Feel So Close. escrita por CammisM


Capítulo 4
Quarto.


Notas iniciais do capítulo

Ei, lindas! Conversamos lá em baixo :B
Enjoy!



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Maldito seja o inventor do adorável sistema de depressão em dois segundos, cujo recebe o nome delicado de despertador. 

Katniss suspirou baixo, batendo a mão no relógio branco que tocava freneticamente em cima do criado mudo, ao lado da sua cama, sentindo a cabeça a ponto de explodir ainda mais. 

Faltava-lhe forças para levantar do conforto de sua cama e encarar mais uma semana de aula. 

Merda, deveria haver uma lei, proibindo a escola de abrir antes de meio dia. 

Precisava de mais horas na cama para começar a se sentir inteira de novo. 

Todo o resto do domingo não havia sido, nem de longe, o suficiente. 

Depois que Annie foi embora, um pouco depois do almoço, Katniss simplesmente se trancou em seu quarto, evitando ao máximo encarar seu irmão mais velho e o melhor amigo dele que rondava pela casa. 

Nem mesmo as batidas frenéticas de Effie havia a feito sair debaixo das cobertas. 

Se fingir de morta por algumas horas era tudo o que precisava naquele momento. E agora mesmo. 

Fazendo uma promessa mental de nunca mais beber, pelo o resto de sua vida, reuniu o máximo de coragem dentro de si e jogou as cobertas para o lado, saindo do seu aconchego quente. 

A primeira lufada de ar gelado, vindo sabe-se de lá onde, a fez tombar a cabeça no travesseiro mais uma vez, sentindo o quarto girar por um segundo. 

A falta de comida em seu sistema já mostrava os primeiros efeitos. 

Cogitou, por um breve segundo, uma possível invenção de doença para apenas ficar na cama o dia inteiro, porém tinha quase certeza que Effie, no auge de sua preocupação exagerada, acabaria levando-a para o hospital. Ou, caso conseguisse burlar a mãe, com certeza receberia visitas de tarde as quais incluiriam, sem dúvida alguma, as mãos delicadas de Johanna Mason a puxando pelo cabelo e tirando-a da cama. 

Aquilo não seria, nem de longe, adorável. 

***

O café da manhã fora o evento mais silencioso de toda a sua existência. 

Assim que entrou na cozinha, encontrou um bilhete preso na geladeira, com a delicada e torta letra de sua mãe, dizendo-lhe que havia saído cedo demais para acorda-los e pretendia voltar para o jantar. 

Pretensão não significava conseguir. E, em geral, quando Effie dizia tais palavras, jamais conseguia sair do hospital o qual trabalhava antes de bater 24 horas de plantão direto. 

Por mais de uma vez Katniss chegou a perguntar como a mãe conseguia tal proeza. Enquanto lutava para ter algumas horas de sono a mais, sua mãe simplesmente conseguia passar mais de um dia sem pregar o olho e continuar a mesma animada e super protetora de sempre. 

As vezes a invejava por isso. 

Acabou que tomou seu café preto puro sozinha, sem nem mesmo o irmão que provavelmente estava dormindo à uma hora dessas. 

Katniss havia ouvido a hora em que Finnick escapou a noite para ir sabe-se lá onde com os amigos. Ela tinha certeza que, entre os amigos, um certo loiro de olhos azuis estava no meio. 

Algo que lhe fez questionar, por várias horas, o que de fato havia significado aquelas palavras no banheiro. 

Precisava dos conselhos de sua consciência, a qual atendia pelo nome de Annie Cresta. 

Finnick surgiu quando já estava de dentes escovados e bolsa no ombro, pronta para sair. Os cabelos bronze bagunçados, olheiras embaixo dos olhos levemente escurecidos naquela manhã provava que havia sido uma noite e tanto para eles. 

Ela saiu sem nem ao menos dirigir um bom dia para ele. 

Seu irmão precisava aprender, com urgência, a parar de se meter tanto na sua vida e trata-la como criança. Isso, as vezes, dava muito nos nervos. 

A escola não era exatamente longe. Localizada a apenas três quarteirões e meio de sua casa, havia sido uma caminhada relativamente rápida para quem estava acostumava a ir de carona com o irmão para a escola. 

Os corredores estavam relativamente vazios, fazendo com que seu caminho para o armário fosse relativamente fácil, diferente dos demais dias quando chegava praticamente em cima do horário da aula. 

Talvez devesse começar a ir mais a pé para a escola. Além de ser mais simples, era um ótimo exercício para as pernas, poderia deixa-las duras sem precisar de uma academia. 

Katniss balançou a cabeça, ignorando os pensamentos um tanto quanto retardados para o horário, antes de erguer as sobrancelhas assim que chegou ao seu armário.

