Diário De Uma Garota Meio Bipolar escrita por Cici


Capítulo 32
The Show Must Go On


Notas iniciais do capítulo

Oi amigossss!!! Estava com saudades de vocês!! Estou de volta com um cap.
Eu acho que ficou legal.
Bom, lá mais pro fim, tem umas partes com itálico, que são a letra de uma música. https://www.youtube.com/watch?v=AHWLVxg8MxA
Pra quem não conhece, é The Show Must Go On, do Queen. Eu recomendo que escutem, por que essa música é show.
Bom, deixem Reviewssss!!
Beijocas da Cici, boa leitura, e nos vemos lá em baixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258543/chapter/32

Quando eu sentei na cama na manhã de domingo, eu levei alguns minutos para lembrar de onde eu estava e o que tinha acontecido na noite anterior. Eu tinha dormido com a roupa do corpo e o fone enfiado no ouvido e meu pescoço estava doendo da posição desconfortável que eu peguei no sono. Ai tudo da noite passada voltou pra minha cabeça, e eu senti vontade de enfiar a cabeça na terra e morrer. Por que virar um avestruz resolveria todos os meus problemas.
–Tá acordada cedo. –O Vince falou parado na minha porta. –Onze da manhã de um domingo definitivamente é muito cedo pra Emily Silver. –Ele entrou no quarto, examinando a minha cara, que provavelmente estava um pouco inchada do sono e de chorar até dormir. – O Dan ligou, queria saber se você tinha chegado em casa. E... –Ele olhou o meu celular. –Você tem algumas mensagens e ligações perdidas de Nunca em Hipótese Alguma Atender.
–É... –Resmunguei, esfregando os olhos pras lágrimas não voltarem enquanto ele me olhava com cara de interrogação.
Sem perguntar nada ele sentou do meu lado e me abraçou e foi ai que as lágrimas vieram em velocidade da luz. Resumi, em meio dos soluços, os acontecimentos da noite anterior, enquanto ele ouvia com atenção. Quando eu terminei meu relato, ele soltou um “filho da puta” baixinho e começou a tentar me consolar.
–Emy, não fica assim. Odeio te ver assim. –Ele falou, passando a mão no meu cabelo. –Eu vou matar aquele babaca. Quem ele pensa que é pra fazer isso com a minha irmã?
–Deixa Vince... –Sussurrei. –Eu vou ficar bem. Eu só não quero ver ele. E falar nesse assunto. Só deixa quieto, tá? –Suspirei. –Se quiser me fazer um favor, descobre se a Nat tá muito puta comigo depois de ontem, pode ser?
Ele tentou discutir, perguntou se eu queria alguma coisa, perguntou se eu queria sair, tentou discutir mais um pouquinho, mas depois de um tempo, ele saiu e eu me joguei na cama novamente, e decidi que aquele dia ia ser livre pra eu ficar tristinha.
Depois que eu tomei coragem, levantei e tomei um longo e demorado banho, depois coloquei meu pijama confortável, catei um pote enorme de sorvete e me recolhi na minha cama quentinha e confortável.
Demorou uns quinze minutos pra alguém vir falar comigo, e quando veio, veio atropelando meu quarto e se jogando em cima de mim.
