All Apologies. escrita por Catarina_Rocks


Capítulo 9
Capítulo 8: O pingente da discórdia.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos!!!!
Segue mais um capítulo de All Apologies. Como eu já havia dito, demora mas sempre chega!! Eu espero realmente que vocês gostem e prometo que estou correndo com o próximo cap.
E não, não me esqueci de My Faith e estou escrevendo acreditem. Estou trabalhando naquele capítulo desde que postei o último, mas não tem saído como eu quero então eu refaço tudo de novo. Não me odeiem por isso, mas saibam que eu estou me esforçando pra postar rápido, mas eu não quero postar qualquer coisa e sim algo com qualidade.
Enjoy :D



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Capítulo 8: O pingente da discórdia.

“Sério, Isabella, qual é o seu maldito problema?” Emmett gemeu enquanto pressionava a bolsa térmica em suas bolas novamente.

“Bom, qual é o seu problema, Emm?” Eu perguntei ainda enrolada em minha toalha. “Você sabe que zombar da minha cara não pode trazer boas coisas.”

“Caramba, foi você quem ficou pelada na frente de todo mundo. Eu não tenho culpa se você não depila suas coisas.” Ele resmungou gemendo um tanto mais forte.

Rolei meus olhos em meio ao seu drama.

“Acredite, se Jasper não tivesse me segurado eu teria feito muito mais do que chutar as suas bolas,” Eu disse em minha voz mais ameaçadora.

Emm sabia muito bem que eu não gostava de ser provocada e obviamente não estava em seu juízo perfeito quando resolveu começar a rir da minha cara após o incidente: ‘Bella macaquinha peluda completamente pelada na frente de toda a sua família e da atual noiva de seu ex’. Claro, ele não era o culpado, mas eu simplesmente transbordei quando ele perguntou se eu não queria sua gilete emprestada.

Emmett era um bosta.

E eu o chutaria nas bolas quantas vezes mais fosse preciso.

“Os dois já pararam de discutir?” Rose disse bufando. Nós já estávamos naquela há algum tempo, pois houve todo um momento para todos se recuperarem de terem visto minha pequena florzinha e eu ter agredido meu irmão tão forte que ele caiu ao chão.

“Você acha mesmo que isso é possível?” Alice arqueou a sobrancelha um tanto sarcástica enquanto era abraçada por trás por Jasper. Estávamos todos em volta da cadeira de Emm, esperando que ele terminasse seu pequeno drama insuportável.

Bem, talvez não tivesse sido um drama tão grande. Eu tenho quase certeza de que havia sentido sua genitália se estilhaçar contra meu pé.

“Só pare de ser um grande bebê chorão, Emm, não é como se você nunca tivesse apanhado de mim antes.” Eu dei de ombros, louca para poder subir e me esconder, pois eu podia sentir Edward me olhando como se estivesse pronto para a porra de morrer de rir da minha cara.

“Você lembra quando a Bella quebrou seu dedão do pé, cara?!” Jasper comentou entusiasmado. “Eu nem me lembro como ela conseguiu isso.”

“Ela tinha arrastado-o pelo tornozelo até a sala de estar e puxou seu dedão quando ele tentou fugir.” Rose sorriu com a lembrança.

“Bem, ele tinha malditamente mostrado pro papai meus anticoncepcionais, dizendo que eu deveria usar um sinto de castidade. E Charlie quase o fez.” Eu me defendi cruzando os braços.

“Você é minha irmãzinha, eu tinha que te proteger!” Emmett protestou ainda massageando sua aérea atingida. Era nojento de se ver.

“Eu sou dois minutos mais velha que você! Sou eu quem deveria te proteger.” Eu retruquei.

“Na verdade, querida, você é um minuto e meio mais velha.” Esme me corrigiu sorrindo.

“Dois, Même. Eu tenho certeza.” Eu devolvi para ela.

“Bom, nós estávamos lá, Bee.” Carlisle deu de ombros sorrindo. “E por Cristo, não vamos entrar nessa exaustiva discussão agora que vocês já são dois adultos.”

“Sim, certo.” Suspirei. “Mas um minuto, dois ou meio segundo, eu continuo sendo mais velha.”

“Como se isso fizesse alguma diferença.” Alice resmungou. “Edward é quatro minutos mais velho que eu, e sua idade mental é de um idiota primário.”

“Pelo menos eu tenho tamanho o suficiente para alguém da minha idade. Eu não tenho a altura de uma menininha de treze anos,” Edward retrucou com um sorriso torto nos lábios.

