Diário De Uma Garota Meio Bipolar escrita por Cici


Capítulo 11
Late at night, bad dream, mad sister


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, aqui estou eu, postando pra vocês. Tinha mais coisa nesse cap, mas ia ficar muito grande e ia demorar mais pra postar, então eu resolvei dividir em dois.
Obrigada pra todo mundo que tá lendo. Deixem reviews ;)
Não fiquem com raiva da irmã dela, ok?
E os próximos caps estarão meio melosos.
Beijos, boa leitura, nos vemos lá em baixo.



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Daniel sentou no meio, comigo de um lado e a Jia do outo. O filme da vez era Barbie as doze princesas bailarinas ALGUÉM ME SALVA! Minha irmã assistia animada, conversando sobre o filme com o Daniel, que parecia interessado. Como ele consegue?!

Com o tempo, eu fui começando a cochilar. Sabe quando você fecha os olhos por um segundo e quando você abre de novo, se passaram 15 minutos? Tipo isso.

Na terceira vez que isso aconteceu,  eu senti um braço por cima do meu ombro. Eu estava com a cabeça apoiada no ombro do Daniel, e estava passando um filme de ação na tv, que eu não estava reconhecendo. Me mexi um pouco, tentando encontrar uma posição mais confortável para voltar a dormir.

-Se o barulho estivar incomodando, eu posso desligar. –Daniel falou, desviando os olhos da televisão para olhar para mim.

-Que barulho?- Perguntei, ainda meio grogue do sono.

-Se você quiser subir para dormir, pode ir lá, eu fico aqui. –Ele falou, passando a mão suavemente pelo meu braço, me fazendo arrepiar.

-Não, tá tudo bem. –Falei, me deitando no sofá, com a cabeça no colo do Daniel. Claro que com a minha consciência perfeita, eu já tinha corrido para o meu quarto a muito tempo, mas o meu cérebro estava meio prejudicado pelo sono. –To confortável aqui.

-Então tudo bem. –Ele falou, dando ombros. Seus olhos voltaram para a televisão e ele começou a acariciar de leve o meu cabelo. Cara, eu nunca tinha percebido o quanto isso é calmante. Em menos de um minuto, eu já estava dormindo de novo.

Claro que nada podia ser perfeito e eu tinha que ter a merda daquele sonho de novo.

No sonho tinha água, muita água, muito agita. Ondas fortes batiam, me carregando de um lado para o outro e me empurrando para baixo, para o fundo. Cada vez que eu tentava voltar pra superfície, sem muito sucesso, mais ondas me jogavam para o fundo.  Eu sabia que eu devia ter aprendido a nadar antes de criar esse pânico de água.

Mais ondas me acertavam e eu ficava mais cansada e sem fôlego. Aos poucos, meus braços e minhas pernas já não me obedeciam mais. Eu não conseguia voltar a superfície e a sensação de sufocamento começava a aparecer. Eu podia sentir alguém passar a mão no meu cabelo calmamente e... Pera ai, isso não faz parte do pesadelo.

-Emy? –Ouvi uma voz me chamar, e a sensação de sufocamento começou lentamente a desaparecer, sendo substituída por uma sensação de alivio. –Emy, tá tudo bem?

Abri os olhos para ver o Daniel me olhando. Ele estava segurando meu Cidade dos Ossos em uma mão e a outra estava apoiada no meu ombros. Eu respirava ofegante e estava sentindo meus olhos arderem com lágrimas. Eu ODEIO chorar! Minhas mãos estavam tremendo desesperadamente. Todo o meu corpo tremia desesperadamente.

Me sentei, olhando para minhas mãos,  e deixando um soluço escapar, e depois outro, e mais outro...

Daniel me puxou para perto dele, me abraçando e eu apoiei a cabeça em seu ombro, deixando minhas lágrimas molharem a sua camisa.

Ficamos em silêncio, somente o som dos meus soluços ecoando pela sala.

-O que houve? –Ele perguntou, correndo a mão pelo meu cabelo. Balancei a cabeça negativamente. Ele ficou em silêncio por um minuto antes de falar –Vou te levar lá pra cima.