–Ain amoiu! Meu Deus, o Vince me falou, você tá bem?! Eu trouxe chocolate e Moulin Rouge, ain por isso que você tava triste ontem, tadinha!!! Aquele filho da puta! Eu vou matar ele, ain eu vou enterrar ele vivo, depois desenterrar ele e esganar ele com uma gravata e depois enterrar ele de novo e dançar sobre o tumulo daquele filho de uma puta safado e...
–Calma Nat, tá tudo bem. –Falei, dando tapinhas de leve nas costas dela pra ver se ela respirava um pouco por que ela tava ficando roxa de tanto falar sem parar. –Fala e respira, fala e respira lembra?
–Desculpa. –Ela falou, botando a mão sobre o peito. –Eu to tão puta com o Da... com Aquele cara, ain amoiu, desculpa ontem, eu não sabia o que tinha acontecido.
–Eu que tinha que pedir desculpas, magrela. Eu fui muito babaca, e eu não tinha direito de ser só pro que eu tava puta. Você tava certa.
–FODA-SE que eu estava certa! Eu não ligo pra estar certa nesse momento! Eu continuarei certa daqui a uma semana, e ai você pode pedir suas desculpas, mas agora você precisa do meu apoio moral e suporte como amiga e eu to aqui!
Isso trouxe as lágrimas de volta aos meus olhos. Merda, eu achei que não tinha sobrado nenhuma.
–Ai magrela... –choraminguei, apoiando a cabeça no ombro dela. –O que eu fiz pra merecer isso?
–Você não fez nada, foi aquele babaca. Ai, só espera eu colocar as mãos na cara dele, eu vou deixar ele com dois círculos pretos em volta dos olhos, pra ele ficar parecendo aqueles pandas!
–Mas os olhos dele são tão bonitos... –Choraminguei, levando um beliscão.
–Controle-se mulher!
–Desculpa, eu tava pensando alto. –Deitei a cabeça no colo dela. –Vamos falar de outra coisa, que toda vez que eu fecho os olhos eu vejo ele beijando a piranha da Heyva e... –Mais lágrimas.
–Parou, rebobina, pausa, toca de novo! A Heyva? –A Nat perguntou de boca aberta. –AH EU VOU TORCER O PESCOÇO DA FILHA DA PUTA QUE NEM SE TORCE PANO MOLHADO!
–Outro assunto por favor. –Choraminguei. –Você disse que trouxe Moulin Rouge...
–Ain, tá, sim, trouxe. –Ela falou, se recompondo. –Mas que eu vou dar na cara daquela puta amanhã na escola, eu vou!
Moulin Rouge é um filme genial que me faz rir quase o filme todo e chorar que nem uma criança quando vai chegando perto do fim, deixemos isso claro. Foi uma boa distração por umas boas duas horas, mas no final, a tragédia que estava a minha vida tomou conta das minhas emoções e eu já não sabia mais se eu estava chorando por causa do filme ou por causa da minha vida amorosa patética.
–Acho que foi uma má ideia ver esse filme. –O Vince comentou, quando entrou no meu quarto e me viu chorando no colo da Nat.
Nesse momento, no meio de uma crise de choro, eu decidi que era o último dia que eu ia deixar isso me abater. Eu ia levantar amanhã, e ir pra escola de cabeça erguida e eu não ia chorar por causa do que aconteceu. Desafio Aceito.
A Nat acabou dormindo lá em casa, na minha cama, que não cabia mais nada em cima, já que tinha uma eu, uma Nat e um Lobo. A senhora senhorita também tentou tirar o Gato Felix de mim, mas eu agarrei ele e disse que não! Ela não ia tirar o meu bichinho de pelúcia de mim. Eu preciso dele. Eu gosto dele.

