Revenge escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 32
Capítulo XXXII




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Todos os Guardiões tinham passado a noite do último dia de aula acordados até tarde, revirando seus armários e fazendo as malas para a viagem. As meninas em especial, deviam ter demorado mais de meia hora a mais que os garotos tentado decidir quais roupas levar (embora Nagihiko e Miguel tenham demorado um pouquinho demais escolhendo roupas também) e na manhã seguinte, todos se reuniram bem cedo para darem início à viagem. Às sete da manhã estavam todos reunidos na escola, agora fechada por causa das férias, todos prontos com suas bagagens, com os humores mais variados possíveis (Ikuto sentado no chão de qualquer jeito, encostado contra uma parede, dormindo feito um gato de rua; Yaya mais animada e elétrica do que o normal graças á enorme quantidade de açúcar que havia ingerido no café da manhã; Anna bocejando de cinco em cinco segundos e cochilando em pé; e Stéffanie com uma cara de que parecia que ia matar alguém caso puxassem assunto com ela de tão terrível que era seu mau-humor matinal). Miguel tinha ficado mais triste do que se imaginava em ter que ficar longe de Shunsuke durante a viagem, e até cogitou não ir junto, mas quando as meninas lhe disseram que ele podia convidar o garoto para ir viajar junto com eles, o português logo se animou de novo, de modo que Shunsuke também estava junto com eles, tão animado quanto Yaya, o que significava que estava bastante escandaloso também, o que só contribuía para as pessoas que estavam com sono e tentavam tirar um cochilo sem sucesso ficarem ainda mais irritadas. Felizmente, a carona deles chegou depressa. Um micro-ônibus estacionou em frente a Seiyo, fazendo barulho e cantando os pneus. E da porta que dava para o assento do passageiro estava ninguém menos do que Nikaidou Yu.


– Bom dia crianças! - o homem cumprimentou com um aceno, o sorriso bobo-alegre de sempre estampado em seu rosto
– Nikaidou-sensei! - Tadase exclamou surpreso - Há quanto tempo não o vemos!
– Ehh? Do que está falando Tadase?! - Yaya se intrometeu - Yaya vê o sensei todos os dias na escola!
– Isso é porque eu dou aulas apenas para as séries do primário, mas seus amigos já estão no ginásio agora Yuiki-san - o homem explicou sorrindo - Bom, como vocês são muitos, e vão passar muitos dias fora, Diretor me pediu para acompanhá-los na viagem como responsável de vocês, e também para levá-los até lá
Oh great! Não é the Black Cat que vai dirigir dessa vez, thank Goodness!– Anna comemorou baixinho, mas visivelmente feliz com isso. Tinha ficado realmente assustada na única vez em que se viu dentro de um carro dirigido por Ikuto, e realmente não queria repetir a experiência. No entanto ela logo percebeu que o que ela disse poderia ter ofendido o mais velho e levou as mãos à boca em sinal de repreensão, mas o violinista ainda estava recostado à parede, ferrado no sono
– Ohh este hombre de nuevo não... por que justo ele?! - Stéffanie resmungou baixinho, e foi a primeira vez que os outros a ouviram falar naquela manhã. Ela não tinha gostado nadinha de Nikaidou da primeira vez que o viu, e não estava com muita vontade de vê-lo de novo
– Hai, hai! Bem, por que não colocam suas coisas no porta-malas e entram de uma vez? - Nikaidou sugeriu sem tirar seu sorriso bobo do rosto, parecendo não ter ouvido o resmungo da garota - Vamos, eu ajudo vocês.


