Mal acreditava, que aquele a qual Kakashi tanto admirava e que ele jurava estar morto, estava agora, aqui, na minha frente, Kakashi já havia contado para mim e para Naruto sobre Obito, Kakashi dizia que ele era um ótimo ninja, apesar de perder sempre para o Gai, mal acreditávamos nisso, pôs Gai sempre perdeu para Kakashi, mas Kakashi era diferente certo? Era um pouco possível, mesmo eu não querendo acreditar. O rosto de Obito continha cicatrizes, não tão profundas em seu rosto, por impulso levei minhas mãos que continham um brilho esverdeado as envolvendo para seu rosto, mas ele segurou meus pulsos com delicadeza.

-Está tudo bem assim. –Ele me olhava com certo carinho.

-Mas... –Tentei o contrariar.

-É serio Sakura, está tudo bem assim. –Ele sorriu, ele poderia sorrir e tudo mais, ser o Tobi ou o Obito alegre que eu conheci a poucos dias, mas os olhos deles, esses olhos negros que parecem que os Uchiha’s tinham dom de herdar, não mostrava esse Tobi, mostrava um Obito, triste, não tinha Tobi neles, apenas Obito.

Meus olhos arderam e minha garganta parecia formar um nó, sentia meus olhos se enchendo de lágrimas, não sei o que houve comigo, mas uma dor enorme no meu coração ia aumentando, soltei-me de Tobi ou Obito, seja lá qual for seu verdadeiro nome ou como ele quer ser chamado e corri até a porta a abrindo, escutei ele gritando meu nome, mas não me importei, sai correndo pelos corredores escuros procurando pelo quarto de Deidara, eu precisava do loiro do meu lado fazendo graça, cantando com sua voz horrível, pelo menos não sentiria dor, só apenas quase perderia minha audição com a péssima voz de Deidara.

Eu já estava chorando, realmente não sabia o motivo pelas lagrimas repentinas, só sabia que tinha que correr, sair de perto de Tobi ou Obito, sem perceber havia esbarrado em alguém, dei passos para trás caindo aos poucos para trás, esperava cair, mas eu fui segurada antes de bater no chão, tentei olhar para a pessoa que me segurava, mas as lágrimas atrapalhavam minha visão, os braços me soltaram devagar me fazendo sentar no chão, limpei meu rosto com as costas das mãos e encarei a pessoa, era Itachi, eu iria encontra-lo sempre batendo em seu peitoral? Ele deve achar que faço isso de proposito para ele segurar-me em seus musculosos braços.

-Desculpa, foi sem querer... –Sussurrei enquanto o via se agachar a minha frente.

-Não se preocupe. –Falou serio, ele estendeu sua mão pra mim e eu a segurei, ele se levantou e me puxou fazendo-me ir de encontro ao seu peitoral. –Por que estava chorando?

-Eu não sei... Ao certo. –Sussurrei olhando para o chão.

-Hum, você é estranha. –O olhei com raiva e ele apenas devolveu o olhar.

-Eu... Preciso ir pro quarto do Deidara. –Me soltei dele.

-Faça o que bem entender.

Andei alguns passos, mas logo fui parada por minha barriga que ainda gritava por comida, nesse agito com Tobi ou Obito, eu havia me esquecido de que estava com fome, olhei para trás querendo que Itachi não estivesse ali, mas foi um engano, ele olhava para mim com um sorriso de canto, talvez por ter passado um mico a sua frente ou por minha barriga estar implorando, gritando, tanto que seu grito fez um eco pelo corredor, Itachi passou por mim e parou passos a frente me olhando, entendi que ele pedia para eu segui-lo e assim eu fiz. Ele me levou até a cozinha e pediu para que eu senta-se no balcão, sentei em uma cadeira que ficava de frente ao grande balcão de madeira polida, apoiei meus braços no mesmo e olhava para Itachi, que remexia na geladeira.

-O que vai pegar ai? –Perguntei um tanto curiosa, algo que eu mais tinha vergonha em mim, era minha curiosidade.

-Algo para você comer. –Ele me encarou de canto. –Não quer?

-Hum... –Dei de ombros, ele voltou a remexer na geladeira, ele passou por tanta coisa útil para comer que me levantei e o cutuquei. –Se não sabe o que fazer, deveria ter me dito antes.

-Um dos nossos defeitos. –Ele se afastou se encostando-se ao balcão da pia.

-“Nossos” defeitos? –Eu não tinha esse defeito, tinha? Peguei alguns ovos e bacon, coloquei ao lado de Itachi.

-Dos Uchiha’s. –Suspirou, seu olhar me seguia com atenção.

Peguei uma panela e coloquei no fogão e o acendi, quebrei os ovos e os fritei coloquei em um prato e fritei bacon também, não teria deixado fora atoa né? Estou parecendo uma idiota... Coloquei os bacon’s no prato também e a panela eu coloquei na pia, antes de dormir eu lavaria, peguei dois pães e sentei no balcão novamente, Itachi se aproximou.

-Pode comer, eu fiz para nós dois, não consigo comer tudo. –Sorri e lhe entreguei um pão.

-Eu pensava que você conseguia. –Sorriu em deboche e se sentou a minha frente pegando o pão.

Comíamos em silencio, às vezes olhava para Itachi e pegava-o me olhando, parecia que seu olhar chamava pelo meu, seus olhos negros, quase gêmeos dos olhos de Sasuke e Obito, diferente dos de Sasuke que eram frios, e os de Tobi que eram às vezes alegres e as vezes confuso, o de Itachi parecia triste, as vezes quando nossos olhares ficavam fixos, eu pensava que estava caindo no meio de tanta tristeza e escuridão de seus olhos, sai de meus pensamentos balançando minha cabeça e me levantei pegando o prato e colocando na pia, Itachi me seguiu novamente com seu olhar, lavei a panela e o prato e os coloquei no cantinho, Itachi se levantou do balcão e andamos para fora da cozinha, estava um pouco frio, o vento gélido passava pelos imensos corredores batendo contra o meu corpo e o de Itachi, fechei meu sobretudo me protegendo do frio e olhei para Itachi, que parecia não sentir frio.

-Está tudo bem com você? Está frio... –Sussurrei para ele, não podia esquecer que estávamos no meio de um corredor cheio de quartos de vários ninjas perigosos que dormiam.

-Está sim, você tem que ir dormir já esta bem tarde. –Ele não desviava seus olhos de mim, e eu não desviava meus olhos dele. –Eu te levo até o quarto de Deidara, eu também tenho que ir dormir. –Assenti.

Ele andou na frente e eu o segui como o segui quando estávamos indo para a cozinha, suas costas com o, sobretudo da Akatsuki, me lembrava um pouco de Sasuke, exceto seu tamanho e os seus cabelos lisos que batiam ate os seus ombros. Andamos um pouco e paramos de frente a uma porta, Itachi a abriu devagar e me mostrou Deidara, que dormia com seus braços e pernas jogados por todo o colchão, ele dormia com calmamente e as vezes gritava bang, até em seus sonhos ele parecia gostar de explodir, sussurrei um obrigada para Itachi e adentrei no quarto, Itachi nada disse e fechou a porta, fiquei parada, ouvindo seus passos se afastando, até que não pude mais os ouvir deitei na cama e fiquei olhando para o teto, eu estava pensando em trocar de dupla, tentaria falar com Deidara para em seguida falar com Pain, eu não podia! Não podia mesmo... Fazer dupla com alguém que tem sentimentos por mim e que os neguei fugindo da pessoa. Havia pensado tanto nesse assunto que mal havia percebido que tinha dormido.