Do You Speak Italian? escrita por Caroline Lemos, Caco


Capítulo 32
Claire - Parte 15


Notas iniciais do capítulo

E ai galera!
POR FAVOR LEIAM ISSO!!!
Feliz ano novo pra todos vocês, em primeiro lugar!!
Em segundo, muito obrigada pelas reviews, recomendação e novos leitores!
Eu pretendo responder todas as reviews essa semana.
Desculpem a demora pra postar, mas acho que vocês sabem que as coisas tão meio difíceis por aqui. Ele ficou grandão e fofíssimo O melhor capítulo até agora! Vocês merecem. E tem surpresa!! Espero comentários, por favor. Nem que seja um gostei/não gostei!
Curtam ai ;)



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Abri os olhos devagar quando já estava terminando a música. Tom ainda estava com os olhos fechados, mas sorria. Passei algum tempo olhando o sorriso do moreno antes que ele abrisse os olhos. De alguma forma, mesmo com todo esse meu jeito esquisito, eu consegui encontrar alguém que gostasse das mesmas coisas que eu e que principalmente me quisesse por perto e entendesse o que eu sentia. Meu coração batia acelerado no peito, podia senti-lo quase pulando pela boca. Era insano me sentir daquela forma. Quando finalmente terminei a música, ele abriu os olhos e me encarou com um sorriso maravilhoso. Ainda não tinha achado um sorriso que me encantasse tanto. Me aproximei mais dele até me sentar bem perto e deitei a cabeça em seu ombro.

-Muito ruim? – eu perguntei quando meu coração acalmou um pouco.

-Foi perfeita, é claro. – ele disse, brincando com uma mecha roxa do meu cabelo. –Eu já disse que ficou muito legal? – ele perguntou.

-Já – eu ri. –Mas eu fico muito feliz que tenha gostado. – afundei ainda mais o rosto em seu pescoço. Ele tinha um cheiro muito bom. Ficamos algum tempo em silêncio até que ele esticou o braço em que eu estava deitada pelas minhas costas, segurando a minha cintura para me deixar mais perto dele.

-O que você quer fazer? – ele perguntou depois.

-Hm... o que você normalmente faria? – perguntei.

-Bom, videogame ou internet. As duas coisas ficam no andar debaixo. Mas eu acho... – ele pausou e eu levantei a cabeça para encará-lo. Ele tinha um sorriso cheio de segundas e terceiras intenções. –Eu acho que podemos fazer algo mais legal aqui em cima. – ele completou, me encarando.

-Hm, é? Tipo o que? – eu disse, aproximando minha boca da orelha do moreno. Ele fechou os olhos quando eu fiz isso. Me aproximei mais ainda até conseguir mordiscar a orelha dele. Fui descendo meus lábios pela pele do moreno até encontrar seus lábios, mordiscando de leve algumas partes pelo caminho.

-Tipo isso – ele disse e, do nada, o menino começou a fazer cócegas em mim. E eu era muito fresquinha quando se tratava de alguém fazendo cócegas em mim. Ele se divertiu enquanto eu me contorcia e dava alguns gritinhos histéricos. Quando finalmente consegui imobilizar suas mãos – eu sentei em cima dos braços dele – meu coração e minha respiração já estavam completamente desiguais. Ficamos nos encarando assim por algum tempo, até que ele resolveu fazer uma forcinha e já conseguiu se libertar. Levantei em um pulo da cama e sai correndo pelo quarto com o garoto atrás de mim. Por pouco não caímos rolando pela escada.

-Vamos jogar! – eu sugeri, me jogando de qualquer jeito no sofá. O garoto girou os olhos sarcasticamente e deu a volta até sentar-se por cima das minhas pernas. É claro que eu era terrivelmente ruim no videogame. Teria perdido todas as partidas se ele não tivesse descaradamente me deixado ganhar a última. Ainda teve a cara de pau de dizer que a última valia mais do que todas as outras que ele ganhou. Fizemos uma lambança na cozinha depois, na tentativa de preparar um lanche, e eu o ajudei a limpar tudo depois.

-Acho melhor eu subir e me arrumar, não falta muito pro seu pai chegar. – eu disse, depois de terminar de limpar a porta da geladeira. Parecia tudo em ordem.

