O dia amanheceu cinzento como já era esperado para aquela época do ano, depois de vestida e os cabelos devidamente penteados Rose e Cecília desceram para o café da manhã juntamente com o Alvo que ficou a espera das meninas, ainda estava muito cedo e não havia quase ninguém no salão principal, assim que Rose terminou o café correu em direção à mesa onde os professores atendiam os alunos do sexto ano para preparar a grade de horários, quando o professor Neville ficou desocupado Rose se aproximou com as matérias que queria cursar.

– Bom dia Rose, deixe-me ver as matérias que você pode cursar – Disse rindo, ele sabia das notas da menina e que se ela quisesse fazer todas as matérias ela poderia. – Vai querer desistir de alguma matéria?

– Só Trato das Criaturas Mágicas.

– Ok, as únicas matérias que você não tem são Adivinhação e Trato das Criaturas Mágicas, você tem um intervalo às segundas e sextas feiras a partir das quatro onde se seguiriam as aulas duplas das duas matérias, tente usar esse tempo para descansar, certo? – E com um floreio da varinha Neville entregou os horários para Rose que sorria agradecida e voltava para a mesa onde o primo e o irmão estavam tomando café.

– Já pegou seus horários? – Hugo perguntou de boca cheia.

– Fecha a boca para comer e só fala depois de mastigar e engolir isso ai, por favor! – Hugo a olhou com ironia enquanto fazia questão de mastigar lentamente.

– Então, como eu estava dizendo antes de você ser chata, pegou seus novos horários?

– Peguei. – Rose passou os horários para o irmão.

– Eu sinceramente não sei como você consegue ser monitora, artilheira e ainda por cima uma das melhores alunas da escola, sério Rose, você não é normal! – Hugo olhava espantado para irmã enquanto Alvo ria dele.

– Vou encarar isso como um elogio e sobre ser artilheira depende se o nosso capitão aqui vai-me escalar para o time esse ano. – Rose cutucou Alvo que riu sem graça, era o primeiro ano dele como capitão da Grifinória.

– Falando nisso tenho que ver meus horários para logo agendar um horário no campo! Vejo vocês depois. – E falando isso ele se despediu dos dois.

– Vai fazer o teste não é? Olha, você é um ótimo jogador, defende tudo! Você já defendeu o James, até mesmo a Tia Gina! - Rose disse orgulhosa.

– Já defendi até mesmo você não é mesmo? – Riu para a irmã que nessa hora ficou quase da cor dos seus cabelos de tão vermelha.

– É, bem sim, mas você joga tão bem, por favor, vai fazer o teste não é? Por mim!

– Rose...

– Rose nada, eu sei como você quer isso e papai ficaria todo orgulhoso você sabe!

– Ta bem, eu vou fazer o teste! – Hugo disse rendido, mas com um sorriso no rosto a verdade é que o menino já planejava participar do teste, tinha se preparado o verão todo para isso, ele só precisava de um incentivo.

– É assim que um Weasley fala! Qual é a sua primeira aula? – Rose perguntava enquanto passava geleia em uma torrada.

– Depois falam que eu que como demais, você já não tomou café? – Hugo ria enquanto a irmã comia a sua torrada.

– Ai, que engraçado Hugo, mas então qual é a sua primeira aula?

– Adivinhação.

– HAHAHA se ferrou!

– Não mesmo, Tia Sibila me adora, mesmo que fale o tempo todo em como a mamãe não tinha tato para a visão interior, não que eu tenha simplesmente invento histórias com um fim meio trágico nos trabalhos que nem papai e tio Harry faziam e ganho a nota máxima, incrível!

– Inacreditável isso sim! Eu não acredito que você perde o seu tempo...

– Ok, chega de reclamar Rose e vamos logo para aula de Herbologia, tchau Hugo! – Cecília passou arrastando Rose para fora do Salão Principal enquanto acenava para Hugo.

– Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeey, pode me soltar já, eu sei andar sozinha e muito bem, obrigada! – Rose reclamava enquanto se soltava da amiga que ficou rindo.

