Do You Speak Italian? escrita por Caroline Lemos, Caco


Capítulo 14
Claire - Parte 7


Notas iniciais do capítulo

Geeente, to ficando triste sem reviews ):
A única que tem mandado é a linda da Iasmin Guimarães
Vocês não estão gostando?
Ainda estou esperando alguém mandar a foto de como vocês acham que é a Claire...
Espero que gostem desse.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/259563/chapter/14

-Você ainda não explicou o que foi fazer aquela hora do lado de fora. – Meu pai disse pondo um grande pedaço de pão na boca.

-Eu já disse, papai. Eu só fui tomar um ar... – eu mentia bem demais, o que não convencia a mim mesma de que eu tinha imaginado que Carl Needles tinha me interrompido no exato segundo em que eu ia beijar o garoto mais perfeito que já conheci. Seria muito mais fácil não pensar nele, já que eu não tinha esperanças de vê-lo outra vez.

-Está certo, meu bem – meu pai se convenceu fácil. Minha mãe.. ainda olhava desconfiada pra mim, mas ela não disse nada, então, presumo, estou limpa.

Evan não levantava antes das onze, então, era o único horário que eu tinha meus pais só pra mim, assim. Não que eu gostasse disso, claro.

-Que camisa é essa, Claire? – Minha mãe disse impaciente e eu me afundei mais na cadeira até aparecer somente o queixo. – Deus do céu, quando é que você vai aprender a se vestir como uma garota normal?

-Eu sou uma garota normal, ta legal? – eu disse com uma carranca, engolindo o ultimo pedaço de pão de queijo.

-Querida, sua mãe só está dizendo que você poderia usar umas roupas um pouco mais.. simples para ir a escola. – meu pai ponderou.

-Mas são simples. É uma camiseta branca, e uma camisa vermelha e preta. – eu disse, girando os olhos.

Minha mãe suspirou, derrotada.

-Deixa, deixa Peter. Deve ser só uma fase. – minha mãe disse por fim.

-To indo. Tchau pai, tchau Suzan. – eu me levantei e passei a mão na mochila. – E não, eu não vou de motorista. Nem hoje e nem nunca! – eu disse quando meu pai ia abrir a boca. Milhões de vezes ir de ônibus, nem pergunte por quê.

Peguei os fones de ouvido rapidamente do bolso de fora e coloquei algumas músicas aleatórias pra tocar no ipod. A senhora extremamente velha do 502 estava no mesmo elevador, sempre com aqueles olhos escandalizados, como se eu estivesse escutando música satânica. Bom, pra ela deveria ser.

Então, a música trocou. Olha vou te contar. Se antes do que aconteceu na minha noite de sábado eu já gostava pra caramba dessa música, agora ela era especial.

“I'm the son of rage and love

The Jesus of Suburbia

From the bible of none of the above

On a steady diet of

Soda pop and Ritalin

No one ever died for my sins in hell

As far as I can tell”

Eu fiquei ali, esperando o elevador descer, e lembrando do Thomas. Ah, não que eu pensasse muito nele.. ta legal, talvez só... muito. Mas isso não ia trazer ele de volta.

Sai na rua desejando poder encontrar ele em qualquer lugar por ai. Mas isso parecia meio improvável numa cidade daquele tamanho...

Fui contornando devagar a lateral do prédio gigantesco da escola. A minha fuga repentina de casa me deixou desagradavelmente adiantada para primeira aula. Mas ao menos eu não teria mais que aguentar meu vizinho de armário hoje. Fred meias fedorentas tinha mudado de escola, e, se eu tiver sorte, de país, na última semana. A imagem do armário vazio ao meu lado não durou muito tempo. Logo um outro garoto chegou e foi colocando suas coisas nele. Não parecia com o cheiro das coisas de Fred. Isso porque não era o Fred, eu notei de cara. Notei que ele parou de mexer no armário e ficou olhando pra mim. Me virei para dar as boas vindas, ou não, ao meu novo vizinho de armário, e dei de cara com a pessoa que eu mais queria ver naquele momento.

-Thomas. – eu sorri meio tímida. Tarde demais pra me perguntar se ele lembraria de mim ou não.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!