NINAH  GARCIA HONDES. – Gritou a Rebecca aparecendo na porta do meu quarto, e me fazendo cair da cama de susto. Ela divide a casa comigo.

-Puta merda Becca. Não faz isso não. – Eu falei levando a mão ao peito. Meu coração estava acelerado. – Você sabia que quando você toma um susto o coração para de bater por alguns segundos? – Eu falei levantando do chão.

-Para com essa historinha. Me conta onde a senhorita estava. – Ela falou me olhando com aquele olhar de reprovação.

-Eu fui beber. – Falei dando ombros.

-VOCÊ O QUE? O NICOLAS PERMITIU ESSA SUA BURRADA? E QUEM ERA AQUELE CARA QUE TAVA NA MOTO? O QUE ELE ESCREVEU NO SEU BRAÇO? – Ela falou tão rápido que eu cheguei a ficar tonta.

-Calma, uma coisa de cada vez. E-U  F-U-I  B-E-B-E-R. – Soletrei para ela entender.

-Isso eu já entendi né Ninah. – Ela disse irritada. – E o resto?

-O Nicolas não mandava em mim quando a gente tava junto, e muito menos agora. – A Becca fez uma cara de quem não estava entendendo nada. –Dei um pé na bunda dele. Bom, mais ou menos.

-Como assim Ninah?

-Tipo ele veio de babaquice pra cima de mim, que eu era um peso e tudo mais. Eu botei ele pra fora. Terminamos, não existe mais eu e ele. – Eu sentei na minha cama.

-Eu não acredito que ele disse isso. – Ela disse sentando do meu lado incrédula. – OK, E O RESTO. –Ela disse se irritando de novo

-Não grita no meu ouvido Rebecca. Assim eu vou ficar surda. Ok, vamos as respostas. Sim eu fui beber, não, o Nicolas não manda em mim ele não tinha que permitir nada. Aquele cara era o Guilherme, e ele escreveu o numero dele no meu braço. Satisfez a curiosidade? – Ela me encarou séria.

-Ninah, você pensa? Subir numa moto com um cara que você nem conhece? Tá louca? Mais do que já era? – Ela falou irritada.

-Ih Becs, sai pra lá sai. Eu to bem. Ele nem deu em cima de mim. Isso foi por que eu pedi, mas ele foi super fofo. – Eu disse.

-Sei, ok Ninah, você é maior de idade, faz o que você quiser. Mas se der merda, não vem chorando pra mim não ok? – Eu ri. Normalmente, eu  nunca ia chorando pra Rebecca, ela me batia até eu dividir meus sentimentos com ela. Quando eu comecei a namorar o Nicolas, ela me deixou com o olho roxo, até eu contar pra ela.

 Eu realmente achei o Guilherme interessante. Eu até deixaria em dar em cima de mim se não tivesse toda essa parada de câncer e mais sei lá o que. Vamos ser realistas, eu posso morrer, pra que eu vou me envolver com alguém?  Eu não quero sofrer mais um pouquinho. E eu precisava de um amigo. A Becca quando ler isso vai querer me esganar, por eu não considerar dividir meus problemas com ela, mas vamos ser sinceros, ela ia dar uma de mãe, e querer que eu ficasse o resto da vida de cama. Eu precisava de companhia nova. Sorry Becs.

Anotei o telefone do Guilherme no meu celular. Nesse momento me bateu uma inspiração pra escrever. Eu já mencionei que eu gosto muito de escrever né? Por isso que eu to escrevendo esse livro(Isso é um livro pra quem ainda não entendeu, é um livro onde eu digamos… compartilho a minha vida). Eu to meio que usando esse livro como diário. Até por que as pessoas só vão ler isso depois que eu morrer.

Eu puxei um dos meus caderninhos. E sentei na minha escrivaninha com uma caneta, coloquei o meu livro de Romeu e Julieta de lado e deixei a inspiração me levar.  O resultado final foi mais ou menos isso.

“O que é o amor?

Alguns dizes ser nada.

Outros dissem que é um sentimento que te corroí, te deixando destruído.

Para outros o amor é a fonte, o que move a pessoa.

Eu realmente não tenho opinião formada sobre esse esse assunto.

Na verdade, eu tenho uma duvida.

Será que vale a pena, como em Romeu e Julieta, morrer por amor?

Será que a dor de perder alguém amado é tão grande que chega a ponto de ser insuportavel?

Eis a minha pergunta. Eis onde eu quero chegar”

É, acho que ficou bom.