 “Certo, porquê a hora em que você nasceu realmente influência em seu tamanho.” Allie rolou os olhos.

“Vocês tem, seriamente, trinta anos?” Nessie perguntou balançando a cabeça em negação.

“Aparentemente não.” Esme sorriu. “Parece até mesmo que continuam um bando de crianças.”

“Ei, eu e Rose não estamos discutindo ou brigando. Isso nos faz um pouco mais maduros.” Jasper protestou.

“E eu não tenho mesmo trinta anos. Cruzes!” Rosalie disse com uma careta. “Estou muito bem com meus vinte e sete anos.”

“Você faz aniversário apenas em alguns meses, Ross.” Emmett disse em um gemido.

“Mas, tecnicamente, eu ainda tenho vinte e sete. Você é que é o velho da relação e seus quase completos vinte e oito anos.”

“Obrigada pelo elogio.” Eu disse arqueando a sobrancelha.

“Digo o mesmo.” Alice retrucou.

“Vocês me entenderam, sua vadias.” Rose rolou os olhos. “E Bella, você pode fazer o favor de se arrumar? Nós já estamos atrasados.”

“Ok, ok, eu já vou.” Eu bufei. “Com quem está a minha calcinha?” Eu perguntei, de repente, corando.

“Acho que você vai precisar de uma nova, Bella Bee.” Sue disse do balcão, observando Masen logo ao seu lado transformando minha renda rosa em pedacinhos.

Gemi irritada.

“Masen, você não pode comer isso. Você pode passar mal.” Eu disse caminhando até meu filho e puxando dele os últimos resquícios que restavam de minha lingerie.

“Bella!” Rose chamou minha atenção e eu a olhei assustada. “Vai logo, nós cuidamos de Masen.”

“Certo.”

“Espere que eu vou te maquiar.” Alice se moveu em minha direção.

“Maquiar? Pra quê?” Eu relutei. “Sinceramente, não é necessário tudo isso.” Eu abanei as mãos.

E pelo olhar que eu recebi, eu imediatamente assenti em rendição e me dirigi até a porta.

“Droga!” Alice praguejou batendo em sua testa; me virei assustada.

“O que foi?” Jasper perguntou alarmado.

“O discurso,” Ela explicou. “Eu esqueci de te avisar que você precisa de um discurso, B.”

“Pra hoje á noite?” Arregalei os olhos.

“Nossa, Alice, muito bom saber que vamos demorar mais um ano pra ir.” Rose resmungou.

“É, foi mal.” Allie mordeu os lábios. “Você já tem uma coisa velha, uma coisa nova, uma coisa emprestada e uma azul? Você precisa entregá-las hoje também.” Ela me olhou com uma careta culpada.

 “Isso eu tenho,” Dei de ombros. “Mas um discurso, droga, eu preciso me preparar mentalmente pra isso. Eu não consigo falar em público.”

“Nós sabemos.” Todos disseram praticamente em uníssono.

“Bella vai se arrumar e a gente dá um jeito nisso. Todos os convidados já devem estar lá há essa hora.” Esme disse calmamente.

“Ok, eu acho que vou precisar de mais tempo pra escrever.” Eu pensei alto.

“Se você quiser,” Uma voz doce começou a falar e eu praticamente quebrei meu pescoço ao me virar em direção á ela. “eu posso escrever pra você enquanto você se arruma, Bella. Eu sou escritora, sabe.”

Izzy disse com um sorriso tímido ao lado de Edward.

Senti meu queixo caindo e olhei para Edward malditamente surpresa.

“Você é?” Perguntei arqueando a sobrancelha.

“Sim, depois que Edward e eu nos mudamos pra Nova York, eu passei a escrever pro The Times algumas crônicas.” Ela deu de ombros como se não fosse nada demais.

E eu pude perceber o desconforto de Edward e todos os outros quando ela me lançou aquela novidade.

Foda-me forte. A vadia tinha o homem da minha vida E o meu emprego dos sonhos.

Cachorra pistoleira.

“Não precisa, Izzy.” Nessie disse com um sorriso irônico. “Bella também é escritora e das boas.”

E naquele momento, eu cheguei à conclusão de que Nessie não gostava muito de Izzy. Tanto pelo fato de que a primeira coisa que ela havia me perguntado quando cheguei, era se eu faria Edward terminar com ela, como pelo jeito que ela havia dito isso.

Minha pequena monstrinha do lago Ness era meu orgulho.

“Ah é mesmo, Bella?” Izzy questionou sorrindo. “O quê você escreve?”

