Do You Speak Italian? escrita por Caroline Lemos, Caco


Capítulo 31
Tom - parte 15


Notas iniciais do capítulo

Galeeera! Muito obrigada por todos os comentários de apoio. Vocês são demais, sério. Bom, hoje eu consegui finalmente respirar sem aparelhos e pra comemorar vou postar o capítulo do Tom pra vocês.
O próximo capítulo é o mais legal até agora e ainda estou terminando ele. Mas esse também ta muito fofo e eu espero que gostem!
Valeu por tudo!
(http://www.youtube.com/watch?v=r00ikilDxW4) a música que a Claire toca.



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Os dias ao lado da Claire estavam passando muito mais rápido do que eu gostaria. Felizmente a morena parecia cada vez mais radiante ao meu lado. Estávamos indo tão bem que eu pensava que nada poderia estragar o que tínhamos agora. Nem mesmo os olhares, encontrões no corredor e comentários hostis de Jason ou as mudanças de humor constantes de Cecília. Minha irmã não falava direito comigo desde então. Geralmente conseguia falar com ela e até arrancar respostas empolgadas, mas quando o assunto era Claire seu humor mudava drasticamente. Com o tempo aprendi a evitar falar sobre a Claire com a Cecília. O dia do show do Green Day finalmente havia chegado, aquele pelo qual esperei meses. Arrumei todo o meu quarto impecavelmente e sem reclamar, o que era um milagre pra mim. Separei minha melhor camiseta e os jeans novos e deixei em cima da cama para usar de noite. A Claire iria comigo, é claro. Ela continuava de castigo e proibida terminantemente de ir ao show, mas não importava. Ela simplesmente tinha que ir. Traçamos cuidadosamente um plano para tirá-la de casa no qual a ajuda da Vicky foi fundamental. Eu já tinha meu próprio plano em mente para deixar aquela noite perfeita. Desci os degraus dois de cada vez, já atrasado e acabei nem tomando café. Meu pai já me esperava, impaciente.

-Ansioso? – ele perguntou quando entrei no carro.

-Muito! – sorri para ele. Estava tão contente que poderia gritar.

-Então – ele disse depois de um tempo em que ficamos em silêncio. –Sua amiga já vai estar aqui quando eu chegar do escritório e eu vou levar vocês, confirma? – ele questionou, seu tom era divertido quando disse “amiga”.

-Isso ai. – respondi, colocando o cinto de segurança. Já ia esquecendo.

-E como ela vai pra casa depois? – ele perguntou, sério.

-Sobre isso, pai... – eu estava nervoso. –Eu já falei com a mamãe e...

-Eu sei – ele ria divertido – Ela me contou que a sua amiguinha vai dormir contigo.

-Não exatamente comigo – desviei o olhar para fora da janela do carro –É que vai ficar tarde pra ela voltar, então ela vai dormir lá em casa.

-Sei... – ele respondeu, completamente irônico. A verdade é que não tínhamos discutido sobre isso, eu e a Claire. Eu não podia deixar de ficar nervoso sobre a ideia, mas evitava pensar pra não alimentar falsas esperanças. Minha mãe não viu nenhum problema nisso. A ideia, aliás, foi dela mas a Claire não pareceu se importar quando eu sugeri. Eu estava radiante com isso.

Claire já me esperava no portão da escola, com um sorriso enorme no rosto. Puxei-a para um beijo cheio de vontade, ao qual fui retribuído prontamente pela morena.

-Chegou o grande dia – eu disse quando nos separamos.

-Chegou o grande dia. – ela confirmou, com um sorriso.

-Então, está tudo indo conforme o plano, certo? – perguntei, para ter certeza. Nada poderia dar errado agora.

-É claro. Minhas coisas já estão na mochila. Vou para a... –ela fez uma pausa – casa da Vick – ela disse, fazendo sinal de aspas com as mãos. – depois da aula.

-Ótimo – eu ri. – A propósito, você ta linda demais. – eu mexi nas pontas do cabelo dela. Estavam pintadas de roxo, de um jeito legal. –O cabelo ta incrível. Adorei – eu sorri e vi que ela ficou me encarando por algum tempo, os olhos dela brilhando. –Que foi? – perguntei, desconfiado.

