Então ela me levou a um jardim que ficava na lateral do restaurante, onde não tinha mais ninguém. Por um momento ela ficou me olhando, pensando ou lembrando de algo, eu pensei em... beijá-la. Mas ai não ia dar certo. Calma, Tom, acabou de conhecer a garota!

-Aqui é melhor. -Ela falou, com um sotaque um pouco puxado de Italiano.

-Muito melhor. -Eu disse, rindo.

-Então, você é italiano? - Ela perguntou, e eu balancei a cabeça. –Entende alguma coisa do inglês?

-Muito pouco - Eu falei, um pouco tímido.

-Como eu com o italiano. - Ela sorriu. E que sorriso. Linda demais.

-Entende melhor do que eu - Eu respondi.

-Faz muito tempo... ahn... que você se mudou? - Ela falou, parando pra não errar. Achei divertida.

-Ontem - Eu respondi. Ela pareceu surpresa. É, não era muito comum mesmo. E quando eu ia falar mais alguma coisa, meu celular tocou. Jesus of Suburbia, do Green Day, uma das minhas favoritas.

-Isso é Green Day? -Ela perguntou, abrindo um sorriso.

-É, é sim. -Eu falei, sorrindo e olhando pra ela. Meu celular tocava nas alturas, mas eu não estava afim de pegar. Ela estava sorrindo pra... pra mim. Eu não pode deixar de ficar olhando como o sorriso dela era lindo... e como eu estava ficando fascinado por essa garota tão rápido.

-Não vai atender? -Ela perguntou, risonha. Ela parecia não parar de olhar pra mim tanto quanto eu não parava de olhar pra ela. Ou pelo menos era isso que eu queria que parecesse.

-A música é tão boa, pra que atender? -Perguntei, rindo. -"On a steady diet of..."

-"Soda pop and Ritalin" -Cantamos juntos. -"No one ever died for my sins in hell, as far as I can tell..."

E rimos, de estarmos cantando juntos. E... ela tinha uma voz perfeita, mesmo! Ela cantava muito bem!

-Você tem alguma banda? -Perguntei.

-Anh? -Ela perguntou. -Desculpa, não entendi.

-Perguntei se você toca em alguma banda. -Eu sorri, falando mais devagar.

-Ah, não! -Ela exclamou. -Eu toco violão em casa, só.

-Toca? -Eu perguntei, os olhos brilhando. Ela era linda, gostava de Green Day, cantava muito bem e tocava violão! Essa garota é perfeita. Eu preciso dela.

-Aham, mas nada demais. -Ela disse, rindo. -Bem pouco.

-Aposto que não. -E meu celular parou de tocar.

-Viu, deixasse alguém no vácuo. -Ela riu.

-Sabe, você fala italiano muito bem. -Eu sorri.

-Er, é, eu fiz umas aulas.

-Sabe, você é linda. -Eu sorri, e cheguei mais perto dela.