“Ela escreve pro The Chicago News Online, também escrevendo crônicas.” Alice, surpreendentemente, respondeu por mim.

“Como é que você sabe disso?” Virei meu rosto pra ela imediatamente.

“Internet.” Ela deu de ombros. “Eu e Rose gostamos de ler.”

“Eu gosto muito daquela do passarinho.” Rose disse com um sorriso.

“Não acredito nisso!” Eu disse surpresa.

E elas sorriram pra mim.

“Nós apenas te amamos.” Rose deu de ombros e eu fiquei sem palavras.

Elas eram mesmo minhas melhores amigas e eu senti um pouco de remorso, pois mesmo um tanto bravas, elas pesquisavam sobre minha vida e ainda tinham tempo para me apoiarem, mesmo de longe.

“Vocês são incríveis.” Eu admirei em um suspiro.

“Nós temos muito em comum então.” Izzy disse, quebrando meu doce momento de alegria.

“Você nem tem ideia.” Seth murmurou por cima do ombro.

“Seth, fique quieto.” Edward pediu um tanto irritado e então me olhou com uma expressão indecifrável.

“Bom, será que vocês podem se apressar então?” Carlisle disse se levantando da mesa. “Acho melhor eu e Emmett indo levar o pessoal, enquanto Bella e Alice ficam pra se arrumarem e organizarem as coisas.”

Rosalie concordou com a ideia e eu rapidamente subi ao encalço de Alice para terminar de me arrumar.

Já vestida, sentada na cama enquanto Alice fazia sua “mágica” em mim, eu bufei irritada ao ouvir os carros dando partida do lado de fora.

“Vadia imbecil” Eu resmunguei, enquanto sentia Alice passar um pincel fofo em minhas bochechas.

“Ela não é uma vadia só porquê tem a mesma profissão que você.” Alice disse rolando os olhos.

“Não,” Eu concordei. “Ela é uma vadia, porquê ela tem tudo o que um dia eu sempre quis.”

“Foi você quem quis assim,” Alice deu de ombros simplesmente.

“Você sabe que não é assim. Eu...”

“Você tinha seus motivos. Eu sei.” Alice me interrompeu. “Mas vamos lá, Bee, ela não fez nada de errado.”

“Certo,” Eu bufei. “Por quê Nessie não gosta dela?”

“Bem, porquê ela pensa como todos nós; que Edward foi feito pra ficar com você. Só que...” Ela suspirou me olhando nos olhos. “Nessie é uma criança, ela não entende certas coisas. Ela acha que Edward devia ter ido atrás de você.”

“Ela não fica falando isso pra ele, não é?” Eu perguntei. “Isso não seria legal.”

E por mais que eu odiasse toda a situação, eu sabia que não era certo descontar em Edward a culpa do fim de um relacionamento que eu causei. Doía, mas ele tinha que seguir em frente. Eu apenas não me aguentaria se soubesse que ele sofreu mais que eu todos esses anos.

“Ela fala sempre.” Allie me confessou. “Mas é que... Bem, todos temos que entendê-la. Ela cresceu com vocês dois sendo um casal, ver os dois separados se equipara a um divórcio dos pais.”

“Será que...” Eu respirei fundo. “Será que Izzy sabe dessa antipatia?”

“Sabe, ela é uma pessoa muito sensitiva. Ontem mesmo ela me perguntou do porquê você não gostava dela.” Alice respondeu.

“Sério? E o que você disse?”

“Que ela estava imaginando coisas,” Ela me disse, empurrando um espelho em minha direção.

Os milagres que Alice fazia com uma caixa de maquiagens na mão, eram impressionantes. A mulher conseguia me tirar do comum, para me deixar linda.

“Eu não te culpo também,” Ela continuou após eu agradecê-la. “Se fosse a atual do meu ex, eu também a odiaria. Ainda mais que vocês duas tem tanto em comum.”

“Temos?” Eu arqueei a sobrancelha.

“Sim, vocês tem.” Ela me respondeu sentando-se ao meu lado. “Quando Edward á trouxe pra casa, todos ficamos meio preocupados. Era como se ele estivesse, não sei, arrumando uma substituta pra você. Alguém que o lembrasse você. O que não é saudável, nem pra ele, nem pra ela.”

“Você ainda acha isso?”

“Acho, e eu também acho que essa sua volta pode causar muitos estragos.” Ela suspirou e viu a forma como eu me encolhi. “Eu não digo pela sua volta, eu estou feliz que você voltou. Muito feliz. Apesar de eu sentir raiva de você ainda.” Ela me confortou carinhosamente. “Mas... eu não acho que seja possível ignorar essas luzinhas que se ascendem quando você e ele estão juntos. É só que... A Rose me contou o que aconteceu entre vocês no café. Ele obviamente está com ciúmes e você obviamente está se deixando voltar pra ele.”

