Diário De Uma Garota Meio Bipolar escrita por Cici


Capítulo 10
Um beijo e meio


Notas iniciais do capítulo

Oláaa. Então, tenho algumas coisitas a falar

1- Desculpem eu demorar tanto pra postar. Probleminha com notas e tals. O próximo cap, eu vou tentar postar o mais rápido possível. (Quanto mais rewies, mais rápido eu posto ;))

2- Eu sei que vocês estavam esperando essa cena, então eu fiz meu melhor pra esse cap ficar bom. Qualquer critica será aceita viu. Quero a opinião sincera de vcs.

3- Qualquer erro, vcs podem me avisar que eu corrijo

4- Bem, não tem quatro não kkkkkkkkk

Esse cap ficou grande :D

Vejo vcs lá em baixo.

Beijos e boa leitura



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Aulas obrigatórias de esportes são simplesmente horríveis, principalmente por que eu não levo o menor jeito para nenhum esporte. Escolhi vôlei por que é o que eu sou menos pior. Ainda, só pra ser mais terrível, é fora do horário de aula, então eu tenho que sair da escola e ir até o ginásio do clube que era alugado pela minha escola para fazer a maldita aula. Por que eu não falto? Por que vale nota e eu posso repetir de ano se não for, simples assim.

Vamos deixar as coisas um pouquinho pior? Além do exercício obrigatório, das roupas apertadas, e de ter que ficar depois da aula, a Heyva está na mesma turma que eu.

–Ah, me desculpa. –A vadia murmurou, depois de me acertar na cabeça “sem querer”, e eu era DO MESMO TIME QUE ELA.

–Professora, posso trocar de time? –Perguntei irritada. Ela concordou, apesar de que eu tenho certeza que ela não tava prestando a menor atenção no jogo. Ainda por cima, a puta da minha melhor amiga tinha me obrigado a ir pra lá sozinha. Tudo bem que ela tinha torcido o pé descendo a escada, mas isso não desculpa o fato dela ter me abandonado naquela aula infernal.

Mudei de time com a Aline, e miraculosamente, de um momento para outro, a vadia aprendeu a sacar. E em quem foi o saque? Em mim, é claro.

Eu juro que eu tentei defender, mas eu já disse que não sou boa em esportes. Saimos da quadra e na arquibancada reconheci alguém. Um alguém de cabelos negros e olhos azuis brilhantes.

–Quer água? –Daniel perguntou quando eu cheguei perto da grade onde ele estava apoiado. Aceitei. Ele estava usando uma bermuda e uma regata preta justa. Que visão!

–Brigada. –Murmurei, devolvendo a garrafinha pra ele. –O que está fazendo aqui?

–Seu irmão me pediu para te buscar. –Ele deu ombros. –Eu tava aqui do lado mesmo.

–Por que o Vince não pode vir?

–A Natacha está na sua casa. – Na última semana e meia, o Daniel tinha virado o melhor amigo do Vince, e a Nat não saia mais lá de casa. Não que ela saísse antes.

–Acho que você só veio ver as meninas correndo de shortinho curto. –Falei, deixando o Daniel rindo e voltando para a quadra, já que era a vez do meu time jogar de novo.

–Emy. –Gabi, uma colega minha de turma, uma das únicas que prestava, sussurrou enquanto o resto do time se reunia. –O garoto que você tava conversando, é seu namorado? –Senti uma irritação borbulhando dentro de mim, sem motivo aparente.

–Não. –Respondi, fazendo a voz mais neutra possível. –Por que a pergunta?

–E que.... Quando você voltou pra cá ele tava olhando pra sua bunda e... eu ia avisa pra você tomar cuidado com a figura ali do outro lado da quadra. – Ela apontou para a Heyva com o quiexo.

–Obrigada Gabi. –Sussurrei, baixo o suficiente para que somente ela pudesse ouvir. Com o canto de olho, vi que um sorriso se formava no canto da sua boca. Ela realmente era uma das únicas que prestava nessa escola, afinal.