Enquanto Utau tentava acordar um Ikuto praticamente desmaiado e fazer com que ele se mexesse, os mais novos seguiram o sensei até o porta-malas e guardaram suas coisas. Depois de guardar sua mochila, Tadase ajudou a inglesa a colocar a bagagem dela no porta-malas, que era visivelmente pesada demais para a garota carregar sozinha, ainda mais enquanto estava com sono. Stéffanie tinha sido uma das primeiras a guardar suas coisas e podia muito bem ter ido logo para dentro do carro, mas parecia estar prestes a seguir o exemplo de Anna e dormindo em pé ali mesmo. Por fim, Utau tinha conseguido fazer Ikuto se mexer e eles também guardaram suas coisas.


– Certo, tudo pronto agora - Nikaidou falou depois de fechar o porta-malas - Vamos, pra dentro do carro, crianças!
– Não sou criança, seu megane com cara de trouxa... - Ikuto resmungou enquanto se arrastava para dentro do micro-ônibus e se jogava no assento mais perto, voltando a dormir
– Vamos, precisamos entrar, Blanca-san - Nagihiko chamou a espanhola, que parecia ter mesmo dormido em pé ali, mas ela apenas o fuzilou com os olhos sonolentos e nada disse, e se arrastou para dentro do carro, seguindo o exemplo de Ikuto e se jogando na cadeira mais próxima, embora o Valete pudesse jurar que a ouviu rosnar
– Pssiiuuuuu! Não fale com a Onee-chan assim de manhã cedo! Ela fica com um mau-humor de dar medo quando acorda! - Yaya sibilou para o garoto, falando baixinho como quem compartilha um segredo. Nagihiko resolveu escutar a ruiva dessa vez, já que não queria ter que aguentar a irritação pior do que o normal da estrangeira.


Os outros também entraram, e se acomodaram em seus assentos. Utau pensou imediatamente em rebocar Miguel para o assento ao lado do dela, e quase conseguiu, mas depois da intervenção de Yaya, que disse que seria melhor (mais interessante e divertido nas palavras exatas da Às) se deixassem o português sentar ao lado de Shunsuke, a cantora deixou o garoto em paz, mas fez questão de sentar no assento bem atrás do dele, junto com Yaya. Anna queria sentar ao lado de Tadase, mas estava com medo de acabar dormindo na viagem e caindo em cima dele ou coisa parecida, então considerou sentar-se com uma das meninas, mas todas elas mandaram descaradamente a inglesa ir se sentar com o Rei, dizendo que não aceitariam um "não" como resposta, de modo que a garota não teve outra opção a não ser se encolher no canto entre a janela e o loiro, torcendo pra que não acabasse dormindo. Tanto Amu quanto Kairi pensaram em ocupar o assento da frente ao lado de Ikuto, visto que Yaya e Utau estavam sentadas mais atrás e lá certamente seria o centro da confusão, mas o neko já tinha se espalhado nos dois assentos enquanto dormia profundamente, ameaçando começar a babar, de modo que isso não foi possível, e eles acabaram por se sentar um ao lado do outro mais no meio. Stéffanie também tinha considerado se sentar ao lado de Ikuto, pois também estava com sono e não queria ser incomodada, mas temia acabar cochilando e o que o garoto poderia fazer com ela caso acordasse enquanto ela estava dormindo, e quando o viu espalhado nos dois assentos roncando, desistiu de vez da idéia e foi se sentar ao lado de Rima, que estava quieta apreciando seu chá em uma garrafa térmica portátil, e não parecia estar muito afim de conversa também. Por fim, Nagihiko sentou-se atrás do assento delas, pensando que era melhor mesmo não mexer com ela enquanto estava nesse estado de sonolência e irritação matinal, ao lado de Kukai.