-Claro, vai lá. Você viu onde fica o banheiro, né? – ele perguntou enquanto secava os copos. Eu assenti. –Eu vou me arrumar no quarto do Will. Já deixei as minhas roupas lá. – ele sorriu. Dei um selinho no moreno e subi as escadas, apressada. Eu tinha acordado cedo pra deixar o cabelo arrumadinho de manhã, então não precisei ter o trabalho de lavar e secar ele. Apenas enrolei as pontas pra destacar um pouco as mechas e passei uma maquiagem um pouco mais escura nos olhos. Estava um dia bastante quente, o que não era muito comum em Liverpool, então eu substitui a calça jeans que eu ia usar por um short e coloquei a minha camiseta favorita do green day. Tarde demais, eu percebi que tinha colocado um par de meias velho dentro da mochila e ela estava furada em um dos dedos. Maravilha. Coloquei assim mesmo, afinal, ninguém iria ver. Enfiei o all star depressa, antes que o Tom resolvesse entrar e visse o meu desastre de meia. Minha mãe faria um memorável discurso de duas horas se sonhasse que eu tinha uma meia furada na minha gaveta. Estava terminando de amarrar os cadarços do tênis quando ouvi baterem na porta.

-Claire, posso entrar? – era o Tom.

-Claro, entra! – respondi. O moreno abriu a porta devagar e ficou parado, me olhando de cima a baixo.

-Tá linda demais – ele disse com um sorriso de canto.

-Você com certeza ganha. Ta muito lindo, Tom – eu sorri, me levantando. Ele estava com um jeans e uma camiseta simples preta. Eu não sei dizer o que tinha de tão especial, só sei que ele estava incrível. E, é, eu tenho uma queda terrível por meninos de camiseta preta. Especialmente meninos lindos de olhos verdes e sorrisos perfeitos. Ele sorriu timidamente em resposta.

-Eu esqueci de separar o meu perfume... pra levar pra lá – ele se explicou.

-Faz sentido – eu ri. –Bom, eu já to pronta. – disse, dobrando um pouco o joelho e entortando o pé. Era meio que uma mania quando eu ficava nervosa. Uma mania muito estranha, eu sei.

O pai do Tom me pareceu uma pessoa legal. Muito sério e fechado, mas gentil de um modo geral. Ele nos deixou o mais perto possível do estádio onde seria o show e o restante tivemos que ir a pé. Não me importei nem mesmo um pouco. Nada substituía aquela sensação de caminhar ao lado de tanta gente que gostava da mesma banda que você e ouvi-las cantando as músicas em grupos. Aqui e ali você via gente cantando por todo o lado, gente pulando. Eu amava aquela sensação. E estar ali ao lado do Tom tornou aquela sensação dez vezes melhor. Nos beijamos um montão de vezes pelo caminho, sem nos importarmos se estariam olhando. Compramos bebida e brindamos enquanto continuávamos caminhando. A multidão era cada vez maior, mesmo ainda estando cedo. Ainda não tinha anoitecido e o show seria bem mais tarde. A estrutura toda era muito grande e dava pra ter uma noção do quanto aquilo ainda encheria até a hora do show. Paramos em um bom lugar e ficamos sentados no gramado, terminando o que sobrou das nossas bebidas. Um casal sentou bem ao nosso lado e começou a puxar papo. No final das contas, eles acabaram ficando por perto até o final do show. Fiquei sentada entre as pernas do Tom olhando o sol se por e o gramado lotar de gente. Depois de muitas fotos, muitas risadas, muitos beijos, mais bebida e cantorias em grupo, a hora do show finalmente chegou. Não consegui evitar algumas lágrimas. Eu e Tom gritamos demais, assim como as pessoas ao nosso redor. Meu coração não tinha descanso nunca. Uma música após a outra e eu sabia todas as letras. Cantava a plenos pulmões, pulava, berrava, chorava. Parava sempre para beijar o Tom ao final. Ele era um companheiro de show incrível. Tinha tanta energia quanto eu e acompanhava as músicas da mesma forma. Foi tudo simplesmente surreal. E aí, começou a tocar “Wake me up when september ends”. Meus olhos encheram de lágrimas no mesmo instante. Não saberia explicar o significado dessa música pra mim. Tom segurou firme a minha cintura pelas costas, apoiando o queixo no meu ombro. Não entendi porque ele não cantou essa música comigo. Ele parecia estar suando frio. Ao final da música, com o rosto completamente encharcado pelas lágrimas, me virei de frente para ele. O garoto sorria, nervoso. Tirou do bolso da calça uma caixinha de veludo. Meu coração disparou ainda mais nessa hora e eu nem sabia que isso era fisicamente possível. Talvez estivesse na velocidade da luz. As coisas ao meu redor, ao contrário, pareciam passar em câmera lenta. Fiquei parada olhando ele abrir a caixinha e depois aproximar o rosto do meu ouvido.

