A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC
Capítulo 19 - Sinceridade
Teresa estava na biblioteca da Faculdade enquanto Klaus ainda estava na reunião. Ela já tinha os livros da universidade e estava a falar com Liliana pelo chat do Facebook. Não era nada de especial, Lili só lhe estava a contar como tinham passado o resto do dia sem ela.
Entretanto, Klaus já estava a caminho da biblioteca para ir ter com ela. A reunião tinha corrido bem, principalmente por nenhum dos professores usar verbena e assim Klaus “convenceu-os” a darem-lhe o lugar de professor em Literatura Inglesa do século XIX.
-A reunião já acabou – disse ele quando chegou à biblioteca. – Queres ir para casa?
-Sim, pode ser – falou Teresa e despediu-se de Lili. Desligou o computador, pegou nos livros e na mala e saiu com Klaus do campus.
A viagem até casa era cerca de quinze minutos de carro, e Teresa estava encantada com aquela paisagem tipicamente britânica.
Quando chegaram a casa, ela pousou os livros na sua secretária do quarto e voltou para a sala onde Klaus estava a falar ao telemóvel.
-Sim, concordo. Seria bom ter mais um par de olhos a vigiá-la – houve uma pausa e Klaus voltou a acenar. – Sim, é uma boa ideia. Ao contrário de Oxford, Cambridge não é tão famosa entre os vampiros, mas continua a ter alguns – houve mais uma breve pausa. – Claro que sim. Falamos depois, então.
Klaus desligou o telemóvel e Teresa deu uns passinhos para trás, esperando que ele não tivesse reparado que ela tinha ouvido parte da conversa.
-Podes entrar, eu sei que estás aí – Klaus disse e virou-se para ela. – Não precisas de ter medo.
-Desculpa, é que eu não sabia se querias que eu estivesse aqui, ou não – ela falou, a medo.
Klaus revirou os olhos e sentou-se refastelado no sofá.
-Vai dar a tua série favorita, não queres ver?
-E desde quando é que tu vês séries comigo?
-Desde que não tenho mais nada de útil para fazer.
Teresa suspirou e sentou-se ao lado dele.
-Por que não és sempre assim? – ela murmurou enquanto pousava a cabeça no ombro ele.
-Assim como?
-Assim: querido, simpático, cómico.
Ele respirou fundo e ligou a TV.
-Tenho muitos problemas, Teresa. E muitos anos de vida que me preocupam e me fizeram quem eu sou.
Teresa não falou nada, apenas ficou a ver TV com ele, apreciando o momento. Ela e Klaus já tinham criado mais intimidade, já eram amigos e já não discutiam tanto como antigamente. Estar perto dele trazia-lhe segurança, mas ela sabia perfeitamente que era apenas uma ilusão. Klaus poderia matá-la a qualquer momento sem se preocupar em lhe dizer como e quando.
-Tenho uma coisa para fazer – Teresa disse e fugiu do contacto dele, indo para o quarto.
Ligou o computador e começou a falar com Liliana outra vez. Ela não se sentia muito bem sozinha numa casa só com Klaus e precisava de desabafar isso com alguém. Ninguém melhor do que Liliana, que sabia quem ele era de verdade.
Teresa: É estranho. Ele tem tantos segredos para comigo. Por exemplo: sabias que ele vai ser professor em Cambridge?
Liliana: Não sabia, mas ainda bem que me contas.
Teresa: E para além disso, parece que vou ter uns seguranças. Em Cambridge! Como é que eu vou conseguir respirar?!
Liliana: Estás a ter um ataque histérico. Acalma-te e fala com ele. Sempre foste muito boa na comunicação.
Teresa: Ele nem por isso. Sempre que falo de alguma coisa que ele não goste, ele desvia logo o assunto!
Liliana: Vai falar com ele. É uma ordem. Agora!
Teresa suspirou, desligou o computador e voltou para a sala. Klaus estava a ver a série, mas sem a ver realmente. Ele apenas tinha os olhos fixos no plasma, mas a sua mente estava muito longe dali.
-Klaus – Teresa chamou-o, trazendo-o de volta à realidade.
-Oi.
-Preciso de falar contigo.
-Então fala.
Ela sentou-se no sofá e começou a despejar tudo cá para fora com uma voz calma, tentando não entrar em ataque histérico.
-Achas que me podes explicar como é que conseguiste entrar em Cambridge como professor? E eu sei que é errado ouvir por trás das portas, mas podes dizer-me quem são os pares de olhos extra? Eu sei, desculpa eu ser muito curiosa, mas tu escondes-me algumas coisas, ou deixas frases por completar e eu simplesmente não aguento isso!
Ele sorriu e pegou-lhe na mão. A corrente elétrica passou pelos dois e continuou. Aquilo ainda lhes acontecia, e não parecia abrandar, pelo contrário, cada vez que eles se tocavam mais, mais forte parecia.
-Parece justo. Eu vou ser professor de Literatura Inglesa do século XIX. E os pares de olhos extra são para tua própria proteção. Cambridge pode não ser tão famosa como Oxford para os vampiros, mas continua a tê-los.
-Só isso? – Teresa indagou. – Mais nada?
Ele enrugou a testa, não percebendo onde ela estava a chegar.
-Há mais?
Teresa suspirou e olhou para as suas mãos unidas.
-Não, nada.
-Há algo que te atormenta?
Ela negou com a cabeça, não o olhando.
-Olha para mim e diz que nada te atormenta – pediu ele, aproximando-se dela.
-Não se passa nada – ela continuou a não olhá-lo.
-É a Liliana? Ou algum dos teus amigos?
Teresa negou com a cabeça.
-Não. É… eu também estou preocupada com a minha estadia aqui.
-Não percebo.
-Eu vou ter uma vida humana, certo? Posso ter uma vida social e… amigos?
Finalmente, ele percebeu. Ela estava com medo que ele a impedisse de ter amizades e de talvez ter alguém mais próximo a ela.
-Sim, podes. Desde que eles nunca descubram quem eu sou.
Teresa suspirou.
-Assim está melhor – ela forçou o sorriso e sentiu que alguém lhe tinha tirado um peso de cima dos ombros.
Klaus riu-se.
-O que foi?
-Nada, nada. É que… às vezes penso o que tu pensas de mim. Ainda tens medo de falar de alguns assuntos e eu não percebo porquê – confessou ele.
-Bem, talvez porque tu tanto podes estar bem-disposto como mal-humorado. Isso faz-me confusão.
-Olha quem fala – ele disse e colocou um braço à sua volta, puxando-a para ele. – Às vezes pareces muito bem, mas uma simples palavra minha pode tornar-te num pequeno demónio.
-Isso não foi uma menção à minha altura, certo?
-Claro que não! – ele exclamou e os dois caíram na gargalhada.
©AnaTheresaC
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Oi! Gostaram do capítulo? Eu gostei muito de o escrever. Prof. Klaus Mikaelson... Nem vou falar mais nada!
XOXO, até domingo!