Ayesha Loveless escrita por Lua


Capítulo 18
Capítulo 17 Costas e sanduíches me dão orgasmos


Notas iniciais do capítulo

VOLTEEEEEEIIIIII
E adoro esse capítulo :3
Vejam aí. Por favor, nunca me abandonem, okay? *-*
Ah, Uma Filha de Atena, senti sua falta :3
E da Laladhu, Autumn e de todos que pelo menos sinalizam pra mim que existe gente lendo (vcs estão no meu corecore S2)
Por favor, nunca me abandonem, okay? *-* ²
Eu já escrevi o capítulo 18 e estou trabalhando no momento num capítulo especial narrado pelo Sun.... MAAAAAS não vou postar ainda (sou má u-u)
Sim, tem um pouco de suborno ae. ajssyf12yfknwgaugashvzjlgHVASAHvkjvkh
Enfim, à história.



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– Vai ser agora. - respirei fundo e entrei na delegacia.

Lá dentro estava sentado Potter, com o rosto vermelho e os pulsos roxos, de mãos dadas com Frank, que sentava a sua direita, aparentemente nada feliz. Um homem, gordo que nem um botijão, daqueles que nem deve conseguir achar o pinto de tanta rosquinha que come por hora, estava sentado (ou acho que era pra ser isso, a cadeira devia ter aderido no meio da bunda gorda dele) de frente para eles, atrás de uma mesa com um telefone sem fio, um notebook, uma caneta prata e vários papeis.

– Garotos, devo dizer que essas coisas que estão me contando são sem cabimento. Uma menina de 16 anos não seria capaz de abusar um menino de 17. - disse o gordo.

– Ela me amarrou, eu já disse. - Potter mostrara os pulsos arroxeados.

– Sou testemunha. - disse, anunciando minha chegada. - Tudo o que o Leandro disse é verdade.

– O quê? - Potter me observou com olhos esbugalhados. - Você...?

– Sinto muito, Potter. - fechei os olhos e tirei dos bolsos da minha calça jeans o celular de Sun. Abri os olhos, e entreguei para o homem gordo que pelo jeito era o delegado.

O celular não tinha senha, assim que o homem-cadê-meu-pinto apertou o botão para a tela acender, já mostrara o vídeo. Ele apertou o "play".

Potter e Franck se levantaram e começaram a assistir o vídeo. Franck fechou ainda mais o semblante, Potter ficou com os lábios trêmulos e levantou olhar para mim, os olhos queimando em fúria.

– Mas... Mas essa é a minha sobrinha! - o delegado exclamou depois do vídeo já ter chegado ao fim. Ele olhou para cada um de nós com certa dúvida e pegou o telefone sem fio da mesa, discou alguns números e colocou o telefone no ouvido. - Alô, Sandrinha? É o Ângelo. Eu... hã... como vai a sobrinha Sophie? Tudo bem, eu espero. - passou uns minutos desconfortantes, então ouviu-se um grito de desespero de uma voz feminina vindo do telefone, fazendo o delegado afastar o telefone do ouvido. - Calma, Sandra. Explica o que houve. O QUE?! A Sophie fugiu de casa? To indo ai agora.

O delegado obeso desligou o telefone e se levantou as presas, batendo a barriga na mesa, que chacoalhou, revelando uma pequena e judiada cadeira de madeira que sustentava todo aquele peso. Avisou que o caso seria investigado, pediu licença e saiu pela porta, deixando apenas eu e os garotos. Peguei o celular do Sun encima da mesa e guardei.

– Obrigado por ter vindo aqui prestar queixas. - Potter disse. Fiquei sem palavras.

– Obrigado porra nenhuma. - Franck chegou perto de mim, apontando o indicador com fúria para o meu peito. - Que vergonha, Loveless. Só porque sua vida é uma droga, não precisa ver a vida alheia se fuder e fazer merda nenhuma. - ele me empurrou, me fazendo cair de bunda no chão. - Você se faz de fodona, mas é uma covarde, isso sim.

Potter puxou o namorado para trás e sussurrou algo em seu ouvido. O mundo a minha volta estava girando, então chegara um policial pedindo licença, pois não podíamos ficar naquela sala sem a presença do delegado.

– Tudo bem com você, senhorita? - perguntara o policial, assim que percebera a garota com cara de desolada sentada no chão.

