Revenge escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 35
Capítulo XXXV




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Depois que Kairi lembrou e conseguiu convencer os outros de que realmente precisavam desenterrar Amu e Ikuto da areia, Miguel e Kukai o ajudaram com essa árdua tarefa (apenas porque não queriam ouvir o mais novo reclamando no ouvido deles sobre o quanto isso era errado) e, uma vez que estavam todos juntos de novo, eles se juntaram ao resto do grupo e continuaram seguindo em frente. Decidiram tomar um banho primeiro pra tirar aquele cheiro de água salgada do corpo (ou, o caso de Amu e Ikuto, tirar a areia), depois comeriam alguma coisa e iriam para a tal floresta indicada por Shunsuke.


No quarto de Tadase, Nagihiko e Kukai...


– E então, quem vai primeiro? - Nagihiko perguntou só por educação
– Bom, eu sou o mais velho, então acho que eu deveria ir primeiro! - Kukai apressou-se a dizer, louco pra tirar o sal do mar de seu corpo
– Ehh? Mas você ficou na areia a maior parte do tempo, nem entrou no mar direito! - Tadase lembrou - E falando em areia, eu tenho um monte dela grudada no cabelo, preciso mesmo de um banho...
– Seu cabelo é amarelo, ninguém nem vai notar essa areia! - Kukai exclamou
– Isso foi grosseiro, Souma-kun. Meu cabelo é loiro, e não amarelo - Tadase reclamou
– E não é tudo a mesma coisa?! - o ruivo rebateu
– Bom, eu acho que eu deveria ir primeiro... meu cabelo é longo, vai dar mais trabalho pra lavar - Nagihiko pronunciou-se
– Não mesmo! Justamente pelo seu cabelo ser tão comprido que você deve ir por último, porque vai demorar mais no banho! - Kukai apontou um dedo acusador pra ele - Ainda acho que o mais velho deveria ir primeiro!
– Ora, já que é assim... então acho que a regra correta é, as damas primeiro - Nagi imitou a voz de Nadeshiko, como há muito tempo não fazia
– Ahh!! Não acredito que fez isso só pra usar o chuveiro primeiro! Isso é trapaça, Fujisaki!! - o ruivo acusou
– Tá, tudo bem, pode ir primeiro, Souma-kun - Nagihiko rendeu-se, voltando a usar seu tom de voz normal - Eu tenho mesmo que perguntar uma coisa ao Hotori-kun, vai ser melhor fazer isso sem você por perto
– Hein? Perguntar o que? - o Valete vagal parou na metade do caminho para o banheiro
– A pergunta que eu quero fazer é pro Hotori-kun, e não pra você. O que houve? Não estava com pressa de tirar o sal do corpo? - Nagi ergueu uma sobrancelha para ele
– Sim, mas... bom, também estou curioso pra saber o que você quer falar com ele - Kukai riu, coçando atrás da cabeça sem graça, e voltou para onde estava, deixando o banho de lado
– Você anda passando muito tempo com a Yuiki-san, Souma-kun.... está ficando que nem ela - sentenciou Tadase, com uma gota na cabeça
– Bem, que seja - Nagi suspirou, conformando-se em ter platéia - O que eu queria perguntar, Hotori-kun... é o que foi que aconteceu com você e a Lewis-san?
– Hein?! - Tadase recuou com a pergunta, até sentir sua perna bater em alguma coisa atrás dele e cair sentado na cama - O q-que tem eu e a L-Lewis-san?! N-Não aconteceu nada!!
