E O Avatar Resurge escrita por Nati


Capítulo 6
Capítulo 6 - A caminho do Templo do Ar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260164/chapter/6

p { margin-bottom: 0.21cm; }

Acordei cedo e me dirigi até o saguão do palácio. Todos estavam lá: Senhor do Fogo Chang, Lee, Ming, Ling, alguns empregados e Masami. Eu tinha dito a ele que daria um jeitinho, e com certeza iria.

-Oi pessoal. – disse e eles olharam instantaneamente pra mim.

-Bem, acho que não precisa pegar nada não é Avatar? – Ling perguntou.

-Não preciso, mas gostaria de levar algumas coisinhas daqui. – falei sorrindo.

Todos me olharam desconfiados e eu comecei a falar.

-Quero levar a destreza e força. – olhei para Lee. – Quero levar a razão e emoção. – olhei para Ming que estava quase chorando. – Quero levar o comprometimento. – Ling arrumou a postura. – Quero levar o cuidado de alguém que cuida muito bem do seu povo. – Chang me reverenciou com a cabeça. – E quero levar a coragem, a disciplina, e um uma pessoa a quem eu possa confiar, alguém que eu saiba que se eu estiver sendo derrotada essa pessoa vai dar a vida para me ajudar e eu faria o mesmo por ela sem pensar duas vezes. – sorri para Masami. – Na verdade eu quero levar: Lee, Ming e Masami. Quero que me ajudem onde eu estiver.

Ming e Lee vieram me abraçar e Masami continuou sorrindo pra mim.

-Sei que minhas filhas podem ajudar em seus treinamentos Nikki, mas e quanto a Nação do Fogo? Podemos precisar delas aqui. – Chang argumentou.

-Eu sei disso Senhor Chang, mas me identifiquei muito com suas filhas e elas me treinaram muito bem, quero continuar treinando com elas.

Chang abaixou a cabeça pensativo e depois olhou para as filhas sorrindo.

-Se é isso que deseja Avatar, acho que minhas filhas precisam de um pouco de liberdade.

-Ah papai! Muito obrigada por nos deixar ir! – Lee correu para abraçá-lo.

-Vamos sentir sua falta. – Ming o abraçou também.

-Também vou querida, mas sei que estarão fazendo algo de importante e sei que vocês estarão com o Avatar, nada acontecera com vocês. – Chang as abraçou de novo.

-Então acho que já podemos ir. – falei para Ling.

-Sim, podemos sim. – ele disse.

-E vamos do que? – Lee perguntou ansiosa.

-Vamos de Bisão Voador.

-É sério?! Não acredito que vou mesmo voar! – não acreditava naquilo.

-Mais sério impossível. – ele confirmou.

-Voar? Ahn... é parece legal... – Masami pareceu nervoso.

-Parece? Mas é claro que é! – exclamei.

-Você já voou? – ele perguntou.

-Er... não. – dei um sorriso amarelo.

-Pois é eu já voei num balão e não é nada agradável. – disse Masami.

-Não me surpreende. Você é um dobrador de terra, deve ficar na terra. – Ling deu de ombros.

-Bem... – Masami coçou a nuca. – Isso faz sentido.

-Sem conversa pessoal, se precisarem pegar alguma coisa corram por que o bisão já está pousando. – Ling falou e apontou uma coisa grande chegando perto.

-Eu tenho que pegar alguma roupa! – Ming correu para o palácio.

-Ming! Me espera! – Lee correu atrás.

-Vai pegar alguma coisa? – Masami chegou ao meu lado.

-Vou pegar o meu vestido frufru. – falei.

-E eu vou pegar meu traje elegante, vai que eu precise dele de novo? – ele riu.

-Claro, teremos muitas festas para ir, e sempre com as mesmas roupas. – soquei o ombro dele de leve.

-Com certeza. – ele riu. – Agora se a senhorita me der licença, vou pegar meus trajes elegantes. – ele se curvou brincando.

-Claro senhor. – fingi segurar um vestido.

Depois de todos prontos no saguão embarcamos no bisão voador. Uma garota estava “pilotando” o animal. Decidi cumprimentá-la.

-Oi. – falei timidamente.

-Oi! Você é Nikki né? Você é muito bonita! Você tem quantos anos? Quando descobriu que era o Avatar? Você viu minha prima Ahpi? – ela soltou as perguntas como jatos d’água.

Tentei raciocinar um pouco e comecei a responder as perguntas dela.

-Sim, eu sou a Nikki. Muito obrigada. Tenho quinze anos. Descobri que eu era o Avatar quando uma geleira caiu em cima de mim e sim, eu vi a Ahpi. – respondi respectivamente.

-Coitadinha da Ahpi, sofreu tanto antes de morrer. – ela ficou triste.

-O que aconteceu com ela? – perguntei.

-Ela ficou doente de uma hora para outra, não sabemos até hoje o que aconteceu. Ahpi era a neta da Jinora.

-Isso é muito triste. – falei. – Mas e você como se chama? E de qual dos netos do Aang você é neta?

-Eu sou a Meigh e sou a neta da Ikki. – ela sorriu.

-Isso explica a eletricidade! – Ling gritou lá de trás.

Todos riram.

-Enfim, Appa vai chegar rapidinho na ilha. – Meigh disse.

-Appa? Colocou o nome do bisão do Aang? – Ling perguntou.

-Sim. – ele fez uma cara de: “E daí?”.

-Interessante...

Continuamos a viajem em silêncio. Voar era incrível, o vento batendo no rosto e a sensação de liberdade. Todos pareciam estar se divertindo, menos Masami. Fui ao lado dele e ele parecia estar verde.