Assenti com a cabeça e dispensei ajuda para me levantar. Sai da delegacia sem saber para onde ir. Em casa estaria Jarely, junto com Daniels e Reddon, e não aguentaria explicar para eles como foi assim que entrei na delegacia. Comecei a andar sem rumo, até que me encontrei na porta de uma casa que não visitava a muito tempo. Desde meus 8 anos, mais ou menos. Apertei a campainha.

– Loveless?! - o garoto que abrira a porta estava com os olhos fora da órbita. - O que você está fazendo aqui?

– E ae, Solzinho? - respondi. - Então, vou poder entrar ou não?

Sun abriu mais a porta, possibilitando minha passagem. Entrei na casa e ouvi a porta bater atrás de mim. Virei para olhar pro garoto que me recebera. Sun estava com os cabelos molhados e bagunçados, calças de moletom pretas, descalço e sem camisa. Sem. Camisa. Alguém lembra que a última vez que vi um garoto sem camisa, que por acaso também foi Sun, eu fiquei só de sutiã com um panda desenhado? Pois é.

Adentrei mais a casa, chegando numa sala que era vagamente conhecida. A única coisa que fugia a sala que conhecera a 8 anos atrás era que a parede super alva, antes vazia e sem vida, hoje estava com vários quadros pendurados. Uns com Reddon de 12 anos jogando futebol, outros com um Sun na neve de Nova Iorque recentemente, mas um quadro em especial, me chamou bastante a atenção. Este se encontrava no meio da parede. Era uma menina de 7 anos com a cara carrancuda, com uma mancha azul na bochecha esquerda. Ela estava sendo abraçada por um garoto de 7 anos também, mas não correspondia o abraço tão caloroso do menino de olhos da cor de mel. O menino que abraça a menina, a prendia como se fosse seu brinquedo preferido, sorrindo como se tivesse acabado de ganhar um doce com sua boca azul. Já ela olhava para quem quer que estivesse tirando a foto implorando para sair dali. No lado, tinha um garoto sentado no chão muito similar com o garoto que estava em pé e olhava para a câmera com cara de bobo.

Cheguei mais perto do quadro. A menina era eu.

– Lembra desse dia? - Sun pergunta, desviando minha atenção do quadro. Olhei para ele.

– Na verdade não. Quem é você? O que está com cara de cu ou o que está me abraçando como se eu fosse um bolo de sorvete?

– O que está te abraçando. - e sorriu de lado.

– Certo, então o Reddon sempre teve essa cara de bunda. - ele riu do meu comentário. - Por quê estou tão raivosa nessa foto? Você lembra?

– Lembro sim. Bem, pouco antes da foto, você estava bem feliz. Mas quando te abracei e te dei um beijo na bochecha, acho que você já sabe sua reação. - ele levantou uma sobrancelha. - Fria desde sempre, Loveless.

Eu ia dar dedo para ele, mas então reparei a mancha azul em minha bochecha e a boca azul do Sun na fotografia.

– Nossa, eu não devia te suportar mesmo. - encarei a cara sorridente e infantil de Sun. - E você deveria me amar, né?

Ele sussurrou algo que não entendi, mas ignorei.

Cansei de olhar para a foto e fui em direção a uma porta qualquer. Quando eu estava bem perto de abri-la, escutei Sun protestar. Como adoro contrariar, abri a porta mesmo com os vários palavrões soltados atrás de mim.

Encontrei um quarto simples. Uma cama, um guarda roupa e uma guitarra preta. E uns posteres de rock numa parede.

– Seu quarto? - perguntei me dirigindo aos pôsteres.

– É. - ele disse simplesmente, se sentando em sua cama.

Entre Robert Plant e Axl Rose, encontrei uma mulher de maiô colado, numa pose sexy (ou garotos deveriam achar isso), de bunda empinada e com uma das alças do maiô caída, como se dissesse: "você quer ver meu peito? Foda-se, se masturbe apenas com a vontade de vê-lo". Revirei os olhos.

– Fetiches de Sun. - sussurrei, mas alto o suficiente para o Sun ouvir, que pigarreou.

Continuei olhando alguns posteres, até encontrar uma foto de uma eu-de-8-anos com os olhos vermelhos, como se estivesse acabado de chorar, segurando um... anel de pirulito sabor morango. Ao meu lado, estava Reddon, segurando o seu de laranja.

– Hã... Por quê tem uma foto minha e do Reddon do lado de uma coelhinha da Play Boy?