A raiva que irradiava de mim, me deu energia pra jogar. Recebi o saque da menina do outro time de manchete, passando pra levantadora, que devolveu de toque e eu passei para o outro lado com um ataque que eu provavelmente nunca mais conseguiria repetir.

Foi muito bom ver a Heyva se jogar no chão para tentar defender o meu ataque, o que ela não conseguiu fazer. Sorri triunfante e ofegante, e só um minuto depois percebi que todos me olhavam com uma cara de espanto. Tá bom, nem todos, já que a Gabi estava rindo, a Heyva parecia que ia me matar e quando eu olhei para Daniel, ele sorriu pra mim e bateu palminhas de leve, me fazendo rir com o gesto.

–Muito bem gente, até a próxima aula. –A professora falou, desviando o olhar de mim e levantando para começar a recolher as bolas. Fui até Daniel, que estava me esperando na grade.

–Você é boa. –Ele falou, enquanto eu me aproximava.

–Não, eu não sou.

–Cara, se aquilo é ser ruim, eu não quero ver o que é ser boa. Quero dizer, quero ver sim. –Ele resmungou enquanto saiamos do clube para a rua.

–Ah, cale a boca Dan. –Respondi, dando um soco no seu braço.

–Olha a violência, minha cara Emily, violência não leva a nada. – Ele falou rindo e passando a mão onde eu tinha acertado ele.

–Qual é? –Resmunguei. –Eu nem sou tão forte ass... –Não deu tempo de terminar, por que a Heyva passou por mim, me acertando com o ombro e me derrubando no chão.

–Ah coitada, tão desequilibrada. –Ela falou com um sorrisinho falso enquanto as amigas riam agudamente.

–Um pouco infantil a sua atitude, não acha? –Comentei enquanto ela voltava a andar/rebolar/saltitar com as amigas. Eu ia me levantar quando uma mão se estendeu para me ajudar. Segurei na mão de Daniel, me levantando e limpando a sujeira da roupa.

–Você tá bem? –Ele perguntou, me encarando.

–Estou sim, obrigada. –Murmurei. –Ela é meio retardada assim mesmo. Quando ela perde uma discursão, parte pra babaquice.

–Suponho que seja essa garota que jogou refrigerante em você. –Ele falou, e eu concordei. –Que idiota.

Passamos o resto do caminho conversando sobre coisas aleatórias, o que fez com que parecesse que tínhamos levado 3 minutos para chegar na minha casa.

–Meu caro irmão e minha cara melhor amiga puta. –Cumprimentei os dois que estavam abraçados no sofá.

–Não é minha culpa se eu não pude fazer aula por causa do meu pezinho machucado. É culpa da escada. Sofreu muito? –Ele perguntou sorrindo. Vadia, se aproveitando do meu sofrimento.

–O de sempre. –Suspirei. –Algu... LARGA! –Empurrei meu irmão, me sentando no meio dos dois e jogando as minhas pernas sobre as pernas da Nat.- Algumas boladas na cabeça, uns dois lindos tombos na quadra...

–E aquele ataque foda. –Daniel murmurou, como se estivesse conversando com o ar.

–Que conversa é essa? Você não sabe nem bater na bola, quanto mais atacar. –Nat falou, me encarando.

–Alguém esqueceu de avisar isso a ela. –Ele falou, apontando para mim.

–Cala a boca Daniel! –Exclamei rindo. –Vou tomar banho que eu ganho mais do que ficar ouvindo vocês aqui.

Subi as escadas e no corredor, eu jurei que ouvi a Nat falando “Você estava olhando para a bunda dela?”. Eu acho, do verbo tenho certeza, que ela não estava falando com o Vince, então ela estava falando com o Daniel? Já era a segunda vez que uma pessoa falava isso, será que era sério. Nah, eu devo ter escutado errado.

Tomei meu banho em 20 minutos. Sai do chuveiro e botei um short e uma blusa sem manga e fui para o quarto, colocando meu Ipod na base e dando play. Começou a tocar Human no volume máximo. Fechei os olhos, deixando a música me levar.