Depois que eles botaram o pé na estrada os garotos logo perceberam que Nikaidou não era um motorista muito melhor do que Ikuto. Embora o micro-ônibus fosse quase novo, ao contrário da kombi da última viagem que eles fizeram, ele dava solavancos a todo o momento, balançando a cada buraco e quebra-molas por onde eles passavam, e subindo na calçada de vez em quando, embora não parecesse que o homem estivesse fazendo aquilo de propósito. Lá atrás, logo iniciou-se uma guerra de bolinha de papel (que foi começada por Yaya, é claro). Miguel e Shunsuke por algum motivo se animaram com aquilo e logo entraram na brincadeira também, atingindo os passageiros mais próximos com bolinhas lançadas com força até demais. Anna sentiu vontade de participar também no início, mas quando uma bolinha jogada por Shunsuke a atingiu bem na orelha, ela logo perdeu a vontade e se encolheu ao lado de Tadase, querendo desaparecer dali. Amu também se juntou a brincadeira, e logo depois Kukai e Nagihiko, e bolinhas de papel logo começaram a voar dentro do veículo. Kairi desviava com incrível facilidade das bolinhas, sem desgrudar os olhos do livro em suas mãos, parecendo concentradíssimo na história. Rima era pequena suficiente pra não ser atingida na cabeça pelas bolinhas que voavam e ainda estava concentrada em seu chá que nunca acabava, e Stéffanie olhava pela janela com o olhar parado e a boca entreaberta, parecendo estar em transe. Ikuto acordou na metade da viagem, parecendo enfim recuperado do sono, e se juntou à guerra, bombardeando tanto os que estavam mais perto quanto os que estavam mais longe, conseguindo acertar até mesmo Kairi, Anna, Tadase, Stéffanie e Rima, que até agora tinham conseguido se esquivar muito bem e não estavam participando da guerra. Quando uma bolinha particularmente forte atingiu Nikaidou e ele perdeu a concentração no volante, quase capotando com o veículo, ele deu uma freada brusca e começou a berrar com os passageiros, dizendo para eles pararem agora mesmo ou levaria todos de volta pra casa e a viagem seria cancelada.
Depois disso o resto da viagem foi incrivelmente calma e terrivelmente chata.


Quando enfim chegaram à uma praia que nenhum deles sabia o nome, e que ninguém se importava com isso, todos saíram correndo de dentro do micro-ônibus, Yaya aliviada em finalmente poder fazer barulho de novo. Nikaidou os seguiu mais devagar até atrás do veículo e abriu o porta-malas. Todos pegaram suas coisas depressa e desajeitadamente, e correram para dentro do hotel indicado por Utau o mais rápido que conseguiam com aqueles trambolhos enormes e pesados em suas mãos.


Depois que Utau falou com a mulher da recepção e ela lhe entregou as chaves dos quartos, a loira começou a montar as divisões de quarto do jeito que ela queria, mas os outros logo começaram a protestar. De cara, a cantora sugeriu que Miguel dividisse o quarto com Shunsuke, e a maioria até que concordava com isso, inclusive o próprio Shunsuke, mas o português achou aquilo potencialmente perigoso. Chegou até a cogitar a hipótese de dividir o quarto com alguma das meninas, mas logo concluiu que era muito improvável que alguma delas aceitasse isso, apesar de tudo ele era um garoto afinal. Para a sorte do português, quando Utau começou a ir longe demais e sugerir que as estrangeiras deveriam dividir seus quartos com Tadase e Nagihiko (o que resultou em uma verdadeira crise de pânico de Anna, que não conseguiu gaguejar uma única frase coerente e parecer que estava prestes a entrar em ebulição, e fazer Stéffanie enfim despertar completamente de seu estado sonolento e ter um acesso de raiva misturada com vergonha, e xingar a cantora de uma verdadeira série de xingamentos em espanhol, cujo mais da metade ninguém conseguiu decifrar o que significava) os demais acharam melhor resolver a questão da divisão de quarto mais tarde e irem se trocar de uma vez, já que o que todos queriam mesmo era ir brincar na praia.


