Foi mais um tempo até eu conseguir parar de chorar, depois eu fiquei abraçada com o Guilherme.

-Eu vou pegar água pra você ok? – Ele disse levantando e saindo. Eu fiquei sentada na cama olhando para a porta, quando eu ouvi o Guilherme e a Rebecca conversando. A voz dela estava chorosa. Eu conseguia ver ele pelo vidro da porta

-Engole o choro Becca, eu levei muito tempo pra conseguir fazer ela parar de chorar. – Ele disse.

-Ai vei, eu to preocupada. E se ela… 

-NÃO diz isso. –Ele falou de cabeça baixa. –Só não fala isso.

-Ok, desculpa. –Ela disse e deu para perceber que ela estava chorando de novo.

-Rebecca, se você não parar, eu não te deixo entrar. –Ele disse sério.

-Ta bom, eu paro. –Ela disse. Depois de um minuto eles entraram.

-Olha quem eu achei. –Ele falou, me entregando a água. Ela correu e me abraçou.

-Se tá se sentindo legal? Dizem que é horrível sair de anestesia. –Ela disse sentando do meu lado.

-Parece que você tá muito chapado.

-Chapado tipo bebida ou…? –Ela perguntou me olhando.

- Ou… –Eu respondi rindo.

-Você já ficou chapada assim pra saber? –Perguntou o Guilherme me olhando.

-Não vou comentar sobre isso. –Eu falei olhando para o teto e cruzando os braços.

-Como assim? –Ele falou olhando para Becca.

-Eu tenho recordações daquele dia até hoje, gente vou um dos dias mais hilários da minha vida. –Ela disse rindo.

-ME CONTEM . –Falou o Gui rindo.

-NÃO. Pelo menos por enquanto. –Eu respondi.

-Ah vei, sés vão me deixar na curiosidade, é isso mesmo? –Ele falou fazendo biquinho.

-Tá bom, sabe teve um dia que uns garotos lá da escola quando a gente tava no terceiro ano e o ano já tava acabando, levaram uma parada lá ….

-REBECCA CALA A BOCA. –Eu disse rindo e jogando o meu travesseiro nela. –Agora devolve. –Eu falei apontando pro travesseiro.

-Bom então, geral tava experimentando. Tipo é muito estranho. – Ela disse e o Guilherme gargalhava.

-REBECCA CALADA.-Eu também estava rindo de mais.  A Becca ficou mais algumas horas lá comigo. Ela conseguiu me distrair um pouco, com o monte de asneiras que ela falava.  Já estava escurecendo quando ela foi embora.

-Se vai ficar ai? –Ela perguntou pro Gui. Ele concordou com a cabeça.-Tá bom. Juízo os dois. –Ela disse.

-Ah claro, por que com certeza eu consigo fazer muita coisa. –Eu disse irônica.Ela saiu me deixando sozinha com o Guilherme. Ele deitou do meu lado me abraçando. Cai no sono um pouco depois disso.