Ali, preso entre as três pequenas frestas superiores, estava uma linda e delicada primrose roxa. 

Olhou em volta por um instante, para ter certeza que estava mesmo no armário certo, antes de pegar a flor nas mãos e leva-la próxima ao rosto, sentindo o adorável aroma dela. 

Aquela era, desde que se conhecia por gente, sua flor favorita. Lembrava-lhe tanto a época em que seu pai ainda era vivo e a levava - junto com Finnick - para florestas aos finais de semana na intenção de armar um acampamento. 

É claro que, com duas crianças de cinco e seis anos, não era exatamente a idéia mais fácil do mundo e nunca havia dado certo. Assim que o Sol se punha, Katniss começava chorar e Finnick a reclamar, o que obrigava o pai a leva-los de volta para casa. 

Porém, por mais uma vez, ele havia prometido à Katniss que, assim que fossem grandes o suficiente, iria fazer o acampamento dar certo. 

Era complicado, no mínimo, pensar que nunca havia dito a chance de fazer aquilo dar certo. 

Ela fechou os olhos por um segundo, na tentativa de afastar os pensamentos de sua mente e lutou por um segundo contra as lágrimas que se formavam no canto de seus olhos. 

Apesar de já ter se passado vários anos desde a morte do pai, ela jamais havia superado completamente. Era ligada demais à ele, tal como Finnick era com Effie. 

De qualquer forma, havia sido seu pai quem lhe apresentou e deu a primeira primrose. Foi no terceiro e último ano de "acampamento", meses do acidente o qual havia o tirado dela. 

Katniss suspirou, abrindo o armário tirando os livros que precisaria para o momento e, no meio de seu exemplar surrado de Orgulho e Preconceito, colocou a flor antes de jogar o livro dentro da bolsa e caminhar em direção ao refeitório. 

_ Bom dia, Katie-Kat - Ouviu a voz de Johanna assim que se aproximou da mesa onde ela, Annie e Clove estavam sentadas. 

Revirou os olhos cinzas para o teto, antes de puxar uma cadeira e se sentar entre elas. Odiava, com todas as suas forças, o apelido ridículo que Johanna havia criado para ela. 

Intimidade era uma merda. 

_ Kat, amor, já inventaram uma coisa chamada corretivo, sabia? A gente costuma passar em cima das olheiras, para disfarçar um pouco essa cara de morta viva. - Clove, como sempre delicada demais, soltou. 

_ Não dormiu direito? Aposto que sentiu minha falta do seu ladinho. - Annie comentou, fazendo-a rir baixo. 

_ Com toda certeza não é a mesma coisa sem os seus chutes, Ann. - Murmurou com o meio sorriso, antes de focar na morena de cabelos curtos sentada à sua frente. _ Desembucha logo, odeio quando fica me olhando com essa cara. - Bufou, antes de cruzar os braços no peito. 

_ Essa é minha cara, Katie, quer que te olhe como? 

_ Ela quer saber o que aconteceu no sábado, Kat. Não parou de encher o saco um instante desde que Annie chegou. - Clove suspirou baixo, colocando uma mecha de seu liso cabelo preto escuros. 

_ Não aconteceu nada demais no sábado. 

_ Claro que não. Você só pegou o melhor amigo do seu irmão, uma coisa completamente normal, é claro. Ainda mais quando você cresceu com o cara. - Johanna soltou tudo de uma vez. 

Agora foi a vez de Annie bufar. 

_ Não começa! Levei horas para tirar isso de "crescer junto" da cabeça dela. Não atrapalhe o meu trabalho de psicóloga. 

_ Só disse a verdade, oras. - Johanna deu de ombros. _ E desde quando você tem vocação para psicóloga, Ann? De todas, você é a menor normal aqui. 

_ Por isso mesmo, linda. Cobro cinqüenta dólares pela consulta, caso esteja interessada. E trago a pessoa amada em sete dias também, caso precisa de ajuda com Gale. 

Katniss riu baixo, enquanto encarava uma Annie de sorriso completamente maldoso nos lábios. 

_ Não sei do que você está falando. 

_ Você e você - A morena apontou para Katniss e para Johanna. _ Me deixam irritadas com essa estória de "não sei o que você está falando". 

_ Ei, estou quieta na minha, não me inclua no meio. - Katniss saiu em defesa, fazendo-a bufar. 

_ Só estou lembrando, você me irritou no final de semana. 

_ De qualquer forma… - Clove praticamente berrou na mesa, numa tentativa de encerrar o assunto, antes que terminasse em uma discussão _ Conte em detalhes o que aconteceu, por favor. 

