After You are Gone escrita por Jennifer Borges, Tayla Zafir


Capítulo 2
Capítulo 2




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Chegando ao hospital, ele perguntou onde estavam os meus documentos, eu me neguei a dizer, e baixei o olhar. Percebendo que eu não os entregaria por bem, ele me pegou e começou a apalpar meus bolsos:

– Além de me atropelar, você vai começar a me assediar? - Eu disse.

– Não, só estava procurando isto. - Ele respondeu com um sorriso de vitória no rosto, pegou meu “visto” e saiu. Alguns minutos depois ele voltou, abriu a porta e me pegou no colo.

– Ou, eu sei andar, ta bom?

– Mas eu sei que se eu te colocar no chão você vai sair correndo feito uma louca. - Disse ele sorrindo e talvez imaginando a cena.

O médico me examinou e disse:

–O que você é dela? O que houve?- nos olhando com uma cara de reprovação.

O garoto cujo nome eu não sabia ainda se apressou dizendo:

– Eu sou namorado dela. Ela bebeu um pouco e acabou caindo e batendo a cabeça com muita força.

– Não você não é na... - parei de repente, sentindo a dor do tapa que ele acabara de me dar no ombro, que apesar de fraco doera bastante.

– Está vendo doutor, ela não está falando coisa com coisa. – ele disse sorrindo.

O médico assentiu, e me receitou um analgésico para as dores que eu estava sentindo. Voltamos pro carro e ele dirigiu meio sem rumo.

– E aí senhorita Jennifer nervosinha Borges, para onde vamos agora? – Ele disse.

– Você pode me deixar em qualquer lugar que quiser. – Disse com os olhos cheios de lágrimas.

– Eu sinto muito. - Ele disse em voz de quem estava com dó. - Eu não sei o que você está passando, mas eu me sinto culpado pelos seus ferimentos.

– É, você não sabe, pelo menos em alguma coisa concordamos você tem que se sentir culpado mesmo, afinal você me impediu de fazer o que eu mais queria, eu não sou mais uma criança. Eu sei o que eu estava fazendo. – Eu disse tentando forçá-lo a respeitar minha decisão.

Eu o olhava sem entendê-lo enquanto ele dirigia, eu tentava descobrir o que se passava em sua cabeça em meio ao silêncio que permanecia constante, mas minha cabeça parecia rodar, eu estava completamente desorientada e já curiosa resolvi perguntar:

– Hey, garoto aonde vamos? Para onde você está me levando? Quem é você? - Perguntei confusa.

– Agora você está com medo? Deixa-me adivinhar. -Ele disse com tom de ironia e fingindo ter uma ideia. - Você está supondo que eu seja um psicopata sinistro ou um estripador? - Sorriu tentando me colocar medo.

–Não, eu só acho que você é um “garoto” teimoso, chato, convencido e irritante que eu não conheço e não quero conhecer. - Disse irritada e querendo saltar daquele carro.

–Por favor, se acalme estamos chegando. Nesse lugar poderemos conversar melhor. – Ele me observava como se quisesse me desvendar.

Em todo o caminho eu evitei olhar em seus olhos, apenas observava a paisagem que a janela me proporcionava. A vista me permitia viajar pelos meus pensamentos e lembranças, constantemente escorriam lágrimas pelos meus olhos, não estava fácil superar aquele abandono eu o amava com todas as minhas forças e ficar longe dele era um suplício.

– Pronto chegamos. - Ele disse.

– Que lugar é esse?- Perguntei sem entender vendo uma residência em meio ao nada, mas muito bem cuidada, na qual me lembrava a casa da minha avó que ficava na zona rural no interior do Brasil.

– É a casa da minha família onde eu passava minhas férias de verão - disse como se lembrasse de seus momentos de quando garoto.

–Por que me trouxe aqui?Responde quem é você. Porque está me “ajudando”? Por que disse que éramos namorados? – Perguntei em meio as dúvidas que a cada minuto aumentavam.