-Acho que você precisa descer. – disse.

-Não é necessário, vamos chegar logo... eu espero. – ele resmungou.

-Você é quem sabe. – dei de ombros.

-Sabe o que vai me fazer melhorar um pouco? – ele sorriu.

-O que? – perguntei confusa.

-Você ficar aqui comigo, do meu lado. – Masami estendeu o braço.

Fui até ele que me abraçou, deitei a cabeça em seu ombro e passamos o resto da viagem juntos. Ming e Lee nos olhavam e cochichavam rindo.

Sobrevoamos a Cidade da Republica, aquilo era incrível, apesar de os não-dobradores tomarem conta da cidade ela era muito incrível e tecnológica, quer dizer, havia coisas brilhantes nas paredes dos prédios, carros, bicicletas que se moviam sozinhas, telas que passavam muitas imagens ao mesmo tempo.

-Caramba isso é incrível! – me debrucei no encosto do Appa.

-Nikki, toma cuidado! – Masami falou.

-Deixa disso garoto! – me debrucei mais.

Fiquei tão impressionada que quando me dei conta estava com o corpo completamente para fora da cela do bisão e acabei caindo.

-AHHHHH!!!! – comecei a gritar desesperada.

-NIKKI!!!!! – ouvi Masami gritar.

Estava em queda livre, não conseguia me concentrar em nada só via o chão se aproximando. Consegui virar de costas parar baixo e olhar o bisão vindo rápido em minha direção. Eu caia mais rápido e lembrei de uma vez que Meiko pegou uma flor em uma árvore alta para Lee, ele conseguiu planar dobrando o fogo.

Fechei os punhos e fogo surgiu neles, consegui planar uns cem metros e acabei caindo no mar. Mergulhei muito fundo com a força da queda, não daria tempo de nadar até a superfície, a minha sorte é que eu dobrava a água muito bem. Comecei a girar e logo um redemoinho se formou em volta de mim, consegui adquirir mais força e uma tromba d’água me jogou para o alto e Meigh manobrou o bisão e eu cai no estofado da cela.

-Eu disse pra você tomar cuidado! – Masami me segurou com força.

-Relaxa... – respirei ofegante. – eu sempre tomo.

-Eu vi que você toma muito cuidado! – Ming estava assustada.

Olhei cansada para ela. Pousamos na ilha e Masami correu para um arbusto... vomitar.

-Precisa de um médico? – Meigh perguntou.

-Não, eu estou bem só preciso... - Masami sentou no chão e tocou a terra com força. – Ah terra! Como eu amo o chão!

-Pode ficar na terra o quanto quiser, depois de conhecer o seu quarto. – Meigh disse.

-Claro, como quiser. – Masami disse.

Meigh chamou o irmão Jungi pra levar Masami até o quarto e depois levou eu, Ming e Lee para o nosso quarto.

-Ainda não acredito que estou aqui! – falei.

-E eu ainda não acredito que você está mesmo namorando o Masami! – Ming se jogou na cama e abraçou um travesseiro.

-Pois é, quer dizer que com Lin não iria dar certo mesmo, você prefere os caras mais fortes. – Lee sentou na cama de lado.

-Lin?! Não me fale daquele cara! Idiota estúpido! – fechei o cenho.

-O que ele fez? – Lee perguntou curiosa.

-Além de queimar a perna dela? Deixa eu ver... – Ming colocou a mão no queixo. – Achou que ela era uma garota qualquer, gritou com ela e ainda forçou ela a dançar com ele.

-Como você sabe disso?! – perguntei assustada.

-Eu tenho olhos escondidos. – Ming fez cara de mistério.

-Muito medo de você! – Lee disse rindo.

Continuamos conversando até que Meigh bateu na porta.

-Pronta para treinar Nikki?

-Mas acabamos de chegar, e está quase anoitecendo. Não podemos fazer um passeio na Cidade da Republica? – pedi.

-Vou ter que pedir para meu pai. Fiquem aqui e eu já volto. – ela saiu e uma lufada de ar entrou no quarto fazendo tudo voar.

-Eu preciso aprender a dobrar o ar, e rápido! – fiquei ansiosa.

Bendi, pai da Meigh a deixou nos levar para a cidade da republica. Encontramos Masami na frente do templo, Appa já estava lá, prontinho para nos levar.

-Vamos ter que voar de novo?! – Masami perguntou incomodado.

-E quer que façamos como? – Lee fez uma pergunta retórica.

-Hum... eu posso dar um jeitinho. – falei.

Todos me olharam desconfiados, andei até o píer e Masami me acompanhou com um pouco de medo.

-O que você vai fazer? – ele perguntou.

-Observe.

Pulei no mar e esperei Masami pular também. Ele ficou olhando confuso pra mim até que fiz sinal para ele pular também. Masami não queria de inicio, mas eu o puxei pra água com á própria água.

-Pra que isso?! – ele tentava nadar.

O segurei pela cintura e falei:

-Vamos chegar mais rápido do que o bisão. – sorri.

-Ahn... o que exatamente você quer fazer? – Masami ficou assustado.

Virei de frente para o píer e peguei impulso com os pés e a mão numa parede de gelo que eu fiz e eu e Masami deslizamos mais ou menos a cinquenta quilômetros por... minuto até percorrermos metade do caminho. Fiz outra parede de gelo e deslizamos de novo até a costa da Cidade da Republica antes do bisão chegar a metade do percurso.

Masami estava tremendo e mal balbuciava as palavras.

-Mas... onde... onde estamos? Eu morri?

-Para de ser tosco, eu disse que chegaríamos antes do bisão e aqui estamos nós: Cidade da Republica!

