Ironias da Vida escrita por Cahxx


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capítulo 2

Dean parecia “uma criança cheia de doces”, sentado naquela mesa, rodeado pelos Grifinórios. Era um sonho conhecer seus grandes ídolos do esporte e ainda mais comer pizza com eles. No entanto, era assustador o fato dos atletas serem tão jovens: o mais velho deles, o ruivo sardento, o Rei Weasley como era conhecido, tinha apenas 20 anos. Harry, o capitão, somente 19. E Hermione, ah, Hermione. A atenção de todos os segundos para Dean. Uma jovem de cabelos claros, ondulados e olhos castanhos tímidos, de apenas 18 aninhos. Dean, sete anos mais velho, sentia-se um pedófilo pela segunda vez em dois dias.

– Que tal uma cerveja amanteigada para nossos companheiros?! – gritou Fred, um dos gêmeos.

– Cerveja de manteiga? – repetiu Dean confuso – Tem álcool nisso aí?

– Não – riu Harry – É um tipo de milk-shake. Mas quem sabe você não aprova?

– É, que tal Samizinho? – perguntou rindo para o irmão, que parecia bastante mal-humorado – Talvez açúcar possa diminuir sua cara de azedo.

– Beleza! – exclamou Harry enquanto os gêmeos serviam a todos.

Sam revirou os olhos e aproximou-se de Dean, cochichando para o irmão:

– Dean! Você sabe que não podemos perder tempo aqui! Temos um caso para investigar!

– Deixa de ser chato cara! Além disso, a velha previu que algo iria acontecer meia hora atrás. Não aconteceu nada. Então ela errou.

– Simples assim?

– É, simples assim – Dean encerrou o assunto pegando uma caneca da tal cerveja. Ele provou e sentiu um liquido quente e doce descer por todo seu corpo: aquilo parecia mágica. Todos perceberam que ele havia gostado e esperaram um comentário – Isso é bom mesmo! Mas com álcool ficaria melhor! – e todos riram.

Os grifinórios provaram suas cervejas virando os copos de uma só vez. Dean pensou que eles fariam um belo trabalho com o álcool. Hermione estava acabando de terminar a sua quando afastou a caneca e todos riram da colega, que tinha um bigode branco de chantili acima da boca. Constrangida, a menina limpou com a manga da blusa.

Dean sentiu pena de ela ter se envergonhado e virou sua caneca, fazendo um bigode maior ainda. Ele abriu o sorriso mais bobo de todos, tirando mais gargalhadas de todos os presentes. Hermione sorriu largamente e Dean ficou zonzo com tamanha beleza daquele sorriso. Sentiu-se a pessoa mais feliz do mundo por fazer aquela garota feliz, e sentiu desejo por dentro, desejo de ver aquele sorriso todos os dias de sua vida. Uma felicidade inesperada foi se formando dentro de seu estômago. Dean não sabia se era efeito do sorriso ou da cerveja, mas já estava se levantando louco para subir na mesa e dançar.

Sam fora o único a perceber o descontrole do irmão, e antes que Dean pudesse por um pé em cima do móvel, Sam o puxou para si. Dean o encarou.

– É melhor irmos embora.

Os dois rapazes se despediram dos jovens e saíram do estádio pelo estacionamento, em direção ao carro estacionado.

– Não sei o que deu em mim. Foi a cerveja. Acha que eles puseram algum tipo de droga?

– Não, porque eu também bebi. Foi a garota. A tal Hermionini.

– Hermione! – corrigiu Dean.

– Que seja. Ela parece exercer alguma influencia sobre você. Ou você está apaixonado demais.

– Apaixonado? EU? Vatecatá muleque! Eu eim...

– Não sei, Dean. Mas é melhor você ficar longe dela.

– Tá, tá, que seja.

E assim os dois chegaram perto do carro, e congelaram: a porta estava aberta, o veículo balançava ferozmente e uma silhueta escura remexia as coisas dentro. Os irmãos se encararam e sacaram suas armas, aproximando-se com cautela. Dean chegou primeiro a porta e bateu na janela, para ver se o bandido – ou o que quer que fosse – se rendesse. Errado.

– Ei, você!

E um grito feroz, como o de um cachorro, urrou pelo estacionamento. A criatura se assustou e saltou do veículo, pulando em cima de Dean. Este caiu de costas contra o chão e o intruso saiu em disparada, correndo de quatro, em direção à porta de onde os irmãos saíram e que dava acesso para o camarim dos jogadores de basquete.

– Mas que merda foi aquela?! – gritou Dean se levantando assustado, escorregando no chão e finalmente conseguindo ficar em pé, muito zonzo. Sam o encarou e não soube o que responder.

– Acho que era um... cachorro. Ou era um homem. Ou...

– Puta merda, Sam! O que um cachorro e um homem têm de parecido? Ou era um ou era outro.

– A gente descobre depois! Vamos, ele tá indo em direção aos garotos.

E com as armas engatilhadas os dois correram de volta ao camarim. De longe escutaram alguns barulhos de armários se espatifando e viram luzes, ou raios, ou faíscas jorrarem de um corredor. Chegaram finalmente na sala e gritaram juntos.

