The Perfect Ball escrita por Rocky


Capítulo 16
Double trouble


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Espero que estejam gostando da fic, pq estou fazendo de tudo pra caprichar e postar com frequência ♥



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Sentei na grama ainda com o corpo molhado. Minha cabeça rodava e eu não sabia se me sentia bem por ter beijado Jason ou triste, por ter certeza de que isso jamais aconteceria novamente. Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos e de repente a noite não tinha mais graça. A música continuava a tocar e as pessoas continuavam a rir, mas meu coração não estava vibrando como a algumas horas.

Levantei e voltei para perto do bar, sentando no chão e afundando o rosto entre as mãos. Essa não era a vida que eu esperava ter. Nunca tinha passado pela minha cabeça que eu estaria tão envolvida com drogas e bebida que não iria querer mais viver de outro jeito. Agora eu não tinha como dizer que aquele exame antidoping estava errado.

Senti mãos apertarem meus ombros com delicadeza e meu nome ser dito, mas não queria sair do lugar. Não tinha vontade nem de me mexer.

– Pipes, presta atenção em mim, por favor. Está me deixando ainda mais preocupado. – vi que Leo se sentou ao meu lado e segurou minha mão. – Vou pegar um copo de água pra você, pode ser? Vem comigo.

Ele me ajudou a levantar e entramos na casa de não sei quem, eu não prestava atenção no caminho. Leo me deu a água e continuou ao meu lado até eu terminar de beber.

– Jason fez alguma coisa com você? – ele perguntou sério e eu demorei alguns segundos para encontrar minha voz de novo.

– Não.

– Então por que está desse jeito?

Tudo o que eu queria esquecer passou pela minha mente e comecei a soluçar de novo, mais forte do que nunca. Meu corpo todo tremia e eu teria desmoronado no chão se não fosse Leo. Eu nunca tinha chorado com tanta intensidade na vida.

– Ei, ei. Tá tudo bem. Já passou. – disse o garoto, sentando nós dois em um sofá fofo. Isso me fez ficar pior ainda. – Não precisa se preocupar. Eu sei que ele é um babaca.

– Não é ele...

– Tem certeza? Nunca vi Jason beber tanto e ficar tão bravo como hoje. Você realmente deve ser especial para ele.

Revirei os olhos.

– Até parece. Ele não tá nem ai. – falei entre soluços e espasmos. – É outra coisa.

– O que é? Pode me contar se quiser.

Leo levantou e pegou uma xícara de café para mim. Eu não queria imaginar como ele sabia onde ficava tudo naquela casa. Dei um gole e a bebida quente desceu pela minha garganta, aliviando um pouco. Ele ficou em silêncio até que eu consegui falar alguma coisa, então contei tudo o que tinha acontecido, desde o início. Leo ouviu tudo sem dizer nada, até que acabei e não tinha sobrado mais nenhuma lágrima.

– Sinto muito, Pipes.

– Tudo bem.

– Não, de verdade. Nunca achei que você fosse ter uma história triste da primeira vez que te vi. Olha, sei que não posso fazer nada mas garanto que eu vou estar aqui, sempre que precisar.

Eu via nos olhos de Leo que a bebida já estava finalmente fazendo efeito nele, deixando-o sonolento e mais quieto. Deitamos no sofá e lá ficamos por bastante tempo, até que tudo o que eu lembrava era um borrão e minha visão ficou escura.

Xx

– Todo mundo pra fora!

Eu pulei de susto e meus olhos não conseguiram enxergar nada devido à claridade súbita. Tentei lembrar de onde estava e olhei em volta espantada. Leo dormia profundamente ao meu lado no sofá e eu ainda estava de biquíni. Uma garota que não tinha a aparência nada boa batia uma colher de pau numa panela, acordando várias outras pessoas que dormiam jogadas no chão. Eu realmente não queria saber qual era o meu estado, considerando o que estava vendo.

Sacudi Leo com força por um tempão até ele dar algum sinal de vida e bocejar.

– Leo, acorda!

– O que... Frango... Pepperoni...

– Leo Valdez!

– Queijo! To acordado! – gritou ele e deu um pulo no sofá, me encarando assustado. – Piper?

– Pois é, acorda Cinderela!

– Na verdade, é Bela Adormecida, mas eu não sei nada de princesas. – ele falou com cara de sério.