–-------------------------

–Poxa... –Resmunguei, quando o Vince puxou a coberta em que eu estava seguramente enrolada, me fazendo cair do colchão. Olhei pra ele de cara feia, mas não tive muito tempo pra ficar sentada lá, por que o chão tava frio e eu não gosto de sentir frio.
Trinta minutos depois, a cara lavada e decentemente vestida para um dia gelado de inverno, o Vince me deixou, junto com a Nat, que estava mais decentemente acordada do que eu, como sempre, na porta da escola.
Cumpri meu ritual matinal, me arrastando para a sala, jogando a mochila em cima do meu lugar, e despencando em cima da cadeira, minha cabeça apoiada na mochila e o meu gorrinho cobrindo meus olhos. Mais uma manhã normal... ou quase.
–Cê fica muito puta se eu me meter na tua vida e perguntar o que aconteceu no sábado? Por que o meu primo passou o dia trancado no quarto, dando patada em quem tentasse ser uma prima maravilhosa e falar com ele amigavelmente, aka eu.
Levantei o gorrinho preto dos olhos, encarando a Valentina, que estava sentada na cadeira da minha frente, do lado do Felipe, que não parecia preocupado com o meu estado de semi-coma matinal.
–Fico. –Respondi, voltando ao meu escurinho. Ela bufou, mas não insistiu no assunto. A Nat deu uns tapinhas no meu ombro e me deixou quieta.
Depois de um belo cochilo durante a aula de História da Arte, onde a professora insistia em passar uma apresentação de slides numa segunda de manhã, eu me sentia relativamente mais acordada.
– Quer uma escova de cabelo? –Murmurou a Valentina quando eu levantei a cabeça, tirando o gorro da cabeça.
– Dá. –Resmunguei, esticando a mão. Ela riu, catando a escova verde de dentro da mochila.
–Bom dia pra você. –Ela falou rindo quando me entregou a escova.
–Olha, bom não tá, mas... –Parei de falar quando vi um ponto cor de rosa se aproximando. De boa, quem usa uma roupa TODA ROSA?! Revirei os olhos. -Tá pra ficar pior.
A Nat levantou os olhos do livro que estava no colo dela e rosnou para a figura que nos aproximava, fazendo menção de levantar pra partir pra cima dela. Eu segurei a manga do casaco dela.
–Bom dia. –Heyva falou, com um sorriso falso na minha direção. –O seu fim de semana foi bom? -Revirei os olhos e não respondi. A Nat estava a ponto de pular em cima do pescoço dela, como ela prometera na tarde anterior. Ela levou isso como um sinal pra continuar falando, em um tom ainda mais alto. –Eu espero que o seu fim de semana tenha sido bom, por que o meu foi ótimo. –Metade da turma tinha virado pra ver o que estava acontecendo.
–Que bom pra você. –A Valentina resmungou. –Pena que ninguém aqui liga.
Heyva ignorou solenemente o comentário.
–Principalmente sábado. –Quando eu deixei ela falando sozinha mais uma vez, ela não parou. –Sabe, eu sabia que aquele seu namorado não ia aguentar muito tempo como uma sem sal sem você. Ele ia achar alguém pra se divertir com ele. E, Deus, eu não me divertia assim a um belo temp...
–Heyva. -Falei levantando e surpreendentemente, eu não estava irritada. Eu estava com sono e sem paciência e a porra da turma inteira estava me encarando e eu só queria que ela calasse a boca. – Cara, que BOM que você se divertiu. Deve ser muito triste a sua vida, por que pra você se divertir beijando o namorado de outra pessoa, e sentir prazer em assumir isso na frente da turma toda, incluindo o seu namorado, você deve ter uma vida muito de merda. –Suspirei e voltei a falar. –Se você se divertiu tanto, de boa, fica pra você, por eu não quero gente com um gosto tão baixo a ponto de beijar você. Agora, se a vossa alteza permitir, eu to sem saco pra ouvir a sua voz.
Sentei de novo na cadeira, deixando a Heyva me encarando de boca aberta. Nem eu sabia que eu conseguia sair com uma dessas.
Cinco minutos depois, eu percebi que entre os olhos dos que ainda me encaravam, estava a Valentina.
–Só fecha a boca senão baba. – Murmurei.
