The Perfect Ball escrita por Rocky


Capítulo 17
Breathtaking


Notas iniciais do capítulo

GENTE! Vocês querem me matar, né? Com razão kkkk.

Me desculpem, sério. Eu fiquei atolada de coisas pra fazer e bateu uma falta de inspiração hard nesse cap, juro que eu tentei escrever váriasss vezes e não saia nada. No fim só tava conseguindo entrar para postar na fic do desafio e olhe lá. (sei que não mereço, mas se quiserem dar uma olhadinha é essa aqui: https://fanfiction.com.br/historia/650868/Mudblood/ )

Outra coisa: eu postei um cap aqui sem querer KKKKK fiquei morrendo de vergonha. É pq quando não estou em casa, escrevo nas outras fics e boto para programar uma data bem longe pra dar tempo de eu salvar e apagar. O problema foi que eu esqueci dessa partezinha e não apaguei antes do dia, socorro. Não, não tinha nada a ver com TPB ashlaksdj

Espero que gostem desse capítulo, apesar da demora. Beijos!



Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=RknUh1LapJs
(José González - Cycling Trivialities)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/259781/chapter/17

– Ei! Será que dá pra me escutar?! – gritou ele, já me alcançando. Senti sua mão segurando meu braço de leve, mas continuei andando sem me virar. – Piper!

– O que é? – perguntei, olhando-o nos olhos agora. Era difícil manter a compostura encarando aquele tom de azul maravilhoso. Eu não conseguia explicar o misto de expressões que passava pelo seu rosto, indo desde culpa até um pouco de raiva. Apesar disso, continuei na minha posição.

– Me desculpa! Olha, eu sei que estou pisando na bola desde que nos conhecemos, mas sempre que tento me distanciar de você, alguma coisa me atrai de volta. Isso nunca tinha acontecido com ninguém e está me deixando louco! Eu amo Reyna, mas sinceramente, não sei o que fazer agora. – ele disse com algum esforço. – Preciso ficar perto de você.

– Me desculpa, Jason. É tarde demais, eu estraguei tudo. A única coisa que quero é ir pra casa!

– Deixa eu falar com você!

– Agora não! Por favor, eu só quero ir pra casa!

Continuei andando, dessa vez em direção ao mar. Esperava que a água me ajudasse a raciocinar direito, ou pelo menos a tentar conter as lágrimas. Não funcionou.

– Piper, por favor! Me escuta.

– Eu sempre faço isso, Jason. Sempre estrago tudo. E quando não sou eu, as coisas dão um jeito de acabar por si só.

As ondas batiam em minha cintura, mas eu continuei andando. Não me importava se eu me afogasse. Seria um alívio, na verdade. Furei uma onda e ela me levou ainda mais para o fundo. Já estava no meio do dia e a água quebrava com a força de uma maré cheia e agitada. Eu sentia a força que movia meu corpo fazer com que fosse difícil nadar.

– Volta! Você não conhece o mar daqui. É perigoso!

– Eu não ligo! Você não sabe de nada do que aconteceu, e mesmo que soubesse, estaria ocupado demais com a sua namoradinha para se preocupar. Eu nunca vou ter um espaço, Jason! – gritei com toda a força. As palavras saíam da minha boca sem que eu nem pensasse direito. – Você sabe disso e continua tentando me fazer acreditar que sou importante para você. Não sei se tem o costume de fazer isso com todas as garotas que aparecem nessa merda de cidade, mas pra mim já deu. Agora pode voltar para a sua preciosa rodinha de amigos junto com o amor da sua vida, não precisa fingir que se importa.

– O que está tentando fazer, Piper? Para com isso agora! Você ouviu o que acabou de dizer?

