After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 3
Capítulo 3




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Chegando ao meu apartamento, entrei no banho e fiquei refletindo sobre o dia maluco que eu tinha tido, fiquei pensando naquele cara que tinha tido uma infeliz participação no meu dia. Eu realmente tinha o odiado, e fiquei ainda mais irritada pelo fato como ele se referiu a mim: “Eu não posso ser visto com uma garota como você”, isso me magoou profundamente, principalmente pelo fato do meu emocional já estar abalado com tudo o que aconteceu, ele foi insensível e grosso. Aquele “teatro” de um “bom samaritano”, só foi para que ele não tivesse problemas com a mídia, quem ele pensa que eu sou? Eu sou mais que uma “bêbada suicida” . Eu pensava com um sentimento de revolta, e tentando esquecer-me de sua existência.

Ao sair do banho, as minhas dores musculares aumentaram, resolvi seguir as recomendações do médico, peguei os analgésicos e tomei, com a esperança que a dor passasse rápido. Eu era fraca pra dores. Após alguns minutos, eles começaram a fazer efeito. Eu não tinha fome e nem ao menos sono, apenas fitava a janela e ficava imaginando onde o homem da minha vida estaria naquele momento. ”Será que ele está feliz?”, era o que eu me perguntava.

Tudo naquela casa me lembrava ele, as nossas fotos, nossa cama, as poucas roupas que ele havia deixado, e principalmente seu perfume nos travesseiros. Já deitada em nossa cama, eu fechava os olhos e pedia para tudo aquilo acabar. Eu não suportava a ideia de estar sozinha, afinal, eu não tinha muitos amigos naquela cidade, apenas colegas de trabalho e alguns vizinhos que somente me cumprimentavam.

Ele me privou de conhecer pessoas. Sempre foi egoísta, me pedia para ficar com ele nas noites que alguns conhecidos me chamavam para sair e consequentemente conhecer novas pessoas. É óbvio que eu não o deixava. Sempre amei estar com ele e trocaria qualquer amigo para agradá-lo, sem pensar duas vezes.

Adormeci em meio as nossas fotos espalhadas pela cama. O dia logo amanheceu e minha cabeça estourava de dor, por causa da batida e ressaca. Levantei-me com algumas dificuldades, peguei meu celular e liguei para o Charlie, que trabalhava no escritório e era sócio.

Ligação on:

– Olá Charlie, como vai? - Disse tentando fazer uma voz de quem estava bem.

– Hey Jenni, estou bem! E você? – Perguntou-me.

– Estou bem, obrigada. Estou te ligando para pedir um favor. - Disse pausadamente. – Você poderia me dar alguns dias de folga?

– Poxa, logo esta semana que estamos cheios de processos a serem estudados, e temos reunião com advogados influentes?! Eu posso tentar, mas eu não sei se posso te dar folgas, não esta semana. - Completou com ar de negação.

– Por favor, eu preciso de alguns dias fora do trabalho, até mesmo por que, eu não iria fazer um bom trabalho. Eu te peço mais uma vez, segura as pontas, prometo recompensar o nosso escritório com horas extras - Pedi quase suplicando.

– Ok, Jennifer. Eu não poderia, mas pelo tom da sua voz, vejo que você não esta bem. Fora as folgas, posso ajudar em alguma coisa? Você está realmente bem? - Perguntou preocupado.

– Não vou mentir Charlie, não estou passando por um bom momento, as coisas estão complicadas. Estou precisando me afastar um pouco quem sabe fazer uma viagem ou coisa do tipo, eu só preciso de um tempo pra mim - Terminei a conversa com um agradecimento e ele apenas disse:

– Tudo bem, eu te libero por uma semana, se cuida. Até semana que vem! - Desligou.

Ligação off

Assim que desliguei o celular, fui fazer minha higiene matinal, comi algo, mesmo não estando com nenhum pouco de fome. Fiz um esforço. Depois, peguei meu notebook e comecei fazer pesquisas sobre como iria recuperar meu carro, afinal eu tinha o deixado no meio da tower bridge. Li sobre o que eu deveria fazer e fiz alguns telefonemas. Eles me explicaram e fui pegar meus documentos para tomar as providências mas tive uma surpresa, meus documentos não estavam comigo, eles estavam com o cara famosinho de ontem, eu apenas pensei:

“Que merda, como eu vou pegar meus documentos com aquele idiota?”

Eu nem ao menos sabia onde encontrá-lo, era estranho eu sei, mas eu trabalhava muito e não tinha tempo para pesquisar sobre bandas e atores. Eu nunca gostei de sites e canais que falavam de artistas, sempre fui muito preconceituosa com relação a esses assuntos, sempre preferi ver um jornal de economia, política e ciências. Eu tinha que me atualizar sobre assuntos que realmente acrescentavam em minha vida.