–O meu primo fez o que eu entendi que ele fez? –Ela perguntou, ainda chocada. Me contentei em balançar a cabeça. –Ah aquele filho de uma puta, com todo respeito a minha tia. Ele vai se ver comigo quando eu chegar na casa dele. Eu vou arrobar a porra daquele sótão onde ele dorme e vou encher ele de tanta porrada...
–Deixa pra lá, Valentina, eu não quero saber. –Resmunguei, me espreguiçando na cadeira. Por um minuto, fez-se um silêncio, onde ninguém sabia o que falar, até que o Felipe murmurou.
–Cara......Que merda.
–É... –Concordei, batendo com a cabeça na mesa.
Mas a vida segue. Depois de um tempo, a Heyva pareceu se recuperar do cala a boca que eu tinha mandado para ela e já estava cercada as amiguinhas dela, fazendo fofoquinhas e dando risadinhas. Mas eu não ia deixar ela me incomodar.
Então eu ri das piada nerds do Felipe. Eu conversei com a Valentina sobre o último episodio torturante de uma série de TV. Eu participei de uma guerra de bolinhas de papel que resultou em quatro paspalhos parados as gargalhadas no corredor esperando a aula de sociologia acabar para poderem retornar pra dentro de sala de aula. Eu debati sobre a segunda guerra mundial na aula de história e eu fingi que estava entendendo alguma coisa na aula de química.
Eu não vou mentir e dizer que eu não fiquei nem um pouquinho satisfeita quando eu vi o Marvel e a Heyva discutindo na hora da saida, por que eu fiquei. Ela estava com o rosto banhado em lágrimas e ele parecia estar muito puto. Há.
Enquanto eu andava sozinha pra casa, aquela dorzinha chata no coração voltou. Apertei o passo, colocando a música no volume maximo pra tentar bloquear qualquer pensamento que entrasse na minha cabeça, menos a música gritando. Por dentro meu coração estava se partindo, minha maquiagem pode estar se dissolvendo, mas o meu sorriso continua.
Bati a porta de casa atrás de mim, me jogando no sofá enquanto um turbilhão de memórias invadiram a minha cabeça. O que quer que aconteça, eu deixarei tudo pra sorte. Outra dor no coração, outro romance fracassado. E continua. Alguém sabe pra que nós estamos vivendo?. Eu não ia chorar. Eu não podia.
Algum tempo depois, eu não sei quanto, eu perdi a noção, senti alguém sentar do meu lado e pousou a mão no meu ombro. Eu virei pra encarar o Vince, que estava me olhando preocupado. Eu estou aprendendo, eu preciso ser mais forte agora.-Eu não consigo, Vince.- Falei, e ele me puxou para o colo dele, acariciando de leve o meu cabelo, e nesse momento eu desisti e me permiti chorar, permiti que as lágrimas lavassem o meu rosto, na vã esperança de que elas fossem levar a dor embora. Lágrimas inúteis!
O meu irmão sempre foi meio que um porto seguro, um ombro amigo. Por exemplo, quando eu tinha sete anos e uma menina me bateu na escola. Na hora eu fiquei lá firme, mas quando eu cheguei em casa, eu desabei no ombro do Vince. Ou quando eu ficava mal por causa de alguma coisa, e ele ficava acordado horas, só pra me fazer companhia. Ele não é só meu irmão sabe. Ele é muito mais que isso. Ele é meu amigo, meu companheiro , por que eu sei que nem em um milhão de anos ele e trairia. Em breve eu irei virar a esquina.
Por que as pessoas fazem isso? Por que elas dão esperança, e te fazem se sentir bem e depois, na primeira chance, elas te jogam no chão e pisam em você, machucam você até você não ter força nem vontade de levantar? Eu não entendo.
Lá fora o amanhecer está surgindo, mas aqui dentro no escuro estou sofrendo pra ser livre.
–Tá doendo, Vince! -Solucei.
–Eu sei. -Ele falou, correndo a mão pelo meu cabelo. Dói mesmo. Mas isso passa.
Esfreguei os olhos com as mãos e engoli as lágrimas. O silêncio reinou por alguns minutos, e eu suspirei.
–Vamos ao cinema? Ou jogar? Só.... vamos fazer alguma coisa?
O show deve continuar


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá amigos, que tal?
O que vocês acharam? Deixem Reviews pra eu saber.
Vou tentar atualizar o mais rápido possível!
Beijocas amoresss, até.
PS:aviso pra quem lê a Princess!!! a gente não desistiu dela!!! É só um pequeno problema chamado falta de tempo devido ao ano de vestibular. Mas eu juro que ela será atualizada logo logo!!