-Aquilo foi pior do que voar! – Masami reclamou.

-Então da próxima vez vem voando e chegue aqui no dobro do tempo. Pelo menos foi rápido! – me defendi.

-Tanto faz, dobrador de terra foi criado pra ficar em terra firme, água e ar não são sólidos e não nos dá nenhuma segurança! – Masami começou a torcer a roupa tentando se secar. – Dá pra me ajudar?

-Claro. – tirei a água da roupa de com dobra.

-Pelo menos agora estou seco. – o sorriso brincalhão voltara.

Tirei a água da minha roupa também e ficamos esperando o bisão pousar.

-Caramba! Aquilo foi rápido! – Ming pulou do Appa.

-Eu sei. – sorri.

-Vamos gente, meu pai não quer que demoremos muito. – Meigh começou a andar na frente.

Começamos pelo centro, era tão incrível! Tinha tantas coisas incríveis. Meigh mostrou uma caixa quadrada que passava imagens, como se pessoas vivessem lá dentro, ela disse que aquilo se chama televisão.

-Por que as imagens se mexem? É como se as coisas vivessem lá dentro! – colei o rosto na vitrine de televisão.

-Na verdade é difícil explicar, mas você nunca tinha visto uma televisão? – Meigh perguntou.

-Não! – continuei vidrada na televisão.

-Eu já vi isso. Só que nosso pai não nos deixa ter uma em casa. – Lee falou.

-É, minha mãe disse que é uma distração muito grande para os dobradores e que não serve para o treino. – disse Masami.

-Meu pai fala a mesma coisa, ele diz que isso é diversão para os não-dobradores, disse que a diversão para os dobradores é o treino. – Meigh deu de ombros.

-Que pena, mas parece tão interessante! – reclamei.

-Pode ser, mas vamos continuar com o passeio. – Meigh começou a apontar para os lugares. – Ali é o cinema. – ela apontou para uma porta cheia de luzinhas e muitos cartazes de fotos e legendas.

-O que é o cinema? – perguntei.

-É como uma televisão, mas muito maior. – disse Masami. – Posso te levar algum dia.

-Isso seria demais! – falei.

-Ali é o hospital. – Meigh apontou um prédio grande cheio de janelas. – E ali é a Central de Policia. – ela mostrou um prédio também grande com uma estátua de uma mulher na frente.

-Então aquela ali é a Toph? – falei olhando para a estátua.

-Sim. – Masami ficou olhando encantado. – Uma das mulheres mais brava e forte da família Beifong. – os olhos dele brilhavam.

-Você conhece a história? – Meigh perguntou.

-Claro! Mais do que conheço. Também sou da família Beifong. – ele sorriu.

-Eu não sabia. – Meigh ficou sem graça.

-Eu ainda vou ser o Chefe de Policia, e vou continuar com a tradição da família Beifong.

-Boa sorte pra você Masami, mas que tal continuarmos o passeio? – perguntei.

-Isso mesmo, viemos passear! – Ming exclamou.

-Tanto faz. – Masami continuou vidrado na estátua.

-Vem logo menino! – puxei o braço dele.

Continuamos andando e conhecendo lugares novos. Meigh nos levou pra tomar sorvete e conversar. Ming e Lee não paravam de olhar para mim e Masami sentados juntos de mãos dadas, aquilo me deixou sem graça. Meigh não ligava muito pra essas coisas, começou a explicar sobre Ahpi.

-Quer dizer que ela ficou doente sem mais nem menos? – perguntei.

-Sim, eu me lembro da semana que ela ficou doente. – Meigh abaixou a cabeça.

-Espera ai! Você lembra? Quer dizer, você tem quantos anos? – perguntei.

-Claro que lembro! Eu tinha oito anos quando ela morreu.

Fiz as contas rápidas e me assustei com a idade dela.

-Você tem vinte e três anos?!

-Sim, por quê? – Meigh se assustou.

-Você aparenta ter a minha idade! – exclamei.

Realmente, Meigh parecia uma adolescente de quinze, no máximo dezessete anos.

-Muito obrigado, me sinto jovem mesmo. – ela riu.

-Eu preciso desse segredo! – Ming pareceu perplexa.

-Ahn... eu não faço nada de mais, mas acho que pelo fato de eu não comer carne ajuda. – ela deu de ombros.

-Deve ser isso, vou parar de comer carne.

-Há! Eu aposto que não consegue ficar uma semana! – Lee começou a rir.

-Pode rir a vontade! Eu vou conseguir! – Ming ficou brava.

-Continuando... – fiz sala pra Meigh continuar a história.

-Sim, continuando. – ela deu um pigarro. – Naquela semana recebemos a visita dos dobradores de terra, eles vêm de tempos em tempos ajudar em alguns consertos na Cidade da Republica. E depois que saíram Ahpi ficou doente e na mesma semana morreu.

-Mas como descobriram que ela era o Avatar? – Lee perguntou.

-Quando ela estava acamada, por algum motivo ela entrou no Estado Avatar e no mesmo dia morreu. – Meigh ficou incomodada.

-Eu já ouvi falar disso, minha mãe disse que os membros da Lótus Branca foram chamados quando descobriram o Avatar do Reino da Terra e na mesma semana o Avatar morreu. – disse Masami.

-E meu pai disse que o rapaz que foi indicado como o provável Avatar também morreu de repente. – Lee ficou assustada.

-Isso é muito estranho, os Avatares morrerem assim de repente. Como se fosse alguma doença. E se for mesmo uma doença? Quer dizer que eu corro riscos? – fiquei preocupada.