A aula de Herbologia aconteceria na estufa três onde os alunos da Grifinória teriam aula com os alunos da Corvinal, que já estavam lá dentro quando Rose e Cecília entraram e se sentaram de frente para os gêmeos Scamander e o amigo deles Allan Monteith.

– Bom dia meninas, preparadas para botar a mão na terra? – Lorcan cumprimentou as amigas. Enquanto Lysander estava conversando com a menina que estava ao seu lado, e Allan lançava olhares cheios de significados para Cecília, que eram retribuídos pela mesma.

– Acho melhor você disfarça afinal quem disse que não ia cometer os mesmo erros do passado, hein? – Rose sussurrou para amiga, para só ela ser capaz de ouvir.

– Não vou, já o esqueci. – Cecília disse enquanto abaixava a cabeça envergonhada.

Em frente de cada aluno havia uns tocos nodosos de Arapucosos, juntamente com uma luva de proteção ao lado, todos os alunos pegaram suas luvas e colocaram assim que o Professor Neville apareceu na porta da estufa.

– Bom dia alunos.

– Bom dia professor Longbottom!

– Bem, hoje vamos estudar uma plantinha muito marota, e a missão de vocês é conseguir colher pelo menos uma vagem, o que vocês estão esperando? Começem logo a trabalhar! – Disse um risonho assim que começou a andar pelos estudantes quando esses começaram a se aventurar para conseguir colher uma vagem.

– Vamos logo acabar com isso, essa plantinha não é de nada – Rose piscou para amiga assim que ambas começaram a trabalhar;

– Poções agora, não é? – Rose caminhava ao lado da amiga que ainda estava com aquele olhar “mundo da lua”

– Cecília, Cecília, espera! Eu quero falar com você! – Allan vinha correndo atrás das meninas enquanto Cecília parava e olhava para trás.

– Rose...

– Eu já sei te encontro em frente à sala de poções antes da aula começar e tente não demorar... Boa sorte! – Rose abraçou a amiga e foi para dentro do castelo.

– Oi, como você está? - Allan parou na frente da morena com um sorriso.

– Engraçado que você passou os últimos 60 minutos sentado a minha frente e não disse nada, mas bem, oi, eu estou ótima e você? – Cecília cruzou os braços e batia o pé ritmicamente no chão.

– É que bem, eu não sabia... Quero dizer, preferia falar com você sozinha. – Disse passando a mão na nuca, sinal claro de que ele estava nervoso.

– Escondido você quer dizer, com você tudo tem que ser escondido não é? Você é uma pessoa maravilhosa Allan, mesmo! Mas não acho que isso vá da certo. – A morena saiu andando não dando nem chance do rapaz falar.

– Droga! – Bufou enquanto pisava fundo em direção ao castelo para a sua próxima aula.

Quando Cecília chegou às masmorras avistou a amiga encostada na parede alheia ao grupo que se formava a sua volta.

– Estou aqui... - Disse encostando-se a parede ao lado da ruiva.

– Lia, você esta bem?

– Estou, quero dizer, acho que estou. – Disse com um suspiro cansado escorregando e se sentando no chão.

– O que ele disse? – Rose se sentou ao lado da morena.

– “Oi, tudo bem?” Acredita?! Pois é, nem eu.

– Eu gosto do Allan, bem, ele é uma boa pessoa, só acho que ele não estava pronto para um relacionamento.

– Acho que ele nunca vai estar, comigo pelo ou menos.

– Não acho que eu deva te influenciar, até porque não quero que você fique triste de novo, mas as pessoas mudam, crescem e amadurecem – Rose falava enquanto olhava para os grupos de alunos da Sonserina e Grifinória.

– Acho que não estamos, mas falando só do Allan, não é? – Cecília acompanhou o olhar da amiga e parou no grupo onde se encontrava Scorpius Malfoy conversando com os amigos, dentre deles estava Alvo que ria sem parar de algo que o loiro havia dito.

– O que? E estaríamos falando de quem além dele? – Rose estava enrubescida pelo fato da amiga tê-la pego olhando para ele.

– Há há Rose, por favor isso faz com que voltemos a nossa quase conversa de ontem quando você disse que estava cansada demais, e ai? É Ele não é? – Cecília apontou discretamente com a cabeça o loiro sonserino que estava parado a pouca distância de onde elas estavam.

