Então foi assim. Ficou decidido que alguns iriam atrás da Horcrux de Draco e outros iriam atrás de Xenofílio Lovegood, suposto irmão de Cecília Malfoy. Harry, Ron e Neville seguiram para o norte, atrás de Dracu; já haviam elaborado um plano de invasão ao trem onde o rapaz estaria e nisso estava incluso gritarias, bombas de fumaça negra e uma grande confusão.

Enquanto isso, Hermione, Dean e Sam dirigiram-se para a casa de Xenófílio. Atravessaram um extenso campo de trigo até avistarem uma estranha casa em formato de torre medieval.

– Bem, acho que é aqui.

Hermione encarou a estranha porta da estranha casa torta.

– Acha que ele irá nos receber? – Sam perguntou parecendo preocupado. Hermione olhou pra ele e tornou a encarar a porta, querendo não responder a pergunta. Respirou fundo e bateu na porta.

– Pois não? – um velho surgiu na abertura.

– Ah, senhor Lovegood? Sou Hermione Granger. E estes são Dean e Sam Winchester.

– O que querem? – o homem foi curto e grosso. A garota se desconcertou com a inesperada grosseria.

– Ah, bem, somos alunos da escola de magia Soul Eater e estamos aqui para fazer uma pesquisa história a respeito das guerras dos duendes.

Xenofilio pareceu medir a resposta e então abriu a porta sorridente:

– Entrem meus caros! Sintam-se em casa.

O velho serviu chá a todos e bolos de vários sabores. Sam e Dean comeram feito porcos, mas Hermione não conseguia relaxar naquele lugar. Após o longo lanche, a garota finalmente criou coragem de falar:

– Bem senhor, estamos aqui para...

– Ah, sim, sim! Os duendes! Bem, meus caros, ficarei feliz em dar-lhes um pequeno resumo geral a respeito desta magnífica história. Tudo começou quando...

– Estamos aqui para saber a respeito da Horcrux. – Hermione interrompeu-o de forma brusca. O velho encarou a garota e piscou várias vezes, parecendo perdido.

– Bem, como eu dizia, tudo começou quando...

– Dumbledore nos mandou aqui porque confia no senhor e sabe que pode nos ajudar...

– Eu não...

– Só precisamos confirmar uma única-

– SAIAM DAQUI! – ele gritou num acesso de compulsão.

O trio assustou-se e perdeu a ação:

– Desculpem... É só que... Eu não gosto de falar sobre esse assunto.

– Mas é importante, senhor!

– Eu sou um HISTORIADOR, menina! Eu só trabalho e acredito em FATOS! E isto não passa de uma lenda absurda.

– Mas senhor, lendas também não são baseadas em fatos? Quero dizer: lendas são nada mais e nada menos do que fatos um pouco exagerados e distorcidos.

O velho tornou a piscar repetidas vezes:

– Ela está certa! – Sam intrometeu-se – Como historiador, é sua obrigação nos ajudar com informações! Seu conhecimento é imprescindível para a salvação do mundo bruxo. O mínimo que você pode fazer é ajudar nos contando o que sabe sobre as xucrutes.

– Horcrux! – Hermione e Xenofilio corrigiram-no.

Xenofilio passou a mão pelo queixo, de modo nervoso. Levantou-se de vagar com o olhar perdido e olhou tudo ao redor de sua casa. Fechou as cortinas do cômodo e sentou-se, com a respiração ofegante.

– Pois bem – e encarou-os – Irei lhes contar tudo que querem saber a respeito.

E o velho pôs-se a contar toda a história, desde o início, com detalhes e opiniões. Falou a respeito das sete horcrux e como começou a oitava. No fim da explicação, Hermione tinha sua cabeça fervilhando:

– Muitas teorias das quais eu estava me baseando batem com as suas.

– E não só você, mas também, todos os demais bruxos que tiveram comunicação com a horcrux...

– Muito obrigada, senhor Lovegood. Graças ao senhor, muita coisa poderá ser salva.

– Não há de que...

– Ah, senhor. Tem mais uma coisa que precisa saber... Bem... Cecília Malfoy mandou-lhe um recado. Disse “diga ao meu irmão que não há mais nada para nós.”

Xenofilio tornou a se levantar só dessa vez, parecia mais biruta ainda.

– É melhor vocês irem imediatamente! – ele disse apontando o dedo trêmulo – Saiam já daqui! E sigam pelo caminho da floresta!!!

O trio saiu as pressas e confuso. Já estavam a cerca de dez metros da casa quando Dean reclamou:

– Que cara doido! Parecia que tinha medo que a gente fizesse alguma coisa na casa.

Hermione parou de andar e se virou bruscamente:

– Senhor Lovegood! NÃO!!

E a casa explodiu, arremessando os três para longe. Após recuperarem-se do susto, Dean tornou a reclamar:

– O que diabos foi aquilo!