O encarei por um segundo, preses a dizer que se eu tentasse levantar agora, minhas pernas não me aguentaria, mas aparentemente isso não estava nos planos do Daniel. Ele passou um braço pelos meus joelhos e o outro pelas minhas costas, e me levantou no colo com facilidade.

-Segura pra mim. –Ele pediu, me entregando o livro e me carregou escada a cima com cuidado, me colocando na minha cama e sentando do meu lado. As lágrimas continuavam a escorrer pelo meu rosto, mas eu não estava me afogando , eu precisava manter isso em mente.  Eu estava no meu quarto, na minha cama, e não no mar.

Daniel fez menção de levantar, mas eu o segurei pela mão.

-Fica aqui. –Pedi, com a voz tremendo. Ele me olhou por um segundo e depois concordou com a cabeça, se ajeitando do meu lado, e me abraçando, me permitindo usar ele como travesseiro. Só a presença dele me deixava mais calma, como se só o fato dele estar ali afastasse meus pesadelos.

-Pode dormir traquila. –A voz dele sussurrou no meu ouvido, calma e suave. –Eu to aqui.

Não notei o momento em que eu fechei os olhos, mas quando dei por mim, eu já estava dormindo, com a mão de Daniel nas minhas costas, me segurando perto dele.

Acordei com o pouco de luz do sol que passava pelo canto das cortinas, fazendo meus olhos arderem. Parecia que tinha alguém batendo a minha cabeça contra uma parede repetidamente como bastante força pra ver o que quebrava primeiro.

Me virei, usando o braço de Daniel para cobrir meus olhos.

-Bom d...-Ele começou, bocejando.

-Shiu!-Pedi, cobrindo os ouvidos com a mão e espremendo o rosto contra o peito de Daniel.

-O que foi?

-Minha cabeça vai explodir! –Choraminguei, me encolhendo perto dele. –Me recuso a levantar. –Resmunguei, e ele riu, não sei de que, já que meu sofrimento não tem essa graça toda, e me abraçou, dando um beijo na minha testa. -Ah merda. –Resmunguei, esfregando minhas têmporas (acho essa palavra tão engraçada).

-Quer que eu pegue alguma coisa? Um remédio ou uma água? –Ele perguntou, um pouco preocupado, mas eu neguei com a cabeça, o abraçando de novo.

-Cadê meu irmão? –Murmurei, apoiando a minha cabeça contra o peito dele.

-Ligou ontem a noite quando você estava dormindo. Disse que ia dormir na casa da Natacha.

-Você tá lendo? –Perguntei, olhando para o livro que ele tinha pego ontem emprestado de mim. Eu tenho uma vaga lembrança dele ontem com o livro, mas eu podia estar sonhando. Sei lá, eu tava meio sonada naquela hora. (Meio? Eu acho que a palavra MUITO descreve melhor).

-Comecei ontem. Você tava dormindo, a sua irmã também e não tinha nada bom passando na TV, então eu pensei “Por que não?” e comecei a ler. Eu to na parte da xícara dentro do papel e .... Como ela faz aquilo? –Ele perguntou, controlando a voz para não falar alto. Algo a que eu era muito grata.

-Por que ela tem um poder maneiro que eu não vou te explicar por que se não eu vou sair dando spoiler e vou estragar a graça do livro 3, por que sou dessas. –Ele riu, o que me fez rir também, apesar disso ter feito a minha cabeça doer mais.- Deixa eu adivinhar, você adora a Izzy.

-A Izzy é legal, mas eu gosto mesmo é da Clary.

-Sério? Acho que você é o primeiro cara que diz isso pra mim. Que horas são?

-Dez e quarenta e sete da manhã. Sua irmão ainda está dormindo e seu irmão não avisou a hora que voltava.

-Meu irmão e provavelmente a namorada dele, que por sinal é a retardada da minha melhor amiga devem chegar daqui a pouco, já que a mãe da Nat chega as onze do trabalho nos sábados. Na verdade é sábado sim, sábado não, mas eu sei que ela não trabalhou sábado passado, até por que ela saiu com a minha mãe, então essa semana ela chega as onze.

