After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 4
Capítulo 4




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Passou-se quase uma hora e nada dele aparecer. Perguntei à assistente se ele iria demorar e ela disse que havia tido um imprevisto; a banda tinha ido para uma filial. Furiosa sai sem pensar. Eu já detestava aquele garoto e ele ainda me fez esperar horas para nada?

Eu não tinha deixado nem recado, já estava farta e queria ir para casa rápido. Peguei um taxi e logo cheguei. Sentei no sofá e liguei a TV, não estava passando nada de interessante nos meus canais favoritos, então fui trocando e ao passar por um canal qualquer, uma reportagem chamou minha atenção:

“Hoje iremos falar sobre Harry Styles, integrante da banda One direction. Você irá ver: Entrevistas, vídeos comprometedores e polêmicas que envolvem o cantor.”

Confesso que não resisti ao ver a palavra “polêmica”, então comecei a assistir a reportagem. Não pude deixar de rir quando ouvi dizer que ele tinha uma “tara” por coroas, ficava com várias mulheres e saia bêbado de bares e era dotado como a criança do grupo. Apenas pensei comigo “que tipo de falso moralista ele é?”.

Eu estava com algumas dores, resolvi tomar um banho e descansar. Eu queria não parar pra pensar que eu estava sozinha naquela noite fria e chuvosa. Como não conseguia dormir, tomei alguns calmantes e adormeci rapidamente.

No dia seguinte, acordei com a campainha sendo tocada desesperadamente. Exasperada, da mesma forma que levantei eu segui em direção a porta.

– Acalme-se! Eu já estou indo. - Gritei abrindo a porta. - Você aqui? Como descobriu meu endereço?

– Você me procurou ontem e eu tive um imprevisto. Desculpe-me. - Ele disse escorando no canto da porta com um sorriso largo. - Ser famoso tem as suas vantagens e afinal eu estava com seus documentos o que facilitou bastante.

– Não se dê o trabalho de fazer teatrinho de bom samaritano comigo. É perca de tempo. Eu só quero meus documentos. - Disse séria e ele mordeu o lábio inferior.

– Você costuma receber suas visitas sempre de blusa e calcinha? – Harry perguntou sorrindo maliciosamente.

– Oh meu Deus… - Disse olhando o que eu vestia e sai correndo para o meu quarto.

Troquei rapidamente de roupa e fui para a sala. Ele observava a casa como uma criança em uma loja de brinquedo. Reparava o estilo, lia os títulos dos meus livros de faculdade que estavam na minha prateleira e observava meus porta-retratos. Harry parou em um, no qual havia uma foto minha com o Logan.

– Me desculpe mais uma vez, mas… Eu preciso perguntar. – Ele disse e me olhou nos olhos. - Ele é o motivo da tentativa de suicídio?

– Não te interessa. - Disse seca e senti meus olhos marejarem.

– Eu sinto muito. - Harry disse constrangido.

– Eu também. – Respondi fitando o chão.

– Eu ia te procurar ontem, mas o dia foi muito complicado. Você está melhor? – Ele questionou me analisando.

– Não. Mas eu vou ficar. Vou passar um tempo fora e colocar minha mente em ordem. – Disse desviando o olhar para a porta.

– Nossa, eu não acredito que cheguei a me preocupar com você. Venho até aqui para ver se você ainda estava bem, viva, e você me trata desta maneira. – Harry disse revoltado. – O que eu fiz para você me odiar desta forma?

– Humm, vejamos… Você não respeitou minhas decisões, isto só para começar. Levou-me para o hospital a força, me fez ir para um lugar que eu não queria e ainda me deixou sem carro. Fez-me andar a Oxford Street toda para simplesmente me fazer esperar igual uma idiota. Jogou na minha cara que eu era uma “bêbada suicida” e não podia ser vista com você. – Disse e sorri sarcástica. – Como se você fosse muito diferente de mim.

– Aqui estão seus documentos. Eu não sou obrigado a ouvir coisas de alguém como você. Você deveria pensar mais nos seus atos, pois as consequências podem ser horrendas. – Ele disse olhando por uma última vez a foto e indo em direção a porta.

