Davi se aproximou mais e disse com um sussurro no meu ouvido:

- Hum! Então amanhã tenho que bancar o namorado para seu pai?

- Olha me desculpe por isso mais não fui eu quem queria ir para o baile.

- É mais você se divertiu lá, então porque tá reclamando?

- Não estou reclamando é só que agora eu estou encrencada se você não vim aqui amanhã.

Ele ficou calado, e não concordou, eu tirei sua boca do meu ouvido e sentei-me na cama, comecei a tirar os sapatos e olhar para ele. Alguns segundos depois não demorou para que ele se senta-se também e falasse:

- Não sei se vou poder vim amanhã tenho negócios importantes para resolver.

Não falei, mas nada, peguei uma toalha e uma roupa e fui para o banheiro, já imaginava que ele não estaria mais lá quando eu saísse. Assim que sai lá estava ele do mesmo jeito sentado na cama olhando para a rua através da janela, eu tinha me vestido com um short e uma blusa, porque estava fazendo calor, mas ele ainda de terno esperava algo na rua. Não hesitei e abri a janela, quando ia me dirigindo a árvore próxima dela para sair, ele me puxou pelo braço e disse:

- Aonde você vai? É muito perigoso sair assim essa hora da noite.

- Vou caçar, afinal não comi nada o dia todo. E eu sou uma vampira o que pode acontecer comigo?

- Sara, por favor, não vá só me escute e vá dormir.

- Não consigo dormir com esse desejo por sangue.

Ele olhou com uma cara de medo pela janela e quase gritou:

- Se abaixa!

Ele me segurou firme e ficamos assim por um bom tempo, acocorados na janela, eu me perguntava o que era, mas não lutei. Um tempo depois ele levantou-se e olhou para a janela, fechou-a e a cortina também e voltou para olhar minha expressão falando:

- Por favor, não saia, me escute amanhã de manhã eu vou com você até a floresta e caçamos, mas agora preciso que fique em casa.

- Tudo bem, mas quero uma explicação para isso agora.

- Não te contarei nada, mas confie em mim, será que eu posso dormir aqui?

- Tudo bem, mas só hoje.

Aceitei aquela ordem, Davi nunca fazia aquilo, e assim devia ser muito importante que eu não saísse de noite. Peguei o coxão e coloquei para que dormisse, dei-lhe um pijama e ele me olhava sempre que podia, pensando ele que eu não conseguia perceber, me deitei rápido na cama e virei para o outro lado, sem lhe dizer nada. Acordei-me de manhã bem cedo, com Davi alisando meus cabelos, iria dar-lhe uma bronca, mas ele disse antes que eu pudesse reclamar:

- Você devia se olhar no espelho.

Não hesitei e corri para o espelho, minha pele estava mais branca e minhas presas para fora, como sempre o detalhe mais assustador era as minhas veias que ficavam a mostra embaixo dos meus olhos, já eles estavam vermelhos. Assustei-me com isso, mas rapidamente vesti uma roupa sem tomar banho, e pulei pela janela, Davi me seguiu, não havia ninguém na rua. Corri muito rápido, deixando Davi para trás, logo que cheguei a um caminho de barro perto da floresta, avistei uma casa um pouco velha, corri até lá e pelo som havia alguém dormindo era um casal de idosos, a mulher um tanto mais velha, já o homem era um pouco mais jovem com diferença de poucos anos. Arranquei uma árvore e jóquei próximo a casa, a mulher ouviu o barulho e cutucou o homem apontando para a porta, o calor que eu sentia em meu corpo era tão grande que dessa vez conseguia ouvir ainda mais os mínimos ruídos.  O homem pegou uma espingarda e veio em direção à porta, olhei para trás, Davi nem se mexia, quando o homem saiu, eu me impulsionei na árvore e pulei em cima dele, que caiu no chão, ataquei logo o seu pescoço, Davi por vez entrou na casa com passos leves, não vi mais nada do que aconteceu dentro da casa, estava completamente concentrada em meu trabalho. Depois que terminei de sugar o pobre homem entrei na casa, Davi mordia o pescoço da mulher com violência, suas veias pulavam para fora, seu olhos azuis ficavam um tanto vermelhos, sua presas, completamente dentro do pescoço da mulher, fiquei ali parada observando aquela cena, mal conseguia acreditar nunca tinha visto Davi daquela forma, somente no dia da floresta mais estava escuro e não podia ver quase nada. Ele me olhou com vergonha estava descontrolado, mas soltou o corpo daquela mulher na cama, eu peguei meus pulsos, já os mordendo e dei o sangue para mulher, Davi pegou o homem lá fora e colocou-o na cama, próximo a mulher, também deu seu sangue a eles, logo as pessoas se levantaram assustadas, Davi ficou entre os dois, de um modo que eles pudessem olhar para seu rosto e disse:

- Não irão se lembrar de nada, foi um sonho que tiveram e jamais falarão nada entre si. Um animal roubou sua espingarda em uma luta enquanto tentava caça-lo e foi somente isso que aconteceu, agora voltem a dormir.

Nós corremos e fui direto para casa, Davi não me seguiu e correu em direção a outro lugar, depois que cheguei à rua de casa, um homem vinha em minha direção, conseguia ver perfeitamente era o mesmo homem que eu tinha esbarrado uma vez, sem esperar nenhuma atitude dele, ele me surpreendeu dizendo:

- Bem, me desculpe perguntar, mas conheci algum garoto chamado Davi?

- Ah! Claro é meu amigo do colégio. Mas o que quer com ele?

- Hum! Sou o tio dele, cheguei de viagem e ele não apareceu em casa. Sabe onde ele poça estar?

- Não! Não tenho muitas intimidades com ele, só nos conhecemos da escola.

- Hum! Certo, mas poderia não contar isso a ele, quero ver até onde ele vai com isso.

- Claro senhor, como já disse não falo muito com ele.

O senhor se dirigiu ao caminho contrário para onde eu estava indo, e eu refletia como já tinha me tornado uma grande mentirosa nessa história toda. Eram apenas 07h30min da manhã, pelo que sabia meu pai ainda estava na cama como hoje era domingo e ele não trabalhava no hospital. Entrei pela janela de novo e fui tomar banho, queria saber para onde Davi tinha ido, precisava contar a ele o que seu tio ou sei lá quem queria com ele. Sai do banho e me dirigi até a sala, meu pai apareceu minutos depois, ficamos ali calados até que ele começou a puxar conversa:

- Sabe Sara mesmo que tenha mentido para mim, e eu não quero tocar de novo nesse assunto, mas hoje no almoço quero conhecer bem sue namorado e por isso chamei Liz e sua amiga Laura.

- Pai porque fez isso? Pensava que éramos só nós três!

- Iria ser assim, mas sabe filha acho que to gostando da Liz, e quem sabe o que pode acontecer, seu pai aqui pode arrumar uma namorada, e como a Laura é filha dela então o pacote tem que vim completo.

- Tudo bem pai, não vou falar mais nada, só quero que não me faça passar vergonha com o Davi.

Fiquei feliz pelo meu pai, assim ele se intertia e parava de pegar no um pé, e acho que Laura achava o mesmo. Estava cada vez mais aflita, teria certo risco de Davi não aparecer, chegou a hora, já eram 12h00min ajudei meu pai a colocar os pratos na mesa e ficava cada vez mais nervosa, quando tocou a campainha logo me desesperei e gritei para o meu pai que eu atenderia a porta. Dirige-me até ela e por incrível que pareça tive uma decepção eram Liz e Laura que chegavam para o almoço, às cumprimentei e sentei no sofá da sala quando Laura veio até mim e deixou nossos pais conversarem, ela falou:

- Acho que eles ficam bem juntos você não acha? E também você e Davi não é ontem á noite?

- Laura eu não tive escolha, ele me chamou para o baile e como eu queria ir eu aceitei, nada de mais.

- Uhum! Sei bem como é isso, vamos almoçar?

- Agora não ainda falta uma pessoa!

Ela ficou surpresa e curiosa ao mesmo tempo, demoraram mais alguns minutos, meu pai olhava para mim várias vezes com curiosidade de saber se meu “namorado” vinha mesmo. Depois de algum tempo e conversando com Laura sobre a reação de Susan a me ver ganhar o prêmio e também de como ela e Allan ficavam mais próximos a cada dia. Conversa vai conversa vem, alguém batia na porta eu já estava desesperada, abri e era a entrega de comida, Laura riu ao saber que quem tanto esperávamos era um entregador de um restaurante, meu pai me encarou mais uma vez e disse em voz alta para que todos pudessem ouvir:

- Bem acho que não falta mais nada para poder comermos.