-Você passa muito tempo fazendo aqueles joguinhos de lógica, né?  -Ele começou a rir, e eu dei uma cotovelada de leve nele.

-Cala a boca... Ai minha cabeça. –Resmunguei.

-Achei que você tinha usado o cotovelo pra me bater. –Olhei pra ele de cara feia. –Ok,ok. –Ele falou segurando o riso. –Vem, vamos lá pra baixo.

-Não. –Choraminguei. –Que parte de “Eu me recuso a levantar” é tão difícil de entender?

-Para de reclamar Emy, você deita lá no sofá. –Ele falou, levantando e virando de costas. –Vem, sobe.

Considerei a possibilidade um minuto, antes de subir nas costas do Daniel. Passei meus braços em volta do pescoço dele e cruzei as pernas em volta da sua cintura para que eu não caísse. Apoiei a cabeça no seu ombro.

-Pronta?

-Huhm. –Antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, Daniel disparou porta a fora, me segurando firme. –AI SOCORRO! DANIEL, EU VOU CAIR! SOCORRO! Ai minha cabeça! Dan, cuidado. Ai senhor, eu vou cair! –Eu sei, eu sei, um pouco escandalosa, mas parecia que eu ia cair mesmo.

-Morreu? –Ele perguntou, me colocando no sofá e sentando do meu lado. Resmunguei alguma coisa que nem eu mesma consegui entender e ele riu enquanto eu fazia bico e cruzava os braços. –Vai ficar de birra? –Concordei com a cabeça. –Poxa vida, vou ter que fazer alguma coisa em relação a isso.

Ele me puxou para perto e por um momento, eu esqueci a dor de cabeça e a minha birra. Ele me beijou, me segurando suavemente, do mesmo jeito que ele tinha feito na noite anterior no jardim e eu correspondi ao beijo. A gente se separou um minuto depois, e ele sorru.

-Passou a birra?

-A birra sim, mas a minha cabeça ainda tá doendo.

-Hum, pena, vou ter que beijar de novo, pra ver se melhora. –Ele falou, e eu sorri, nossos rostos quase colados.

-Vocês são muito barulhentos, meu Deus. –Jia resmungou, descendo as escadas. Nos afastamos. Poxa vida, agora que estava ficando bom?

 -Bom dia pra você também, baixinha. Dormiu bem? –Daniel perguntou, enquanto ela vinha até ele, e beijava ele no rosto. Como ele consegue fazer ela gostar dele assim tão fácil? U conheço ela a nove anos, e ainda tem momentos (vários deles) que ela não gosta nada de mim.

-Dormi sim, e você? Por que eu acordei no quarto do Vince? –Ela sorriu, fazendo uma carinha fofa.

-Dormi bem também, obrigado por perguntar. Eu te levai pra lá pra você não ter que dormir no sofá. –Ele deve ter feito isso enquanto eu estava cochilando e ele vendo TV.

 -Emy, o que tem pra comer? –Ela perguntou, virando para mim pela primeira vez no dia. Pra isso ela lembra de mim.

-Como você quer que eu saiba? Eu tenho cara de geladeira? –Resmunguei. –Vai olhar na cozinha, Jia. Você sabe onde isso fica. –Falei, enquanto ela fazia bico. Ela olhou para Daniel, com aquela carinha de cachorro que caiu da mudança.

-Eu vou com você, baixinha. –Ele falou, e Jia desfez a cara de choro na hora, abrindo o maior sorriso.

Enquanto eles iam pra cozinha, eu me ajeitei no sofá, e peguei o controle do PS3, ligando no Netflix. Me enrolei no cobertor que estava jogado no chão e comecei a vasculhar pelos filmes por algo para assistir. Acabei decidindo por O Jardim Secreto. É um dos meus filmes favoritos.

A Mary estava descobrindo o jardim pela primeira vez quando senti alguém encostar no meu ombro. Daniel.

Sentei, dando espaço para ele sentar do meu lado, depois me ajeitei, me apoiando nele.