– Ah, claro, vou começar a pensar. Por que não pensamos juntos? –Indaguei sarcástica e ele parou. – Pelo o que eu sei você tem tantos problemas quanto eu, só que com os típicos dramas adolescentes: Sexo, drogas e rock n roll… Desculpe-me. Você está certo. Está procurando ajuda. – Sorri de lado e ele me fitou confuso. – Aquelas coroas que você pega devem te ajudar bastante.

– Você é maluca. – Harry disse vermelho de tanto ódio e saiu; deixando a porta bater fortemente.

Eu estava muito estressada. A única coisa que eu queria era me distanciar de tudo e de todos. Talvez das minhas consequências… Então liguei para uma consultora de viagens que eu já conhecia.


Ligação on

– Olá Jessie, tudo bem? - Perguntei.

– Oi. Estou bem, obrigada. Em que posso te ajudar? – Ela respondeu educada.

– Preciso viajar urgentemente. Você poderia providenciar uma passagem para o Brasil? – Pedi com a voz fraca.

– Brasil? Sinto muito, mas eu acabei de receber informações que está um caos nos aeroportos. Está impossível fazer viagens urgentes para o exterior. – Jessie lamentou.

– Tudo bem. – Disse me controlando. – Eu vou dar um jeito. Tchau, obrigada.

Ligação off

Resolvi ligar para o Charlie. Talvez ele tivesse alguma solução, então disquei seu número e não atendia, esperei um pouco mais e finalmente ele atendeu:

Ligação on

– Oi Charlie, desculpa te incomodar, mas preciso de mais um favor. -Disse sem pausa.

– Olá, pode pedir, o que foi? - Me respondeu em tom de brincadeira.

– Eu preciso de um lugar para ir, já tentei a agência de viagens, mas é impossível ir para o exterior, você sabe de alguma cidadezinha pequena e aconchegante onde eu consiga me distrair? - Eu disse. - Por favor diz que sim! - Fiz voz de garotinha quando queria algo.

– Jenni, eu tenho uma casinha em uma vila chamada Holmes chapel na cidade de Cheshire, fica há alguns quilômetros daqui, mas não é difícil de chegar. Se você quiser é só passar na minha casa e pegar a chave, mas, por favor, não repare a bagunça na casa, há um bom tempo que eu não vou até lá.

– Sem problemas, passo na sua casa por volta das 18:00 após ter recuperado meu carro ok? Lá você me explica o caminho. – Desliguei mais aliviada, afinal eu precisava de um tempo fora de Londres.

Ligação off

Arrumei minhas malas, peguei minha câmera, me arrumei bem rápido e fui pagar a multa do meu carro para recuperá-lo. Assim que resolvi tudo peguei a chave da casa, Charlie me explicou o caminho e eu segui viagem, já era noite, mas a pequena cidade não ficava longe dali.

Assim que cheguei, me surpreendi com a casa, pois ela era adorável, mal podia esperar o dia amanhecer para que pudesse conhecer a cidade. Passear pelos lindos bosques que Charlie me contou que tinha e aproveitar para tirar fotos, eu amava fotografar, mas estava sem tempo por causa do meu trabalho. Comi os lanches que eu tinha levado e adormeci.

Ao acordar fiz minha higiene matinal e sai à procura de uma lanchonete para tomar o café da manhã. Aproveitei para caminhar por um parque próximo a linda casinha de Charlie.

Ele era muito encantador, tinha muito verde e diversos tipos de flores, não resisti e comecei a fotografá-las. Por um momento eu esqueci tudo o que estava passando. O dia estava um pouco frio, mas bem menos que o de costume. Abaixei-me sem movimentos bruscos para fotografar um gatinho que brincava em meio as flores, mas acidentalmente alguém tropeçou em mim.

– Me desculpe, não foi minha intenção. Você está bem? – disse sem olhar para a pessoa.

– Estou sim, só meu pé que está doendo um pouco. - Disse tentando se levantar.

– Por favor, me perdoe realmente não foi minha intenção. – Disse a ajudando a se levantar.

