Ayesha Loveless escrita por Lua


Capítulo 25
Capítulo 22 Ninguém será preso


Notas iniciais do capítulo

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Eu contei tudo pro meu pai. Não tive jeito.

Por algum motivo esperava que ele ficasse com raiva de mim tipo Ayesha Loveless, por que você foi raptada e quase estuprada nos Estados Unidos por um cara que você matou? De castigo por duas semanas. Mas não foi assim. É, eu contei tudo para ele (a Jarely já tinha ido embora já que eu não ficaria sozinha e ela tinha um pouco de medo do meu pai) incluindo assassinatos e gangues. Por algum motivo eu não queria esconder nada.

Mas a única reação dele foi:

— Liga para esse tal de Sun imediatamente.

Eu liguei para ele e pedi para vir até minha casa – por solicitação de meu pai. Passaram uns 40 minutos, meu pai fazendo tapioca com ovo tanto para si quanto para mim. Sim, meu pai cozinhou para mim, foi muito estranho.

Comemos em silêncio, eu olhando de relance o pai que tinha voltado mais cedo da Itália, não me botara de castigo e ainda me ofereceu um lanche. Resolvi então arriscar uma conversa:

— É... Por que você voltou mais cedo da Itália?

— O negócio não deu muito certo. – ele deu uma ultima mordida.  – E tava querendo saber o que você aprontava por aqui.

Ele acabou de dizer – de um jeito Loveless – que estava com saudades de mim?

Não, eu devo estar pirando.

Sun chegou e meu pai o convidou para se sentar na mesa conosco e pediu toda a história novamente, só que pelo Sun.

— Não precisa esconder nada... Ele já sabe de tudo. – informei. Se ele mentisse para meu pai, estava frito.

Ele então começou a contar a história na visão dele. Eu só não fiquei impressionada por ele já ter me contado tudo no avião. Quando Sun terminou, ficamos os três um olhando para a cara do outro.

— Você ainda tem o endereço do lugar aonde levaram a Ayesha? – meu pai se pronunciou.

— Sim, senhor. – Sun tirou um papel do bolso da calça, entregando a ele.

Meu pai saiu da mesa e caminhou até seu quarto, com o telefone celular já em mãos, digitando algo. Ficou só eu e Sun na cozinha, um em cada lado da mesa encarando o rosto do outro. Então o Sun esticou um braço sobre a mesa. Eu fiz o mesmo e demos as mãos, sem dizer uma palavra.

*

— BORA, AYESHA!!! – Jarely gritava, toda animada.

Desci correndo as escadas, mochila em mãos até a sala. Lá estava Sun, Reddon, Daniels, Jarely e meu pai.

Meu pai tinha arrumado tudo (não me pergunte como, coisa de ricos. Posso ser filha de um, mas não entendo os paranauê) e então já estavam atrás daquele lugar podre onde eu fui mantida como “prostituta” por um rápido tempo para fechá-lo imediatamente, Sophie já estava se resolvendo com a delegacia (e o seu tio delegado gordo sem pinto) e nem eu nem Sun sofremos nada (afinal, foi tudo por legítima defesa). Não sei como meu pai escondeu da justiça as viagens ilegais, mas eu que não vou contestar.

Acho que meu pai estava demonstrando mais compaixão comigo... do jeito dele. Era o último final de semana de julho, ou seja, logo depois as aulas voltariam. Meu pai deixara eu chamar “todos meus amigos” para uma última saída pela conta dele (pois é, gente, meu pai está muito prestativo!) para uma praia, senão me engano. Eu ia chamar só a Jarely, mas a cachorra chamou os meninos.

Estavam todos com mochilas nas costas, inclusive meu pai, com seu óculos de sol e rosto sério.

— Já podemos ir? – meu pai abriu a porta da vanzinha que alugara.

— SIM!! –Jarely gritou, sendo a primeira a subir.

Todos os outros começaram a rir e a subir também na van.

Durante a viagem toda, foi só palhaçada, vinda da Jarely e de Daniels (é, até que eles eram um casal que combinava), eu e Sun rindo, Reddon com cara fechada e meu pai sério (mas eu peguei ele sorrindo de lado rapidamente de vez em quando). Mas o Reddon parecia realmente chateado. O que será que deu nele?

Dei uma cutucada no Reddon.

— Ei. Chupou limão?

Ele apenas deu um sorriso de lado e explicou que não tava muito animado.

— Então pode se animar, vai ser três dias de pura zuação. Deixa de viadagem e sorri um pouco. – dei um soquinho no ombro dele, logo depois forçando ele sorrir com um dedo em cada canto de sua boca. – Bem melhor.

Ele soltou uma pequena gargalhada e prometeu melhorar o humor. O resto da viagem inteira ele estava mais... feliz.

*

— Chegamos! – meu pai avisou. – Essa é a chácara que vamos ficar.

Era linda, aparentemente simples. Cada um pegou sua mochila e saiu da van e, claro, quem estava na frente de todos correndo e gritando como uma doida era a Jarely.

— QUE COISA LINDA! – ela correu até o fundo da chácara. – AQUI TEM UMA PEQUENA PRAIA PARTICULAR! – avisou ela aos berros, no fundo da casa.

Corremos todos até lá, jogando as mochilas no chão, no pé da estrada e deparamos com um mar com ondas pequenas e serenas cercado por árvores verdes e cheias. Na frente do mar, uma areia branca e algumas rochas altas saiam da superfície da margem. Era um lugar realmente bonito.

— Uau... – Reddon soltou.

Na chácara tinha 3 quartos, um do meu pai e os outros dois para ser dividido entre meninas e meninos. Estava eu e Jarely no nosso quarto colocando biquínis para podermos cair no mar

— Você é muito reta, Loveless, meu Deus... – Jarely comentou enquanto eu colocava a parte de cima do biquíni.

— Que nada, já fui literalmente reta... – tipo quando eu estava sem camisa na caverna com o Sun. – Agora tem até alguma coisinha. – tentei não lembrar do comentário infeliz de Asher.

— Faz assim, ó. – ela chegou atrás de mim, apertando muito o meu biquíni. – Pronto.

— Ai. – esfreguei a mão no pescoço. – Por que tão apertado assim? – caminhei até o espelho.

— Dá um efeito de peito um pouco maior. – eu não enxerguei nenhuma diferença, mas se a seios-48 da Jarely dizia isso, eu concordei.

Caminhamos até a sala só de biquíni mesmo, onde estavam todos os outros sentados, os meninos conversando, os três só de bermuda e meu pai lendo algum jornal. Eles levantaram o olhar para a gente, sorrindo assim que nos veem.

Todos então saíram correndo até o mar, meu pai dizendo “juízo”, mas na verdade não prestava atenção no que fazíamos.

Quando eu ia saindo da casa, Sun me puxa e sussurra em meu ouvido:

— Lindo biquíni... Mas pega mal eu dizer que preferia o seu look quando te achei nos Estados Unidos? – logo depois seguindo os outros, me deixando ali, parada, rindo de nervoso.

Ó, céus, quê que foi isso?


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Notas finais do capítulo

Que acharam?
Até :)