O enorme grupo se dividiu em dois, os garotos indo para um lado e as garotas para o outro, refugiando-se em dois dos quartos disponibilizados para Utau, apenas para trocar suas roupas comuns pelas roupas de banho. No quarto dos garotos, Miguel estava terrivelmente nervoso por ter que se trocar junto com outros rapazes, como sempre ficava toda vez que se encontrava nesse tipo de situação com os outros Guardiões, mas dessa vez a presença de Shunsuke parecia ter deixado o português ainda mais apreensivo. No entanto, para a sorte dele, ele não era o único que ficava desconfortável em ter que se trocar junto de outros garotos: Tadase e Kairi também eram tímidos, e a presença de Ikuto ali (que cismava em tentar arrancar as roupas deles fora à força) só piorava a situação. Nagihiko também se encontrava um tanto desconfortável (por causa de seus vários anos vivendo como Nadeshiko), de modo que ninguém estranhou muito o incômodo do Rei português.


Depois de algum tempo eles enfim saíram, correndo em direção á praia, e vários minutos depois as garotas saíram também, estreando seus trajes de banho novinhos em folha que tinham comprado especialmente para essa viagem: Amu tinha se decidido pela roupa amarela e rosa com babados afinal, dizendo que combinaria com seu cabelo, que estava todo preso no alto da cabeça com fiapos escapando para todos os lados; Rima estava com seu maiô amarelo e laranja que as meninas e Miguel não puderam ver de tão rápido que a Rainha fez a compra, os cabelos ondulados presos em uma trança frouxa e um enorme óculos escuros escondendo quase metade de seu rosto; Yaya vinha saltitando feliz com seu maiô rosa choque, segurando uma enorme bóia amarela com estampa de patinhos na cintura; Stéffanie também vestia o biquíni azul e branco que escolhera, só que com um casaco branco aberto por cima numa tentativa de esconder seu corpo, os cabelos soltos tremulando ao vento. O rosto estava absolutamente vermelho e ela fazia uma expressão de quem daria uma surra na primeira pessoa que fizesse qualquer comentário sobre sua roupa; Anna vinha atrás dela, o rosto tão ou mais vermelho do que o da outra estrangeira, tentando se esconder atrás da espanhola, chegando a segurar as costas do casaco dela sem que a garota percebesse, com uma cara de quem queria sair correndo e se esconder no hotel agora mesmo. Vestia uma camiseta lilás com alguma coisa escrita em inglês nela por cima do biquíni roxo com babados; Utau era a última, desfilando em seu maiô preto, vindo mais atrás e empurrando as duas estrangeiras, tentando impedir que as duas fugissem.


Os garotos também estavam terrivelmente atraentes agora: Tadase vestia uma bermuda azul-clara e, assim como as garotas, tinha resolvido vestir um colete aberto na frente, sendo que o dele era de um vermelho desbotado, quase laranja, mas que ainda assim deixava à mostra uma parte sugestiva de seu corpo; Nagihiko vestia uma bermuda roxo-escuro, quase da mesma cor que seus cabelos e, ao contrário do que costumava fazer quando ia à praia, não estava usando camisa dessa vez, revelando o peito liso e esguio; Kukai estava ainda mais desinibido e usava apenas uma sunga verde-musgo, cujo tecido lembrava muito a cor das roupas do exército, exceto que tinha muito menos pano do que as roupas de lá, é claro, e também não usava camisa, deixando a musculatura bem desenvolvida graças aos muitos esportes que praticava à mostra; Kairi vestia uma bermuda de cor escura, quase preto, e uma camiseta de mangas curtas fechada, com um desenho de uma estrela ninja perto de um dos ombros; Ikuto com certeza era o mais indecente de todos, trajando apenas uma mísera sunga preta, deixando á mostra o corpo bem desenvolvido de um garoto de dezoito anos, com um óculos-escuros cobrindo os olhos azuis como se isso pudesse ocultar o olhar pervertido que ele certamente estava lançando para as garotas; Miguel usava uma bermuda cinza-claro e um colete de capuz, um tanto aberto demais (segundo ele o zíper tinha emperrado e não fechava mais do que a metade) e Shunsuke trajava uma bermuda preta meio desbotada e estava sem camisa, revelando uma surpreendente musculatura bem definida.