-Você foi a única pessoa que notou – ela olhou para os próprios pés. –Eu tava só pensando que... fico feliz por ter você – ela corou. Aquilo de algum jeito fez o chão em que eu pisava sumir por alguns momentos. Era uma sensação muito boa. E me deu uma certeza maior ainda sobre ser o momento certo para a surpresa que eu pretendia. Ela me abraçou de repente, me tirando dos devaneios e retribui o abraço empolgado da garota.

-Vocês são decididamente a coisa mais fofa que eu já vi – Vicky estava parada ao nosso lado, mascando chicletes. Ela se enfiou entre nós dois quando nos soltamos do abraço e passou os braços ao redor do pescoço de cada um. –Um casal fofo que me deve favores – ela sorria. Não deixava de ter razão.

-Os pombinhos e a menina enxerida tão atrasados – Mary Hellen ameaçou com sua melhor cara de durona. Eu poderia ter medo dela se não tivesse ouvido tantas histórias a seu respeito contadas pela Claire.

-Mas ainda faltam dois minutos pro sinal tocar! – eu protestei.

-E ainda faltam nove dias pro meu pagamento e eu tenho que pagar o aluguel assim mesmo. Então MEXAM ESSES TRASEIROS MAGROS DAI ANTES QUE EU LEVE OS TRÊS PRA DAR UM ROLÊ PELA SALA DA DIRETORIA. – ela estralava os dedos de um jeito ainda mais ameaçador. Resolvemos ir antes de arrumar mais encrenca ainda. Não éramos exatamente os alunos mais exemplares daquela escola.

A aula passou chata além do normal. Engraçado que quando você espera muito por algo, o tempo tende a desacelerar e o relógio anda lentamente em um ritmo desumano. Minha mãe fez questão de vir nos buscar na Escola, coisa que ela não tinha feito em nenhum dia até então. Tudo isso, embora ela não admitisse, era curiosidade para conhecer a Claire. Eu já tinha mostrado fotos da morena pra ela, que não tão secretamente tinha a menina como “a nora dos sonhos”. Felizmente ela não me fez passar vergonha. Agiu normalmente e não fez nenhum comentário constrangedor, pelo menos até aquela parte do caminho.

-Então, eu pedi à Agostina que fizesse uma macarronada pro almoço. Tudo bem pra você, Claire? – minha mãe perguntou para quebrar o silêncio.

-É claro. Parece ótimo – a garota sorriu em resposta.

-Espero que você não seja uma dessas adolescentes que não comem nada. O Tom come bastante, então calculamos a comida para não faltar e seria uma pena desperdiçar. – minha mãe disse e nesse momento eu quis enfiar a cabeça debaixo do banco. Me limitei a girar os olhos e praguejar apenas em pensamento.

-Também como bastante – a Claire riu.

-Não parece. Você está ótima – minha mãe disse, olhando pra trás e analisando a garota mais profundamente. Fiquei olhando pro lado de fora.

-Eu acho que eu e meu irmão temos uma boa genética. Comemos bastante sem engordar – a garota não parecia constrangida.

-Fantástico! – minha mãe disse, estacionando o carro na garagem. -Bem, seja bem vinda a nossa casa, Claire – minha mãe disse quando descemos.

-Sua casa é linda! – Claire disse, admirando tudo em volta. Olhei para ela desconfiado e só então lembrei que a minha mãe não deveria saber que a morena já conhecia a casa. –Eu adoro casas. Sempre morei em apartamento – ela foi conversando com a minha mãe e eu fiquei um pouco pra trás. Adentramos pela entrada da garagem e logo o cheiro da macarronada chegou até onde estávamos. Eu estava morrendo de fome, na verdade. Não tive nem tempo de tomar café. Vi que elas foram subindo as escadas na direção do meu quarto e apenas as segui, tentando acompanhar o ritmo. Foi difícil ignorar o cheiro delicioso da comida da Agostina, mas eu precisava saber se a minha mãe não ia falar nada que não deveria.

-Você pode deixar suas coisas no quarto do Tom, é por ali – ela apontou a porta do meu quarto. –Eu não sabia se arrumava a cama auxiliar pra vocês... – ela comentou e eu vi que a Claire ficou extremamente corada.