– Aham, sei - Nagi revirou os olhos descrente - Ela mal conseguia olhar pra sua cara hoje de manhã depois daquela sua respiração artificial, e hoje à tarde vocês já estavam amiguinhos de novo. Como que não aconteceu nada?!
– Ahh, isso... - Tadase pareceu um pouco mais aliviado ao entender do que o outro estava falando, e levantou-se de novo - N-Não aconteceu nada, é sério... eu só... b-bem, eu conversei com ela perto da hora do almoço, e... meio que fizemos as pazes. Foi só isso
– É, mas eu acho que não é só isso não - Kukai se intrometeu - Quero dizer, é ótimo que vocês estejam se falando normalmente de novo, mas... desde que aquilo aconteceu ontem que você parece estar mais... hãn... como é a palavra pra isso... perceptivo? Não, não é isso...
– Sensível? - sugeriu Nagihiko
– Sim, sim, é isso! - Kukai apontou para o Valete mais novo - Enfim, depois que aquilo aconteceu, você parece estar mais sensível às ações dela, Tadase. Parece observar com uma atenção absurda cada pequeno movimento que ela faz... e quando ela fala com você de repente, ou quando encosta em você, por exemplo... você começa a gaguejar e cora, coisa que não acontecia antes... bom, pelo menos não com tanta frequência
– Ehh... bem observado, Souma-kun - Nagihiko admirou-se que o mais velho tivesse percebido isso - Mas ele tem razão, Hotori-kun. Hoje, por exemplo, quando Lewis-san tentava quebrar a melancia e acabou caindo em cima de você... nossa, seu rosto ficou tão vermelho que pensei que fosse explodir!
– Ahh, é verdade! - Kukai concordou - Me deu vontade até de jogar um ovo na sua testa pra ver se ele fritava hahahahahaha! Eu teria feito isso, mas não tinha nenhum ovo por perto...
– Se até o Souma-kun percebeu isso, então o Fujisaki-kun deve ter razão, eu sou um péssimo ator - Tadase suspirou, querendo acabar logo com aquele interrogatório. Concluiu que precisaria ao menos disfarçar melhor suas emoções, e por mais que se sentisse agitado por dentro, não poderia deixar seu corpo demonstrar isso. Suspirou outra vez antes de respondê-los - Não é nada de mais é sério... eu só... percebi uma coisa essa manhã
– Ah, é? Percebeu o que? - Nagi indagou
– J-Já disse que não é nada importante, esqueçam isso... - o menor murmurou, abaixando a cabeça numa tentativa de fazer a franja esconder seu rosto
– Olha aí, você está corando de novo! - Kukai acusou, apontando para o loiro - Confesse logo, Tadase!
– Deixa ele, Souma-kun. Acho que sabemos muito bem o que foi que ele finalmente percebeu - Nagihiko falou, abrindo um largo sorriso
– Sabemos? - Kukai olhou confuso para ele
– Vocês sabem? - Tadase acrescentou
– Bem... pelo menos eu sei - Nagi falou com uma gota na cabeça - Acho que vou deixar vocês dois aí pensando sobre o que eu sei e vocês não entenderam... e vou tomar banho primeiro! - ele correu na direção do banheiro
– Ahh!! Não vale, Fujisaki!! - os dos gritaram ao mesmo tempo, e correram atrás dele, tentando detê-lo.