– Ai deuses! Vamos sair logo daqui. - levantei e me espreguicei, seguida pelo meu amigo esfomeado.

Andamos desviando de seres adormecidos ou acordando até que conseguimos chegar ao ar puro e fresco. A bancada da varanda estava cheia de copos plásticos coloridos usados e a piscina tinha balões estourados, tudo uma bagunça. Apesar disso, consegui achar um pedaço de pano branco jogado de lado e fiquei feliz por não ter perdido o vestido de Hazel. Joguei ele no ombro e esperava conseguir lavar antes de voltar a vestir, vai saber o que tinha acontecido por ali.

– Quer ajudar? – perguntei, ao ver que várias pessoas já estavam com um saco de lixo na mão catando restos. Leo não respondeu de primeira e eu me virei para flagra-lo encarando meu corpo seminu. – LEO!

– EU! Que coincidência a praia ser ali do lado. Ninguém se importaria se a gente fosse direto pra lá. – Leo deu uma risada nervosa e corremos pela escadinha até chegar à areia. Tantas coisas tinham acontecido ontem nesse mesmo trajeto que eu preferia não pensar em nada.

Às vezes gostaria de controlar o destino, de verdade. Com certeza não seria obrigada a encontrar uma rodinha com meus novos companheiros bem lá na frente, perto da água. Fingi que não os vi e fui em direção ao mar. O vento forte bagunçava meus cabelos e ao me aproximar, senti a água gelada lavar meus pés. Continuei entrando até estar quase com a cintura submersa e lavei o vestido, colocando-o de volta no corpo.

Leo tinha me acompanhado só até a metade do caminho. Minha cabeça doía um pouco e uma lerdeza sem fim me dominava, e tinha certeza que a ele também. Contra a minha vontade, voltei até onde ele estava e juntos fomos até onde o aglomerado de adolescentes sentados na areia se encontrava.

– Finalmente apareceram! – disse Dakota, que já estava com uma garrafa com alguma bebida vermelha dentro.

– Bom dia, fãs. – falou Leo, pegando minha mão e me obrigando a fazer uma reverência junto a ele.

Além de Dakota, Hazel, Frank, Gwen (a garota loira que eu tinha ficado), Hylla, Nico, Reyna e Jason completavam a rodinha.

Não ousei olhar diretamente qualquer um dos dois, mas pude perceber que Reyna estava com os olhos inchados e Jason fazia uma cara de poucos amigos. Contudo, os dois estavam lado a lado e eu não sabia o que pensar a respeito.

– Parem de ficar pra baixo, todo mundo! Hoje é sábado e ontem foi uma noite maravilhosa! – disse Dakota, animado e provavelmente um pouco alterado. Ele não sabia que a noite tinha sido uma merda para vários de nós.

– Já falei pra você não ficar bebendo logo de manhã, garoto. – falou Hazel rindo.

– Mas meu amor, você fica muito preocupada comigo. – ele respondeu. Percebi que Frank lançou um olhar de raiva para Dakota, mesmo que ele estivesse brincando. Alguma coisa tinha entre Hazel e ele. – Já sei, vamos brincar de alguma coisa.

– De que?

– Verdade ou consequência, claro! Ainda sobrou bebida de ontem e vai deixar todo mundo feliz! – disse Dakota com um sorriso no rosto. Eu já tinha começado a pensar em uma desculpa para ir embora, não queria me meter em ainda mais confusão.

– Até que pode ser legal. – respondeu Hazel e a maioria concordou.

– Leo, eu acho que já vou embora. – falei em seu ouvido.

– Por que, Pipes? Vamos ficar mais um pouco, não tem nada para fazer mesmo.

– Mas eu não queria ficar aqui.

– Relaxa, daqui a pouco a gente vai e te deixo em casa.

Respirei fundo. Eu não conseguiria voltar sozinha e ninguém parecia disposto a sair dali. Exceto o casal lindinho.

– Vamos começar então!

Dakota foi até a casa e voltou com uma garrafa de vodka e outra de refri para misturar, além de uma garrafa vazia e uma mesinha para botar na areia. Aquele lugar me surpreendia cada vez mais. Eu estava lá há menos de um mês e já tinha feito mais coisas “erradas” que na minha vida toda. E eu achando que pessoas do interior eram mais comportadas. Eles bebiam até no café da manhã.

