Eu finalmente estava na minha casa. Rebecca tinha saído e eu estava deitada no sofá-cama na biblioteca. O Guilherme chegou com um copo de chá, me entregando. Ele sentou do meu lado.

-Eu estava pensando. –Eu falei. –Sabe, eu tive bastante tempo pra isso.

-Diga. –Ele respondeu brincando com o meu cabelo.

-Minha vida está virando um clichê de novela das 6. –Eu falei e ele riu.

-Como assim Ninah?

-Tipo, acompanha o raciocínio. Eu tenho um namorado e uma vida, ai eu descubro que eu posso ter uma doença meu namorado me larga e minha vida vira de cabeça pra baixo. Ai eu conheço um cara num bar. Ele é super fofo e vira meu amigo, depois eu descubro que eu to morrendo e encontro o amor da minha vida. Muito novela das 6.

-Faz sentido. Eu sou o amor da sua vida?

-Convencido, você sabe que sim. –Ele me beijou.

-Você também é o amor da minha vida. –Ela falou e eu sorri.

-Só que no final a mocinha da novela morre e ele nunca esquece que ela foi o amor da sua vida, mesmo tendo seguido em frente. Tipo Titanic. Mesmo ele morto, ela sempre amou ele.

-Que pessimismo Ninah. –Falou o Gui fazendo careta.

-Mas é o mais provável. –Eu falei e ele me puxou para um abraço.

-A minha mãe costumava dizer que nada na vida é pra sempre mas um amor é eterno. Eu ria sem entender o que ela dizia. Um dia ela me explicou que uma vez, ouvindo aquela musica do Legião Urbana que fala “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”…

-“Por que se você parar pra pensar, na verdade não há”. –Completei

-Isso, ela percebeu que as coisas só são eternas enquanto elas estão acontecendo, ai quando eu ficava triste com alguma coisa que ia acabar, ela dizia “curta até o fim, por que as coisas só são eternas enquanto elas duram.”

-Que seja eterno enquanto dure. –Falei.

-Que seja eterno enquanto dure. –Ele concordou me dando um beijo. –Eu te amo, e vou te amar para sempre.

-O pra sempre, sempre acaba. –Eu falei.

-Por isso vai ser eterno em quando dure. –Ele falou selando nossos lábios.