-Não, isso não deve ser uma doença, é mais como uma maldição. – Ming arriscou.

-Isso é pior do que doença. – coloquei a mão na testa. – Espera, você disse que dobradores de terra foram para o templo na semana que Ahpi morreu? – fiquei intrigada.

-Sim. – Meigh confirmou.

-Ah não. Eu sonhei com dobradores de terra, eles queriam dominar a Nação do Fogo e os Nômades do Ar, recrutando os dobradores de terra e de água. Isso é muito estranho. – minha mente estava a mil por hora.

-Mas isso não diz nada. – Meigh disse.

-Eu sei, mas eu sinto alguma coisa estranha. Você lembra se Ahpi tinha alguns sonhos estranhos? – perguntei.

-Não, disso eu não lembro, mas a Tia Pan deve saber alguma coisa.

-Podemos vê-la amanhã? – Lee perguntou.

-Sim, podemos sim.

-Vamos deixar essa conversa para amanhã. Quero curtir o momento. – Masami colocou as mãos atrás da cabeça.

-Curtir o momento? Curtir o momento como? – fiquei interessada.

-Quer ir pro cinema? – ele se arrumou na cadeira e olhou pra mim.

-Sério que vai me levar? – me animei.

-Claro que sim! Quer ir agora? – ele se levantou da cadeira.

-Quero sim! – pulei da cadeira e dei um beijo na bochecha dele.

-E ai pessoal vamos também? – Masami perguntou.

-Não, não. Vamos ficar no sorvete, vão vocês. – Lee sorriu.

-Tudo bem, nos encontramos na ilha? – perguntei.

-Sim, nos encontramos na ilha. – disse Ming.

Masami me levou para o cinema assistir um filme de lutas, mas pra falar a verdade nem prestamos atenção no filme.

Depois do filme tomamos refrigerante e fomos para a ilha do meu jeitinho Express. Masami me deixou na porta do meu quarto e quando entrei as meninas estavam coladas na porta.

-E ai? Como foi o filme? – Ming estava quase comendo os dedos.

-Bem... foi... er... interessante! – eu nunca soube mentir.

-Eu sabia! Me deve dez yuans! – Ming estendeu a mão pra Lee.

Lee deu o dinheiro para a Ming e estava brava.

-Mas o que vocês apostaram? – fiquei confusa.

-Eu apostei dez yuans com a Lee que você nem iria prestar atenção no filme enquanto estivesse com o futuro Chefe Beifong. – Ming se atirou na cama.

-Mas por que ficam apostando coisas sobre mim e Masami? – deitei na cama.

-Por que é legal adivinhar a vida dos outros. – Lee riu.

-Isso se chama fofoca e é muito feio. – reclamei.

-Até parece que vamos parar. – Ming mostrou a língua. – Enfim, vocês são tão meigos juntos.

-Tanto faz, agora eu... – bocejei. – estou com sono. – deitei de lado e logo dormi.

O meu sonho foi mais atormentador, foi como se eu estivesse em outra vida. Eu estava em uma sala grande parecido com os quartos do Templo do Ar. Eu estava com dobradores de terra, mas era como se eles não me vissem.

-Tem certeza que ela é o próximo Avatar? – um homem alto e magro perguntou, tinha a mesma voz do meu sonho no primeiro dia na Nação do Fogo.

-Sei lá, você não olhou aquele amuleto? Aquilo que diz se é ou não é. – um grandão com voz de touro disse.

-Eu olhei, mas não estou cem por cento certo, vai que não é ela? – o magrelo parecia estar com duvidas.

-Então se não for ela procuramos outro dobrador de ar e damos a poção. – disse o grandão.

-Mas vamos matar dois dobradores de ar! Você está louco?!

-Vai fazer corpo mole agora? Deixa de ser fraco! O que essas moscas vão fazer contra nós? E eles vão morrer e ninguém vai descobrir quem foi.

-Isso está errado Tyro!

-E do que me importa?! Você, Chong, sempre foi o fracote da família, nunca se arrisca com nada!

Meu sonho mudou de repente, comecei a sonhar com os monges dobradores de ar. Estavam todos em um quarto e bem no meio uma cama com uma moça deitada. Era Ahpi. Estava tão fraca e doente, parecia tão frágil.

-Ela não vai agüentar muito mais. – um homem disse pesaroso.

-Sei disso, mas não podemos fazer mais nada. – disse outro homem com uma maleta.

De repente Ahpi se levantou da cama levitando, com os olhos e a seta da cabeça brilhando. Depois ela despencou do alto na cama e parou de respirar. Ahpi havia morrido.

Acordei de manhã desesperada chorando. Ver aquela cena me deixou chocada. Ming e Lee me viram chorando na cama e vieram me confortar.

-O que aconteceu? – Ming me abraçou preocupada.

-Eu vi... Eu vi Ahpi. Eu vi os dobradores de terra de novo... – tentei falar entre os soluços. – Eu vi quando Ahpi morreu, vi tudo o que aconteceu. – comecei a chorar de novo.

-Tenta respirar direito Nikki, fica calma e conte tudo pra gente depois. Tudo bem? – Lee segurou minhas mãos.

-Tá. – respirei fundo e tentei ficar mais calma. – Eu sonhei com os dobradores de terra que eu falei, eles não tinham certeza se Ahpi era mesmo o Avatar e que olhavam um amuleto pra saber. Os nomes deles eram Tyro e Chong. Um deles tinham o sangue frio, ele disse que não se importaria em matar dois dobradores de ar. Depois vi Ahpi no dia em que ela morreu. Foi tudo muito real. – esfreguei os olhos impedindo as próximas lágrimas que iriam descer.

