Tenho que ir. – E segui pera casa, chorando.

    POV Felipe.

       Porque a Mirela fez isso comigo? Terminou comigo sem motivo! Eu a amo, mas sempre que eu posso ter ela comigo ela foge... Será que devo continuar correndo atrás? Será que ela realmente gostou de mim? Será que ainda estão ameaçando meu amor? Essas perguntas sem resposta me irritam. Se eu for até a casa da Mirela ela não vai me responder nenhuma delas.

       O que será que aquele menino falava com ela enquanto eu estava me aproximando?

POV Mirela.

      Cheguei em casa, tomei um banho e deitei na minha cama. Fitei o teto por horas querendo que aquele dia fosse um sonho. Para piorar o meu dia havia uma carta no meio dos meus cadernos:

“Queridinha,

Continue frequentando as aulas e se mantendo longe do Felipe e do David. Eles correm perigo perto de você. Alias, qualquer um corre.

   Fique esperta pois estamos te vigiando

       Xmor”

       O pior era que o que estava escrito era verdade. A volta de Nico me trouxe lembranças... lembranças que poderiam ter sido apagadas naquela estúpida cirurgia.

        Alguns dias se passaram e fui me afastando cada vez mais do mundo. Se me aproximasse de alguém essa pessoa correria perigo e eu não queria o mal para ninguém e esse mal tinha um codinome: Xmor.

         Me afoguei em livros e as conversas com Nico começaram a ser mais constantes... Como eu tinha a suspeita de que ele era um Xmor me aproximei para saber não sei o que. Só sabia que precisava estar perto.

          Felipe frequentava cada vez menos as aulas o que por um lado era uma vantagem já que eu sentia vontade de pular em seus braços toda vez que o via.

         Um dia qualquer, quando estava saindo de minha escola encontro com David que apesar de eu tentar fugir, me puxa para um canto onde ninguém pode nos ouvir:

  -Oi. – Disse ele calmamente esboçando um sorriso.

  -Oi. – Respondi. – Eu tenho que ir.

  -Me escuta. – Disse ele segurando meu braço. – É importante.

  -Seja breve. – Se nos vissem ali David correria perigo.

  -Tome cuidado!

  -Isso foi uma ameaça?

  -Não, foi um pedido... Tem muita gente tentando te deixar mal, te machucar.

  -Como sabe?

  -Vi umas pessoas rondando a sua casa. Você não está normal, está se excluindo! Vi um homem, um garoto na verdade, em um bar... Pedro estava lá e entregou uma pasta ao garoto. A pasta tinha o seu nome e a sua foto. Esse Pedro enlouqueceu!

  -Ele te viu lá?

  -Acho que não.

  -E como sabe que o homem iria me machucar?

  -Ele anda armado e não faz questão de esconder.

  -Obrigada. – Virei as costas, mas ele segurou meu ombro.

  -Promete que vai tomar cuidado?

  -Só se você prometer o mesmo.

  -É você que corre perigo.

  -Acredite em mim... nós dois corremos. Promete?

  -Sim. – Ele me puxou e me deu um selinho longo. – Promete ?

  -Sim. – Respondi e ele aprofundou o beijo, depois de um tempo me soltou e eu fui para casa.

       De duas coisas eu tinha certeza: Pedro era um dos Xmor e eu estava completamente confusa entre Felipe e David, mas esse não é um momento para ser sonhadora.