No Último Capítulo de Ayesha Loveless

– Reddon, seu puto pulador de cerca!! Você não está com a Danry?!

Tantantaaaann....

– Danry? - Uma Sophie não mais tão animada perguntou incrédula.

– Eu não estou com a Danry. Nunca estive... - disse Reddon mais convicto do que eu esperava.

– Ma-mas... - ok, eu estava realmente confusa. Eles estavam ou não estavam juntos? Bem, a Danry não tinha me explicado o motivo dela ter ido ao Metal Otaku Bar até hoje; nem o motivo de estar tão próxima do Reddon, apesar dela já ter admitido sentir algo por ele.

Sério, estava muito confusa.

– Sophie, sai. - disse com a voz mais macabra que achei dentro de mim.

– O que?!

– Estou mandando você sair. Preciso pensar e seus seios não me deixam fazer isso. - e sem pensar duas vezes, peguei ela pelo braço apertando fortemente. Ela reclamava de dor, mas ignorei e com toda a força que achei em mim, abri a janela e PUF.

– VOCÊ JOGOU A SOPHIE PELA JANELA?!!

– Prefiro o termo defenestrar, obrigada. - disse me sentando e impedindo o Reddon ir até a janela conferir a situação de uma Sophie recém defenestrada. - A janela é baixa, ela está bem. Senta aqui e me conta tudo o que sabe.

Duvidoso, ele olhou para mim e resolveu se sentar a minha frente.

– Ela nem beijava bem mesmo... - revirei os olhos com o comentário nada pertinente e pedi explicações.

E foi o que ele me deu.

Danry foi até a casa de Reddon e Sun no dia do Metal Otaku Bar para pedir ajuda. Ela tinha acabado de brigar com a mãe (algo muito comum entre elas), porém a mãe se estressou, passou dos limites e agrediu a Danry. Desesperada ela fugiu de casa e correu sem rumo pela cidade, até que ela encontrara Sun, que a ajudara elevou até a casa deles. Eles ofereceram ir até o bar para faze-la esquecer das coisas e lá... bem, encontraram uma Ayesha enfurecida.

– Eu estava sendo quase estrupada. Eu não devia estar feliz. - disse, atrapalhando a explicação dele.

– Mas você não foi estrupada, graças ao Sun. - revirei os olhos. - Acho que foi a partir daí que a Danry começou a se interessar no Sun.

– O quê? Ela disse para mim nessa mesma noite que gostava de você. Isso não faz sentido.

Ele sorriu de lado e explicou mais.

Na verdade, ele sabia do sentimento de Danry, mas ele estava interessada em outra. Ai ele ofereceu ajuda para ela conquistar o Sun, que já vinha despertando o olhar dela desde o primeiro dia de aula. Aí que eles ficaram tão próximos e tals.

– Beleza, agora vamos pra parte que vocês resolveram me odiar? - disse com impaciência.

– Acho que isso foi naquela aula de inglês que você meio que mandou todos irem ao inferno. - ele começou a rir até que começou a perder o ar e ficar da cor de seus cabelos.

– Não foi tão engraçado assim. - me perguntava qual o problema mental do garoto na minha frente.

– Ah, foi. - ele deu um ultimo sorriso e voltou a falar. - Bem, aí o Sun fez a cagada de quase levar uma suspensão. E nas condições dele... - ele suspirou- não podia acontecer de novo. - acontecer de novo?! Acontecer o que? Quando eu ia perguntar ele colocou a mão delicadamente num gesto carinhoso em minha bochecha, me surpreendendo e me fazendo esquecer de qualquer coisa que eu pudesse dizer. - Então levei a culpa por ele. Levei suspensão pelo resto do dia e encontrei você chorando num corredor.

– É, não precisa me lembrar do que ocorreu ali. Eu estava ali também. - disse tirando a mão dele do meu rosto.

– Você pediu para eu te explicar tudo, e vou explicar! - ele sorriu teimoso. - Quando você parou de chorar igual um bebê, você começou a tentar me assustar, lembra? Caímos, nos abraçamos e tals?

– Maldita titia Teresinha... - sussurrei.

– O que você disse? - ele perguntou.

– Nada. Mas... E aí? Você sabe por que a Danry ficou com raiva de mim? E também pode me dizer o porque de você ficar com raiva de mim depois de toda a cena "Desculpa por eu ser babaca. Vamos ser amigos!"?

– Bem, a Danry gostava de mim, né? E também, não consegui fazer ela se interessar no Sun de uma hora pra outra. Se bem que agora, eu acho que ela está mó afim dele. E eu. Bem, lembra que na hora eu falei que estava gostando de alguém? Era de você.

Se eu estivesse bebendo alguma coisa nessa hora teria cuspido tudo na cara do Reddon. Sorte dele e azar meu que eu não estava.

– O QUE? Você tinha prometido que não era eu!

– Bem, eu menti! Você estava ainda muito chocada com o acontecimento do Daniels e do Frank, então fingi que era outra.

– Tá, tá... - coloquei a mão em minha têmpora, um ato vão de diminuir a dor de cabeça que estava aparecendo. - Mas qual o motivo do seu afastamento depois disso?

– Bem, o trato era eu juntar ela e o Sun e ela me... ajudaria a te conquistar. Porém, ela ainda sentia algo por mim, e quando nos viu junto, me fez prometer que eu só investiria em você quando ela estivesse com o Sun oficialmente. - ele sorriu um sorriso triste. - Então, fui forçado a te ignorar.

– Cara... - murmurei impressionada - A Danry é má.

– NÃO MAIS DO QUE VOCÊ! - ouvi um voz esganiçada atras de mim, vindo da porta da sala, não mais trancada. Uma Sophie indignada veio até mim, cheio de folhas e gravetos no cabelo, uns arranhões no rosto e, claro, um rasgo na blusa bem nos seios, mostrando um sutiã rosa-choque.

– Credo. Depois reclamam do meu panda. - comentei pro Reddon.

– Mas ela tem beeeem mais que você, sinto lhe informar. - dou um tapa no rosto do Reddon e digo:

– Não fale dos seios pequenos da menina a qual você acabou de se declarar.

– Eu vou fazer você pagar por isso, Ayesha Loveless. - Sophie falou com uma voz que ela pensa que é assustadora, mas que na verdade me fez rir.

– Fala pra diretora. Eu não tenho medo dela.

– Não vou falar para a diretora. O que ela pode fazer? Mais uma suspensão? Não é suficiente. Eu sei que não te expulsam dessa maldita escola. - ela sibilou como uma cobra, andando lentamente até mim.

– É que, no fundo, todos me amam. - sorri sarcástica. - Mas ninguém admite.

– Você vai ter o que merece. Seu pior pesadelo vai se tornar realidade. Você vai desejar nunca ter nascido... - eu acho que ela ia continuar, mas eu resolvi atrapalhar.

–O pior pesadelo estou tendo agora com esse sutiã dos infernos. E, acredite, já desejei e desejo nunca ter nascido, mas nunca por assuntos tão banais como você. - olhei o relógio. - Olhe só, acabou sua detenção. Tchauzinho. Dessa vez, tenta não sair pela janela.

Bufando, Sophie saiu batendo pé da sala, me deixando sozinha com o Reddon.

–Você adorou ver o sutiã dela, não foi?

–Se eu não tivesse gostado, duvidaria da minha opção sexual.

Revirei os olhos, peguei meus fones e voltei a ouvir música. Quatro horas se passaram. Falta agora mais três...

Olhei para Reddon que me encarava com um olhar estranho.

– Essa detenção vai ser longa...