Eu acenei com a cabeça, mas fui até o banheiro, quando desci as escadas novamente, lá estava ele na porta esperando que meu pai tivesse a gentileza de convida-lo a entrar, não esperei e corri diretamente a ele, lhe dei um abraço e sussurrei em seus ouvidos:

- Que demora pensei que não viesse.

Ele respondeu com um mesmo sussurro:

- Não iria perder a oportunidade de conhecer minha nova família.

Ele deu um sorriso e entrou, foi logo cumprimentando meu pai e Liz, logo depois deu um abraço em Laura e me pegou pela mão até a cozinha, meu pai continuava me olhar a cada minuto, sentamos á mesa e servimos a comida, não comemos muito, pois estávamos cheios do nosso banquete de café da manhã com aqueles idosos. Meu pai começou a puxar assunto:

- Então Davi tem quantos anos e o que deseja fazer da vida?

- Bom tenho 18 anos Dr. Willian e ainda não sei qual caminho seguir mais acho que vou fazer faculdade de direito.

- Boa escolha rapaz, mas me chame de Zac, não estou no consultório hoje.

- A claro Zac, mil desculpas.

Fiquei pasma como ele conseguia fazer aquilo e ter matado uma pessoa, o admirei com meus olhos surpresos, Laura percebeu e logo falou:

- Bem mamãe o Sr. Willian deixa Sara namorar em casa, porque a senhora também não permite?

Sua mãe respondeu:

- Laura querida não acho que isso seja assunto para o almoço, resolvemos em casa. Afinal Zac é muito inteligente, não deixa qualquer vagabundo namorar sua filha.

Meu pai agradeceu com um sorriso, os dois pareciam unidos para um único propósito me derrotar e assim meu “namorado” também. Davi interrompeu o momento de união de meu pai e da mãe de Laura e falou:

- Desculpe-me interromper a senhora, mas não acho que Allan seja um vagabundo qualquer, ele é um dos melhores jogadores e afinal trata sua filha com bastante respeito.

Liz se surpreendeu com atitude de Davi e responde-o:

- Claro! Davi vou levar isso em consideração também.

Nós ficamos todos calados, durante o almoço não escutavam nenhuma só frase minha, acabamos de comer e meu pai se despediu de Liz e Laura, Davi por sua vez deu um abraço em Laura mais uma vez e sussurrou em seu ouvido:

- Não foi nada.

Ela por sua vez sussurrou em minha direção:

- Aprovado!

Davi teria escutado concerteza, e assim sorriu para ela que não entendeu o porquê daquele sorriso, depois que elas saíram meu pai olhou em direção a Davi e disse:

- Obrigado rapaz por vim, e já tem o meu consentimento e Sara me agradeça depois, agora vão se despedir lá fora.

Davi lhe deu um sorriso e pegou minhas mãos me puxando até o lado de fora da casa, já falando:

- Não a de quer! O almoço foi maravilhoso do seu lado.

Dei-lhe um sorriso, ma disse com um pouco de vergonha:

- Davi você sabe de quem eu gosto, e sabe também que isso não passou de um mal entendido não foi?

- Claro!

Ele disse com um tom de tristeza, mas desviei a conversa a outro ponto:

- Encontrei com um homem hoje cedo, ele dizia que era seu tio e me perguntou se eu te conhecia? Tinha cabelos longos e olhar assustador.

Eu disse isso rindo, mas a sua expressão de medo não me deixaram motivos para achar graça, ele disse quase sufocando:

- Fique longe dele, é um caçador está me caçando e a todos que eu criei, não vai te matar sem antes não me encontrar primeiro. E o conheço ele vai te pegar e virar o jogo, assim sabe que eu me entregaria para que você ficasse bem.

- Calma, então porque ele está atrás de você?

- Porque matei os filhos dele, tá feliz agora? Fez-me te dizer tudo, tá a fim de saber mais alguma coisa da minha vida?

Ele saiu de cabeça baixa, não tive coragem de me impor diante aquela situação, entrei ainda esperando que ele olhasse para mim, mas ele não olhou, entrei em casa e corri para o meu quarto estava pensativa e surpresa com o que tinha acontecido.