Tinha pedras por todos os lugares agora, grandes pedras que subiam acima da superfície da água. Eu não queria continuar sofrendo do jeito que estava. Não queria acordar todos os dias sabendo que tudo o que eu fazia acabava mal, de uma maneira ou de outra. No mínimo, amanhã Piper McLean seria a vagabunda da cidade que ficou se oferecendo pra cima do namorado da outra. Isso era demais para mim, mais forte do que a felicidade de sentir os lábios de Jason junto aos meus. A culpa fazia eu me sentir um lixo, eu não era esse tipo de pessoa. Estava fingindo ser alguém que eu não era como uma forma de aliviar a dor, que eu continuava tentando dizer para mim mesma que tinha passado. Chega de mentiras.

– Piper!

– O que é? – virei-me para encará-lo. A água também já o cobria. Ele tinha deixado a camisa lá na areia e vinha nadando logo atrás de mim. Admirei a forma como o sol refletia nos pingos de água que molhavam seu cabelo, deixando-o dourado. Isso me fez vacilar por um momento.

– Eu preciso falar com v... PIPER! – ele berrou e fiquei sem entender. Então algo absurdamente forte me empurrou para o fundo e eu senti a água começar a ocupar meus pulmões. Tentei voltar à superfície mas a corrente me puxava de novo. Minha cabeça bateu contra alguma coisa e a última coisa da qual me lembro foi o escuro preencher minha visão.

XX

Abri os olhos e isso me custou um esforço terrível. Uma luz fraca vinha da janela, iluminando o ambiente precariamente. Fiquei surpresa ao ver que eu estava deitada em uma cama de hospital, envolvida em lençóis brancos.

Passei a mão na cabeça e senti que ela estava enfaixada. Eu não me lembrava de como tinha ido parar ali, somente de estar no mar com Jason. Jason! Olhei ao redor em uma vã esperança de perceber sua presença. É claro que ele teria coisas mais importantes para fazer do que estar ali.

De repente um homem jovem muito bonito vestindo um jaleco branco entrou no quarto e pareceu surpreso.

– Finalmente acordou, garota. – ele falou, checando minha temperatura com os dedos. – Para mim, parece ótima.

– O que aconteceu?

– Você bateu a cabeça em uma pedra e quase se afogou. Por sorte, foi só um corte. Devia agradecer seu amigo Jason, se ele não a tivesse tirado da água e chamado a emergência imediatamente, sabe-se lá o que teria acontecido.

– Sério? – falei sem acreditar. Ele realmente se preocupava comigo, ou tinha feito isso por algum senso de obrigação?

– Como já tratamos da ferida, a hora em que estiver pronta pode ir para casa.

– Quero ir agora.

– Tudo bem.

O médico, seu crachá dizia “Apolo”, me ajudou a levantar e andar até o corredor, onde meu pai aguardava sentado. Ele imediatamente veio me ajudar.

– Tudo bem, papai. – falei, agradecendo pela ajuda dos dois. Minha cabeça doía um pouquinho, mas eu não me sentia tonta.

– Vamos para casa, então. – disse ele, como se estivesse aliviado.

Eu sentia um vazio dentro de mim, mas também sentia como se algo tivesse aquecido meu coração. Eram sentimentos tão confusos e opostos que eu não sabia como lidar. Depois de trocar de roupa e pegar minhas coisas, caminhei ao lado do meu pai até chegar ao carro, então apenas fechei os olhos e deixei o vento bagunçar meus cabelos enquanto ele dirigia.

Ao contrário do que eu esperava, não conseguia me sentir em paz ou em silêncio. Parecia existir algo dentro de mim que só me dizia coisas ruins. Fazia eu me sentir mal. Imaginei que Tristan agora sabia do meu estado de bêbada, já que o médico provavelmente tinha feito vários exames. E ainda assim ele não disse nada. Nem agora, nem quando soube que eu tinha sido cortada do time, nem depois de eu passar noites fora de casa. Em compensação, eu queria que ele gritasse comigo. Queria que alguém tomasse o controle por mim, pois eu mesma não sabia mais o que fazer.

