Ayesha Loveless escrita por Lua


Capítulo 19
Capítulo 18 Degolado é mais sexy


Notas iniciais do capítulo

OLHA SÓ QUEM NÃO MORREU???
Cristiano Araújo que não foi.
Parabéns, Tuixs, você volta das cinzas com piadinhas mórbidas.
Mas, eeeenfiiim, EU estou vivinha com mais um capítulo pra vocês!!
Aproveitem ^^



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Desci pela terceira vez de um ônibus, mas dessa vez, finalmente desci no ponto certo. Ignorando a cruz ao meu lado, andei calmamente até minha casa que ficava nos quintos do infernos.

Tentei repassar o dia em minha cabeça. Fui acordada por uma Jarely que contemplava como seus seios eram grandes (sim, ela esfrega na cara da sociedade o tamanho de seus pandas) e queria me perguntar onde tinha ovo naquela casa. Normal. Reddon e Daniels chegaram em casa e pularam em cima de mim esparramada no sofá enquanto eu tentava desesperadamente ver qual a história lastimosa do Dr. Dophsmith da vez. Normal. Fui para um delegacia e me mostrei como testemunha de um estupro de um gay que tinha um namorado que me odeia. Normal.

Fui pra casa do Sun.

Estremeci. E ainda nem tinha dado 2 horas da tarde, para você ver.

De repente veio um clique na minha cabeça. Eu chegara a uma conclusão:

– Eu odiei o Reddon por porra nenhuma! - gritei no meio da estrada deserta, com os braços para cima.

Vamos ver se minha linha de raciocínio pode ser acompanhada.

Eu só gostei de uma pessoa na vida. Aos meus 8 anos quando um garotinho caiu em cima de mim e me deu um selinho-não-selinho e logo depois da morte da minha mãe me prometeu um pirulito de laranja. E um casório, mas enfim. Esse ser era o Reddon. Afinal, era um garoto só naquele fatídico dia. E deduzimos que o irmão gêmeo dele que na verdade era o primo americano que morava com a tia para ficar "abrasileirado" não estava naquele dia, pois, naquela época, o americano voltou pro Estados Unidos. Bom, Reddon me envergonhou quando eu disse que ia casar com ele nas voltas às aulas. E desde pequena sou rancorosa e violenta, e desde então sonhava com um Reddon degolado no meu quarto, ao lado do meu panda de pelúcia (não aquele tipo de panda pervertido, por favor).

Aí eu descubro que o garoto que gostei não era o que deveria gostado porque na verdade, o ser que me pediu em casamento não foi o brasileiro. Foi o americano.

Ai, minha cabeça pifou.

Cheguei em casa com a imagem da cabeça de Sun em mente, com sangue saindo pelo pescoço degolado, sorrindo com malícia sobre a minha prateleira ao lado de minhas roupas íntimas.

Cheguei a conclusão de que tenho fetiches por degolações. Sacomé, degolado é mais sexy.

– AYÊÊÊÊÊÊÊ!!!!! - uma Jarely completamente eufórica pula em cima de mim assim que abro a porta. - Como foi hoje lá na delegacia, Ayê? Demorou muito.

Sim, ela começou a me chamar de Ayê. Sim, é ridiculo. Meu nome não foi feito para apelidos, acho que o povo lá da Republica Tcheca não os aprova, sei lá. Mas a Jarely é teimosa demais para entender isso.

– Estranho. Franck quase me bateu, descobri que na verdade eu gostava era do Sun e comi um sanduíche de mortadela, que eu acho ser dos deuses. A mortadela, digo. - falei tudo rapidamente, me jogando no sofá e fechei os olhos. - E para de me chamar de Ayê ou vou arrancar seus pandas e doar pros mendigos para usarem como travesseiros.

– Eu acho que eles não usariam como travesseiros. - Reddon falou me fazendo abrir os olhos.

Ele e Daniels estavam em pé atrás de mim e Jarely continuava como uma planta, de boca escancarada com a mão na maçaneta da porta, que continuava aberta, como se ela estivesse recebendo o Gasparzinho em minha casa. Eu estava dietada no sofá mesmo.