Inconscientemente, as meninas também gastaram algum tempo admirando-os, mas logo caíram em si e se forçaram a desviar os olhos, embaraçadas. Felizmente nenhum dos garotos notou isso, pois ainda estavam ocupados demais babando pelas amigas.


– E-Ela é realmente muito... linda, não é? Não sabia que ela era tão... tão... tão bonita... - Nagihiko comentou baixinho, quase não encontrando palavras para definir a estrangeira diante de seus olhos
– É, nem eu... ela é realmente muito... muito kawaii - Tadase, que estava mais perto, concordou, embora eles não estivessem falando da mesma pessoa. Mas nenhum dos dois parecia ter notado esse fato de tão abobalhados que estavam
– Então vão lá e digam isso pra elas! - Ikuto mandou, empurrando os dois garotos
– Ehh?! F-Falar é fácil, Nii-san... - Tadase respondeu, corando só com a idéia de dizer algo assim para Anna
– ... mas fazer é que... é mais complicado, não é? - o Valete completou, e o loiro balançou a cabeça, concordando.


Felizmente ou não, nesse meio-tempo em que os dois garotos viviam um conflito interno entre falar ou não com as estrangeiras, elas e as outras meninas já tinham resolvido se espalhar pela praia. Puderam identificá-las, à pouco mais de um metro dali, Rima deitada em uma cadeira inclinável, embaixo de um guarda-sol, boa parte do rosto encoberto pelos óculos-escuros, e tomando chá gelado, em uma taça com guarda-chuvinha e tudo. Yaya estava mais a frente, e construía um castelo de areia, com ajuda de Kukai e dos Shugo Charas. Utau tomava sol, deitada em uma toalha. Nikaido, tentando arrumar outro guarda-sol, que se fechou ao redor dele algumas vezes antes de se firmar. Kairi, sentando-se embaixo do guarda-sol que Nikaido finalmente conseguiu armar, abriu seu livro e se concentrou nele quase que imediatamente, enquanto Amu brigava com Ikuto para ver quem ficaria com a última cadeira. Miguel e Shunsuke já tinham entrado no mar, e agora apostavam pra ver quem nadava mais depressa. Stéffanie e Anna estavam na beira do mar, molhando os pés nas ondas que se desfaziam, parecendo indecisas se entravam ou não. O Rei e o Valete honorários suspiraram e decidiram se juntar de uma vez aos amigos.


Todos passaram o dia inteiro na beira do mar. Aos poucos, a praia foi enchendo, e logo estava repleta de pessoas. Os guardiões e seus amigos fizeram de tudo um pouco, aproveitando o dia. Jogaram bola na água, racharam uma melancia, terminaram o castelo de areia e depois, almoçaram ali mesmo. Nagihiko e Kukai alugaram pranchas de surf, e fizeram uma competição. Amu se juntou a eles, depois de fazer Chara Change com Ran, e os outros ficaram na areia, torcendo. Depois da competição de surf, eles pularam ondas, jogando água um no outro, com Rima ao fundo, deitada em uma enorme boia. Ikuto não conseguiu se segurar, e por algum motivo (talvez achando que seria engraçado ou divertido) afogou Kairi na água, rindo escandalosamente ao vê-lo rosnar ameaças ao mesmo tempo em que tentava recuperar o ar em seus pulmões, furioso e querendo bater nele. Depois disso, jogaram vôlei, e Amu, que ainda estava o Chara Change com Ran, quase afogou o Valete megane com um saque forte demais, mas ele se recuperou quase que imediatamente depois da ameaça de Ikuto de fazer um boca-a-boca nele. Por fim, Ikuto foi enterrado na areia, em uma tentativa de fazê-lo parar de incomodar Kairi.