“Isso não vai acontecer.” Eu garanti, estendendo o queixo. “Eu não posso voltar com ele e eu respeito às pessoas, nunca faria isso com a noiva dele.”

“Eu sei, mas... Não dá pra controlar isso. Vocês são um do outro. Nem o tempo pode mudar isso.” Ela me disse e então mordeu a boca como se estivesse preparada pra me perguntar algo.

“O que foi?” Eu perguntei.

“Esse motivo que você tem,” Ela começou e eu a olhei implorativa. “Calma, eu não vou te forçar, mas... eu sempre me perguntei se...”

“Se?”

“Se tinha algo a ver com o fato de você ter achado estar grávida,” Ela disse me olhando cautelosamente. “Foi um mês antes de você ter ido embora e eu lembro como você estava apavorada, como você pensava que destruiria o futuro dele e como você chorou no meu colo aquela noite.”

“Não, não tem.” Eu disse prontamente. “Eu não estava grávida, eu te disse. E eu nunca abortaria ou iria embora por ter medo de algum dia aquilo acontecer. Eu tinha contado pra ele o que estava acontecendo e mesmo que estivéssemos muito novos, ele me confortou dizendo que se tivesse acontecido, nós encararíamos.”

Claro que eu não diria á ela que foi a partir daquele exame de sangue que meu pesadelo tinha começado e que ele era a causa de eu ter fugido.

“Isso é um alivio.”

“Além do mais, eu meio que... não posso ter filhos. Desde aquela época.” Eu completei sentindo a necessidade de contar aquilo á ela. Como se ela sabendo uma parte das minhas limitações, me fizesse melhor.

“Bella,” Ela sussurrou surpresa. “Como você... Oh Bella!” E então ela me abraçou forte e eu sabia que ela estava prestes a chorar. “Porque você nunca me disse?”

“Eu tinha ido embora, eu não tinha como contar.” Eu revelei triste. Eu não choraria porém, pois eu já estava conformada e já tinha deixo todas as minhas lagrimas possíveis naquele assunto.

“Não foi por isso foi?” Ela bateu seus grandes olhos verdes pra mim. “Me diga que não foi por isso, porque você sabe muito bem que Edward não se importaria com isso.”

Eu suspirei cansada, levantando-me para calçar meus sapatos, numa frustrada tentativa dela não olhar meus olhos.

“Foi em partes, Alice.” Eu disse mordendo os lábios. “Não digo que foi por isso, mas pode ter havido uns vinte por cento de influência no que eu fiz,” Confessei vendo-a criar uma enorme carranca.

Ele se levantou e seguiu até minha direção, com os braços na enorme cintura de gestante. Seria cômico vê-la tão baixinha e roliça com uma pose de tigresa, se a situação não fosse um tanto trágica.

“Você está me dizendo que seriamente acredita que Edward não teria ficado com você, só porquê vocês não poderiam ter filhos?” Ele resmungou. “Você tem noção do quão idiota isso chega a ser?”

“Alice,” Eu repirei fundo. “Eu sei que nós dois poderíamos superar isso, mas... Eu não posso conviver com a ideia de saber que o Edward se privaria de certas coisas, apenas pra ficar comigo.” Eu a olhei nos olhos. “Ele não tem que suportar situações, ele tem que ter alguém que possa dar tudo pra ele.”

“Ele não tem que suportar nada, B.” Alice retrucou muito irritada. “Você é a mulher da vida dele, não importa o quão perfeita outra mulher possa ser.”

“Ele... ama crianças e eu não poderia dar um filho pra ele... Isso acabou comigo.” Eu disse em um sussurro, esperando que ela me entendesse. “Pensar nisso, ajudou na minha decisão.”

“Bells, Edward não se importaria com nada, desde que ele ficasse com você.” Alice me disse me puxando para um abraço.

“Eu não posso pensar assim,” Eu comecei com a garganta fechada. “Se eu pensar, os meus últimos sete anos foram em vão.”

“Foram. Espero que você perceba logo que foram.” Ela retrucou.

“Foi melhor assim, Allie.” Eu disse resignada. “Ele merecia mais do que isso.”

Ela sabia disso.

Edward devia saber disso.

E eu precisava acreditar nisso.

(...)