– Sei que você pensou em perverção, safado. Mas acho que se você não dormia bem há anos em baixo de pontes por aí, você não começaria a se masturbar quando ganhasse um fofinho par de seios. - argumentei.

– Na verdade, se masturbaria sim. - esse quem disse foi o Daniels. O ser mais inocente no planeta Terra. Ou era.

– Cara, são duas bolas de gordura cobertas com pele. Fora. Do. Corpo.- olhei incrédula para eles. - Qual é o fetiche que os meninos tem por bolas? Por que a bunda, na verdade, tamb- - fui atrapalhada.

– AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! - todo mundo para de falar e olha para Jarely que gritara.

Bam! Ela bateu a porta com todas suas forças, fechando-a. Ela estava bem barulhenta. Ou eu estava muito resmungona.

Nah, ela tava barulhenta mesmo.

– Ayesha, repita a última coisa que você falou antes de ameaçar me arrancar os peitos. - ela pediu, sentando-se no sofá, derrubando minhas pernas pra isso.

Olhei-a com ódio por ter atrapalhado meu conforto. Penso por uns instantes antes de responder.

– Mortadela é dos deuses? - eu encostei minha bochecha no meu ombro.

– Não. - Jarely reprovou com a cabeça como se eu fosse uma criança que respondeu que 2+2=7. Ela se virou para os garotos atrás de mim. - Gente, preparem suas armas, o apocalipse zumbi está pra começar. - pausa dramática. - A Ayesha disse que gosta do Sun.

– O QUÊ?! - eu e Reddon perguntamos com a voz em falsete.

– Desde quando eu disse isso, mulher dos pandas amados por mendigos? - completei com incredulidade. Ela não deve ter dito isso. Eu não devo ter dito isso.

Eu não disse isso!

– Okay, okay... - Jarely revirou os olhos. - Então nos conte seu dia de hoje.

Reddon se sentou no tapete, ficando de frente pra mim e para Jarely, com a cara desconfortável. Daniels se sentou ao lado de Jarely, diminuindo meu espaço no sofá.

– Com prazer. - disse debochadamente. - Hora da história. Façam silêncio e prestem atenção na titia.

Os três simultâneamente reviravam os olhos.

– Era uma vez, num reino muito distante... Uma garota covarde que viu um colega gay ser estuprado por uma vadia. Ela fugiu e fez porra nenhuma. Mas ela se sentiu mal, e foi falar pros guardas gordos sem pinto do palácio o que viu. O namorado do gay estuprado, ouvindo isso, quase matou a garota covarde. Mas ela conseguiu sobreviver graças às forças cósmicas e fugiu para a casa do Sol. Na casa do Sol, ela descobriu uma coisa muito importante. E depois ela comeu um sanduíche de mortadela. E fim.

– Você não é covarde. - disse Reddon, convicto, me encarando.

– O Franck tentou te bater? - Daniels estava surpreso com seu (antigo?) amigo.

– VOCÊ FOI PRA CASA DO SUN? - Jarely pulou do sofá, barulhenta. É, não era eu a resmugona. - O que aconteceu lá? - esse olhar safado me lembrou da última cena.

Ele me prendendo na parede. Ele beijando meu pescoço. Ele rindo loucamente.

Minha sanidade virando maria-mole.

– Bem. Entrei no quarto do Sun, - Reddon e Jarely arregalaram os olhos, um muito nervoso, um cheio de espectativa. - não rolou nada, okay? - pelo menos não lá. - Enfim. Vi uma foto minha com o Reddon quando tinhamos 8 anos ao lado de uma foto de uma bunduda da Play Boy.

– Cumé que é? - Daniels perguntou. O olhei com meu melhor olhar "não me atrapalhe se ama seu pênis". Ele entendeu o olhar e calou-se.

– A foto retratava um dia que eu, nos meus 8 anos, meio que me apaixonei - fiz aspas com a mão nessa ultima palavra. - E, bem, a inocente aqui achava que era o Reddon.