– O quê? - Sun chegou mais perto, ficando no meu lado. - Ah, isso. Bem, não é o Reddon nessa foto.

– Masoque? - fiquei confusa, afinal todo aquele episódio do anel acontecera com o... então, eu finalmente entendi. - É você?

– Estou te devendo um pirulito de laranja até hoje, né não? - ele sorriu marotamente. - Mas acho que aquele já está velho. - ele apontou com a cabeça a cabeceira da cama.

Amarrado num barbante e pendurado na cabeceira da cama, estava um pirulito em formato de anel.

– Você guardou até hoje? - eu perguntei embasbacada. Era para eu estar com nojo? Bem, eu também tinha guardado o meu...

– Na verdade, aquele chupei tudo no mesmo dia, mas separei esse assim que cheguei em casa só para te dar. - ele pausou. - Mas não tive oportunidade.

– Você foi morar com seus pais nos Estados Unidos.

Ele assentiu com a cabeça.

– Bem, você veio aqui por que mesmo? - perguntou Sun depois de uns rápidos minutos de silêncio.

Não conseguia lembrar. Para quê eu tinha ido ali mesmo? Então, colocando a mão no bolso do meu shorts, pensei numa resposta.

– Vim devolver seu celular. - sorri sarcasticamente.

– Tava com você? Tinha pensado que tinha perdido.

– Eu roubei. - admiti dando de ombros.

Sun revirou os olhos.

– Okay. Me devolve.

Fingi pensar no assunto por um instante. Discordei com a cabeça. Ele perguntou o motivo.

– Estou com fome. - ele olhou para mim como se eu tivesse dito que sou um pônei e vomito arco-íris. - Vai fazer um sanduíche pra mim. Eu com barriga cheia, você com seu celular, que, acredite, eu não mexi em nada. Todo mundo sai feliz.

– Vamos lá. - Sun suspirou, vencido.

Ele começou a se dirigir a cozinha e eu o seguia sirilampa por trás. Pera, a palavra sirilampa existe? Foda-se, eu tava feliz por que ia comer, ponto.

Chegando na cozinha, sentei no balcão de mármore que ficava de frente para a pia, balançando os pés, como não conseguia encosta-los no chão. Sun agachou-se perto da geladeira, abrindo-a e procurando as coisas que utilizaria lá dentro. Os músculos de suas costas estavam tensos, definidos, enquanto ele remexia dentro do refrigerador.

Porra, pra quê to olhando para as costas gostosas dele? Pense no sanduíche duas vezes mais gostoso que logo encontrará seu estômago. Pense no sanduíche!
Ele pegou um pote que logo reconheci o conteúdo: mortadela, a prova de que Deus existe. Quase tive um orgasmo só em pensar que comeria aquela mortadela em pouquíssimo tempo. Ah!

Ele começou a trabalhar na cozinha, me tirando a visão do sanduíche (ou seja, ele poderia colocar veneno e eu não saberia) e me deixando apenas com, novamente, sua traseira. Sim, comecei a admirar suas costas e seu bumbum. Caralho, o garoto está sem camisa, fazendo um sanduba só para você, com mortadela, o que é um ponto forte, principalmente quando você é uma descendente de tchecano que venderia o rim só por um pedaço de mortadela, e você não olha pra costa gostosa do garoto? Aliás, tenho tara por bundas (vamos, me julgue). Então percebi que dava para ver uma ordem de número tatuado em preto - 12769 - , com os digítos de forma bastante computadorizada, como se fosse um HTML (momento meio geek, mas okay) no cós das costas.

Por que ele tem um número tatuado nas costas como se ele fosse um boi?

– Voilà! - disse Sun, virando para mim com um prato (com o sanduíche mais lindo do mundo, choremos de emoção) em mãos.

– Voar pra onde? - perguntei virando a cabeça de lado sem entender.

– É "aqui está" em francês. - Sun reprovou com a cabeça. - Não "voa lá".

– Ah, mas parece.

Ele me ajudou a descer do balcão, e colocou o sanduíche nele. Sentei num banquinho alto e dei uma mordida. Meu Deus, aquilo não foi feito por um mortal! Comecei a engolir aquele enorme sanduíche como se fosse a primeira vez que comia na minha vida. Ouvi uma risada vinda do outro lado no balcão. Levantei a cabeça e encontrei Sun com a cabeça apoiada no braço rindo. Senti que um tomate estava grudado em minha cara.