–Are we human or are we dancer? My sing is vital, my hands are cold. –Cantei, dançando retardadamente. A cena era ridícula, mas eu não me incomodava, já que eu tava sozinha no meu quarto e não tinha ninguém ali pra me ver dançar. Ou pelo menos era o que eu achava.

–And I`m on my knees looking for the anwser. Are we human or are we dancer? –Ouvi uma conhcecida cantar. Daniel estava parado na porta, encostado no batente me olhando.

–Que susto! –Exclamei, levando uma mão ao coração e novamente (isso tá ficando chato) senti meu rosto ficar quente.

–The Killers. Bom gosto. Belo quarto por sinal. –Ele desencostou da porta e entrou no quarto, examinando uma das minhas estantes de livros. –Quantos livros você tem aqui.

–Daniel, o que você está fazendo aqui?

–Eles começaram a se agarrar lá em baixo e eu não queria ficar de vela. –Ele deu ombros. –Eu resolvi vir te fazer companhia. Me indica um livro bom.

–Cidade dos Ossos. Por que não bateu na porta?

–Eu bati, você que não respondeu. –Novamente, ele deu ombros, passando os dedos pelas lombadas dos livros na estante. –É bom? O livro, quero dizer.

–É um dos meus livros favoritos. Eu não ouvi você bater.

–Eu sei que não ouviu, se não teria respondido. Posso pegar emprestado? –Ele perguntou, tirando meu livro do seu lugar e lendo a sinopse.

–Se você prometer devolve-lo inteiro. –Sentei na beira da cama e ele sentou do meu lado. O Ipod começou a tocar This love.

–Marron 5. –Ele falou, balançando a cabeça e cantando baixinho.

–Levei meio ano pra aprender a letra dessa música. –Murmurei, rindo da época que eu cantava sem ter a menor ideia do que estava cantando.

–Vamos ver o que você tem aqui. –Ele falou, caçando o controle no meio das cobertas e passando as músicas. –Beatles, Green Day, Kate Perry... Ah, essa aqui é interessante. –Ele falou quando começou a tocar Last Night do The Strokes. –Vem dançar comigo.

Ele me puxou antes que eu pudesse falar qualquer coisa, e quando dei por mim ele já estava me rodando pelo quarto completamente fora do ritmo da música e eu estava rindo que nem uma idiota.

A música acabou e eu estava completamente tonta. Tentei me manter em pé, mas tava tudo rodando em minha volta. Tentei andar, mas não deu muito certo e o Daniel teve que me segurar para eu não cair, nós dois rindo feito crianças.

–Isso foi divertido. –Falei, encarando seus olhos azuis. Pude perceber o quão pouco de distancia tinha entre nossos rostos. –Dan...

–Emy. –Ele respondeu, sua boca perigosamente próxima da minha, seus braços me segurando e seus olhos... aqueles olhos eram hipnotizantes.

Ele levantou uma das suas mão, tirando o cabelo que caia no meu rosto. Ele inclinou para frente, seus lábios encostando suavemente nos meus. Será que era sério isso? Não era um sonho? O Daniel estava mesmo me segurando? Me beijando?

Suas mãos subiram para o meu cabelo e ele ia intensificar o beijo no exato momento que a voz estridente da Nat soou nos meus ouvidos.

–Emy! Emily, vem aq... –O grito foi abafado, mas foi o suficiente para me fazer dar um pulo para trás.

–Eu... hum. Eu vou lá ver o que ela quer. –Daniel concordou, passando a mão no cabelo e eu sai correndo.

–Filha da puta! –Exclamei, dando um tapa na cabeça de Nat. Vince me olhou assustado, mas ela se contentou em rir, e se fingir de ofendida.

–Não xinga a minha mamãe não.

–Tem razão. A tia não merece a filha que tem. Sai daqui Vincent. –Falei, puxando meu irmão pelo braço. –VAMOS VINCE.

–Tá bom, to indo. –Ele falou, soltando a Nat, que fez bico. A vadia faz o que faz e ainda fica de drama quando eu separo ela do namorado, vê se pode. –Cadê o Daniel?