– Você gostava de mim? - Reddon estava num misto feliz, surpreso e confuso.

– Não fique excitado, mas... Diguemos que sim. Mas aí que vem a coisa que descobri. - respirei, tentando dizer de uma forma que eles entendessem. Eu mesma tava confusa pacas. - O garoto da foto era o Sun. Eu gostei do Reddon, quando deveria ter gostado do Sun. Sacaram?

Os três assentiram, Reddon levemente triste.

– Isso não significa que eu tenha qualquer queda pelo Sun. - conclui.

A sala ficou em um silêncio funerário. E não gostei disso. Minha mente começou a pensar que, mesmo não tendo queda pelo Sun, eu admirei suas costas quase que babando. E até demais. E mesmo não tendo queda pelo Sun, ele quase fez meu cérebro virar sorvete derretido, com beijos em meu...

Ah, preciso me tratar.

Dormi ali no sofá mesmo, murmurando algo sobre sóis derretendo sorvetes.

*

Acordei com um grito de Jarely.

Reddon estava protetor em volta de mim, ainda deitada no sofá. Não conseguia ver nada além de sua cabeça inconciente sobre meu peito. Um líquido quente e grosso escorria por mim. Sangue.

E tenho certeza que não era meu.

Não gritei. Não queria mostrar que acordara. Mas minha garganta amargou, enquanto ouvia os barulhos em minha casa.

Clank. Bam! Trac.

Bum.

Esse bum me assustou.

Tentei me levantar e coloquei Reddon delicadamente no sofá. Torcendo para que ele estivesse vivo.

Ele tava vivo, não tava?

Meu Deus, o que acontecia ali?

A sala estava vazia, os barulhos vinham da cozinha. Andei até lá silenciosamente.

A cena que encontrei foi pior do que vira naquela maldita festa, dois dias antes.

Jarely estava ajoelhada de costas pra mim, cabeça abaixada, com a mão no chão, cheia de sangue, perto de seu celular. Ao seu lado tinha Daniels, que olhava para ela preucupado, também de costas pra mim, também de joelhos no chão.

Tinha um homem, alto, vestido apenas de preto, com um óculos de sol espelhado na nuca, que em pé, apontava duas armas para meus amigos.

– Não! - gritei, rosnei, cuspi, sei lá. Sei que corri até o homem de costas pra mim e o derrubei no chão.

– Ora, ora. - uma Sophie versão psicótica apareceu acima de mim. Seus olhos estavam vermelhos e esbugalhados, e seu sorriso dizia que queria me comer no almoço. No sentido canibal. - Veja só quem acordou?

Me levantei de cima do cara que esperava pacientemente eu sair dali. Ele se levantou também, me mostrando seus olhos azuis e gelados e sua cara de poucos amigos. Mas muitos inimigos.

– O que você quer? - perguntei, tentando esconder que tremia, em vão.

– Você. - ela respondeu simplesmente.

Jarely gemia de dor e Daniels, aproveitou que não era mais o centro das atenções, foi até ela.

– Deixem eles vivos. - sussurrei pro chão.

– Claro, claro. - Sophie abanou a mão como se estivesse espantando moscas. - Se você vier com a gente.

– Não faça isso! - disse Jarely com uma voz sofrida.

Daniels a abraçava e sussurrava algo em seu ouvido.

– Eu vou. - olhei nos olhos da Sophie. - Não tenho medo de você. - pelo menos a dois minutos atrás eu não tinha.

– Pois deveria. - e fez um sinal para o cara de pelo menos 32 anos.

Ele veio até mim calmamente, tirando de dentro da jaqueta que usava uma seringa.

Uma picada. Cai na inconciência.


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Notas finais do capítulo

Yeeey, a história não morreu
Eeeeee logo vem mais*v*
Gostaram? Me digam nos comentários oq acharam!!!
Juro que vou tentar postar os próximos mais.... próximos kkkk
(Tuixs, desiste dessa vida de piadista)
Até ;)