-Folgada você, né? –Ele brincou, rindo.

-Não pode apoiar em você? Tá bom, eu fico para o outro lado. –Falei começando a mudar de posição.

-Não, fica. –Ele disse, segurando meu ombro, antes que eu pudesse me sentar. Me recostei nele novamente, voltando a atenção para o filme. Olha, ela tá conhecendo o Dickon.

-Que filme é esse? –Ele perguntou, bebendo um gole de uma bebida laranja que eu nem tinha visto que ele estava segurando. O copo, não a bebida, por que precisa de um copo e... Ah, vocês entenderam.

-O Jardim Secreto. O que é isso? –Perguntei, apontando para o copo.

-Suco de laranja, quer?  -Ele ofereceu. O fato é que eu não queria, então balancei a cabeça negativamente. –Você tem que comer alguma coisa se não só vai piorar a cabeça, você sabe, né?

-Mas é suco. –Nos encaramos por um segundo, e eu percebi que ele não ia desistir, então tirei o copo da mão dele, bebendo um gole e fazendo uma careta. –Feliz agora? –Perguntei, devolvendo o copo para ele, que ria. –Para de rir! Cadê minha irmã?

-Ficou na cozinha comendo chocolate.

-O azul ou o verde? –Ele me olhou confuso. –O de embalagem azul ou verde?

-Verde, por que?

-Por que o azul é meu e o verde é do Vince, então se ela estivesse comendo o azul, nós teríamos problemas. –Ele concordou, rindo. Dan me abraçou, e começou a assistir o filme comigo.

Depois de alguns minutos de paz, a Jia saiu da cozinha e veio para sala. Ela parou, olhando pra mim, depois para o Daniel, e depois para o braço dele em volta de mim.

-Ei baixinha, vem ver o filme com a gente. –Ele chamou mas Jia fechou a cara, cruzando os braços.

-Eu não quero ver isso. –Ela resmungou. –Eu quero ver outra coisa.

-Que pena, por que a gente tá vendo esse filme agora. Você vai ter que esperar. –Falei, sem olhar para ela.

-Eu não quero ver essa droga de filme! EU QUERO VER OUTRA COISA! –Ela gritou, assustando tanto ao Daniel quanto a mim. Pausei o filme, sentando no sofá, com a cabeça latejando (os gritos dela não estavam colaborando muito para que a dor passasse.) –EU NÃO QUERO VER ISSO. NÃO QUERO!

-Jia, calma, não precisa gritar. –Dan falou. –A gente tá assistindo esse filme agora. Assiste aqui com a gente e quando acabar você pode escolher outro.

-EU NÃO QUERO ESPERAR! –Ela berrou, as lágrimas começando a escorrer pelo rosto dela. Meu Deus, tudo isso por causa de um filme? –EU QUERO AGORA!

-Gente, o que está acontecendo aqui? –Vince perguntou assustado, entrando na sala, a Nat mancando atrás dele. –Cês tão matando a criança?

-Ela começou a gritar do nada. –Gritei, tentando botar minha voz mais alta do que os gritos dela, para que eu pudesse ser ouvida. –Faz ela parar, faz ela parar! –Falei, tapando os ouvidos com as mãos.

-Jia! –Vince ajoelhou do lado dela, abraçando ela com um braço e tapando a boca dela com a mão. –Para de gritar! Não adianta, você não vai conseguir me morder. Vou te levar pra casa, pode ser?

-Não! –Ela gritou, mas o grito saiu abafado pela mão do Vince.

-O que você quer, então?

-Ver filme aqui. –Ela gritou, apontando para a TV.

-Meu Deus menina, como você é mimada! Pode ficar aqui. Minha cabeça tá doendo de mais para discutir com você. –Falei, levantando e indo escada acima, me fechando no meu quarto e colocando um travesseiro sobre a cabeça pra ver se parava de doer. Não deu certo. Novidade.


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Notas finais do capítulo

Bom, gostaram? Deixem reviews pra eu saber, fantasminhas.
Até o próximo cap. Beijos