Bastou algumas horas de pesquisa para descobrir que ele estaria fazendo uma tarde de autógrafos com a banda em uma loja de música em algum lugar da Oxford Street. Não queria vê-lo nunca mais, mas eu não podia ficar sem meus documentos.

Vesti uma roupa qualquer, peguei minha bolsa e passei no Starbucks para comer algo. Peguei um táxi até onde supostamente ele estaria. Entrei na primeira loja de música e perguntei:

– Olá, você sabe me informar em qual loja uma banda chamada One direction vai estar esta tarde? - Perguntei com a esperança de uma resposta certa.

– Não, fiquei sabendo de algumas coisas sobre este assunto, mas não sei nada exato. – Respondeu com um olhar de incerteza.

– Obrigada mesmo assim. - Agradeci desapontada.

Andei bastante, várias vezes parei para perguntar se alguém sabia, mas todos me respondiam um belo e revoltante, não. Estava quase desistindo até que eu pude notar certo tumulto em frente a uma loja dois quarteirões à frente. Direcionei-me ao local e perguntei a uma menina:

– O que vai haver aqui? - Mas ela nem se quer prestou atenção no que eu tinha perguntado.

– Ah, são eles, vamos garotas! - Gritou e dirigiu-se a entrada da loja.

Em meio a todos os berros e empurrões, pude perceber que eles haviam chegado, tentei me aproximar. Mas os seguranças não permitiam, pude ouvir apenas eles dizendo:

– Por favor, se comportem! Todas irão vê-los - Dizia irritado com toda a situação.

– Olá senhor, eu… - Disse quando consegui me aproximar do segurança.

– Pode entrar senhora! Desculpe o incômodo, elas são meio loucas às vezes... – Olhei-o sem entender. - Desculpe atrapalhar seu trabalho, afinal você é a sub gerente da loja, não é mesmo? – Perguntou-me com um tom de afirmação.

– É, ham... Sim! Sou eu! Que bom que os meninos conseguiram encher a loja. – Forcei um sorriso, confesso que tive medo, afinal, eu estava mentindo para aquele homem que tinha me confundido com outra pessoa. – Esses dias eu tenho viajado e estou meio por fora dos acontecimentos. A estagiária ficou de me mandar alguns relatórios por e-mail, mas você sabe como elas são... – Disse tentando justificar minha falta de profissionalismo- Como é o seu nome? - Perguntei insegura.

– Ah, claro! Prazer, meu nome é Paul, eu cuido desses meninos. - Quis rir do fato do Sr.Styles ter uma babá, tentei me controlar, e o responde:

– Sem problemas! - Evitei dizer meu nome, para que ele não descobrisse a farsa e o pedi apenas um favor:

– Pode me ajudar a entrar pelos fundos? Por que eu acho que não irei conseguir entrar pela frente... – Sorrir e ele me ajudou no mesmo momento.

– Prontinho! Você já está no seu devido lugar! – Paul disse simpático, apenas o agradeci.

Ao entrar comecei a andar pela loja, era grande e bonita, o prédio era rústico. Os fundos por onde eu entrei era um galpão onde havia diversos tipos de instrumentos, CDs, pôsteres e revistas. A loja era uma das maiores de Londres. Estava cada vez mais nervosa por estar fingindo ser outra pessoa, mas naquela altura do campeonato, já não dava pra desistir. Evitei pensar e resolvi seguir em frente, estava caminhando até que sem querer alguém veio atrás de mim e disse:

– Olá, pode-me dizer onde tem uma cozinha? - Era um homem loiro, com lindos olhos azuis.

– Ham, cozinha? Deve estar ali, naquela direção! – Confusa e sem a menor idéia de onde ficava nada, apontei para uma porta que ficava no lado esquerdo da loja.

–Tem certeza?! Por que eu acabei de vir de lá... - Ele deu um sorriso inocente e curioso. - Já sei! Você é nova por aqui? Qual é o seu nome?

– Danadinho, descobriu rápido, não é? Mas eu tenho que ir, se não minha nova chefe me mata! - Respondi tentando evitar qualquer tipo de conversa, seguindo em direção ao salão principal.

Ele me observou por alguns segundos e depois seguiu para o camarim. Eu já estava cansada com toda aquela situação, e ansiosa para ir para casa. Sentei em um canto reservado do salão e esperei pelo “grande momento”.

Finalmente eles abriram as portas, aquelas loucas entraram na loja. Eu não entendia o porquê de tanto grito, não era apenas mais uma bandinha babaca? Eles começaram a dar autógrafos e cumprimentar as ditas “directioners”, eu pensava:

“Ô meu Deus, eu estou pagando promessa?!”

Depois de alguns minutos, parada naquele canto da parede o olhando, reparei que ele finalmente tinha me visto. Fiz um gesto de que eu queria conversar, ele rapidamente pediu a uma assistente para me levar para o camarim.



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