–Eu te trouxe aqui para poder explicar tudo sem que ninguém nos veja conversando…

–Como assim antes que alguém nos veja? - O perguntei ainda mais confusa.

–Eu vou explicar, meu nome é Harry Styles, sou um integrante de uma boyband famosa basicamente no mundo inteiro e não posso ser visto com uma garota como você.

– Ei garoto “não posso ser visto com uma garota como você” – Disse exaltada. - Se enxerga. Quem você pensa que é? Você não me conhece, não sabe quem eu sou, não me importa se você é uma marionete da mídia, afinal antes de “artista famoso” você é um ser humano como qualquer outro.

– Eu não sou uma “marionete” da mídia, eu sou um artista que lutou muito por esse sonho, o fato é que por consequência tudo o que eu faço tem uma repercussão enorme, e que às vezes sai do meu controle, eu quero te ajudar mas você só me mostrou que é uma bêbada suicida e louca. – Disse ofendido.

– Ótimo, já acabou? Por mim já deu, quero ir embora, não quero sua ajuda e muito menos a sua compaixão. Pode deixar que a “bêbada, suicida e louca” vai dar um jeito na vida, mas sozinha. Eu não preciso nem da sua ajuda nem da de ninguém. – Disse saindo do carro e indo em direção da rodovia. - Só preciso que você suma da minha vida Sr. Styles.

– Ok, não quer minha ajuda, pelo menos me deixe te levar em casa. – Ele disse já bastante irritado e sério.

–Não precisa.

Ele manobrou o carro bruscamente fazendo com que os pneus cantassem e foi na minha direção abrindo a porta do passageiro.

– Entra agora, eu já cansei de brincar com você garota, já estou estressado e se você me fizer sair desse carro, pode ter certeza que eu vou te pegar a força e consequentemente irei te machucar. – Ele disse ficando nervoso.

– Ok, eu entro. Mas não precisa me levar em casa, não quero que você saiba meu endereço. - Disse entrando no carro indignada com toda a situação.

A casa onde estávamos ficava aproximadamente uns 100 km da cidade e nesse meio tempo não nos falamos e nem ao menos nos olhamos. Ele dirigia e eu apenas olhava a paisagem pela janela, de vez em quando eu não segurava as lágrimas. A volta foi bem rápida, já se aproximava da primeira estação da cidade. Ele estacionou o carro e não disse nem se quer meia palavra, apenas olhei dentro dos seus olhos e sai do carro.

Andei pela estação ainda meio desorientada, resolvi pedir informações. Olhei em volta e vi uma senhora de cabelos brancos, me aproximei dela e perguntei.

– Olá, você pode me informar qual metrô devo pegar para chegar ao centro de Londres? – Perguntei.

– Olá, você está bem?- Ela me perguntou notando o sangue em minha roupa e cabelos.

– Sim estou bem, apenas preciso chegar em casa rápido. - Respondi meio sem jeito.

– A forma mais rápida para chegar ao centro é em 15 minutos, é percorrido o trajeto do aeroporto até a estação Paddington, no centro de Londres, sem escalas. Há duas estações no aeroporto: uma no Terminal 5 e outra que serve os Terminais 1-3 (Heathrow Central). Chegando no Terminal 4, é preciso trocar de trem, mas isso é feito de forma rápida e não é cobrado nada extra. - Ela disse. Agradeci e embarquei no metrô indicado por ela.

Havia poucas pessoas nele, elas me encaravam sem entender, afinal eu estava com roupas sujas de sangue a algumas horas. Finalmente troquei de trem, e logo cheguei ao meu destino. Caminhei pelos quarteirões próximos a minha casa, mas antes entrei no Starbucks e comprei alguns lanches para a noite. Eu já havia desistido da ideia irresponsável de suicidar, mas ainda estava completamente abalada com tudo o que tinha acontecido, eu apenas desejava dormir por várias horas.



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