Quando todos terminaram de enterrar Ikuto e já iam voltar para o mar, Tadase sentiu uma mão segurando seu braço, e podia jurar que era Anna, mas quando se virou para encará-la, deu de cara com uma pessoa muito menos simpática: Yamabuki Saaya estava bem diante de seus olhos, trajando um biquíni escandaloso vermelho-berrante, e com um busto grande demais para uma garota que estava apenas no ginásio.


– Tadase-sama! Que coincidência nos encontrarmos aqui! - a garota gritou com voz aguda, pendurando-se no pescoço dele sem aviso prévio
– Y-Yamabuki-san! - Tadase foi pego de surpresa, e quase caiu pra trás quando a garota se pendurou nele. Com algum esforço, conseguiu afastá-la de si - O que está fazendo aqui?!
– Estou aqui de férias com minha família! - ela exclamou como se isso fosse completamente crível, embora todos ali acreditassem que ela os tinha seguido até a praia ou coisa do tipo - Ahh, mas que coincidência maravilhosa encontrar você aqui, em um lugar remoto como esse... deve ser obra do destino!
Giro del destino, lo sé ... - Stéffanie resmungou descrente, revirando os olhos
– Não bote a culpa no destino, está na cara que você estar a nos seguir! - Miguel exclamou de cara fechada
– Não estava falando com vocês - Saaya se virou para encarar os dois estrangeiros, com uma cara tão amarrada quanto a de Miguel - Fiquem fora disso, sua mexicana temperamental e brasileiro afeminado!
– Ei! Yo soy espanhola, e não mexicana! Y también no soy temperamental, sua... sua perra loca de pêlo de Croissant! - a Rainha estrangeira gritou, assassinando não só o japonês como também o francês, apontando um dedo na cara de Saaya
– E eu não sou brasileiro coisa nenhuma, sou português! Essa rapariga é retardada ou o que?! - ele perguntou para Shunsuke, também apontando para Saaya
– N-Não sei... nunca falei com essa garota antes - Shunsuke falou nervoso, sem saber o que dizer
– Sim, ele é português... mas o Micchan não negou que é afeminado, não é? - Utau cochichou com Yaya, que balançou a cabeça concordando
– E eu também não negaria a parte do temperamental... - Nagihiko murmurou baixinho, levando um tapa na cabeça em seguida de Stéffanie, que tinha ouvido o comentário
– Droga, isso não vai dar certo... - Tadase murmurou para si mesmo, vendo a grande confusão que se formava - Lamento, Yamabuki-san, mas nós estamos meio ocupados agora, então se nos der licença...
– Ocupado com o que?! Sendo babá dessa americana desengonçada de novo?! - Saaya desviou a atenção de Miguel e Stéffanie, e apontou acusadoramente para Anna, que se escondia meio apavorada atrás de Tadase, como se ela tivesse cometido um terrível crime
– Primeiro, Lewis-san é inglesa, e não americana - o loiro corrigiu - E segundo, Lewis-san pode ser um pouco desastrada sim.... mas esse é... b-bem... é o charme dela - ele conseguiu reunir coragem pra falar, embora seu rosto estivesse terrivelmente corado, fazendo Anna se perguntar como raios uma característica dessas poderia ser considerada charmosa - Então eu agradeceria se você não nos incomodasse mais...
– Mas Tadase-sama! - Saaya interrompeu o Rei novamente - O que você vê nessa garotinha sem graça afinal?! Eu sou muito mais bonita, mais esperta e mais sexy do que ela!! - ela gritou como se isso fosse uma verdade absoluta, e nesse momento Ikuto caiu na gargalhada, chegando a se dobrar no meio, segurando a barriga e com lágrimas nos olhos de tanto gargalhar
– Ahh sim, muito sexy, é claro... - Nagihiko falou com sarcasmo - Ano nee, Yamabuki-san, eu não ia falar nada, mas já que tocou nesse assunto... bem, como eu digo isso...? Acho que só tem um jeito: Seu peito está caindo - ele apontou para o busto da garota, que olhou para baixo e soltou um grito de horror ao perceber que o enchimento que tinha colocado estava torto, fazendo parecer que tinha um seio maior do que o outro
