Capítulo 6 - Vida

–É verdade... Pensei mesmo. – Ela estava sorridente.

–Diga! – Eu estava muito animado.

–Ok! Pensei em Leona, juntando meu nome com o seu... O que acha? – Era um nome diferente, eu gostei.

–Adorei! –E a beijei novamente.

Tudo estava bem até o médico me reconhecer e me levar de volta para o quarto.

–Espera! Eu já estou bem! – O médico me puxava.

–Mas acabou de sair do côma, precisa descansar! – Afirmou.

–Não! Já descansei de mais! Quero ir embora! – Exclamei.

–Está bem... Vou te dar alta, mas tem de assinar alguns papéis e após isso vai ter de ir direto embora! - Ele me disse olhando com uma expressão de raiva.

–Pode deixar doutor! Eu cuido disso! – Helena entrou no meio da conversa.

–Está bem, mas antes terá de assinar os papéis, depois disso podem ir. - Ele avisou.

-Pode deixar! – Sorri

Bem depois de assinarmos o papel, fomos ao quarto pegar minhas coisas.

–Parece que esta tudo aqui, vamos meu amor? – Ela dizia com doçura.

–Sim, vamos. – Bom falei sim, querendo dizer não, pois não sabia como meus pais reagiriam.

–O que estamos esperando Leo? – Helena estava preocupada.

–Nada, é que eu estava pensando... Vamos? – Eu estava preocupado e Helena havia percebido.

E por mais que tivesse tentando esconder dela nada tinha funcionado. Bem fomos embora.

–Leo o que esta acontecendo? – Helena estava com uma voz de preocupação.

–Nada só estou feliz por estar ao seu lado – Mas eu sabia que não havia resolvido.

Depois de um longo caminho de carro até em casa, quando chegamos a minha casa, vi minha mãe no jardim cuidando das plantas, não tinha visto meu pai por lá, e pensei será que é um bom sinal?!

–Mãe! – Fui ao encontro dela chorando.

Quando ela me viu ficou abismada, pois ninguém avisou meus pais.

–Meu filho, você ta...! –Ela não conseguia nem fala de tanta emoção, minha mãe nunca havia chorado tanto por mim, ela correu ao meu encontro chorando.

Ela abriu os braços e depois de correr ao seu encontro a abracei.

–Mãe como eu senti sua falta! – As lagrimas denunciavam minha saudade.

–Eu também senti Leo! – Ela chorava mais do que eu.

–Mãe posso fazer uma pergunta? – Eu estava um pouco preocupado.

–Claro Leo! – Quantas lagrimas...

–Cadê meu pai? – Bom até agora ele não apareceu, e se estivesse lá já teria vindo brigar comigo, seria mau sinal?

–Bom Leo, no dia que o ladrão te deu um tiro seu pai foi atrás dele... – Outras lagrimas, mas não de felicidade, de tristeza, não precisava mais nada, eu havia entendido tudo.

–Meu... Pai... Morreu? – Falei entre soluços e outras lagrimas rolavam por meu rosto.

–Sim Leo... – Ela estava chorando, chorei junto.

Não sabia como consolá-la afinal eu e meu pai nunca nos demos muito bem, mas era meu pai e eu estava sofrendo com isso, e minha mãe devia estar sofrendo muito mais do que eu, com isso e eu devia arrumar um jeito de consolá-la, afinal perder alguém que ama não é fácil, meu pai não era flor que se cheire, mas era uma pessoa de bom coração – pelo menos com os amigos dele – Bom agora era seguir em frente. Eu sabia que não seria nada fácil, mas tínhamos de tentar.

–Leo, acho melhor você ir descansar. – Disse Helena.

–É Leo, Helena tem razão, acho melhor você ir descansar afinal hoje não foi um dia muito fácil. – Minha mãe enxugava as lagrimas enquanto falava, ainda com um pouco de dificuldade.

Elas tinham a razão apesar de eu ter ficado parado durante quatro meses sem fazer nada parecia que somente com aquela noticia já havia acabado comigo, resolvi subir e descansar.

No dia seguinte eu e Helena resolvemos ir ao shopping comprar algumas coisas para Leona, minha doce Leona.

Chegando lá havia tantas opções que nós nem sabíamos o que comprar direito, afinal, nem tínhamos dezoito anos ainda, éramos adolescentes que precisavam se tornar adultos para cuidar de um anjo.

–Então Helena você gostou do que? – Olhávamos freneticamente há uma vitrine de roupinhas, eu havia ficado encantado com tudo.

–Bem, Leo, são muitas opções e agora? – Ela estava em duvida do que escolher, e eu também.