–Lá em cima, no meu quarto, a ultima vez que eu vi. –Ele me lançou um olhar torto.

–No seu quarto? –Ele perguntou me encarando.

–VAI LOGO! –Berrei, enquanto Nat rolava de rir no sofá. Vince revirou os olhos e subiu, indo para o andar de cima.

–Fale, minha fofa. –Nat falou, fazendo carinha de santa.

–Nem me venha com essa cara. Ele estava me beijando.

–Conte-me tudo! –Ela falou animada, batendo palminha.

–Não tem o que contar, por. Sua. Culpa. Não foi nem um beijo direito, por que você ME CHAMOU! Como eu vou olhar na cara dele agora?

–Por que você não fala pra ele que você é afim dele? –Essa minha amiga, sempre com ideias idiotas.

–Que ideia ridícula. –Murmurei, negando com a cabeça. –É meio óbvio que ele não gosta de mim, não desse jeito. Por que gostaria? Ele é lindo, divertido e inteligente, e eu... eu sou eu né? Eu sou a irmãzinha mais nova do melhor amigo dele, nada mais.

–Amiga, isso que é ridículo. Ele tem todos os motivos do mundo pra gostar de você. É s;o você ver o jeito que ele te olha.

–Deuses, as vezes você fala tanta asneira que eu acho que é melhor você ficar de boca fechada, pra evitar que mais besteiras saiam dai. –Resmunguei. O telefone tocou (amém) antes que a Nat pudesse responder ou fazer qualquer coisa. Pulei pra atender. Eu não queria continuar com aquela conversa.

~Ligação ON

–Emy? –A voz da minha mãe soou no telefone.

–Fala moms. –Resmunguei. Aposto que ela ia pedir alguma coisa.

–Filinha, hoje é a despedida de solteira da minha amiga. Teria como vocês olharem a sua irmã para mim? Seu pai está viajando a trabalho.

–Deixa eu ver se eu entendi, você quer mandar a peste pra cá pra ir para uma boate beber com as suas amigas? –Perguntei, enrolando o cabelo no dedo.

–É, algo assim. Por favor filha.

–Tá bom mãe. –Suspirei, passar a noite de babá não estava nos meus planos. –Deixa ela aqui quando você sair.

–Ok, obrigada filha.

~Ligação off

–Quem era? –Vince perguntou, descendo as escadas com o Daniel atrás dele. Achei que o clima ia ficar meio tenso, e ia desviar o olhar, mas ele simplesmente sorriu pra mim e se apoiou nas costas da poltrona.

–Mamãe pedindo pra gente ficar de babá hoje à noite.

–Hoje a noite? Mas eu vou sair com a Nat. –Vince choramingou. Esse ai só pra ferrar mais com a minha vida.

–Você quer que eu fique sozinha com a peste? A noite toda? SOZINHA? Eu não consigo. –Falei, quase berrando e batendo o pé.

–Bem... –Daniel começou e todos viraram para olhar pra ele. –Se esse for o problema, eu posso ficar aqui com você.

Sabe aquele momento que você não faz a MENOR ideia do que falar? Então...

Vince abriu um sorriso de orelha a orelha e olhou pra mim.

–Por favorzinho Emy, minha linda.

–Eu ainda vou pro céu por causa disso. –Suspirei. –Seus pais não se incomodam não? De você chegar em casa tarde?

–Meu pai está em casa. Eu pretendo demorar o máximo possível pra aparecer por lá. –Ele falou, colocando as mãos nos bolsos.

–Então tá, então. Você, - Apontei para o Vince.- Tá me devendo uma, e não ache que eu vou esquecer. Eu vou cobrar.

Eu não queria ficar sozinha com o Daniel, quer dizer, eu até queria, mas...

Ah, vocês entenderam!

O Vince e a Nat já tinham saído e deixado nós dois sozinhos lá. A Jia chegou dez minutos depois que eles saíram e fez amizade instantânea com o Daniel.

–Vamos Emy, joga com a gente. –Jia pediu, arrumando os tapetes de dança na frente da TV.