-Precisamos falar com Meigh, e urgente. – Lee olhou preocupada.

p { margin-bottom: 0.21cm; }

Acordei cedo e me dirigi até o saguão do palácio. Todos estavam lá: Senhor do Fogo Chang, Lee, Ming, Ling, alguns empregados e Masami. Eu tinha dito a ele que daria um jeitinho, e com certeza iria.

-Oi pessoal. – disse e eles olharam instantaneamente pra mim.

-Bem, acho que não precisa pegar nada não é Avatar? – Ling perguntou.

-Não preciso, mas gostaria de levar algumas coisinhas daqui. – falei sorrindo.

Todos me olharam desconfiados e eu comecei a falar.

-Quero levar a destreza e força. – olhei para Lee. – Quero levar a razão e emoção. – olhei para Ming que estava quase chorando. – Quero levar o comprometimento. – Ling arrumou a postura. – Quero levar o cuidado de alguém que cuida muito bem do seu povo. – Chang me reverenciou com a cabeça. – E quero levar a coragem, a disciplina, e um uma pessoa a quem eu possa confiar, alguém que eu saiba que se eu estiver sendo derrotada essa pessoa vai dar a vida para me ajudar e eu faria o mesmo por ela sem pensar duas vezes. – sorri para Masami. – Na verdade eu quero levar: Lee, Ming e Masami. Quero que me ajudem onde eu estiver.

Ming e Lee vieram me abraçar e Masami continuou sorrindo pra mim.

-Sei que minhas filhas podem ajudar em seus treinamentos Nikki, mas e quanto a Nação do Fogo? Podemos precisar delas aqui. – Chang argumentou.

-Eu sei disso Senhor Chang, mas me identifiquei muito com suas filhas e elas me treinaram muito bem, quero continuar treinando com elas.

Chang abaixou a cabeça pensativo e depois olhou para as filhas sorrindo.

-Se é isso que deseja Avatar, acho que minhas filhas precisam de um pouco de liberdade.

-Ah papai! Muito obrigada por nos deixar ir! – Lee correu para abraçá-lo.

-Vamos sentir sua falta. – Ming o abraçou também.

-Também vou querida, mas sei que estarão fazendo algo de importante e sei que vocês estarão com o Avatar, nada acontecera com vocês. – Chang as abraçou de novo.

-Então acho que já podemos ir. – falei para Ling.

-Sim, podemos sim. – ele disse.

-E vamos do que? – Lee perguntou ansiosa.

-Vamos de Bisão Voador.

-É sério?! Não acredito que vou mesmo voar! – não acreditava naquilo.

-Mais sério impossível. – ele confirmou.

-Voar? Ahn... é parece legal... – Masami pareceu nervoso.

-Parece? Mas é claro que é! – exclamei.

-Você já voou? – ele perguntou.

-Er... não. – dei um sorriso amarelo.

-Pois é eu já voei num balão e não é nada agradável. – disse Masami.

-Não me surpreende. Você é um dobrador de terra, deve ficar na terra. – Ling deu de ombros.

-Bem... – Masami coçou a nuca. – Isso faz sentido.

-Sem conversa pessoal, se precisarem pegar alguma coisa corram por que o bisão já está pousando. – Ling falou e apontou uma coisa grande chegando perto.

-Eu tenho que pegar alguma roupa! – Ming correu para o palácio.

-Ming! Me espera! – Lee correu atrás.

-Vai pegar alguma coisa? – Masami chegou ao meu lado.

-Vou pegar o meu vestido frufru. – falei.

-E eu vou pegar meu traje elegante, vai que eu precise dele de novo? – ele riu.

-Claro, teremos muitas festas para ir, e sempre com as mesmas roupas. – soquei o ombro dele de leve.

-Com certeza. – ele riu. – Agora se a senhorita me der licença, vou pegar meus trajes elegantes. – ele se curvou brincando.

-Claro senhor. – fingi segurar um vestido.

Depois de todos prontos no saguão embarcamos no bisão voador. Uma garota estava “pilotando” o animal. Decidi cumprimentá-la.

-Oi. – falei timidamente.

-Oi! Você é Nikki né? Você é muito bonita! Você tem quantos anos? Quando descobriu que era o Avatar? Você viu minha prima Ahpi? – ela soltou as perguntas como jatos d’água.

Tentei raciocinar um pouco e comecei a responder as perguntas dela.

-Sim, eu sou a Nikki. Muito obrigada. Tenho quinze anos. Descobri que eu era o Avatar quando uma geleira caiu em cima de mim e sim, eu vi a Ahpi. – respondi respectivamente.

-Coitadinha da Ahpi, sofreu tanto antes de morrer. – ela ficou triste.

-O que aconteceu com ela? – perguntei.

-Ela ficou doente de uma hora para outra, não sabemos até hoje o que aconteceu. Ahpi era a neta da Jinora.

-Isso é muito triste. – falei. – Mas e você como se chama? E de qual dos netos do Aang você é neta?

-Eu sou a Meigh e sou a neta da Ikki. – ela sorriu.

-Isso explica a eletricidade! – Ling gritou lá de trás.

Todos riram.

-Enfim, Appa vai chegar rapidinho na ilha. – Meigh disse.

-Appa? Colocou o nome do bisão do Aang? – Ling perguntou.

-Sim. – ele fez uma cara de: “E daí?”.

-Interessante...

Continuamos a viajem em silêncio. Voar era incrível, o vento batendo no rosto e a sensação de liberdade. Todos pareciam estar se divertindo, menos Masami. Fui ao lado dele e ele parecia estar verde.

-Acho que você precisa descer. – disse.

