

-Fique quieto. –Brenda respondeu.

-14 aninhos. –Ele murmurou em seu ouvido. –Uma semana.

-Cale a boca Thomas. Você tem 16. –Ela resmungou, ficando vermelha de raiva.

-Eu não me incomodo com a minha idade. Você por outro lado... –Ele falou, se jogando do lado dela na cama. –Fica uma graça quando está com raiva. –Ele falou, juntando seus lábios em um selinho rápido.

-Nosso Thomas, você é tãooo engraçado. –Brenda respondeu, com a voz carregada de sarcasmo.

-Eu sei. –Ele respondeu, ignorando Brenda. –Quero te levar a um lugar.

-Onde dessa vez? –Ela perguntou, subitamente curiosa.

-Você vai descobrir. –Ele respondeu.

Brenda andou quase o caminho todo com os olhos fechados pelas mãos de Thomas.

-Pode abrir. –Ele murmurou, parando subitamente. O dia estava cinza e eles estavam sobre o guarda-chuva vermelho chamativo de Brenda.

-Eu sempre quis... como você sabia? –Ela perguntou, olhando para a grande pirâmide de vidro do museu do Louvre.

-Palpite de sorte. Isso daria uma boa foto. –Thomas murmurou, e depois correu até uma pessoa que caminhava tranquilamente.

-Pode tirar uma foto? –A pessoa concordou, e ele voltou correndo, abraçando Brenda pela cintura.

Eles andaram uma grande parte do museu e só saíram de lá quando já estava fechando. Os dois caminhavam abraçados de baixo do guarda-chuva nas ruas onde começava a escurecer.

-Thomas. –Brenda murmurou. –Acho que tem alguém seguindo a gente.

Ele olhou para trás e viu dois vultos andando devagar. Ele atravessou a rua e eles seguiram.

-Quando eu disser três, eu vou fechar o guarda-chuva e a gente sai correndo. Não discute nem nada, só vem comigo. –Ele falou, sussurrando em seu ouvido. –Um... dois...

-Mas Thomas...

-Três. –Ele fechou o guarda-chuva, e começou a sentir as gotas fortes que pingavam em sua cabeça, eles estariam encharcados em questão de um minuto. Thomas agarrou o pulso de Brenda, a puxando junto e saindo correndo. Os vultos os seguiram.

Eles correram diversas ruas, até que os homens perdessem eles de vista.

-Isso foi.... Assustador. –Brenda murmurou, ofegante.

-- -- --

Thomas acordou com o celular vibrando. Ele o apanhou rapidamente, e olhou pra Brenda, que por sorte, não se mexeu. O visor indicava que eram 5 da manhã.

-Thomas. –Uma voz fria que Thomas detestava falou do outro lado da linha.

-Tia Mandy. –Ele murmurou, quase num sussurro.

-Você tem que vir para cá. O senhor Hernandes estará chegando em meia hora.

-Você podia ter me avisado isso antes? –Ele respondeu irritado. Senhor Hernandes era o responsável por saber se Thomas estava bem até ele completar 21 anos.

-Eu não sabia, fui avisada disso agora. Sugiro que venha para cá rápido. –Ele suspirou. –É algum problema para você?

“Ah, não, só é o aniversário da minha namorada e eu estou sendo obrigado a deixar ela aqui sozinha. Nada demais” Thomas queria responder, com o tom mais sarcástico possível, mas ficou calado. Tia Mandy não sabia sobre Brenda e era melhor assim.

-Nenhum tia. Já estou indo. –Ele respondeu, desligando.

Thomas levantou da cama, com o maior cuidado para não acordar Brenda, e acendeu um abajour, trocando de roupa rapidamente. Quando ele estava saindo...

-Thomas? –Brenda chamou, virando para o lado e abrindo os olhos parcialmente. –O que...?

-Não é nada, volte a dormir, eu só vou beber água. –Ele murmurou, passando a mão de leve em seus cabelos, e acariciando seu rosto. Ela fechou os olhos, voltando a dormir no segundo seguinte.  Ele saiu, espirando o vento frio que batia na rua, e seguiu o caminho até o casarão.

-- -- --

Brenda acordou com um barulho súbito. Provavelmente Thomas tinha quebrado alguma coisa enquanto bebia água.

-Thomas? –Brenda chamou, mas não obteve resposta. Ela se sentou sobre a cama, acendendo o abajour. O lugar estava uma bagunça, tudo revirado e várias coisas quebradas e jogadas no chão. Um homem grande e estranho a observava da porta.

-Grandel, ela acordou. –O homem falou, olhando para Brenda com um sorriso maldoso.

-Ah, que bom. –O outro homem, provavelmente Grandel, apareceu na porta. –Já podemos leva-la Ruffus.

Brenda assistia a cena assustada, sem saber o que fazer. O homem chamado Ruffus se aproximou dela, a levantando e a jogando sobre o seu ombro, como se ela fosse um saco de batatas.

-ME LARGUE. ME LARGUE AGORA. THOMAS!!! THOMAS ME AJUDE, THOMAS!!!! –Ela gritou desesperada.

-Não tem ninguém aqui, minha cara. –Grandel falou, rindo, enquanto as lágrimas começavam a escorrer pelo rosto de Brenda.

-THOMAS SOCORRO!THOMAS. –Ela gritou, ignorando os homens. –SOCORRO THOMAS. THOMASSSSS. THOMAAAAAAAAS. –Eles seguiram com ela até quase o topo da escada, quando Ruffus disse.

-É hora de ficar quieta, docinho. –E depois, Brenda apagou.

-- -- --

Thomas voltou correndo pelas ruas. Ele daria sorte se Brenda ainda não tivesse acordado. A visita de Senhor Hernandes tinha durado mais do que o normal, e ele tinha constatado, como sempre, que estava tudo bem.

Ele tinha certeza que assim que abrisse a porta, ai encontrar Brenda com a expressão irritada e as mãos na cintura, exigindo saber onde ele estava. Ele sorriu com a imagem que se formou em sua mente.

Mas o sorriso desapareceu no momento em que ele abriu a porta. Todo lugar estava destruído e revirado. Nenhum sinal de Brenda por ali.

-Bren? Se isso for uma brincadeira, não tem a menor graça. –Ele falou, em voz alta, mas ninguém respondeu. Os livros estava jogados no chão e as almofadas do sofá rasgadas. Thomas caminhou até o lado da cama, onde estava jogado o Iphod de Brenda. Ela não deixaria isso para trás. Tinha alguma coisa muito errada ai.

Thomas levantou preocupado, o choque tomando conta de seu corpo. Alguém tinha passado por ali, e quem quer que fosse esse alguém, tinha levado Brenda consigo. 

~Flashback of


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Notas finais do capítulo

Então gente linda, gostaram?
Será que eu mereço Reviews?