– Ele estava sendo vigiado – disse Hermione tristemente – Ele não queria nos contar porque estava sendo vigiado. Quando nos revelou tudo, ele havia se entregado ao inimigo.

– Isso quer dizer que ainda estão aqui – Sam preocupou-se – É melhor sairmos logo daqui.

Hermione permaneceu fitando a casa destruída, com grande remorso. Dean a puxou pela mão e a abraçou.

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– Por que ele fez isso? – Sam perguntou.

– Eu não sei... – Hermione andava de cabeça abaixada e mãos dadas com Dean. Em qualquer outra situação ela estaria constrangida e nervosa, mas seu estado de espírito ignorava isso – Ele se sacrificou por nós...

– Foi o que Dumbledore fez, não foi? – Dean perguntou a ela, curvando-se para ver seu rosto choroso. Hermione ergueu a cabeça surpresa pelo rapaz lembrar-se da história do Diretor e concordou com a cabeça – Então. Deve ser isso que os grandes bruxos fazem... se sacrificam pelo bem do mundo... E acredite, não são apenas os bruxos que o fazem.

Hermione sorriu agradecida. O trio já estava adentrando uma densa floresta que se localizava atrás da casa de Xenofílio.

– Por que ele nos mandou aqui? – Sam quis saber.

– Eu não sei... Mas é melhor seguirmos a trilha... Talvez nós... – Mas Hermione parou de falar ao notar a grande rocha que havia no meio de uma clareira.

– Hermione...? – Dean a chamou – Algum problema?

– Sim... E dos grandes...

Os irmãos olharam em direção a visão da garota e puderam notar que uma rocha se movimentava.

– Mas aquilo é...

– Um gigante – completou a menina. Hermione correu até o monstro.

– Hermione! – Dean tentou segurá-la, mas já era tarde – Hermione! Não vá! É perigoso!

A jovem bruxa ignorava-o. Ela conhecia aquele estranho ser. Ela o conhecia:

– Group! Group! – ela gritava enquanto se aproximava e não bastou muito tempo para o gigante reconhecer a voz da jovem e virar-se surpreso. Hermione parou poucos metros de distância e sorriu emocionada para o bebê imenso.

– Hermi-oo-ni...

– Sim Group! Sou eu! – Hermione emocionou-se ao constatar que o meio irmão de Hagrid ainda lembrava-se dela. Group estendeu a mão para acaricia-la e Hermione abraçou seu dedo. Os irmãos chegaram em seguida, chocados com a cena:

– O que ainda falta a gente ver esses bruxos fazerem? – Sam revoltou-se.

– Isso me lembra King Kong – Dean comentou.

– Oh Group! Você esteve sozinho esse tempo todo... Não se preocupe... Tudo irá ficar bem... Nós vamos tirá-lo daqui...

– Quem são vocês!

Hermione reconheceu a voz grossa e virou-se bruscamente, dando de cara com o grupo de centauros que estava parado no topo do morro de terra.

– Senhor... Eu não... Eu só...

– Depois de tudo você ainda ousa invadir nossa floresta!

– Senhor... Eu não vim irritá-los... Eu fui mandada aqui por Xenofílio Lovegood. Ele queria que encontrássemos o Group e pudéssemos salvá-lo.

– Não seja ousada! Esse monstro sairá daqui antes mesmo que você possa pensar em leva-lo.

– O que?

– Comensais... Eles vêm todos os dias aqui fazer ronda para captura-lo.

Enquanto isso, Dean tentou aos poucos se aproximar de Hermione. Ambos estavam chocados com a sequência de acontecimentos do dia: explosões, gigantes e agora centauros... Era demais para apenas uma manhã. No entanto, ele não poderia se afastar de Hermione. Um centauro foi seguindo Dean com o olhar, enquanto este se aproximava da menina e Sam só observava do mesmo lugar.

– Não! Eles não podem leva-lo! Group não deveria estar aqui! Ele tem um lar...

– Menina humana... Nem nós, Centauros, temos mais um lar... Os últimos acontecimentos abalaram o mundo da Magia e as constelações foram alteradas. Nossa floresta foi tomada de nós e fomos obrigados a nos refugiarmos aqui.

– Mas isso é horrível! Não podem fazer isso com vocês!

Sam revoltou-se com Hermione: ela não podia estar defendendo um bando de cavalos que queria mata-los.

– Sim, é uma tragédia... Menina humana... Se você está aqui é por que trouxe nossa solução. Da última vez que nos encontramos você e o senhor Harry Potter nos ajudaram daquela humana desprezível. Agora vejo que ainda nos quer o bem.

– Mas é claro! Ainda estamos lutando contra tudo isso! E vamos conseguir! Só precisamos tirar o Group daqui!

– Group não vai a lugar algum.