-Não é necessário, vamos chegar logo... eu espero. – ele resmungou.

-Você é quem sabe. – dei de ombros.

-Sabe o que vai me fazer melhorar um pouco? – ele sorriu.

-O que? – perguntei confusa.

-Você ficar aqui comigo, do meu lado. – Masami estendeu o braço.

Fui até ele que me abraçou, deitei a cabeça em seu ombro e passamos o resto da viagem juntos. Ming e Lee nos olhavam e cochichavam rindo.

Sobrevoamos a Cidade da Republica, aquilo era incrível, apesar de os não-dobradores tomarem conta da cidade ela era muito incrível e tecnológica, quer dizer, havia coisas brilhantes nas paredes dos prédios, carros, bicicletas que se moviam sozinhas, telas que passavam muitas imagens ao mesmo tempo.

-Caramba isso é incrível! – me debrucei no encosto do Appa.

-Nikki, toma cuidado! – Masami falou.

-Deixa disso garoto! – me debrucei mais.

Fiquei tão impressionada que quando me dei conta estava com o corpo completamente para fora da cela do bisão e acabei caindo.

-AHHHHH!!!! – comecei a gritar desesperada.

-NIKKI!!!!! – ouvi Masami gritar.

Estava em queda livre, não conseguia me concentrar em nada só via o chão se aproximando. Consegui virar de costas parar baixo e olhar o bisão vindo rápido em minha direção. Eu caia mais rápido e lembrei de uma vez que Meiko pegou uma flor em uma árvore alta para Lee, ele conseguiu planar dobrando o fogo.

Fechei os punhos e fogo surgiu neles, consegui planar uns cem metros e acabei caindo no mar. Mergulhei muito fundo com a força da queda, não daria tempo de nadar até a superfície, a minha sorte é que eu dobrava a água muito bem. Comecei a girar e logo um redemoinho se formou em volta de mim, consegui adquirir mais força e uma tromba d’água me jogou para o alto e Meigh manobrou o bisão e eu cai no estofado da cela.

-Eu disse pra você tomar cuidado! – Masami me segurou com força.

-Relaxa... – respirei ofegante. – eu sempre tomo.

-Eu vi que você toma muito cuidado! – Ming estava assustada.

Olhei cansada para ela. Pousamos na ilha e Masami correu para um arbusto... vomitar.

-Precisa de um médico? – Meigh perguntou.

-Não, eu estou bem só preciso... - Masami sentou no chão e tocou a terra com força. – Ah terra! Como eu amo o chão!

-Pode ficar na terra o quanto quiser, depois de conhecer o seu quarto. – Meigh disse.

-Claro, como quiser. – Masami disse.

Meigh chamou o irmão Jungi pra levar Masami até o quarto e depois levou eu, Ming e Lee para o nosso quarto.

-Ainda não acredito que estou aqui! – falei.

-E eu ainda não acredito que você está mesmo namorando o Masami! – Ming se jogou na cama e abraçou um travesseiro.

-Pois é, quer dizer que com Lin não iria dar certo mesmo, você prefere os caras mais fortes. – Lee sentou na cama de lado.

-Lin?! Não me fale daquele cara! Idiota estúpido! – fechei o cenho.

-O que ele fez? – Lee perguntou curiosa.

-Além de queimar a perna dela? Deixa eu ver... – Ming colocou a mão no queixo. – Achou que ela era uma garota qualquer, gritou com ela e ainda forçou ela a dançar com ele.

-Como você sabe disso?! – perguntei assustada.

-Eu tenho olhos escondidos. – Ming fez cara de mistério.

-Muito medo de você! – Lee disse rindo.

Continuamos conversando até que Meigh bateu na porta.

-Pronta para treinar Nikki?

-Mas acabamos de chegar, e está quase anoitecendo. Não podemos fazer um passeio na Cidade da Republica? – pedi.

-Vou ter que pedir para meu pai. Fiquem aqui e eu já volto. – ela saiu e uma lufada de ar entrou no quarto fazendo tudo voar.

-Eu preciso aprender a dobrar o ar, e rápido! – fiquei ansiosa.

Bendi, pai da Meigh a deixou nos levar para a cidade da republica. Encontramos Masami na frente do templo, Appa já estava lá, prontinho para nos levar.

-Vamos ter que voar de novo?! – Masami perguntou incomodado.

-E quer que façamos como? – Lee fez uma pergunta retórica.

-Hum... eu posso dar um jeitinho. – falei.

Todos me olharam desconfiados, andei até o píer e Masami me acompanhou com um pouco de medo.

-O que você vai fazer? – ele perguntou.

-Observe.

Pulei no mar e esperei Masami pular também. Ele ficou olhando confuso pra mim até que fiz sinal para ele pular também. Masami não queria de inicio, mas eu o puxei pra água com á própria água.

-Pra que isso?! – ele tentava nadar.

O segurei pela cintura e falei:

-Vamos chegar mais rápido do que o bisão. – sorri.

-Ahn... o que exatamente você quer fazer? – Masami ficou assustado.

Virei de frente para o píer e peguei impulso com os pés e a mão numa parede de gelo que eu fiz e eu e Masami deslizamos mais ou menos a cinquenta quilômetros por... minuto até percorrermos metade do caminho. Fiz outra parede de gelo e deslizamos de novo até a costa da Cidade da Republica antes do bisão chegar a metade do percurso.

Masami estava tremendo e mal balbuciava as palavras.

-Mas... onde... onde estamos? Eu morri?

-Para de ser tosco, eu disse que chegaríamos antes do bisão e aqui estamos nós: Cidade da Republica!

-Aquilo foi pior do que voar! – Masami reclamou.