-Claire Elizabeth Damonn, você aceitaria ser minha namorada? – ele disse. E mesmo em meio a tanto barulho aquilo foi só o que eu ouvi. Sem pensar duas vezes eu o abracei com força, enterrando meu rosto em seu ombro. Soltei-o rapidamente.

-Sim, sim e sim. – eu respondi, em inglês, italiano e espanhol. Vi que ele riu da minha resposta. Então o moreno tirou uma aliança de dentro da caixinha e colocou-a no meu dedo. Fiz o mesmo com a dele. Várias pessoas que estavam ao nosso redor começaram a aplaudir quando nos beijamos. Em parte porque eu fiquei totalmente envergonhada e em parte porque eu não queria solta-lo tão cedo, o beijo durou meia eternidade. E foi o beijo mais incrível do mundo todo.

O show depois disso foi... mágico. Aquela noite estava simplesmente perfeita. Ficamos grudados pelo resto do show, cantando juntos. Depois que o show acabou ficamos um tempo por ali ainda, esperando o tumulto maior de gente diminuir. Tom sorria excessivamente pra mim e às vezes ficava acariciando a aliança na minha mão. Eu tinha um namorado agora, dá pra acreditar? Eu?

-Resumindo essa noite em uma palavra, qual seria? – perguntei ao moreno, enquanto andávamos para a saída.

-Perfeita – ele disse, sorrindo consigo mesmo. –O melhor show da minha vida.

-Com certeza o meu também. Temos que repetir isso mais vezes.

-Temos sim! – ele respondeu, animado.

-Tem show do Red Hot Chili Peppers no final do mês… - eu sugeri, esperançosa. Era a minha banda preferida depois de green day.

-Sério que você também gosta? – ele me olhou, curioso.

-Eu amo – eu ri.

-Eu tenho a namorada mais perfeita do mundo. – ele disse, meio que para si mesmo. Eu apenas girei os olhos e ri em resposta. –É obvio que a gente vai – ele disse, por fim. Por dentro eu estava dando pulinhos, mas tentei parecer menos maluca e apenas sorri. Caminhamos cantando juntos algumas músicas, apenas seguindo o fluxo da multidão. O pai do Tom já estava esperando no lugar onde combinamos. O lugar era um pouco deserto, o que teria me deixado temerosa se estivesse sozinha. Mas eu estava com o Tom. O Sr. Watterson não parecia estar nem um pouco irritado por estar ali àquela hora. De fato, parecia estar se divertindo com alguma piadinha particular. Tinha um sorriso provocativo quando chegamos. Senti meu rosto esquentar quando o olhar dele parou na minha mão e depois na de Tom.

-Isso não estava ai a algumas horas – ele sorriu, zombeteiro. Que ótimo. Ele tinha que ser tão observador assim? Ficamos ambos em silêncio, sem saber o que dizer e o homem apenas riu, fazendo sinal com a cabeça para que entrássemos no carro. –Fantástico – ele disse, depois de um tempo. –Eu fico muito contente por vocês. Uma menina bonita, simpática...

-Pai... – Tom o repreendeu.

-... de família e...

-Pai! – ele disse um pouco mais alto.

-Está bem. Mas eu faço muito gosto. – ele disse, por fim. Sorri timidamente em resposta. O restante do caminho foi tranquilo, ele apenas perguntou coisas sobre o show e o colégio, ao que eu não tive problemas em responder.

Quando finalmente chegamos na casa dos pais do Tom, o Sr. Watterson apenas se despediu e entrou para o próprio quarto sem dizer nada. Ficamos eu e o Tom sozinhos no corredor.

-Eu vou... hm... pegar as minhas coisas... – o moreno foi dizendo, meio sem jeito. Estava visivelmente nervoso e fiquei com vontade de rir da sua expressão, mas não o fiz. Entramos no quarto e ele começou a procurar por alguma coisa nas gavetas. –Eu vou... dormir no quarto do Will. – ele disse. Eu segurei o rosto do moreno para que ele olhasse pra mim e fiz que não com a cabeça. Ele suspirou. –Mas ela não arrumou a cama auxiliar... – ele disse, mordendo o lábio inferior.

-Eu sei. – eu ri, encarando-o diretamente nos olhos.