“Vamos, Allie! Eu já peguei tudo.” Eu disse gritando para Alice enquanto descia as escadas para a saída.

Eu estava sentindo-me em um misto de confiança e embaraço quando eu vi Edward parado no Hall de entrada um tanto desajeitado.

Ele olhou para mim, de cima a baixo, e eu me senti convencida de que estava bem naquele vestido preto solto e saltos baixos. Afinal, o homem havia acabado de me ver em minha forma não depilada e mesmo assim me via com certa... admiração.

“Ué, você não foi?” Eu perguntei em um sussurro, porquê talvez minha voz não conseguisse sair ao vê-lo numa camiseta preta justa e um jeans surrado.

Edward era definitivamente o homem mais lindo que eu já havia visto.

Ele levou as mãos para cabeça numa frustrada tentativa de embrenhar suas mãos nos cabelos ralos e moveu seu peso de um pé para o outro.

“Bom, eu ia... Mas, Masen meio que tinha outros planos quando achou que eu era um penico.” Ele deu de ombros e apontou para um Masen tranquilo aconchegado ao lado da porta guarda-chuvas.

“O quê?” Eu disse confusa, quando parei a sua frente e não soube nem mesmo como ficar ereta em sua presença.

“Masen fez xixi em mim e eu tive que colocar outra roupa, e então decidi esperar por vocês.” Ele me respondeu finalmente, olhando-me nos olhos.

“Masen!” Eu me virei para o meu bebê e fui até ele, para me abaixar em sua direção. “Você está um tremendo bagunceiro ultimamente, não?!” Peguei-o em meu colo. “Primeiro, deixa sua mãe pagar o maior mico possível e agora faz xixi no próprio pai.” Resmunguei.

Edward me olhou estranhamente enquanto eu conversava com Masen e eu o observei perguntando o que ele tinha.

“Nada.” Ele respondeu dando de ombros. “Você está bonita.”

“Obrigada.” Eu corei sem graça e Masen se contorceu para sair de cima de mim.

Quando eu me levantei, eu tive um vislumbre gigantesco de Edward olhando para a minha bunda.

“Edward,” Eu chamei torcendo pra não estar vermelha ou gaguejar enquanto falasse. “você pode não ficar me secando?” Arqueei a sobrancelha e ele me olhou desnorteado, antes de soltar um sorrisinho torto e sacana.

“Desculpe,” Ele disse. “Mas é que... não sei, você mudou.” Ele observou. “Seus peitos cresceram ou é impressão minha?”

Rolei meus olhos.

“Você me viu pelada hoje.”

“Sim, eu vi.” Ele acenou. “A única coisa remotamente parecida com você antes, é a quantidade de pêlos na sua amiguinha aí embaixo.”

Olhei para ele surpresa.

Digo, aquilo não era mesmo o tipo de coisa que se dizia. Tudo bem que eu sabia que os meus peitos tinham estranhamente aumentado com aquela história toda, mas ele não precisava dizer, muito menos falar da minha depilação.

“Cala a boca!” Eu resmunguei mordendo os lábios e ele uivou uma gargalhada.

Eu sabia tão fodidamente que ele estava apenas esperando o momento certo para me encher sobre aquilo.

“Você nunca vai mudar mesmo!” Ele disse ainda rindo de mim e quando Alice apareceu descendo as escadas até nós com um olhar um tanto desnorteado, e eu entendi o que ela havia dito sobre aquelas luzinhas que se ascendiam quando estávamos juntos.

“O que está havendo?” Ela perguntou quando Edward resolveu dar uma segurada em suas tentativas de me deixar sem graça.

“Bella continua não se depilando.” Ele respondeu como quem dava bom dia e eu dei um murro em seu ombro.

Alice arqueou uma sobrancelha pra mim.

“Ah sim, aquele show de horrores hoje...” Ela comentou. “Eu sei que você chutou o Emm e tudo quando ele disse isso, mas... nós temos giletes e cremes depilatórios se você quiser, Bee.”

“Vão pro inferno!” Eu praguejei abrindo a porta e indo para o carro antes que os dois continuassem a rir da minha cara ainda mais e Rose nos matasse por demorar anos.

Quando eu cheguei à garagem e senti os dois ao meu encalce vi Edward observando maravilhado minha Mercedes alugada e eu apenas me virei para ele e perguntei.

“Você quer dirigir?”

Ele parecia uma criança que houvera acabado de ganhar um presente de natal. Seus olhos me lançaram um brilho de alegria e naquele momento, eu não pude me arrepender menos de ter alugado a Mercedes.