Enquanto isso, no quarto de Miguel e Shunsuke...


– Não olhe, não olhe, não olhe... - Miguel murmurava para si mesmo, sentado na cama, as mãos cobrindo o rosto corado. Atrás dele, Shunsuke andava de um lado para o outro no quarto, com apenas uma mísera toalha na cintura, os óculos enormes escondendo metade de seu rosto, e os cabelos penteados para trás, ainda úmidos do banho, pingando por todo o chão do quarto. De vez em quando murmurava alguma coisa ou pedia a opinião de Miguel, o que só deixava o português ainda mais incomodado. Aparentemente, o garoto estava tentando decidir qual roupa vestir
– Nee Miguel-kun... que tal essa blusa? - Shunsuke ergueu no ar uma camisa havaiana amarela com várias flores coloridas
– Está ótima, use essa - Miguel falou sem nem mesmo se virar para olhar para a blusa. Por causa da excursão nudista de Shunsuke pelo quarto, ele havia se esquecido de terminar de se vestir também, e agora estava com a camiseta branca e vermelha abotoada errado, apenas pela metade, e tinha esquecido de fechar a calça
– Você disse a mesma coisa para as outras duas blusas que eu te mostrei - Shunsuke observou - Você não está nem prestando atenção em mim!
– Ah, isso não é verdade, eu estou a prestar mais atenção do que você imagina - Miguel murmurou, mais para si mesmo do que para ele - Vamos, escolha qualquer uma e pronto
– Você não tem o direito de dizer isso pra mim! Também demorou uma eternidade escolhendo o que vestir! - o mais alto rebateu - Tanto que parecia até uma garota escolhendo roupa....
– E o que você está parecendo agora? - o Rei estrangeiro se virou minimamente para ele, apenas para que o garoto visse sua sobrancelha erguida
– Ah é... talvez tenha razão - ele pareceu só se dar conta disso agora - Tudo bem, vou com aquela segunda camisa que eu te mostrei então, e... qual calça?
– Ah, eu não sei... com a primeira que você mostrou? - Miguel sugeriu á esmo
– Não, aquela calça era roxa! Não combina! - Shunsuke rebateu - Se for assim, então vou ter que trocar de blusa...
– Não! Não troque a blusa, vá com aquela mesmo! - Miguel exclamou, virando-se para ele numa tentativa de dar mais ênfase às suas palavras, desesperado para acabar logo com aquela tortura. Inevitavelmente, viu o corpo surpreendentemente forte do mais alto, o peito exposto, bem diante de seus olhos, ainda todo molhado, com as gotas de água escorrendo do seu cabelo para o pescoço, passando pelo tórax, indo para o abdômen, e de lá para o.... epa! Não, Miguel não podia pensar nisso! Shunsuke era seu amigo, ele não podia ter esse tipo de pensamentos imorais... mas era tão difícil não pensar nisso enquanto o garoto ficava exibindo seu corpo escultural e molhado bem diante de seus olhos! Era como se o estivesse provocando!!
– Nee Miguel-kun... você está bem? - Shunsuke perguntou, despertando-o de seus devaneios sem sentido - Seu rosto está tão vermelho... não está com febre, está? - ele encostou a mão na testa de Miguel, sentindo sua temperatura. O corpo inteiro do português estremeceu diante daquele simples toque
– E-E-Eu estou b-bem... e-eu só... a-a-acho que vou te esperar lá em baixo com os outros!!! - ele gritou, e saiu correndo do quarto aos tropeços, ignorando os gritos do mais alto. Encostou-se nela, respirando fundo numa tentativa de normalizar as batidas de seu coração, ainda sentindo o rosto queimar
– Ahh, Micchan! You also ended! – um grito estridente do outro lado do corredor chamou sua atenção, sobressaltando o garoto. Ele se virou na direção da voz, e viu que Anna também já tinha terminado de se trocar. Ela agora usava um vestido roxo de mangas curtas, indo até os joelhos, com a estampa do rosto de um enorme panda no peito, escrito "Cute" logo abaixo