-Então da próxima vez vem voando e chegue aqui no dobro do tempo. Pelo menos foi rápido! – me defendi.

-Tanto faz, dobrador de terra foi criado pra ficar em terra firme, água e ar não são sólidos e não nos dá nenhuma segurança! – Masami começou a torcer a roupa tentando se secar. – Dá pra me ajudar?

-Claro. – tirei a água da roupa de com dobra.

-Pelo menos agora estou seco. – o sorriso brincalhão voltara.

Tirei a água da minha roupa também e ficamos esperando o bisão pousar.

-Caramba! Aquilo foi rápido! – Ming pulou do Appa.

-Eu sei. – sorri.

-Vamos gente, meu pai não quer que demoremos muito. – Meigh começou a andar na frente.

Começamos pelo centro, era tão incrível! Tinha tantas coisas incríveis. Meigh mostrou uma caixa quadrada que passava imagens, como se pessoas vivessem lá dentro, ela disse que aquilo se chama televisão.

-Por que as imagens se mexem? É como se as coisas vivessem lá dentro! – colei o rosto na vitrine de televisão.

-Na verdade é difícil explicar, mas você nunca tinha visto uma televisão? – Meigh perguntou.

-Não! – continuei vidrada na televisão.

-Eu já vi isso. Só que nosso pai não nos deixa ter uma em casa. – Lee falou.

-É, minha mãe disse que é uma distração muito grande para os dobradores e que não serve para o treino. – disse Masami.

-Meu pai fala a mesma coisa, ele diz que isso é diversão para os não-dobradores, disse que a diversão para os dobradores é o treino. – Meigh deu de ombros.

-Que pena, mas parece tão interessante! – reclamei.

-Pode ser, mas vamos continuar com o passeio. – Meigh começou a apontar para os lugares. – Ali é o cinema. – ela apontou para uma porta cheia de luzinhas e muitos cartazes de fotos e legendas.

-O que é o cinema? – perguntei.

-É como uma televisão, mas muito maior. – disse Masami. – Posso te levar algum dia.

-Isso seria demais! – falei.

-Ali é o hospital. – Meigh apontou um prédio grande cheio de janelas. – E ali é a Central de Policia. – ela mostrou um prédio também grande com uma estátua de uma mulher na frente.

-Então aquela ali é a Toph? – falei olhando para a estátua.

-Sim. – Masami ficou olhando encantado. – Uma das mulheres mais brava e forte da família Beifong. – os olhos dele brilhavam.

-Você conhece a história? – Meigh perguntou.

-Claro! Mais do que conheço. Também sou da família Beifong. – ele sorriu.

-Eu não sabia. – Meigh ficou sem graça.

-Eu ainda vou ser o Chefe de Policia, e vou continuar com a tradição da família Beifong.

-Boa sorte pra você Masami, mas que tal continuarmos o passeio? – perguntei.

-Isso mesmo, viemos passear! – Ming exclamou.

-Tanto faz. – Masami continuou vidrado na estátua.

-Vem logo menino! – puxei o braço dele.

Continuamos andando e conhecendo lugares novos. Meigh nos levou pra tomar sorvete e conversar. Ming e Lee não paravam de olhar para mim e Masami sentados juntos de mãos dadas, aquilo me deixou sem graça. Meigh não ligava muito pra essas coisas, começou a explicar sobre Ahpi.

-Quer dizer que ela ficou doente sem mais nem menos? – perguntei.

-Sim, eu me lembro da semana que ela ficou doente. – Meigh abaixou a cabeça.

-Espera ai! Você lembra? Quer dizer, você tem quantos anos? – perguntei.

-Claro que lembro! Eu tinha oito anos quando ela morreu.

Fiz as contas rápidas e me assustei com a idade dela.

-Você tem vinte e três anos?!

-Sim, por quê? – Meigh se assustou.

-Você aparenta ter a minha idade! – exclamei.

Realmente, Meigh parecia uma adolescente de quinze, no máximo dezessete anos.

-Muito obrigado, me sinto jovem mesmo. – ela riu.

-Eu preciso desse segredo! – Ming pareceu perplexa.

-Ahn... eu não faço nada de mais, mas acho que pelo fato de eu não comer carne ajuda. – ela deu de ombros.

-Deve ser isso, vou parar de comer carne.

-Há! Eu aposto que não consegue ficar uma semana! – Lee começou a rir.

-Pode rir a vontade! Eu vou conseguir! – Ming ficou brava.

-Continuando... – fiz sala pra Meigh continuar a história.

-Sim, continuando. – ela deu um pigarro. – Naquela semana recebemos a visita dos dobradores de terra, eles vêm de tempos em tempos ajudar em alguns consertos na Cidade da Republica. E depois que saíram Ahpi ficou doente e na mesma semana morreu.

-Mas como descobriram que ela era o Avatar? – Lee perguntou.

-Quando ela estava acamada, por algum motivo ela entrou no Estado Avatar e no mesmo dia morreu. – Meigh ficou incomodada.

-Eu já ouvi falar disso, minha mãe disse que os membros da Lótus Branca foram chamados quando descobriram o Avatar do Reino da Terra e na mesma semana o Avatar morreu. – disse Masami.

-E meu pai disse que o rapaz que foi indicado como o provável Avatar também morreu de repente. – Lee ficou assustada.

-Isso é muito estranho, os Avatares morrerem assim de repente. Como se fosse alguma doença. E se for mesmo uma doença? Quer dizer que eu corro riscos? – fiquei preocupada.

-Não, isso não deve ser uma doença, é mais como uma maldição. – Ming arriscou.