Eu poderia realizar ao menos um de seus sonhos.

Joguei pra ele as chaves e rapidamente me dirigi até o banco traseiro, deixando que Alice se sentasse na frente. Eu não me arriscaria sentando-me no banco do passageiro ao lado dele durante poucos minutos.

Enquanto Edward nos guiava para fora dos limites de Forks, Alice ligou o rádio.

E só porque a vida realmente quer que eu acredite na lei de Murphy, Linger estava tocando.

Eu suspirei alto e Alice pediu desculpas, desligando imediatamente o som.

Edward me olhou pelo retrovisor e eu engoli em seco, sabendo que o clima mais uma vez tinha acabado com outra lembrança do nosso tempo juntos.

“Você pode deixar ligado, Alice.” Edward disse de repente e eu não conseguia olhar seu rosto pra saber sua reação. “Não tem problema, certo?”

“Não,” Eu pigarreei, sabendo que tinha sim um problema. E um muito grande. “eu não me importo também.”

Alice nos encarou por alguns segundos e ligou o rádio murmurando um sonoro “Foda-se.”

“Qual é o seu problema?” Edward olhou para a irmã um tanto irritadiço enquanto o refrão da música rolava com ardor.

“Vocês dois são o meu problema.” Ela resmungou.

“Por quê?” Ele revidou franzindo a testa. “Só não faz sentido eu e a Bella ficarmos desconfortáveis todas as vezes que ouvirmos os Cramberries. Isso tem que ficar pra trás.”

Eu senti como se mil facas estivessem atravessando o meu peito, mas preferi me manter em silêncio. Ele tinha razão no fim das contas.

“Você também acha isso, Bella?” Alice arqueou a sobrancelha.

Mordi o lábio com força.

“Alice, para com isso, ok?” Eu resmunguei e olhei para Edward novamente. “Vamos só... esquecer.”

“Esquecer?!” Alice bufou. “Ótimo, vamos esquecer. Porquê todos nós temos problemas sérios de amnésia, não é?”

Edward respirou fundo, sua paciência sendo esgotada.

“Quem deve decidir se devemos esquecer ou não, somos nós dois.” Ele retrucou.

E eu fiquei me perguntando porquê nós estávamos tornando uma simples viagem de carro em um debate honesto e aberto sobre situações completamente complicadas.

“Vocês conseguem isso?” Ela rebateu irritada.

“Eu não sei, honestamente, porquê você tem que se meter nisso!” Eu estourei. “Edward é meu melhor amigo e nós podemos fazer isso, não é?”

Eu olhei para ele implorativa. Como se cada poro do meu ser desejasse que aquilo fosse verdade. Como se tudo se resumisse a resposta dele.

“Sim,” Ele suspirou e me devolveu o olhar com intensidade.

“Então vocês serão hipócritas é isso? Só pra não estragar o casamento? Vocês precisam resolver isso. Eu não estou me metendo, mas no mínimo um extravasar a raiva com outro.”

“Não temos raiva. Eu pelo menos não tenho.” Ele disse como que encerrando o assunto.

“Uau! Dois santos do perdão.” Ela disse magoada. “Tudo bem, já que vocês querem assim.” Ela deu de ombros e eu segurei minhas forças pra não chorar ao lado deles e olhei pela janela a paisagem. “Espero que vocês sejam muito felizes e quem sabe a Bella não venha pra ser sua madrinha no seu casamento Edward? Isso sim seria incrível.”

“Cala a boca, Alice, sério. Eu e a Bella não nos metemos na sua vida e na do Jasper.” Edward devolveu.

“Eu e o Jasper não fazemos merda atrás de merda.” Ela retrucou e eu simplesmente não aguentei.

“Ótimo Alice, agora que você expôs sua opinião será que não podemos ir ao chá-bar de Rose em paz?” Edward me apoiou e ela se calou. “Afinal, eu e o Edward já resolvemos deixar as coisas... pra lá.”

“Eu só espero que vocês realmente consigam isso.” Ela disse irônicamente e ninguém disse mais nada.

O resto da viagem foi puro silêncio e a ideia de que Alice estava obviamente tentando se meter em coisas que não lhe deviam respeito, pairando pelo ar.

Eu realmente a entendia. Durante o todo aquele dia, eu tive lapsos de consciência ao entender que talvez o que Edward e eu pretendíamos era loucura e imbecilidade. Que provavelmente um de nós sairia incrivelmente ferido dessa história de sermos apenas amigos e deixar tudo pra trás, mas eu tentei relevar. Alice apenas se preocupava demais com seu irmão e comigo pra nos deixar fazer mais merdas com as nossas vidas.

