Preciso de você agora escrita por Cici


Capítulo 4
My only friend


Notas iniciais do capítulo

Hey youu!!!
Brigadaa mesmo pelas reviews gente, vocês são lindas *0*
Podem deixar mais viu... hahahahahahah
então, mais um cap pra vocês. Eu gostei muito do inicio desse, mas o final... bem, não saiu como eu esperava.
Quero a opinião de vocês viu.
Boa leitura, beijos da Cici e nos vemos lá em baixo :)
Ah, e obrigada pelas sugestões de nomes. Eu talvez utilize eles mais tarde...



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Os olhos de Brenda estavam grudados no teto, mas a sua mente estava bem longe daquela realidade cruel onde ela se encontrava. Ela estava nos braços de Thomas, seus olhos azuis meigos a encarando, e seu sorriso lindo só pra ela, seus braços estavam em volta da cintura de Brenda, a deixando o mais perto dele o possível. Seus lábios se encostavam suavemente, num beijo calmo. A voz de Thomas sussurrando em seu ouvido, fazendo ela se arrepiar. Seu toque, suas palavras, o jeito que ele segurava sua mão quando ela estava com medo, o jeito como ele mexia em seu cabelo, carinhosamente, até que ela pegasse no sono...

Um barulhinho lendo e constante de dedos tamborilando contra a parede arrancou Brenda de seu devaneio. Com um suspiro prolongado ela abriu os olhos para encarar a fonte do barulho.  

-Olá. –Gwen falou, sem parar de tamborilar os dedos contra a parede. Esse barulho já tinha deixado de ser irritante para Brenda há algum tempo.

Ela conheceu Gwen quase um mês depois que a menina tinha chegado na Fransoir. Brenda já tinha passado dois meses trancada naquele lugar infernal. Ela vira Gewn pela primeira vez no dia de reuniões de grupo. Como se já não fosse tortura o suficiente, tinham essas reuniões. Era o único momento em que Brenda era forçada a sair do quarto.

Gwen estava sentada na cadeira mais afastada possível, com uma quantidade de cabelo laranja caindo sobre o rosto e murmurando uma série de palavras repetidas vezes, com as pernas apertadas contra o peito. Ao se aproximar um pouco, sentando discretamente em cadeira próxima, ela ouviu que não eram palavras, e sim uma contagem ritmada.

-Um dois três, um dois três, um dois três... –Ela repetia sem parrar em um tom baixo. Ela não respondeu em nenhuma momento a pergunta das senhoritas sorridentes, que apresentaram ela como Gwen Tayler. Ela simplesmente continuou com a sua contagem como se nada estivesse acontecendo. O mesmo aconteceu na reunião seguinte e seguinte.

Um dia, quando já estava sendo consumida pelo tédio, Brenda resolveu levar o caderno de desenhos para a reunião. Ela se sentou do outro lado da sala, observando Gwen, que estava na mesma posição de sempre, as pernas apertadas contra o peito.

Brenda passara a reunião toda desenhando Gwen. Os traços da parte do rosto que não estava escondida pelos joelhos, as mãos suaves, segurando no próprio braço, a grande quantidade de cabelo bagunçado caindo sobre o rosto magro.

No fim da reunião, ela olhou satisfeita para o desenho por um minuto, deixando-se levar pela memória de quando ela ficava acordada até tarde, desenhando Thomas enquanto ele dormia. Isso foi tempo o suficiente para que quando ela olhasse para frente novamente, Gwen não estivesse mais lá.

Brenda olhou em volta assustada, só para perceber que Gwen estava parada do seu lado, olhando para o desenho.

-Ficou muito bom. –Ela murmurou, batendo com os dedos contra as pernas.  Desse dia em diante, Gwen passou a sentar do lado de Brenda, conversando com ela. Ela contou que tem TOC, Transtorno Obsessivo Compulsivo, e que seus pais não aguentavam mais ela contando as coisas e murmurando números ritmados, mandaram-na para lá.

Com o passar do tempo, ela se tornou a única amiga de Brenda naquele lugar infernal. Elas passavam horas conversando sobre como gostariam de estar longe daquele lugar. Brenda contava sobre Thomas e tudo que ele tinha feito para ajudar e de como sentia a sua falta. Gwen contava sobre seu hobbie favorito, hipismo e como ela amava dançar.  Com o tempo, Gwen foi diminuindo os sintomas do TOC, não que eles fossem sumir, é claro que não, mas já estava bem melhor. Só que ela não conseguia se livrar daquela mania de tamborilar os dedos em qualquer lugar que ela encontrasse.

-Me tirou de um devaneio lindo. –Brenda murmurou, levantando a cabeça o suficiente para que Gwen pudesse sentar e que ela pudesse apoiar a cabeça em seu colo. –Ele me encontrou. Ele esteve aqui.

-Seu príncipe? Aquele lindinho que saiu daqui? –Brenda concordou com a cabeça. –Entendo por que você esperou ele por tanto tempo.

-É meu tá? –Ela falou, fazendo Gwen rir.

-Sim, sim. O que ele queria?

-Me ver. Ele me chamou para ir embora com ele. –Gwen parou abruptamente o tamborilar, olhando para Brenda abismada.

-Por que não foi?

-Ele está mais seguro comigo aqui. –Ela sussurrou. –Acho que os dois estamos.

-Ah, isso é só baboseira. Eu ouvi ele passar o número dele para a senhorita voz aguda dizendo que se qualquer coisa acontecesse com você, que ela ligasse. Eu fingiria estar passando mal só para ve-lo . –Ela falou, voltando a bater os dedos, dessa vez contra o braço de Brenda.

-Você não presta. –Brenda falou rindo.

-É o que dizem.

O dia passou rápido, e Brenda estava louca para que o dia seguinte chegasse. Será que ele viria? Ora, que bobagem, é claro que sim. Ele não disse que viria?

Ela entrou de baixo do chuveiro, sentindo a água quente bater em sua cabeça e molhar seu biquíni. Com o tempo, Brenda já tinha aprendido que era muito mais seguro tomar banho de biquíni. Essa hora não teria nenhuma pessoa irritante, batendo na porta, mandando ela se apressar. Ela poderia tomar seu banho em paz, ou pelo menos ela acreditava.

Ela fechou os olhos, deixando a água escorrer pelo seu rosto. Um vento frio passou por suas pernas, fazendo ela dar um salto para trás, quase batendo na parede. Alguém tinha aberto a porta do box e estava parado na frente dela. O homem usava preto e tinha um pano branco na mão.

-Procuramos muito por você menina. –Ele falou, sorrindo torto para Brenda, que o olhava apavorada. –Finalmente achamos.

-SOCORRO! AJUDEM, ALGUÉM, QUALQUER UM, ALGUÉM ME AJUDA! –Ela gritou a plenos pulmões. O homem soltou um suspiro segurando-a pelo braço e tentando fixar o pano na sua boca. –PELO AMOR DE DEUS, ALGUÉM AJUDE! –Ele conseguiu finalmente colocar o pano contra a boca dela, fazendo sua visão ficar turva.

A sorte de Brenda foi que alguém realmente apareceu para ajuda-la. A porta fez um barulho de maçaneta girando, depois de uma chave destrancando. Foi tudo que Brenda ouviu antes de cair no vazio da escuridão.


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Notas finais do capítulo

Não sei não... Esse final não tá muito legal, ou pelo menos eu acho...
Mereço Reviews?