-Thomas. -Ela sorriu um pouco envergonhada. Aquele sorriso lindo que só ela tinha. Aquele sorriso que me tirava do chão.

-Claire. -Eu sorri pra ela também. -Sabe que pode me chamar de Tom.

-Er, ok. -Ela disse, ainda um pouco envergonhada.

-Então você estuda aqui. -Eu sorri. -Que coincidência. -Eu terminei. Muita sorte a minha. Eu estava prestes a pular naquele momento, mas eu não podia. Eu só queria me concentrar nos lábios da garota. A intensidade com que eu a queria era demais. Ela era tão linda, tão perfeita... e ela estava a pouco menos de dois metros de mim agora. Não parava de lembrar nas palavras dela. "Claro que pode". Será que ela ainda mantinha a mesma opinião?

-É, que coincidência. -Ela disse, colocando as coisas dela dentro do armário.

-Qual é a sua turma? -Perguntei, depois de olhar pro meu caderno e lembrar que a minha era a 233.

-Erm... -Ela falou, pegando o caderno de dentro do armário e dando uma olhada no adesivo que tinha. -233. -E um sorriso repentino se espalhou no meu rosto. Mesma turma que eu. Eu ia passar o dia inteiro do lado dela. Da minha Claire. Opa. Ta, talvez não seja minha.

-Que bom, eu também! -Exclamei em resposta, e ela sorriu também. -Acha que pode me mostrar pra onde é a sala? -Perguntei, colocando o resto das minhas coisas do armário e fechando-o com a chavezinha que eu tinha recebido.

-Claro, vamos. -Ela disse, fazendo sinal para que eu a seguisse. Andei do lado da garota. -Então... como era lá na Itália?

-Ah, muito legal. -Eu disse. -Mas sei lá, estou com um estranho pressentimento de que aqui vai ser melhor ainda. -Eu olhei e pisquei pra garota, o que a deixou bastante vermelha. Será que eu estava sendo muito direto? Depois da nossa conversa sábado a noite... eu devia ir mais devagar?

-É, e tipo, você não ficou triste de se separar dos seus amigos? -Perguntou ela.

-Fiquei, né. -Eu respondi.

-Então... você só tinha amigos lá. -Ela disse.

-É... Por que? -Perguntei, intrigado.

-Nada não. -Ela disfarçou um sorriso. Eu não entendi direito. Garotas às vezes são estranhas. -Então, vai fazer algo depois da aula?

-Oficialmente, não. -Eu disse, rindo.

-Que tal se eu te mostrasse um pouco da cidade? -Perguntou ela.

-Tipo, ver os pontos turísticos e tal? -Perguntei de volta.

-É. Mas não que a gente vá fazer só isso. -Ela sorriu torto. Ok, ela estava sendo direta agora. To confuso. Antes ela estava envergonhada, e agora, ta sendo direta. Não, eu não consigo entender as garotas.

-É, e o que mais tem pra fazer? -Continuei, sorrindo também.

-Você sabe.

-Não sei.

-Então acho que vou ter que te mostrar... -Ela começou, sorrindo torto e olhando nos meus olhos. Eu parei e fiz o mesmo. E de novo me perdi naqueles olhos lindos. Tudo nela era tão... lindo. -Hoje a tarde. -Ela disse, recomeçando a andar.

-Ei! -Exclamei, indo atrás dela. -Não, agora conta!

-Eu, contar? -Perguntou ela, rindo. -Contar o que?

-Não te faz de boba, você sabe.

-Eu, me fazendo? -Ela perguntou, segurando o riso dessa vez. -Não sei do que você ta falando, Tom.

-Claaaaaaaaire, nem vem! -Eu falei, insistindo. Ela simplesmente riu, e parou de novo, e ficou olhando pra mim.

-Vem cá, vem. -Ela disse, sorrindo torto de volta e passando os braços pelo meu pescoço. Eu sorri torto pra ela. Agora, no meio da escola? O que essa garota tem? Antes timida... agora... nem tanto. Perfeita. Muda de temperamento rápido. Anotado. Eu passei os braços pela cintura dela, e eu precisava beijá-la nesse momento. Me aproximei mais, e mais.

-CLAIRE! -Ouvi a voz mais horrível do mundo gritar. Olhei para o lado, e parecia que a magia toda do negócio tinha se acabado. E aquele loiro retardado chegou mais perto. Minha vontade era de dar um soco na cara do desgraçado naquele momento. Ele falou algo, rápido demais para eu entender, e a morena paralisou ao meu lado.