– Tá rindo de quê, acéfalo? - perguntei de boca cheia, mas na verdade saiu algo como "Táindiquê, acélo?", mas ele entendera a minha língua alienígena.

– Só percebi o quanto você fica fofa comendo como se não tivesse amanhã. - ele sorriu.

Para disfarçar o vermelho que começara a subir pelo meu rosto, peguei o tomate em minha bochecha e taquei no nariz de Sun. Sorrindo satisfeita, terminei meu sanduíche em duas mordidas.

– Bem, é isso aí. Tava muito bom, merece um prêmio de culinária e tals. Mas vou pra casa, falou e tudo mais. Muito obrigada por escolher a Tam. - disse me dirigindo pra porta para poder chegar em casa e brigar pelo controle da TV com a Jarely.

– Nananinanão! - Sun disse com um tom de reprovação, correndo até mim.

A porta de entrada (que no caso representava minha saída) ficava em um corredor estreito. Sun me puxara, evitando que eu saísse, visto que eu já tinha conseguido pelo menos abrir a porta.

– Me dá meu celular. - ele disse me apertando no braço. - Fiz minha parte no acordo.

– Sacomé.... Num to afim. - sorri maleficamente. Mas meu sorriso murchou assim que vi o sorriso safado que brotara no rosto dele.

– Vai me fazer te obrigar? - aquele sorriso dava medo. Sério.

Eu realmente não pensei quando respondi: - Sim.

Com um "você que pediu", ele coloca as mãos na parede atrás de mim, me prendendo em um tipo de gaiola humana. Me encostei na parede, de repentemente me sentindo muito pequena sob ele. Ele aproxima seu rosto do meu, mas por instinto, levantei a cabeça. Meu segundo erro. Deixei o pescoço a mostra para o golpe mais baixo de todos. Ele começou a beijar vagarosa e levemente meu pescoço, me deixando completamente arrepiada. Eu xingava ele com todas as palavras que vinham na minha mente, mas ele é algum tipo de masoquista verbal, que ria de leve no meu pescoço como se gostasse daquilo, tirando o fio de sanidade que restava em minha mente.

Sem perceber, soltei um rápido som de prazer pela minha boca. Droga.

Pra quê você fica instigando as pessoas a continuarem a derreter seu cérebro, Ayesha?

Ele começou a subir. Beijou meu queixo. Beijou minha mandíbula. Foi para a bochecha. Quando percebi seu próximo alvo, peguei o celular dele e coloquei-o na frente da minha boca. Ele beijara a tela de seu celular.

– Devolvido. - eu disse.

Quando ele percebeu o que acontecera, ele pegou seu celular. Enquanto eu passava por baixo de seu braço direito, que continuava na mesma posição, me impossibilitando de chegar a porta aberta, ele gargalhava alto, com cabeça pendurada pelo pescoço para trás. Ele ria de tal forma que seus ombros vibravam, como se ele tivesse acabado de ouvir a melhor piada do mundo.

Nessa hora, cheguei a conclusão que Sun tinha sérios problemas mentais.

Passei pela porta e a fechei. Eu poderia seguir para o ponto de ônibus mais próximo e ir para casa, mas queria ver até onde aquela risada duraria. Depois de uns dois minutos, a risada parou. De repente, escutei um baque alto, como que algo de pelúcia, mas pesado o suficiente para fazer barulho, caindo no chão, vindo da sala. Logo depois, um grito:

– Eu não acredito que quase a beijei!

No mesmo segundo, embarquei no primeiro ônibus que apareceu, não ligando pro fato se era o que eu deveria pegar ou não.

Sentei afobada num banco do ônibus. Respirei fundo e a única coisa que saiu da minha boca foi:

– Mas gente.


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Notas finais do capítulo

Mereço o que agr? Tomate na cara por demorar? Aplausos? Vaias? Reviews? Recomendações? ~cofcof
Vamos, comentem. Se não sabem o que comentar, aqui tem três simples perguntas que ajudará:
1. Sentiu falta Ayesha?
2. Gostou da cena do Sun com a Ayesha (Ayesun)? (foi fofo, vai..)
3. PREFERE PUDIM OU BOLO DE CHOCOLATE?????
Além das duas perguntas que já tem campos específicos abaixo huehue

Até a próxima fantasmas e possíveis almas vivas :3