– Não se preocupe não foi culpa sua, eu que tenho andado um pouco distraída esses dias e não te vi agachada -disse com uma voz doce e um leve sorriso.

– Posso te ajudar a chegar em casa? - Perguntei notando que ela estava mancando e que seu pé que doía estava ficando inchado.

– Sim, acho que vou precisar. - Disse simpática e meio sem graça.

No caminho, começamos a conversar e perguntei seu nome:

– Desculpe, mas estamos conversando há um tempo e eu não perguntei o nome da senhora. – Perguntei um pouco envergonhada.

– Meu nome é Anne, e o seu? – Ela me perguntou de volta.

– Prazer meu nome é Jennifer, mas pode me chamar de Jenni. -Completei ao se aproximar da casa onde ela morava.

– É aqui, você quer entrar? - Me convidou gentilmente, já abrindo a porta.

– Claro, por que não, afinal seu pé está inchado e parece que não tem ninguém em casa não é mesmo? - Perguntei já sabendo da resposta.

– Acho que sim, minha filha Gemma e meu marido Robin sairam cedo e meu filho “Har…-ela parou de falar em meio as fortes dores que começou a sentir.

– Oh meu Deus, o que eu fiz. Deixe-me cuidar de você, eu não sou médica, mas posso tentar. - Perguntei onde ficava a cozinha e fiz uma compressa e peguei um analgésico para a dor, até que ouvimos a porta abrir.

– Filho... – Ela disse olhando em direção a porta enquanto eu cuidava de seu pé que ainda estava dolorido.

– MÃE, O QUE ACONTECEU? – Ele disse preocupado e vindo em direção ao sofá. Mas ao me ver fez uma cara horrível, e antes da Anne responder ele me atacou dizendo:

– O que essa garota está fazendo aqui? O que ela fez com você? - Sem entender o que estava acontecendo eu respondi:

– Acidentalmente ela tropeçou em mim no parque, não foi minha culpa, eu sinto muito. – disse com lágrimas nos olhos - O que você está fazendo aqui?

– Não estava falando com você- retrucou a minha interferência na conversa.

– Ela não tem culpa, eu que estava distraída e não a vi fotografando o jardim agachada, ela só queria um ângulo melhor. - Tentou explicar. -Ela está me ajudando com minha torção.

– Você machucou a minha mãe para me afetar? Você é realmente louca, você deve ser uma psicopata só pode! - Disse exaltado e sem pausas, até que Anne nos interrompeu:

–Hey, parem de brigar agora! - Gritou para que parássemos de nos atacar. - Vocês se conhecem? – Anne perguntou confusa.

–Infelizmente. - Dissemos juntos

– Pode ir embora que eu cuido da minha mãe sozinho, eu não preciso da sua “ajuda”. - Disse me expulsando de sua casa.

– Me desculpe senhora Anne, foi um prazer conhecê-la. Eu tenho que ir, não vou admitir que seu filho me ofenda mais uma vez. - Disse me retirando da sala e indo em direção a porta.

– Acalme-se Jennifer, me explica o que está acontecendo aqui? - Pediu com uma fisionomia triste e me seguindo até a porta.

– Em outra oportunidade talvez. - Disse fuzilando Harry com os olhos.

Enquanto caminhava para a casa onde eu estava instalada, percebi que estava sendo seguida. Comecei a andar rapidamente, mas o sujeito acelerou o passo e me pegou pelo braço.

– Ai… Você está me machucando! – Gritei.

– O que você quer garota? O que você está fazendo aqui? Como descobriu que a minha família morava aqui? - Cheio de perguntas e bastante nervoso e segurava forte meu braço até que eu respondi:

– Solta meu braço. – Pedi com ignorância. - Eu não estou te seguindo, nem ao menos perseguindo sua família. Eu apenas estou dando um tempo de Londres para esfriar a minha cabeça. Eu não sabia que sua família morava aqui. – Disse sendo sincera.

– Eu quero distância de você, espero não encontrá-la mais. E não pense em procurar minha mãe de novo. – Harry disse com um olhar furioso que eu ainda não havia visto, mas soltando meu braço e indo em direção a casa de sua mãe.



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