– Ahh! Pero que demonios está haciendo, su desvergonzado?! – um grito histérico seguiu-se logo após a exclamação de Anna, e Miguel viu que Stéffanie vinha andando logo atrás da inglesa. Ela também já tinha acabado de se trocar, e agora vestia uma blusa azul clara com mangas curtas e fofas, com botões na frente, e uma saia de prega verde. Ela apontava acusadoramente para ele, o rosto vermelho, embora não se soubesse dizer se era de raiva ou de vergonha. Desviou o olhar dele alguns segundos depois, e Miguel concluiu que eram ambas, misturadas
What? O que foi que o Micchan fez, Spanish Girl? – Anna indagou inocentemente, olhando para ele com mais atenção, tentando entender do que a garota falava, mas a Rainha estrangeira tampou seus olhos com as mãos antes que ela percebesse
No mires! Usted eres pura demais para ver una cosa dessas, Anna! - a espanhola exclamou
– Isso significa que você é impura? - Miguel indagou, erguendo uma sobrancelha, ainda sem entender qual o motivo do escândalo
– C-Como se atreve... usted eres o mais impuro aqui, su Rey inmoral!! – ela soltou Anna e voltou a apontar acusadoramente para o garoto, a cor em seu rosto se intensificando. E então Anna viu: Na pressa de sair do quarto, Miguel tinha esquecido de terminar de se vestir. Ele ainda estava com a camisa abotoada errado, e apenas pela metade, deixando quase toda a região do tórax exposta, e com uma das mangas caindo pelo seu ombro, e a calça jeans ainda com o botão e o zíper abertos, deixando à mostra boa parte da cueca cinza
– Kyaaaaahh!! - Anna cobriu os olhos com as mãos, dessa vez por conta própria, escondendo o rosto corado - H-H-He is h-half naked... – Anna murmurou com a voz abafada pelas mãos que cobriam seu rosto
– Nee Miguel-kun... eu ainda não terminei! Você não pode fugir assim, deixando as coisas pela metade! - Shunsuke escolheu a pior hora pra ir chamar Miguel e abriu a porta do quarto, botando metade do corpo pra fora. Ainda estava só de toalha, e para quem estivesse no corredor, pareceria que o garoto estava completamente sem roupa
– Ahhhh!!! O Shun-chan está peladooo!!! E estava fazendo coisas indecentes e yaois com o Micchaaaann!! - Yaya surgiu no corredor, aparentemente atraída pela confusão, e verbalizou tudo o que as duas estrangeiras estavam pensando ao se depararem com aquela cena, mas que não tinham coragem de falar em voz alta
– Ahhh eu não acreditoooo!! Eles estavam fazendo limonada juntoooos!! - Utau se materializou ao lado da ruiva, apontando para os dois garotos, pulando no mesmo lugar e gritando coisas sem sentido de modo escandaloso
Ohh my god, I do not believe it!! They were ... were doing the same ... t-those things ... kyaaaahh is so exciting, I do not believe that really happened!!!– Anna gritava, exibindo um enorme sorriso no rosto corado, aparentemente tão animada com isso quanto Yaya
U-Ustedes... realmente hicieron.... e-estas c-c-cosas... kyaaaa!! - até mesmo Stéffanie deixou escapar um grito, e cobriu a boca com as mãos logo em seguida, tentando impedir a si mesma de soltar outro grito, embora ainda se balançasse no mesmo lugar, evidentemente agitada
– Não é isso que vocês estão a pensar!! - Miguel gritou, embora fosse óbvio que nenhuma delas iria acreditar - Não estávamos... a fazer e-essas c-co-coisas... n-nós só... err... ahh, que se dane, elas nunca vão acreditar mesmo! - ele exclamou, dando-se por vencido
– O que foi? Que coisas são essas, Miguel-kun? E por que elas estão gritando? - Shunsuke perguntou ainda à porta, com cara de inocente
– Esqueça, é melhor você não saber... e entre logo no quarto, quer mesmo que elas te vejam assim sem roupa?! - Miguel exclamou irritado, o rosto ainda vermelho de vergonha com o que as amigas estavam pensando dele
– Você quer dizer é que você não quer que a gente veja o seu Shun-chan assim, não é, Micchan? - Yaya abriu um enorme e sugestivo sorriso
– Já disse que não é nada disso! Droga, entre logo, e vamos terminar com isso de uma vez - ele empurrou Shunsuke para dentro do quarto, e entrou também, batendo a porta atrás de si, abafando os gritos histéricos das garotas no corredor.