-Isso é pior do que doença. – coloquei a mão na testa. – Espera, você disse que dobradores de terra foram para o templo na semana que Ahpi morreu? – fiquei intrigada.

-Sim. – Meigh confirmou.

-Ah não. Eu sonhei com dobradores de terra, eles queriam dominar a Nação do Fogo e os Nômades do Ar, recrutando os dobradores de terra e de água. Isso é muito estranho. – minha mente estava a mil por hora.

-Mas isso não diz nada. – Meigh disse.

-Eu sei, mas eu sinto alguma coisa estranha. Você lembra se Ahpi tinha alguns sonhos estranhos? – perguntei.

-Não, disso eu não lembro, mas a Tia Pan deve saber alguma coisa.

-Podemos vê-la amanhã? – Lee perguntou.

-Sim, podemos sim.

-Vamos deixar essa conversa para amanhã. Quero curtir o momento. – Masami colocou as mãos atrás da cabeça.

-Curtir o momento? Curtir o momento como? – fiquei interessada.

-Quer ir pro cinema? – ele se arrumou na cadeira e olhou pra mim.

-Sério que vai me levar? – me animei.

-Claro que sim! Quer ir agora? – ele se levantou da cadeira.

-Quero sim! – pulei da cadeira e dei um beijo na bochecha dele.

-E ai pessoal vamos também? – Masami perguntou.

-Não, não. Vamos ficar no sorvete, vão vocês. – Lee sorriu.

-Tudo bem, nos encontramos na ilha? – perguntei.

-Sim, nos encontramos na ilha. – disse Ming.

Masami me levou para o cinema assistir um filme de lutas, mas pra falar a verdade nem prestamos atenção no filme.

Depois do filme tomamos refrigerante e fomos para a ilha do meu jeitinho Express. Masami me deixou na porta do meu quarto e quando entrei as meninas estavam coladas na porta.

-E ai? Como foi o filme? – Ming estava quase comendo os dedos.

-Bem... foi... er... interessante! – eu nunca soube mentir.

-Eu sabia! Me deve dez yuans! – Ming estendeu a mão pra Lee.

Lee deu o dinheiro para a Ming e estava brava.

-Mas o que vocês apostaram? – fiquei confusa.

-Eu apostei dez yuans com a Lee que você nem iria prestar atenção no filme enquanto estivesse com o futuro Chefe Beifong. – Ming se atirou na cama.

-Mas por que ficam apostando coisas sobre mim e Masami? – deitei na cama.

-Por que é legal adivinhar a vida dos outros. – Lee riu.

-Isso se chama fofoca e é muito feio. – reclamei.

-Até parece que vamos parar. – Ming mostrou a língua. – Enfim, vocês são tão meigos juntos.

-Tanto faz, agora eu... – bocejei. – estou com sono. – deitei de lado e logo dormi.

O meu sonho foi mais atormentador, foi como se eu estivesse em outra vida. Eu estava em uma sala grande parecido com os quartos do Templo do Ar. Eu estava com dobradores de terra, mas era como se eles não me vissem.

-Tem certeza que ela é o próximo Avatar? – um homem alto e magro perguntou, tinha a mesma voz do meu sonho no primeiro dia na Nação do Fogo.

-Sei lá, você não olhou aquele amuleto? Aquilo que diz se é ou não é. – um grandão com voz de touro disse.

-Eu olhei, mas não estou cem por cento certo, vai que não é ela? – o magrelo parecia estar com duvidas.

-Então se não for ela procuramos outro dobrador de ar e damos a poção. – disse o grandão.

-Mas vamos matar dois dobradores de ar! Você está louco?!

-Vai fazer corpo mole agora? Deixa de ser fraco! O que essas moscas vão fazer contra nós? E eles vão morrer e ninguém vai descobrir quem foi.

-Isso está errado Tyro!

-E do que me importa?! Você, Chong, sempre foi o fracote da família, nunca se arrisca com nada!

Meu sonho mudou de repente, comecei a sonhar com os monges dobradores de ar. Estavam todos em um quarto e bem no meio uma cama com uma moça deitada. Era Ahpi. Estava tão fraca e doente, parecia tão frágil.

-Ela não vai agüentar muito mais. – um homem disse pesaroso.

-Sei disso, mas não podemos fazer mais nada. – disse outro homem com uma maleta.

De repente Ahpi se levantou da cama levitando, com os olhos e a seta da cabeça brilhando. Depois ela despencou do alto na cama e parou de respirar. Ahpi havia morrido.

Acordei de manhã desesperada chorando. Ver aquela cena me deixou chocada. Ming e Lee me viram chorando na cama e vieram me confortar.

-O que aconteceu? – Ming me abraçou preocupada.

-Eu vi... Eu vi Ahpi. Eu vi os dobradores de terra de novo... – tentei falar entre os soluços. – Eu vi quando Ahpi morreu, vi tudo o que aconteceu. – comecei a chorar de novo.

-Tenta respirar direito Nikki, fica calma e conte tudo pra gente depois. Tudo bem? – Lee segurou minhas mãos.

-Tá. – respirei fundo e tentei ficar mais calma. – Eu sonhei com os dobradores de terra que eu falei, eles não tinham certeza se Ahpi era mesmo o Avatar e que olhavam um amuleto pra saber. Os nomes deles eram Tyro e Chong. Um deles tinham o sangue frio, ele disse que não se importaria em matar dois dobradores de ar. Depois vi Ahpi no dia em que ela morreu. Foi tudo muito real. – esfreguei os olhos impedindo as próximas lágrimas que iriam descer.

-Precisamos falar com Meigh, e urgente. – Lee olhou preocupada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!