Todos olharam em direção ao lado oposto, onde um grupo de Comensais estava a postos. Dean agarrou o braço de Hermione e a puxou:

– Hermione... Precisamos ir embora daqui... Isso não tá legal...

– Não Dean! Precisamos proteger Group e os centauros.

– Olha, eles são uma dúzia de cavalos mágicos, o Grop é um GIGANTE! Eles estão melhor sem nós...

– Não Dean! – Hermione se soltou dos braços do rapaz e andou até o centro da clareira, entre o gigante, os centauros e os comensais.

– Saiam daqui! Vocês não irão conseguir nada aqui! – ela gritou para os homens encapuzados.

Sam já estava perto de Dean e revoltou-se mais:

– O que?! Ela é maluca ou o quê?!!!

– Nós é que ordenamos isso. Saia daqui sua sangue-ruim!

– Nunca! Sectusempra!!! – nunca fração de segundo Hermione nocauteou o primeiro comensal e um centauro pôs-se em sua frente bloqueando um ataque contra a menina. Group levantara-se irritado com a bagunça e andando sem equilíbrio correu até o grupo de comensais, pisando em alguns. Os demais centauros entraram na briga e feixes de luz e flechas eram disparados por todos os lados. Dean se abaixou e chegou até Hermione.

– Vamos! Temos que sair aqui!

– Não! Eles vão machucá-los! Group! Não!

– Vamos Hermione! – Dean a puxava com força enquanto a menina se debatia. Sam chegou para ajuda-lo e juntos carregaram a menina para fora da floresta.

– Dean seu idiota! Não era pra ter me tirado! Agora eles vão morrer!

– E você também iria se tivesse continuado lá!

– Sam! Diga a ela que ela está errada!

Hermione o encarou com fúria. O moreno não sabia se deveria de fato dizer. E não precisou. O barulho de um estalo ecoou na grama e o trio deu de cara com Harry, Rony, Neville e Tonks que chegaram armados e um pouco feridos:

– Onde estão? – Harry perguntou. Hermione apontou para a floresta e o quarteto disparou em vassouras para dentro da clareira.

– Por aqui, senhorita Granger – Hermione procurou de onde vinha a voz fininha e notou Winky encolhida, envergonhada, numa moitinha – Vou leva-la para casa.

O trio deu as mãos e Winky aparatou-os para o Largo Grimmauld, número 12.

– Satisfeito?! – Hermione perguntou a Dean – Agora estamos seguros!!!

– Por que está brava comigo?! Eu só queria te salvar?!

– Me salvar?! Você queria NADA COMIGO! Você queria só se divertir comigo!

– Do que é que você está falando?!

– Da festa, Dean! A festa que você ficou paquerando aquelas vadias quando eu achei que nós tínhamos alguma coisa!!!

– O gente... – Sam chamou-os, mas foi ignorado.

– E você pensa que eu não vi você sorrindo com Samizinho! E você ficou toda toda quando viu o Draco Malfoy! E nem me fale do Harryzinho... Seu amiguinho...

– Ele é meu IRMÃO seu ridículo! E ele é bem melhor do que você!!!

– Melhor EM QUE? Em que sair soltando luzinha com um pedaço de pau! Você não sabe o que é homem de verdade!!!

– E você não é um! Você é um imbecil que se aproveitou de mim, me fez acreditar que você gostava de mim e depois só me ignorou e NEM pra me dizer se iríamos ter alguma coisa!

– Você queria ter alguma coisa comigo? – Dean perguntou dessa vez sem gritar. Hermione o encarou, ruborizada.

– Não mais! Por que agora eu sei que você é um canalha!

– Um canalha que tenta te salvar?!

– VOCÊ NÃO ME SALVOU! Muita gente já me salvou, mas você nunca! Você nunca fez nada por mim! Você nem se quer gostou de mim!!!

Num ímpeto de raiva Dean se jogou em Hermione e a beijou com fúria, derrubando-a contra a mesa que havia na sala. Sam permaneceu chocado com a cena e decidiu que era melhor sair dali. Dean apertou Hermione com força e esta retribuiu arranhando-o com mais força ainda.

Os dois se soltaram quando perderam o fôlego e ofegantes ficaram se encarando.

– Então, o que achou disso? – Dean perguntou sorrindo maliciosamente.

– Você...

– Eu sei... Aposto que nunca havia sido tratada assim... Como mulher de verdade! Você não sabe do que eu sou capaz...

Hermione sentiu-se ofendida e estalou um tapa no rosto de Dean:

– Mas o que...

– Como ousa falar comigo assim?! Eu não sou uma das suas vadias que você pega em qualquer lugar a hora que quer! Eu sou uma garota de respeito! De compromisso! E acho bom você nunca mais chegar um metro se quer perto de mim!

E Hermione o empurrou com força e subiu as escadas da casa, indo direto para o quarto de hóspedes, onde se trancou.

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