Katniss passou as mãos pelos cabelos cacheados, antes de prende-los em um coque solto, gesto que Annie reconhecia como vergonha ou nervosismo antes de começar a contar, em detalhes, cada segundo de seu final de semana, desde o momento em que havia bebido sua primeira tose de tequila, passando pela conversa no banheiro e sua deplorável situação no meio das cobertas. 

_ Eu sabia! Ele gosta de você. - Clove abriu um delicado sorriso nos lábios, enquanto seus olhos escuros brilhavam sonhadores. 

_ Ou está querendo pega-la de novo. - Johanna murmurou. 

_ Legal saber o quanto positiva você é. 

_ Não é uma questão de ser positiva, Annie, é realismo. Vocês sabem bem o tipo de Peeta, ele sabe falar, sabe conquistar uma menina. 

_ Já caiu na lábia dele então? 

_ Engraçada você, Clove. Estou até rindo. - Ela bufou. 

Katniss entendeu o que ela quis dizer, porém. Conhecia bem demais Peeta para saber o tipo que ele fazia. Poderia muito bem ter dito tudo aquilo para apenas tê-la mais uma vez. O que o impedia de fazer isso? Já havia levado um soco na cara de Finnick mesmo. 

_ Vocês não sabem, talvez seja diferente agora. Quer dizer, eles cresceram juntos, Peeta tem um sentimento por Kat. Não é como as outras, por exemplo, que ele só se diverte e joga fora. - Annie soltou, antes de morder o lábio inferior, pensativa. _ Além do mais, Finn é seu melhor amigo. Me recuso a acreditar que ele esteja brincando a irmã do melhor amigo. - Completou. 

Johanna deu de ombros, antes de sentar-se ereta na cadeira. 

_ Ou talvez eu tenha razão. - Disse, quase que para si mesma. Seus olhos, porém, não estavam em nenhuma das três meninas sentadas à sua frente. 

Katniss acompanhou seu olhar, a tempo de ver Peeta com os braços em torno dos ombros da loira, a qual trajava roupas incrivelmente curtas para um ambiente escolar, diga-se de passagem. 

Ela observou o momento em que Glimmer murmurou alguma coisa no ouvido dele e se desvincular do abraçado, pegando sua mão e o tirando do refeitório pelas portas que davam à parte exterior do colégio. 

_ Acho que eu vou vomitar. - Katniss murmurou, levantando-se da mesa. _ Literalmente. - Completou, antes de se afastar dali em passos largos, deixando três confusas para trás. 


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Notas finais do capítulo

Antes de tudo e mais nada, quero dar as boas vindas à minhas novas leitoras lindas e perfeitas :B E avisar que, assim que tiver um tempo, vou responder os comentários. Eu li todos, fiquei incrivelmente feliz. Aliás, estou tão feliz pelos comentários. Eu jurava que não ia ter tantos, não acho que escrevo bem e sinto minha ideia um tanto quanto... sei lá. Mas ok. Eu sou paranoica assim mesmo.
Ok, vamos lá. Capítulo postado de madrugada, graças à minha insônia. Eu não consegui escrever antes, estou numa correria horrível na escola, está chegando meu simulado e preciso ir bem para manter a nota das dissertativas então é.
De qualquer forma, preciso combinar uma coisa com vocês: O dia da postagem. Eu acabei de postar um dos meus projetos o qual já havia comentado com vocês, então para me organizar, vou postar em dias certos ( com possíveis capítulos extras no meio da semana. Só depende de vocês u_u kkk ). Enfim, que dia acham melhor? Segunda, quinta, sexta ou sábado? hm/ Opinião de vocês é importante para mim, ok?
LEITORES FANTASMAS, SEUS LINDOS, DÊEM SINAL DE VIDA. Estou com 28 leitores e só metade está comentando. Quero conhecer vocês poxa. çç Vamos combinar uma coisa? Se eu receber muitos comentários ( leia-se 20 ) eu faço um capítulo bônus. Deixem a opinião de vocês entre um PDV do Peeta sobre seu relacionamento com a Kat e com a Glimmer ( que apareceu agora *u* Gostam dela, por falar nisso? ) ou uma cena básica pervertida com o acontecimento principal da fanfic, no banheiro da Magde *u* KKKK. Comentem que eu posto, beijos.
E eu tenho que parar de escrever biblias aqui embaixo. Só que gosto tanto de conversar com vocês u_u KKKK.
Deixem comentários, dicas, criticas, sugestões, tudo bem vindo *-*
E para quem nunca viu, eu escolhi essa primrose para estar no armário da Kat:
http://www.mooseyscountrygarden.com/perennial-plants/primrose-blue.jpg
Beijos, lindas. Até o próximo.