-Mas... – ele disse, ainda confuso, e eu sorri torto para ele sem desviar meus olhos daqueles lindos olhos verdes. –Ah. – ele entendeu, abrindo um largo sorriso travesso. Seus olhos brilhavam. Sem perder tempo, o moreno juntou delicadamente seus lábios aos meus e fechou os braços ao redor da minha cintura, apertando meu corpo contra o dele. Intensifiquei o beijo, brincando com sua língua, enquanto Tom me conduzia até a beirada da cama. Ficamos um tempo nos beijando assim, até que eu perdi o equilíbrio e caímos na cama. Sorte que a cama estava ali. Você pode pensar que foi proposital, mas realmente não foi. Acho que o garoto estava nervoso demais pra pensar nisso. Ou em qualquer outra coisa. Rimos os dois da situação, deitados de qualquer jeito na cama. Eu rolei para o lado e fiquei por cima dele, passando uma perna de cada lado da sua cintura e voltei a beijá-lo com a mesma intensidade de antes.  Beijei-o até que os meus pulmões aguentaram, mas o moreno não pareceu ter muita reação. Fiquei encarando-o, Tom estava ofegante. Eu aproximei minha boca de sua orelha e sussurrei no ouvido do garoto.

-Hey, não pensa. Não pensa demais ou em nada. Ta tudo bem – eu tentei tranquiliza-lo.

-É que eu... – ele tentou dizer, mas se interrompeu.

-O que foi? – perguntei calmamente.

-Eu sou... virgem – ele disse baixinho, parecendo ter feito muito esforço para conseguir pronunciar aquelas palavras. O garoto fechou os olhos com força. Eu me inclinei e encostei delicadamente meus lábios nos dele. Ele não abriu os olhos, apenas suspirou pesadamente. Então eu peguei a mão dele e pressionei as costas dela contra meu peito, onde o meu coração batia em um ritmo alucinado. Ele abriu os olhos e ficou me encarando. Então tirei sua mão dali e coloquei-a da mesma forma sob o peito dele, para que ele sentisse o próprio coração.

-É isso que importa. – eu disse. –Que eu estou aqui com você e estamos sentindo a mesma coisa. – eu sorri e o moreno sorriu de volta.

-Claire... – ele disse, acariciando o meu rosto e eu fechei meus olhos.

-Hm? – perguntei, ainda de olhos fechados.

-Eu te amo – ele disse, em inglês. Meu coração bateu ainda mais forte do que antes e eu abri os meus olhos para encarar aqueles olhos verdes que eu tanto gostava.

-Eu também te amo – respondi e ele abriu um enorme sorriso. Sem hesitar, o garoto trouxe o meu corpo para junto do dele e me beijou com vontade. Seus beijos foram descendo para o meu pescoço, enquanto as minhas mãos apertavam os cabelos escuros dele. Em dado momento o garoto parou, ofegante, e jogou o meu corpo para o lado, ficando por cima de mim. Estávamos quase na beirada da cama de solteiro.

[Nota da autora: existe um singelo bônus para essa cena que pode ser lido no próximo capítulo. Eu separei assim porque as cenas são um pouco mais detalhadas, então quem já não gosta pode terminar de ler por aqui, porque desfecho é o mesmo, então cada um escolhe a versão que prefere. Fica ao seu critério terminar de ler esta versão suprimida ou passar para o próximo capítulo agora e terminar com o bônus. Nada demais acontece só pegação e não é muita coisa, de qualquer forma, porque eu sou péssima com a descrição de cenas desse tipo e a fic é +16. Não se esqueçam de comentar, por favor!]

Apesar da inexperiência e do nervosismo inicial, o moreno aprendeu rápido. Não que eu fosse muito experiente, mas, eu não esperava que fosse ser tão... incrível quanto foi. Nossos corpos encaixavam perfeitamente, como se um fosse feito para o outro. Ou talvez fosse apenas eu, romântica demais, me deixando levar pelo momento. Eu conseguia ser eu mesma quando estava com ele. Longe de todo aquele jogo de aparências e emoções contidas. Estava a quilômetros de distância da garota ingênua com o coração ferido por um imbecil. Ao lado dele eu me sentia apenas... eu.

Senti meus olhos pesarem. Eu os abria e fechava lentamente agora, deitada sob o peito de um certo moreno. Sua pele era cheia de pequenas pintas e eu fiquei passeando as pontas dos meus dedos por elas. Minha respiração estava calma e levantei um pouco a cabeça até que nossos rostos ficassem um de frente para o outro. Seus olhos verdes me encaravam com ternura, mas ele parecia cansado também.

-Essa foi a melhor noite da minha vida – ele disse, sem desviar seu olhar do meu.

-Da minha também – respondi, com a voz um pouco falha já. Estava quase impossível manter os olhos abertos agora.

-Boa noite, meu amor – ele disse, beijando o topo da minha cabeça. Consegui esboçar um fraco sorriso antes que o sono me vencesse por completo. E tudo ficou calmamente escuro.



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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Gente, quem lê as duas, podia comentar rapidinho nas duas né? *-*
Espero que vocês gostem!!



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