Era agoniante. Eu tentava esquecer de tudo e me concentrar em não pensar, mas isso só fazia com que piorasse.

Chegamos em casa e meu pai me levou até o meu quarto. Deitei na cama e fiquei olhando o céu pela janela. O sol já tinha se posto e tinha várias nuvens, o que indicava que eu tinha passado várias horas no hospital. Até a natureza tinha decidido combinar com o meu humor.

A pior parte de ficar em casa era que não tinha nada para fazer. Fiquei assistindo TV por um bom tempo até que meu pai entrou no quarto devagar.

– Ainda está acordada? – perguntou e se sentou na beirada da minha cama.

– Não consigo dormir. Me desculpa, pai. Por tudo.

– Ei, está tudo bem. Relaxe. Eu já tive a sua idade, sei como as coisas são. Você está conhecendo gente nova, lugares novos. Só quero que tome muito cuidado.

Eu não merecia o pai que tinha. Não mesmo. Deitei a cabeça em seu colo e me afundei em lágrimas. Ele pensava que todo o problema era eu estar em uma fase rebelde. Quem dera fosse isso.

– Shhhh. Você tem visitas. Pare de chorar.

– Que visitas?

– Seus amigos vieram te ver. Agora vá limpar esses olhos. Vou falar que você está lavando o rosto porque estava com dor de cabeça.

Ele levantou sem aguardar por uma resposta. Lavei o rosto, mas meus olhos agora viviam inchados. Não sabia mais como era ter uma aparência relaxada. Desci as escadas e encontrei Leo, Hazel e Jason sentados no sofá, o que me surpreendeu.

– O que estão fazendo aqui? – perguntei ao me aproximar deles.

– Vendo se você não morreu, ué! – disse Leo, correndo para me abraçar. – Não faça mais isso, sua idiota.

– Desse jeito você me mata de vez, retardado! – falei com esforço, tentando me livrar do seu aperto sufocante.

– Ainda bem que não foi nada sério, Pipes! – disse Hazel, também me abraçando. – Nunca pensaríamos que tinha sido você quando ouvimos a sirene da ambulância perto da praia. Depois Jason ligou do hospital. Nunca mais faça isso!

– Fazer o que?

– Beber e entrar na água! Quase nos matou de preocupação.

Suspirei. Jason não me faria passar pela vergonha de ser uma depressiva obcecada. Ele não arranjaria uma encrenca desse tipo para si mesmo, com razão até.

– O que importa é que você está bem e trouxemos comida e filmes! – Hazel pegou uma sacola no sofá. – Não tem o mesmo significado para a amizade assistir no Netflix, eu disse que preferia no DVD.

– Porque você é uma fresca! – falou Leo.

– Fresco é você! Você gosta de A Hora Do Rush, Pipes? – ela fez uma pose engraçada para mostrar a capa do filme.

– Gosto. – respondi com um sorriso meia boca. – Vocês não estão com raiva de mim?

– Por que estaríamos? – Leo e Hazel perguntaram juntos.

– Nada.

Observei os dois continuarem a se implicar sem saber muito o que fazer. Me virei para Jason em busca de algo mas ele me lançou um olhar que significava “depois conversamos”.

Meu pai voltou para o andar de cima e nos deixou usar a televisão da sala, o que considerava muito pois ele quase nunca saía de lá. Depois de metade do filme e muita pipoca espalhada pelo chão, eu já conseguia rir naturalmente.

Pela primeira vez, me senti confortável. Até que o filme acabou e eu fui me despedir de Hazel e Leo. Jason continuou ao meu lado vendo as luzes do carro sumirem no escuro. Já passava em muito da meia noite. Ele andou até a varanda e eu o segui.

– Precisamos conversar. – ele disse e eu apenas confirmei com a cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, nem que seja pra me xingar KKKKKK ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Perfect Ball" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.