-Eu acho melhor – a garota respondeu, completamente sem jeito.

-Não tem problema nenhum, sabe, se vocês quiserem dormir juntos...

-Mãe, eu acho que a Agostina tava te chamando – eu disse, dando a ela um olhar significativo. Ela deu uma última olhada na morena e desceu as escadas. –Desculpa – eu disse quando estávamos sozinhos.

-Ta tudo bem Tom. Só fiquei morrendo de vergonha – ela disse, olhando para as mãos e mexendo nas próprias unhas.

-Eu sei. Eu durmo no quarto do Will se você achar melhor, ok? Não tem nenhum problema – eu tentei ser o mais gentil possível. Ela assentiu com a cabeça, sorrindo timidamente. Eu não ia forçar a barra de jeito nenhum. Já tinha meus próprios planos pra tornar aquela noite perfeita e não queria que ela se sentisse constrangida por causa disso. –Eu vou trocar de roupa no banheiro e ai você pode ficar mais a vontade – eu disse, pegando uma roupa quando entramos no quarto. A morena deixou a mochila em cima da cama e virou-se para me olhar.

-Tudo bem – ela sorriu e eu fechei a porta. Enrolei um tempo pra trocar de roupa no banheiro pra que ela tivesse um pouco de privacidade e quando voltei para o quarto a morena estava mexendo nos cd’s que ficavam na prateleira.

-Eu estava olhando seus cd’s. – ela meio que se desculpou quando eu entrei.

-Não tem problema nenhum – eu sorri chegando bem perto dela e distribui alguns beijos de leve em seu pescoço.

-Acho melhor descermos pra almoçar antes que a sua mãe venha nos buscar – ela deu um meio sorriso.

-Tem razão – eu ri, me afastando um pouco. –Você gosta mesmo de macarronada ou disse só pra ser educada? – perguntei para ter certeza.

-Eu adoro – ela riu já indo na direção da porta. Foi um almoço tranquilo, graças a Deus minha mãe resolveu não tocar em assuntos constrangedores. Pra minha sorte ela ia trabalhar hoje, o que significava a casa só pra mim e a Claire pelo resto da tarde.

Ficamos na sala conversando enquanto a minha mãe se arrumava para sair e ela desceu para a sala antes de ir.

-Comportem-se e juízo. – ela respondeu com um sorrisinho. –E bom show pra vocês. Acho que já terão ido quando eu voltar.

-Obrigada – respondemos ao mesmo tempo e rimos disso. Minha mãe saiu logo em seguida, nos deixando sozinhos ali. Ficamos olhando um pro outro.

-Então... – eu disse, meio que pra quebrar o gelo.

-Você tem um violão? – ela perguntou, do nada.

-É claro que eu tenho – sorri e me levantei, arrastando ela pela mão até o meu quarto. Subimos as escadas correndo e eu já estava ofegante quando paramos na porta do quarto. A morena sentou na beirada da cama e eu tirei o violão da parede e entreguei pra ela. Fiquei esperando, mas vi que ela parecia nervosa e não conseguia acertar os acordes.

-O que foi? – perguntei, chegando mais perto. A morena olhou para baixo, corada.

-Eu não consigo tocar com alguém olhando – ela confessou. Senti vontade de apertá-la em um abraço. Como ela conseguia ser tão... fofa? Não sei se essa seria a palavra.

-Fecha os olhos – eu disse, tampando os meus com as duas mãos. –Não precisa tampar eles também, só fecha. Eu não vou abrir os meus, prometo. –  Depois de algum tempo em silêncio a Claire começou a tocar e eu reconheci a melodia logo de cara. Ela tocava muito bem, e cantava melhor ainda. Continuei com os olhos fechados, ouvindo a música e pensando no quanto aquela garota era perfeita pra mim. Era 21 guns, do green day e, embora a música tenha uma letra triste, eu me senti realmente bem ouvindo a Claire cantar. Eu já tinha mais do que certeza sobre a surpresa que eu tinha preparado para aquela noite. Naquele momento só fiquei tentando imaginar a reação dela.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? O que vocês acham que é a surpresa?
Sobre o que a Cecília queria, vocês vão demorar um pouco mais pra descobrir hehe
Beijos e até o próximo!
Deixem reviews!



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