Depois que se acalmaram, as quatro desceram até o salão do hotel e, alguns minutos depois, os demais foram se encontrar com elas. O grupo foi jantar antes de irem ao teste de coragem, e enquanto comiam, Yaya e Utau ainda soltavam uma ou outra piadinha ou insinuações maliciosas sobre o incidente entre Miguel e Shunsuke, fazendo Anna gritar, Stéffanie corar, Shunsuke fingir cara de inocente e não entender do que elas falavam, e Miguel ficar com vontade de morrer.


Quando terminaram de comer, Yaya começou a decidir as duplas para o teste de coragem, mas como Stéffanie se negava terminantemente a fazer dupla com Nagihiko, e Miguel também estava meio relutante em ir com Shunsuke depois da cena que as garotas presenciaram, a Às decidiu tirar a sorte no palito pra ver quem formaria dupla com quem. Infelizmente, os dois estrangeiros não conheciam a vasta experiência de Yaya em trapacear nesse tipo de sorteio, de modo que as duplas acabaram ficando do jeito que ela queria.


– Então ai ficar assim! - Yaya anunciava feliz - Tadase vai com a Anna-tan; Micchan vai com o Shun-chan; Onee-chan vai fazer dupla com o Nagi; Rima-tan e Utau-chan vão se esconder pra nos assustar, pra deixar o teste mais interessante! Amu-chi vai junto com o Ikuto e com o Iinchou! E eu vou junto com o Kukai! - ela exclamou, erguendo o punho no ar em seguida, tentando incentivar os demais a fazerem o mesmo, mais ninguém o fez
– Espera aí Yaya - Stéffanie interrompeu, cruzando os braços de cara amarrada - Yo hablei que não quero ir com ele!
– Mas não podemos fazer nada, foram os palitos que decidiram...- a Às cantarolou - Não é incrível que você tenha formado dupla com o Nagi não apenas por decisão da Yaya, mas no sorteio também? Deve ser o destino, Onee-chan!
– Destino una ova, fue tudo culpa sua, niña tonta! - Stéffanie deu um tapa na cabeça de Yaya, fazendo a mais nova soltar uma exclamação de dor - Eres impossible que esto tenha sido apenas coincidência! Usted debe ter trapaceado!!
– Aiiii!! Itaaaii, Onee-chan!! - Yaya choramingou com as mãos na cabeça - Não é trapaça coisa nenhuma, é o destino entrando em ação! Assim como para o Shun-chan e o Micchan, que também estão destinados a ficarem juntinhos pra sempre...
– Se você falar isso mais uma vez, também vou te bater, Yaya - Miguel ameaçou, estreitando os olhos, e a ruiva se calou, recuando alguns passos. Miguel era um pouco maior que Stéffanie, e era um garoto, então teoricamente devia ter a mão mais pesada também, embora no caso dele, fosse tão magro que poderia muito bem ser mais fraco que a espanhola
– Ora, vamos, qual o problema afinal? Vamos deixar as duplas assim mesmo e pronto - Nagihiko falou, como se não se importasse com quem ele formaria dupla - Ou por acaso está com medo de ficar sozinha comigo, hein Blanca-san? - indagou, olhando sugestivamente para a garota
M-Miedo, yo?! No digas tonterías! – a espanhola rebateu com irritação - No tengo miedo de nada nem de ninguém! Inclusive usted!!
– Sim, é claro que não tem... então não tem problema ir comigo, não é? - o garoto indagou astutamente
Y-Yo... aaargh, maldicíon! Está bién, se insiste tanto, yo irei contigo! - ela deu-se por vencida, sem perceber que tinha caído na conversa fiada dele
– Ehh.... quem diria, o Nagi está ficando bom nisso - Yaya admirou-se, sussurrando para si mesma
– Nee, o Fujisaki tem razão! Vamos juntos Miguel-kun! - Shunsuke chamou, sobressaltando o português
– Eu já disse que não acho uma boa idéia, Shunsuke... - o Rei estrangeiro relutou, desviando os olhos dele
– Mas por que não? - quis saber Shunsuke - Por acaso você... queria ir com outra pessoa? Estava planejando ir... com alguma garota? - ele perguntou baixinho
– O que?! Não! Não mesmo! - Miguel se apressou em dizer, voltando a encará-lo - N-Não tinha ninguém... ninguém em particular com quem eu quisesse ir
– Já que é assim, então vamos comigo! - ele chamou de novo, abrindo um largo sorriso para o português. Como Miguel poderia dizer "não" para aquele rosto tão encantador, aquele sorriso tão lindo... sério, como? Ele realmente precisava saber
– Está bem... eu vou com você - incapaz de encontrar uma resposta, o português também se rendeu
– Vivaaa!! - Yaya começou a pular, aparentemente tão ou mais feliz do que Shunsuke por ele ter cedido - Já que resolvemos isso, então podemos ir! Rima-tan e Utau-chan vão na frente se esconder na floresta!
– Tudo bem... - Rima concordou, com um sorrisinho suspeito nos lábios - Mas, Yaya... não que isso me incomode, mas... por que a Amu está indo junto com o Ikuto e o Kairi? Não era pra serem grupos de dois? Que dupla de três é essa?
– Esses três podem - Yaya falou simplesmente, como se isso explicasse tudo
– Hein...? O que quer dizer com...
– Vamos, vamos andando, Rima, eu te explico no caminho! - Utau riu, e arrastou a Rainha para fora do hotel, na direção da floresta.