– As regras são as seguintes: se a garrafa parar em você, tem que tomar uma dose antes de continuar e se não quiser responder à pergunta, é obrigado a fazer o desafio.

– Mas você quer deixar todo mundo bêbado que nem você, palhaço. – reclamou Nico.

– Até parece que você recusa uma bebida, emozinho.

– Para de me chamar de emo! Eu já passei dessa fase.

– Tá bom, irmãozinho, agora você é hipster, já entendemos. – falou Hazel. – Vamos logo!

– Ok! – Dakota girou a garrafa e ela parou apontada para Nico e Frank.

– Ah não! Isso é palhaçada! – disse Nico.

– Parece que você tem sorte, emo.

Nico bebeu um gole grande e escolheu pergunta.

– Hazel já te viu alguma vez batendo punheta? – perguntou Frank com um sorriso no rosto e todos começaram a rir. - Tem que ser sincero, Niquinho.

– Claro que não! Isso é uma coisa particular! – respondeu Nico, mas até ele sorria.

Logo era a vez de Hazel e Hylla, Hazel foi obrigada a dar um beijo em Frank (o que nem teve graça pois nenhum dos dois achou ruim). Várias rodadas passaram e eu respondi algumas perguntas que não eram muito apropriadas para citar. Então a garrafa parou em Jason e Gwen.

– Verdade ou consequência, garotão? – perguntou ela, depois de Jason beber. Todos já estávamos meio bêbados.

– Verdade.

– Você já ficou com alguém daqui além de Rey? – disse Gwen. Jason ficou branco, assim como eu e a morena. Parecia que eles tinham feito um acordo de deixar aquilo em segredo.

– Quero desafio.

– Se você já ficou com alguém daqui além da Reyna, beije-a. – Gwen abriu um sorriso malicioso.

– Gente, acho que eu to passando mal. De verdade. Preciso ir embora. – falei em um tom que eu pensei ser convincente, já me levantando. Hazel, que estava ao meu lado, segurou minha mão.

– Espera um pouquinho, Pipes. Essa é a última.

– Mas eu preciso mesmo ir.

– Calma aí, você nem fez nada pra sair de fininho. Dois minutos.

Todos me encararam e eu tive de sentar novamente, esperando para ver o que Jason iria fazer. Reyna olhava para ele com a mesma expectativa, só que pior. Não, não, não. Ele tinha que continuar ali sentado e inventar alguma coisa. Eu via a briga interna se passando dentro de seus olhos, mas ele não estava exatamente sóbrio. E mesmo que estivesse, eu já tinha percebido que Jason não mentiria novamente, ele tinha honra.

– E então? – perguntou Gwen.

Jason se levantou. Meu coração passou a bater acelerado demais e eu achei que fosse ter um infarto. Pare agora, não faça isso. Mas ele se abaixou na minha frente e me deu um selinho.

Todos calaram a boca e ficaram nos encarando. Eu não sabia o que fazer. Reyna começou a chorar e saiu correndo dali. Eu também senti que estava prestes a desabar. Jason tinha estragado toda a chance que eu tinha de criar uma amizade com aquelas pessoas, eu tinha certeza de que todas iriam apoiar Reyna, não a vadia novata.

Me repreendi por meus pensamentos. Isso era culpa minha, não dele.

– Eu preciso mesmo ir. – falei com a voz embargada e fui para o lado oposto, sentindo a vergonha me dominar completamente. Por que eu tinha que gostar de alguém improvável? Se eu não tivesse enchido a cara e tentado fazer ciúmes em Jason, nada daquilo teria acontecido.

Eu não ouvia mais nada do que eles falavam. Sabia que estava sendo incrivelmente burra e iria me perder, mas eu não queria encarar ninguém agora.

– Piper! – gritou uma voz que se destacou de todas as outras. Eu olhei para trás e vi que o grupo de amigos já estava longe, mas quase desabei de surpresa.

Dessa vez, Jason Grace vinha atrás de mim, não de Reyna.


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Notas finais do capítulo

Ah! estou querendo fazer uma maratona de capítulos essa semana, mas não é certeza (semana que vem irei viajar), então estejam preparados
xoxo



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