–Sou muito boa nisso não. To de boa aqui com o meu livro. –Murmurei.

–Vem Emily, vem se divertir um pouquinho, deixa de ser sedentária. –Dan chamou.

–To me divertindo aqui já, obrigada. Eu não sou sedentária, tá? –Falei, e ele sussurrou alguma coisa no ouvido da Jia.

Lá vem merda

Ela veio correndo na minha direção, se jogando em cima da minha pessoa, antes que eu pudesse me mexer.

–Jia, não faz. – Levantei, com a criaturinha presa no meu pescoço. Tive que fazer cosquinha nela até ela me largar.

–Já que não vem por bem... – Daniel começou, vindo na minha direção. Não fiquei pra ouvir o resto da frase. Quando dei por mim, já estava correndo pela casa, com o Daniel atrás de mim. Jia, que tinha subido no sofá, ria as gargalhadas.

Que foi? É dia de rir da Emy?

–Você não me pega. –Cantarolei, enquanto corríamos em círculos em volta da mesa de jantar.

–Não contaria com isso. –Ele falou, acelerando e chegando até mim com uma facilidade impressionante. Daniel passou os braços, me segurando pela cintura e me impedindo de correr. -Você... –Ele falou, no meu ouvido, ofegante e rindo. –Vai jogar com a gente.

–Me obrigue. –Respondi, no mesmo tom de brincadeira. Eu não devia ter feito isso.

Ele me jogou sobre um de seus ombros, enquanto eu me debatia inutilmente. Meu estomago já doía de tanto rir. Ele me colocou sentada no sofá do lado de Jia e eu fiz bico, cruzando os braços.

–Não vale. Você é mais forte que eu. –Resmunguei, fazendo os dois rirem mais ainda. Eles me forçaram a jogar umas quatro partidas (ser humilhada seria a descrição certa) até que Daniel se ofereceu pra fazer alguma coisa pra gente comer e me chamou pra ajudar ele. Observei apoiada no balcão enquanto ele colocava macarrão na agua quente e fazia um molho quatro queijos, que estava com um cheiro muito bom.

–Que menino prendado. –Falei, fazendo ele rir. –Sou péssima na cozinha.

–Eu aprendi com a minha avó. Ela me usava de cobaia, já que as espertas das minhas primas não moram na cidade, e depois eu acabei virando aprendiz. Não que eu esteja reclamando. Ela cozinha super bem. –Ele falou, pegando um pouco do molho e provando, antes de desligar o fogão. –Sua irmã é fofa.

–Ah claro, muito fofa. Quer pra você.

–Engraçada você. Chama ela lá, diz que já tá pronto.

Sai da cozinha pra encontrar a minha irmã dormindo no sofá. Pelo menos dormindo , ela realmente era bem fofa

–Dormiu. –Murmurei quando entrei na cozinha.

–Suspeitei. Tava muito quieto. Bem, sobra mais pra gente. –Ele falou, me oferecendo um prato.

–Você não botou nenhuma droga aqui pra me dopar não, né? –Ele riu.

–Juro que não. O máximo que pode acontecer é você se apaixonar pelo meu macarrão. –Provei uma garfada. Realmente, era delicioso. Ficamos comendo e conversando na cozinha, depois coloquei duas taças de sorvete e entreguei uma pra ele, ficando com a outra pra mim.

–Então, Emy... –Ele falou, meio sem graça. Sabia onde isso ia acabar. –Sobre hoje...

–Ah, bem, desculpa por aquilo. –Soltei, me sentindo enrubescer violentamente. Ele encarava o chão. -É melhor fingir que não aconteceu.

–Não Emy, eu... –Ele olhou pra mim com aqueles olhos azuis brilhantes

–Eu vou... Ali. –Falei, gaguejando e apontando para a porta do jardim e sai correndo antes que ele pudesse falar qualquer coisa.

A noite estava fresca e um vento forte, porém agradável batia no meu rosto. Parei no meio do jardim e suspirei, olhando para o céu. A lua brilhava alta e não tinham estrelas.