Depois de também ter uma crise de riso, Yaya foi correndo pedir lanternas emprestadas para Nikaidou, o que também deu tempo para as duas loiras se esconderem. Depois de ouvir um longo sermão sobre tomarem cuidado e não voltarem tarde, o sensei finalmente deixou que eles fossem, e as duplas (e o trio, no caso de Amu, Kairi e Ikuto) se posicionaram, cada um colocando-se diante de uma entrada diferente da floresta. Depois que Yaya contou até três, eles entraram, se embrenhando entre as árvores.


Na trilha em que Tadase e Anna seguiam...


– Awwwnnnnn... why the forest is so dark at night?– Anna gemia de medo, as mãos junto ao peito, olhando par várias direções ao mesmo tempo, visivelmente apavorada
– Bem, como você mesma disse... é porque está de noite - Tadase respondeu a pergunta óbvia dela. Ele estava com a única lanterna que possuíam na mão, apontando-a para frente, embora toda hora se virasse para trás pra conferir se a inglesa ainda estava atrás dele, e não tinha se perdido
B-But por que é tão escura?! - Anna tornou a perguntar. Tinha aumentado um pouco um tom de voz dessa vez, atraindo a atenção de alguns animais da floresta, que começaram a fazer barulho. Um morcego passou voando por cima da cabeça dela, e a garota gritou, segurando as costas da camisa de Tadase com as mãos trêmulas e enterrando seu rosto ali. Tadase arfou, seu rosto queimando, sentindo todo seu corpo reagir àquela repentina proximidade. Percebeu que Kukai e Nagihiko tinham razão no que falaram antes: ele estava muito mais sensível a cada movimento que a garota fazia. Estava muito mais perceptivo, e notando com mais clareza as ações da Às estrangeira desde que se dera conta.... de que a amava. Cada pequeno toque dela, mesmo um simples esbarrão, era suficiente para fazer seu coração saltar como se quisesse pular pela boca, e seu rosto queimar tanto que parecia que estava em chamas. Era uma sorte que estivesse tão escuro ali, desse jeito Anna não poderia notar o rubor em sua face
– Daijobu, Lewis-san - ele falou depois de respirar fundo várias vezes e acalmar as batidas de seu coração - É só um morcego, ele não vai machucá-la. Olhe, ele já foi até embora
Oh, yes... y-you right – ela o soltou lentamente, voltando a torcer as mãos uma na outra junto ao peito - Sorry about that... I thought it was... a g-g-ghost
– Não precisa se preocupar com fantasmas, Lewis-san - Tadase falou calmamente, sem aparentar sentir medo nenhum
– Sim, tem razão... g-ghosts... eles não existem, não é? Que bobagem a minha! - ela exclamou, e deu uma risadinha nervosa
– Bem, eu acho que talvez eles existam - Tadase divagou - Quero dizer, se seres como Shugo Charas existem, então por que fantasmas não podem existir também?
Ohh my God... you right... – a inglesa murmurou, voltando a se apavorar com o que ele tinha dito - E-Então... tem mesmo fantasmas aquiiii!!
– Não grite, Lewis-san, ou vai atrair a atenção dos animais da floresta de novo - Tadase avisou, ouvindo uma coruja piar ao longe - Bem, mesmo que eles existam, não significa que estejam nessa floresta. E mesmo se estiverem... você não precisa se preocupar com nada. Você não está sozinha, eu estou aqui com você, não estou? Prometo que vou te proteger... seja de fantasmas, morcegos, ou o que quer que tenha nessa floresta. Então não precisa ficar com medo, está bem?
Prince Charming... - Anna murmurou, sentindo seu coração dar uma cambalhota tão poderosa que ganharia uma medalha de ouro nas Olimpíadas - E-Está bem... thank you – ela sorriu sem jeito, dando graças aos céus que Tadase não pudesse ver o rubor em seu rosto no meio daquela escuridão. Estava tão emocionada que se esqueceu de prestar atenção no caminho e tropeçou em um galho de árvore caído no chão e quase caiu, mas segurou em alguma coisa logo depois, à tempo de evitar a queda. Só depois que se acalmou que ela percebeu que a "coisa" que ela segurava era a mão de Tadase. Não queria que o garoto pensasse que ela era tão desajeitada que não conseguia nem caminhar na trilha de uma floresta (embora fosse a mais pura verdade), então falou - Ahn... s-será que eu posso... caminhar assim com você? Q-Quero dizer, está muito escuro aqui, então... that way I will don't lost
– É claro... c-claro que pode - Tadase respondeu num fio de voz, tão envergonhado quanto ela, embora Anna não tivesse percebido isso. Timidamente, ele entrelaçou seus dedos nos da garota, e já iam continuar sua caminhada, quando ouviram um grito estridente ao longe
– O q-que foi isso?! - Anna exclamou assustada
– Parecia... a voz da Blanca-san.