Rose ficou de olhos arregalados para a amiga enquanto a mesma ria, e antes que alguma das duas pudesse falar qualquer coisa à porta da sala de poções foi aberta pela professora Cassandra Blake.

– Vamos, entrem logo! Temos muito a fazer hoje. – A Sra. Blake abriu espaço para os alunos entrarem na sala.

– A aula vai começar! – Rose levantou em um pulo e correu para entrar na sala, mas não antes de ouvir a amiga falar.

– Salva pela aula de poções, mas hoje você não escapa! – Cecília levantou seguindo Rose para dentro da sala onde se sentaram em dupla.

Assim que todos entraram na sala e sentaram com as suas duplas a professora já estava escrevendo vários nomes de poções no quadro e em cima da mesa havia vários frascos de poções.

– Estas poções que estão aqui em cima da mesa, são as mais importantes que vocês irão aprender a preparar esse ano. – Ela falou olhando para cada um dos alunos ali, quando de repente parou e franziu o cenho e se aproximou de dois rapazes que não paravam de conversar. – Querem dividir com a turma o que tanto conversam senhor Malfoy e senhor Potter? – Quando os dois olharam para cima a professora assim como toda a turma olhava para os dois.

– Desculpe professora, é particular. – Alvo respondeu sorrindo.

– Já que é assim senhor Potter eu vou pedir para que se levante e pegue o seu material, assim como... -A Professora olhou pela sala então sorriu para Rose. – Senhorita Weasley, poderia fazer a gentileza de pegar o seu material e sentar do lado do senhor Malfoy? Enquanto o senhor Potter vai se sentar ao lado da senhorita Johnson. Ora, vejam só eu tendo que mudar aluno de lugar, mas vocês dois são impossíveis senhores! – Apesar da bronca a professora sorria para Alvo e Scorpius.

– Mas por que eu? – Rose perguntava desesperada para amiga enquanto juntava seu material.

– Porque você é a aluna perfeita e tenho certeza que vai adorar a dupla, boa sorte – Cecília piscou para ruiva quando a mesma ia em direção a Scorpius.

Enquanto Rose se aproximava do loiro que estava sentado no final da sala, ela não conseguia desviar os olhos do sorriso de canto que ele tinha fixo no rosto enquanto olhava para ela, mas assim que chegou perto o suficiente para ficar mais constrangida do que já estava desviou o olhar.

– Alvo vai me pagar por isso! – Rose chegou batendo o livro na mesa e sentando sem nem ao menos olhar para o sonserino que estava ao seu lado rindo.

– Bom dia para você também, Rose... - Isso fez com que ela o olhasse, lá estava ele de novo a chamando de Rose.

– Por que fez isso? – Era uma pergunta estúpida, ela sabia disso.

– Fiz o que? – Ele perguntou confuso desviando o olhar do dela e abrindo o seu livro de poções na página que a professora havia escrito no quadro.

– Me chamar de Rose, quero dizer, eu sei que já perguntei isso antes, mas depois você voltou a me chamar de “Weasley” e agora me chama de Rose de novo, qual o seu problema Malfoy? – E lá estava ele de novo a olhando com aquele sorriso desconcertante e a fazendo corar.

– Weasley, Rose, tanto faz não é? Afinal das duas formas estou me referindo a você! – Era impressão dela ou ele estava querendo provocar?

– É um tanto quanto estranho você chamar uma pessoa pelo sobrenome, depois pelo primeiro nome e novamente voltar às formalidades.

– Então me diz você, como você quer que eu te chame? – Por essa Rose não esperava, Scorpius parecia estar sendo galanteador, mas por que seria com ela? Não, era só o mesmo menino do primeiro ano que aprontava junto do seu primo, mas se era para provocar a ruiva também sabia.

– Você que sabe Scorpius. – Rose deu um sorriso para ele e voltou-se para professora que estava explicando como funcionava a poção do morto vivo.

– Acho que gosto mais de Rose. – Ele continuava a olhando com aquele sorriso de lado e quando ela o olhou inconscientemente pensou o mesmo, Rose realmente ficava melhor saindo pelos lábios dele, do que “Weasley”.