Não sabia o que dizer para ela afinal eu seria pai de primeira viagem, nossa sorte foi que minha nos acompanhou nas compras, ela iria nos ajudar com tudo.

–Calma! Não se preocupe, eu vou ajudar vocês! – Ela nos olhou calmamente, rindo.

Sabe naquele momento minha mãe sabia exatamente o que fazer e isso me confortava, e tive a impressão de que também confortou Helena. Tínhamos combinado de irmos à casa dos pais dela, pois fazia um bom tempo que nós não nos víamos, eu estava muito animado com tudo o que estava acontecendo.

Helena foi para um lado e eu para o outro com minha mãe.

Helena’s P.O. V

Eu estava à procura de um berço enquanto Leo e sua mãe tinham ido escolher algumas roupas e sapatos, conforme eu andava olhava as vitrines, muitas coisas, muitas opções, parecia até um sonho, quando avistei uma figura conhecida...

–Bruno! O que ele está fazendo aqui? – murmurei, virei de costas para ele não me reconhecer, afinal ele era um canalha!

Não adiantou muito, ele correu ao meu encontro.

–Helena você não pode ficar com aquele trouxa do Leo, eu te amo e sei que você também me ama! – Me virei, olhei para o rosto dele, seus olhos azuis pareciam tão sinceros! Mas não eu não podia!

– O que ta louco?! – Gritei.

–Sim, estou louco por você meu anjo! – Ele sabia minha fraqueza, ele... Realmente Bruno era lindo em todos os aspectos, o bastante para qualquer menina se apaixonar freneticamente, mas eu devia ser forte, minha família passava por uma situação difícil e pelo o que a mãe de Leo me disse, eles tem uma bela herança, tenho de ser esperta e ficar com ele, assim eu e Leona herdaremos tudo, bem diferente de Bruno que é um pé-rapado, e não tem onde cair morto!

Flashback On#

A mãe de Leo limpava a casa e havia ficado encarregada de limpar o quarto dele.

–Nossa! Este quarto está uma bagunça! – Ri

–Realmente! Mas quando você casar com o Leo não terá este problema! – A mãe dele gritou de seu quarto.

–Será? –entre risos – Acho que vou ter de trabalhar! E o Leo também! – Rindo.

–Claro que não Helena! Quando vocês casarem, vou deixar um bom dinheiro com vocês, alguns milhões acho que vai dar pra vocês criarem Leona muito bem... – Opa! Dinheiro? Milhões? Era tudo que eu precisava, já que minha família está falida!

– Que isso! Claro que não Dona Paula! Vamos ter de trabalhar, não podemos viver a suas custas! – Modo moçinha ativado, não posso parecer interessada.

–Deixa disso, é uma honra fazer isso pelo meu filho, que vai me dar uma neta! Sempre foi meu sonho que vocês dois ficassem juntos e me dessem um neto ou neta, ver Leo casando! Você esta me dando tudo isso de uma vez Helena! Obrigada! Vocês merecem! – Velha tonta, vou pegar todo o seu dinheiro e fugir com Bruno e deixar o Leo que se dane com a Leona, afinal pra que vou querer uma criança que só vai me dar gastos?!

–Obrigada eu! – Ri... Acabou o jogo!

Flashback Off#

–Ta louco Bruno?! Eu sou comprometida!- Eu precisava daquele dinheiro e ele não iria me atrapalhar agora! Não mesmo!

–Helena põem na sua cabeça que te amo! – Não posso mais aturar isso, eu não vou resistir, sai correndo, chega! Ele não vai atrapalhar... Só mais um pouco meu amor! Sai correndo e nem olhei para frente, acabei trombando em Leo.

–Helena... Que foi? – Ele me olhou preocupado.

–Nada é que eu estava te procurando... –Sorri precisa disfarçar isso, ele não pode saber o que aconteceu.

–Então aqui estou! – Ele sabe que eu tinha mentido, mas não perguntou mesmo se perguntasse eu teria uma mentira a contar.

–Leo vamos? Temos de visitar meus pais... –Vamos sair daqui logo! Antes que aquele louco apareça e acabe com todo meu plano perfeito!

–Claro, vamos sim, não é de minha personalidade deixar alguém esperando. – Ele continuava sendo o trouxa... Só precisava manter isso mais um pouco, e finalmente conseguiria o que eu queria o dinheiro só isso! Tonto, muito tonto mesmo... Ele estava em minhas mãos e com esse plano perfeito ele caiu como um patinho!

Leo’s P.O. V

Depois de visitarmos os pais dela – que foi coisa rápida – fomos embora.

Helena estava estranha, não falava nada.

–Lena... – Olhei para ela – Você está bem?

–Não - E ela desmaiou.