–--










Não muito longe dali, outra dupla estava tendo problemas...







– Mas o que foi agora?!
– A-A-Alguma cosa roçou na minha pierna!– a espanhola gritou com voz aguda, se esquecendo por um momento de ficar zangada
– É só um esquilo - Nagihiko se abaixou e puxou o animal pela cauda, que esfregava o rosto no tornozelo dela, como se fosse um gato pedindo atenção, ou coisa parecida. Ele até que não se importaria muito esses ataques de pânico da garota, se ela não ficasse tão irritada com ele depois, como se Nagihiko fosse o culpado por ela estar com medo. Ou então, se pelo menos admitisse que estava assustada
– Bicho aburrido... fora daqui!! - Stéffanie gritou para o esquilo, arrancando-o das mãos de Nagi e o arremessando para longe como se ele fosse uma bola de baseball
– Awwnnnn... coitado do esquilo - Nagihiko lamentou, observando o pobre animal decolando na velocidade da luz
Usted está querendo decolar también?? – ela perguntou, genuinamente irritada
– Não, não, não precisa! - ele se apressou a dizer - Então... vamos continuar, ou você quer desistir do teste?
Yo no voy desistir, ouviu bem?! Jamais!!
– Mesmo? Mas você já gritou por causa de duas corujas, um morcego, um coelhinho fofinho, e agora um esquilo almejante a piloto...
Y como yo poderia não gritar?! - ela exclamou, como se Nagihiko a acusasse de um terrível crime - Olhe bem pra esse lugar! É escuro, cheio de animais sinistros, e dá muito arrepio!! Ficar em um lugar como este es malo para salud!


Nesse exato momento, ouviu-se um gemido de dor em algum lugar da floresta, como se alguém estivesse sofrendo uma terrível tortura, seguido de um barulho de correntes se arrastando no chão. a Rainha estrangeira soltou um grito agudo de novo, e antes que percebesse o que estava fazendo, pulou em cima de Nagihiko, agarrando com força a camisa dele. Vários segundos depois, quando seu corpo estava começando a parar de tremer, ela enfim se deu conta do que tinha feito, e sentiu a mão dele pousada no topo de sua cabeça, afagando seus cabelos, e a outra a abraçando pelas costas. Não sabia exatamente quando ele a havia abraçado, mas tinha a impressão de que já tinha algum tempo. Ela pulou pra longe do garoto, recuando vários passos, apontou um dedo acusador para ele e gritou:


– S-Seu Valete inmoral, está se aprovechando de la situación!!
– O que?! Mas foi você quem me abraçou! - ele rebateu
– Não interessa! Esto no significa que usted podría me... a-abrazar de vuelta! – ela gritou, com o rosto vermelho de raiva e vergonha misturadas, embora Nagihiko não pudesse ver isso graças à escuridão da noite - D-De todos modos, aquí está muy oscuro! Es malo para el corazón! Yo só estoy preocupada com mí salud, eres só esto, entendeu bem?! E se eu tiver um ataque cardíaco e morrer aquí, usted vai se responsabilizar e dizer esto para mís padres y mí hermana en la España??
– Isso não será necessário. Porque eu não vou deixar que nada de ruim te aconteça - Nagihiko interrompeu os gritos dela e a encarou com tanta seriedade que fez a garota se calar por um momento. Ela fitou aqueles orbes dourados por um instante, que de repente pareciam iluminar muito mais a floresta do que aquela lanterna pobre que ela segurava em suas mãos. Ela recuou alguns passos, parecendo retornar lentamente para a realidade, até que sentiu suas costas baterem no tronco de uma árvore. Mesmo assim, tentou voltar a gritar, que saiu mais como um fraco gaguejar de palavras:


C-Como así usted vai me... p-proteger... q-quién usted piensa que eres para me dizer essas c-c-cosas?!
– Eu penso, Blanca-san... - ele falou, andando na direção dela e apoiando uma mão no tronco da árvore na qual ela estava encostada, encurralando-a ali - Penso que sou... coooobraaa!!! - Nagihiko gritou de repente, recuando um passo e apontando escandalosamente para acima do ombro dela
Qué?! Usted eres una culebra?! – ela indagou sem entender. Alguns segundos depois, sentiu uma coisa fina e escorregadia roçar em sua bochecha, e viu uma serpente de escamas cor de verde-musgo bem ao lado de seu rosto, os olhos amarelos encarando-a
– AAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH CULEBRAAAAAAAAA!!!!! CORRE, NIÑO ESTÚPIDO, CORREEEEEEEEE!!!!!! - ela soltou o berro mais alto que já tinha dado naquele dia, jogando a lanterna pro alto com o susto. Sem pensar no que fazia, ela agarrou a mão de Nagihiko e saiu correndo pra longe da árvore com a cobra, se embrenhando floresta àdentro e arrastando o garoto junto com ela.


Alguns segundos depois, uma figura magra e alta saltou do galho da árvore onde Stéffanie estivera encostada instantes atrás, com a cauda da cobra bem segura em suas mãos. E disse:


– Sabe... talvez aquela garota não precise de proteção afinal - Utau concluiu, olhando para a cobra falsa em suas mãos com atenção, como se esperasse que ela respondesse
– Acho que você tem razão... eu nunca a vi correndo tão rápido. E pensar que ela é uma verdadeira lesma nas aulas de Educação Física - Rima concordou, saindo dos arbustos atrás da árvore com a cobra de mentira, embora ela não estivesse em posição de criticar o desempenho dos outros em aulas de Educação Física. Ela vestia uma roupa longa, toda branca e bem larga, como os lençóis que as pessoas usam para se passar por fantasmas, com algumas manchas vermelhas como se fosse sangue. Trazia um par de correntes enferrujadas em suas mãos - Bem, foi divertido. Quem vamos assustar agora? A Yaya e o Kukai?
– Não, aqueles dois não se assustariam tão facilmente - a cantora falou sabiamente
– Mas já assustamos a Anna e o Tadase com aquele morcego... e seria bem mais difícil de assustar a Amu, o Ikuto e o Kairi - a menor lembrou
– Tem razão. E é por isso mesmo que precisamos bolar um plano realmente espetacular pra deixar eles com medo - Utau falou - Mas, enquanto não pensamos em nada... estou com vontade de ver o que aqueles dois fugitivos apavorados vão fazer quando finalmente se cansarem de correr - ela abriu um sorriso sugestivo, cheio de segundas intenções
– Bom, por mim tudo bem... eles correram na direção daquela casa abandonada que nós vimos antes, não foi? - disse a Rainha
– Sim, isso mesmo! - Utau respondeu com empolgação - Uma suposta casa mal-assombrada... é perfeito pra pregar uma boa peça neles! E eles ainda por cima perderam a lanterna... o que significa que estarão em completa e total escuridão - Utau recolheu do chão a lanterna que Stéffanie tinha deixado cair - Vamos logo atrás deles, Rima-chan... a noite é uma criança, e a diversão só está começando!



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Notas finais do capítulo

Konbawa minna! Teffy-chan- desu! õ/
Eu me empolguei muito escrevendo esse capítulo, acho que deu pra perceber só pelo tamanho nee... mas eu espero que vocês tenham gostado! Mandem críticas e sugestões sempre que quiserem nos comentários, a opinião das leitoras é muito importante para o andamento da história e para nós, autoras! O próximo capítulo é com a Shiroyuki-chan! /o/
Deixem reviews onegai e façam duas autoras muito felizes!!! *o*



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