–Emy? –A voz de Daniel soou nos meus ouvidos. Virei para encara-lo, ou quase, já que eu resolvi olhar pro chão e não pra ele. Ele estava a um passo de mim.

–Daniel, desculpa mesmo, aquilo não devia ter acontecido e eu...

–Emy, cala a boca. –Levantei a cabeça, olhando para ele com os olhos arregalados no momento que ele me puxou para junto dele, selando nossos lábios. Ok, por ISSO eu não esperava.

Uma das suas mãos me segurou pela cintura e estava na minha nuca. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço, que foi tudo que me impediu de desabar, já que as minhas pernas tremiam tanto que daqui a pouco, elas não aguentariam mais o meu peso.

Eu tinha sonhado com esse beijo antes, mas ele era melhor do que no sonho. Era tão doce e suave e urgente ao mesmo tempo e ele me segurava como se tivesse medo que eu fosse fugir, mas fugir não estava nos meus planos (E seria meio impossível, já que as minhas queridas pernas não faziam o favor de me obedecer, mas deixa quieto) A questão é, eu não queria fugir.

Separamos nossos rostos milímetros, a procura de ar, mas ele não me soltou e nem eu queria que ele soltasse. O vento bagunçava o seu cabelo, fazendo ele ficar mais lindo ainda.

–Você não tem ideia, -ele falou com a respiração ofegante. –De quanto tempo eu venho querendo fazer isso.

Senti meu coração pular pra fora do meu peito. EXAGERADA!!!!!!!! Tá bom, não isso, mas foi quase isso. Sabe quando seu coração bate tão forte que você literalmente consegue ouvir ele batendo, foi isso, e meu rosto ficou vermelho (de novo. Isso já devia virar permanente por que acontece de cinco em cinco minutos) Eu abri a boca pra falar, mas não saiu nenhuma palavra. Ótimo, logo eu que falo pelos cotovelos, não sabia o que falar num momento desses!

“Fala alguma coisa Emily, fala alguma coisa!” Eu gritava pra mim mesma dentro da minha cabeça, mas meu cérebro obedecer pra que né? A minha cara devia estar muito engraçada, por que o Daniel riu.

–Você fica muito linda quando tá com vergonha. –Ele falou, tirando uma mecha de cabelo que cismou de cair sobre o meu rosto.

–O que está acontecendo aqui? – Jia perguntou, com a vozinha de criança dela. Sempre tem alguém pra atrapalhar o momento.

–A gente... Hum... É que... –Gaguejei, mas Daniel tomou a frente da conversa, percebendo o quanto eu estava desconfortável pra explicar pra minha irmã mais nova que eu tava beijando o melhor amigo do meu irmão.

–A Emy tropeçou e eu estava ajudando ela a se levantar, como um cavalheiro deve fazer. –Ele falou. –Vamos lá pra dentro ver um filme? –Ele sugeriu, e Jia virou a cabeça, cruzando os braços e encarando Daniel. –Você que escolhe. –Ele completou, e ela abriu um sorriso, esticando os braços. Ele riu e pegou ela no colo. Jia parecia uma boneca no colo do Daniel.

–Você vem com a gente Emy? –Dan perguntou, piscando para mim. Pisquei de volta, indo até eles.

–A gente vai ver o filme da Barbie, tá bom? –Jia falou, sem levantar a cabeça do ombro do Dan.

–Sério isso? –Resmunguie.

–Tá bom Jia. –Daniel respondeu, e eu fiz bico, cruzado os braços. –Ela vai dormir em cinco minutos, e eu deixou você escolher outro filme, pode ser? –Ele sussurrou para mim.

–Ok. –Eu ia ter que aguentar a Barbie um pouquinho.



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Notas finais do capítulo

Ai está então. Gostaram? Tá boa o suficiente pra vocês? kkkkkkkkk

Eu acho muito engraçado o jeito dela de ser sarcastica e grossa nos pensamentos, mas na hora de falar ela fica quietinha.

Mereço reviews por esse cap?