– AHH!!! Que isso?!

Um homem meio monstro, esquelético, pelado, careca e com, JESUS, focinho, estava caído no chão, com os olhos revirados. Provavelmente morto.

– Mas isso é... – começou Sam e a única que coisa que aquilo parecia, era improvável demais. Mas só poderia ser aquilo – um...

– Lobisomem – completou Harry.

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– Mas isso é um...

– Lobisomem – completou Harry. Sam ergueu a cabeça para ele, encarando-o – Como você sabe?

Harry estava para abrir a boca quando Hermione interrompeu-o, vindo de trás.

– Ele viu num livro. Harry andava tendo alguns pesadelos com lobisomens e agora vemos o porquê – disse por fim, encarando o monstro tristemente e então sentindo nojo. Sam pareceu não acreditar muito, mas a garota ruiva, Gina, caiu em prantos.

– Ah, que coisa horrível! Como é que isso pode existir?! Ah, eu quero ir pra casa!!! – Luna, a loirinha sonhadora, amparou a amiga.

– Não se preocupe. Os nargulês farão você esquecer isso.

– Mas porque diabos você está chorando? – perguntou Rony incrédulo – Vê isso todo d...

– Não seja tão duro com sua irmã Ronald! – exclamou Hermione – A pobrezinha se assustou. Aliás, todos nós estamos assustados.

– Vamos leva-la para casa, Rony – disse Jorge. E Fred puxou o irmão, que estava encarando Hermione com muita indignação.

Harry e Hermione permaneceram com os irmãos Winchester no local, encarando a horrenda criatura.

– Então, o que farão com isso? – perguntou Harry.

– A polícia virá em poucos minutos apurar o caso. Vocês podem ir.

– Não – disse Harry e Hermione o encarou temerosa – Acho melhor nós ficarmos. Vão querer fazer perguntas a nós e tudo mais. Vocês podem ir.

– Mas que... – Sam ia questionar o argumento de Harry quando o irmão interrompeu.

– Somos policiais – disse Dean mostrando o distintivo – Acreditem, podem ir. Essa coisa ficará bem conosco.

Harry ainda pareceu pensar alguns segundos, mas não vendo alternativa se retirou com Hermione, que ainda lançou alguns olhares para os Winchesters, enquanto saíam.

– Viu aquilo? – perguntou Sam revoltado.

– Vi o quê?

– Aqueles dois! Eles não estavam tão assustados. Queriam ficar aqui!

– E...?

– E pessoas normais se apavorariam e sairiam correndo! Eles não fizeram isso!

– Vai ver eles não são medrosos – disse Dean por fim.

– Vai ver eles não são pessoas normais – finalizou Sam.

– Tá, que seja. Agora vamos ver essa coisinha aqui. Lobisomem, ah? Não é todo dia que se vê isso – e começou a remexer no corpo gelado da criatura. Sam ainda encarava o nada, perdido em pensamentos.

Sem mais delongas, o moreno decidiu ir atrás dos dois, para tentar descobrir algo.

– Que, que cê acha Sam? Sam? – Dean procurou pelo irmão até vê-lo saindo do estacionamento – Sam, cara, o que você tá fazendo?

– Vou atrás daqueles dois pra tentar descobrir se eles têm dedo nisso.

– O que? Que loucura, cara! Deixa de ser ridículo!

– Ridículo é você que conheceu uma garota há 12 horas e já está feito retardado atrás dela!

Sam parou bruscamente ao ver Harry e Hermione próximos. Sam encostou-se em uma parede e Dean apressadamente fez o mesmo.

– Que idiotice. Ficar espionando a conversa de dois adolescentes...

– Xiiiu! Fica quieto!

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– Não acredito nisso, Hermione! Mas que merda foi essa?!

– Calma Harry! Eles vão levar aquilo pra polícia e no final não vão concluir nada.

– Uma ova! Vão descobrir tudo!

– Não! Vamos dar um tempo e então iremos atrás do bicho e usaremos obliviate nos envolvidos.

– Não sei não Mione... A gente se ferrou legal agora. E tudo culpa sua!

– Culpa minha?! Por tentar terminar a missão do Moddy que VOCÊ não conseguiu terminar?!

Harry resmungou.

– Oras, só tô dizendo que se você não ficasse toda sorridente perto deles, e não os tivesse convidado para comer com a gente, nada disso teria acontecido.

– Ah, falou o senhor que tava todo feliz oferecendo comida, lá!

– Afe, você sempre ganha! A questão é: o tal Dean tá apaixonado por você e vai ficar no nosso pé agora. E o irmão dele é mais esperto do que deveria ser. Estamos fer-ra-dos!

– Deixa de bobagem! Dean não está apaixonado por mim! Só está sendo gentil... Além disso, ele não poderia gostar de alguém tão sem graça e boba como eu. E segundo: vai dar tudo certo. Eu sei!

– É? Como você pode ter certeza?!

– Porque EU vou dar um jeito de resolver tudo isso.

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Sam encarou Dean, e este retribuiu o olhar de pura estupefação.

– E agora? Acredita que eles não são adolescentes comuns?

– Tá.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!

Até o próximo capítulo.

Cahxx