Só que se fosse por alguns minutos de redenção e paz, eu deixaria aquilo me atingir e esperaria com prazer.

(...)

Quando chegamos ao Billy’s Bar, finalmente senti a atmosfera se aliviar um pouco, mesmo Alice tendo saltado do carro tão rápido quanto o papa léguas e Edward lançando um sorriso de lado apologético, como se estivesse pronto pra me enlouquecer com suas atitudes estranhas.

Deixei os dois entrarem na minha frente e respirei fundo me preparando para o reencontro com meus antigos colegas de classe.

Eu sempre tive a ideia na minha mente de que se houvesse um tipo de reunião de classe entre nós, eu faltaria sem pestanejar duas vezes.

Apenas a ideia de ter que rever pessoas que eu nem mesmo apreciava tanto, mostrando-me como falharam ou triunfaram na vida, me deixava enjoada. Porém, a ideia de eu ser a única novidade, a única que seria julgada e tendo pessoas jogando na minha cara como melhoraram com o tempo era relativamente pior.

Assim que pus meus pés ali dentro, senti milhares de olhares voltados pra mim. Uma das primeiras pessoas a falar comigo havia sido Jéssica Stanley. Ela me abraçou como se nós duas houvéssemos sido as melhores amigas no colégio e sua falsidade realmente me incomodou. Aquilo sem falar de como sua aparência de Barbie Malibu havia piorado consideravelmente.

Os peitos dela com certeza haviam passado por algumas cirurgias, pois estavam tão duros que eu realmente me machuquei quando ela prensou-os contra mim.  

Também revi Eric York, que realmente parecia pior com o tempo; o coitado sempre havia sido estranho, mas agora com uma quase calvície e uma barriga protuberante, ele tinha conseguido estar um tantinho pior.

Todos haviam se tornado estranhamente diferentes.

Ângela Weber agora era a criatura mais sexy e bonita que meus olhos já tinham visto; Ben Cheney estava tão bombado quanto Jacob; Leah Clearwater estava absurdamente simpática e Tyler Crowley e Lauren Malory pareciam dois velhacos na meia idade. E claro havia Mike Newton... e bom, Mike Newton continuava o mesmo espécime nojento e tarado que um dia eu conheci.

Após a enxurrada de ex-colegas e explicações do meu sumiço, Rose me puxou para um abraço e me levou até o palco para o meu discurso. Eu peguei meus presentes de minha bolsa e rezei para não cair ou fazer qualquer coisa digna de Isabella Swan na frente de todas aquelas pessoas, inclusive e especialmente da vaca da Izzy.

Isso mostre a ela que você é tão boa quanto ela. Talvez você sinta um pouco melhor.

“Olá pessoal!” Rose disse em cima do palco com o microfone na mão. “Agora que minha dama de honra finalmente chegou, ela vai falar algumas palavras.” E nisso os convidados bateram palmas pra mim.

Eu estava tremendo quando olhava para a mesa da minha família e vi Alice com a cara fechada.

“Oi.” Eu sussurrei de forma ridícula quando Rose me passou o microfone.

Você ensaiou essa droga na sua cabeça até agora, então relaxe.

É porque isso era muito fácil pra mim

“Bom,” Eu comecei suspirando sentindo todos os olhares em mim. “É, enfim... quando eu recebi o convite para o casamento da Rose e do Emm, eu fiquei muito, muito perturbada. Sim, haviam muitos motivos pra isso, mas...” Mordi meus lábios e olhei para Emmett que me lançava um olhar de encorajamento. “Um dos maiores foi me perguntar porque diabos Emmett havia demorado malditos quatorze anos pra finalmente pedir minha melhor amiga em casamento.” Eu sorri um pouco, ouvindo as risadas dos demais.

Eu me virei para Rose parada em pé ao meu lado.

“Saber que meu irmão não teve coelhões o suficiente não foi muito legal.” E as pessoas riram um pouco mais, assim me acalmando. “Mas mesmo assim, eu fiquei imensamente feliz em saber que vocês iriam se casar. Pois é assim que tinha que ser desde que vocês nasceram.” Rose sorriu docemente pra mim quando eu fiz minha pausa.

“Eu trouxe três presentes pra você hoje.” Eu disse á ela. “Uma coisa velha e azul, uma coisa nova e uma coisa emprestada.”

Peguei o primeiro presente.

“O primeiro, é a coisa nova...” Respirei fundo. “Eu me lembro de quando tínhamos dez anos e você me disse o que gostaria de ser quando crescesse.” Sorri nostálgica. “Você disse que gostaria de ser mãe e esposa e que gostaria de morar em uma casa grande com balanços e um enorme abacateiro. O irmão eu já emprestei,” Ela riu. “Um filho é com você e a casa fico feliz em dizer que quando você se sentir pronta, você pode morar na nossa antiga casa, lá tem balanços.”

Eu vi Rose encher seus olhos d’água e olhei para Emmett sentado na mesa, com um aceno de aprovação e orgulho.

“O que eu posso te dar agora é...” Coloquei o primeiro presente em sua mãos.

“Sementes de abacate!!!” Ela gritou rindo e me abraçou com força. Ouvi ao fundo as palmas e assovios dos outros.

Me afastei e me preparei para o segundo presente.

Esse eu sabia que seria como oferecer a minha família um milhão de perguntas sobre minha atitude, mas Rose merecia mais do que eu.

“O segundo é a coisa velha e azul,” Continuei. “A minha mãe me deu isso quando eu tinha quinze anos. São as presilhas que ela usou em seu casamento, que a minha avó usou e várias outras gerações da família Swan. Ela disse que eu deveria usar no meu casamento e dar pra minha filha quando ela se casasse... Eu acho que você manterá a tradição melhor do que eu.”

Ela me olhou com os olhos arregalados e quando me agradeceu com um abraçou, sussurrou em meu ouvido.

“Bella, por quê?”

“Conversamos sobre isso mais tarde.” Eu disse apenas e olhei para as pessoas que sorriam para nós. Exceto a nossa mesa, que franzia o cenho em meio ao meu gesto.

Eles não entenderiam apenas.

Eu havia pensado muito sobre dar ou não aquilo a Rose. Era uma das memórias de minha mãe e eu não sabia se estava cem por cento preparada para entregá-la assim. Só que eu sabia que não me casaria com alguém que não fosse Edward e não teria filhos e só dessa forma a tradição seria fielmente cumprida; A nova Swan Rosalie que seria responsável por ela agora.

“Agora,” Eu pigarreei. “A minha coisa emprestada.”

A pior de todas.

“Rose,” Eu a olhei com amor. “Você é uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo.” Ela sorriu. “Eu desejo tão bem á você que eu poderia te dar minha vida pela sua felicidade. E eu desejo com todo o meu coração que você seja tão feliz como um dia eu já fui.” Engoli em seco. “Quero que o seu casamento torne o amor de vocês maior e melhor. Que você sinta o que eu senti quando eu recebi isso,” Levantei meu pulso pegando coração de diamantes da nossa pulseira da amizade.

“Bella...” Rosalie arfou em um sussurro.

“Esse coração representa o amor mais puro e genuíno que eu já senti. É o tipo de amor que não tem fim, que está espalhado pelos cantos dessa cidade, que deixou sua marca em cada gesto que fez, que pode unir pessoas pelo resto de suas vidas. É um amor doce e tão necessário quanto sorvete, chocolate e ar-condicionado. Um amor que dá vontade de vomitar, chorar, abraçar e gritar ao mesmo tempo.” Senti meus olhos salpicarem de lágrimas. “Eu ganhei esse coração como símbolo do meu primeiro e único amor e eu quero que você o use no dia do seu casamento, pra que você seja tão feliz quanto eu fui.” Terminei entregando o pingente á ela e dando-a um abraço apertado.

Nós duas estávamos chorando.

Nós duas sabíamos o que aquilo significava.

Eu estava tirando do meu pulso o coração que Edward me deu ao declarar seu mais profundo amor por mim. Eu estava tirando do meu pulso o coração que Edward disse que deixou comigo e que eu nunca, em todo esse tempo fiquei sem.

Eu estava dizendo adeus á ele. E eu só pude chorar mais e mais.

Houve mais uma salva de palmas e quando eu soltei Rosalie, Edward me olhou com intensidade da mesa.

Eu vi quando ele se levantou abruptamente e saiu para fora do bar.

Eu vi quando todos os outros da minha família me olhavam com surpresa e estupefação.

Eu vi quando Jasper me deu um olhar significativo e correu atrás de seu melhor amigo.

E eu vi que eu provavelmente tinha feito uma coisa errada e que Edward estava realmente magoado comigo, agora mais do que antes.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? COMENTEM, RECOMENDEM E NÃO ME ABANDONEM PELA DEMORA!!! AS COISAS BOAS VÊM PARA OS QUE ESPERAM!!!
ROBEIJOS E KRISSES!!!!