– Não diga isso! Es vergonzoso!– Stéffanie o repreendeu, embora estivesse se segurando pra não rir
– Vergonhoso é ela ficar daquele jeito, parecendo uma aberração da natureza! - o Valete rebateu, e ela não se aguentou mais e começou a rir também, fazendo coro com as gargalhadas dos demais. Ikuto agora tinha caído de joelhos no chão e dava murros na areia, se acabando de rir, com as lágrimas escorrendo de seus olhos. Enquanto isso, Saaya tinha se virado de costas para eles e consertado o enchimento, o rosto escarlate queimando de raiva e de vergonha. Depois que ajeitou o enchimento, ela se virou de frente para eles de novo, voltando a encará-los
– Que humilhação... não acredito que me fizeram passar por isso, seus insolentes... vocês vão me pagar por esse vexame, todos vocês! - ela apontou um dedo feio na cara de cada um deles, menos na de Tadase, é claro - Principalmente você, Anna Lewis... você vai se arrepender de ter vindo para o Japão! Devia ter continuado lá na Terra do Mc Donald's ou seja lá de onde raios você tenha vindo! - ela gritou desafiadora para a inglesa, com os olhos em chamas, como se estivesse declarando uma guerra. Anna se encolheu ainda mais, se agarrando à camisa de Tadase, perguntando-se o que ela poderia ter feito de errado pra irritar tanto assim essa garota afinal - E você, Tadase-sama.... você vai ver, eu ainda farei você escolher á mim! - ela saiu gargalhando com sua pose imponente, desfilando como se fosse uma top model, lembrando terrivelmente o Chara Change de Tadase
– Ahhh... what do I do now?!– Anna gemeu visivelmente amedrontada
– Você não fez nada, Lewis-chan... aquela garota é que deve ser uma lunática mesmo - Shunsuke sorriu para a inglesa, que se assustou com a proximidade repentina do garoto. Pensando bem, aquela devia ser a primeira vez que se falavam, o que a fez se sentir meio estranha
– Err... t-thanks, I guess – ela murmurou depois de vários segundos, sem saber muito bem o que dizer
– O Shunsuke-san tem razão, você não tem culpa de nada... aquela garota é que não tem jeito mesmo - Tadase falou com um ar preocupado, sentindo algo desagradável ao vê-la perto de Shunsuke - Não se preocupe, não vou deixar que ela te faça nenhum mal. Vai ficar tudo bem - ele afagou sem jeito os cabelos da garota, que corou furiosamente diante daquele toque inesperado
R-Right.


Depois disso eles voltaram para o mar, embora não tão empolgados quanto antes. Kukai e Ikuto (que tinha adorado ver aquele barraco por sinal, o neko principalmente, que disse que não se divertia tanto assim há anos) tentaram reanimar o resto do grupo, e eles voltaram a jogar bola dentro d'agua, embora sem a mesma empolgação de antes. Yaya lançou a bola para Anna, com um pouco de força demais, e a bola passou voando por cima da cabeça da inglesa, indo parar a um metro de distância do grupo. Antes que qualquer um se mexesse ela gritou um "eu pego!" e foi em andando em direção da bola, achando que a culpa era sua de não ter conseguido rebater o saque de Yaya, e se movendo mais devagar e com mais cuidado do que o normal por estar dentro d'agua. Depois de algum esforço ela conseguiu pegar a bola, mas quando ia dar meia volta e se unir aos outros, sentiu algo puxando sua perna, parecendo querer arrastá-la para o fundo do mar. Primeiro pensou que tinha prendido o pé em um tronco ou coisa parecida, mas quando olhou para baixo viu um emaranhado de cabelos encaracolados e percebeu que era uma pessoa que puxava sua perna com força. Depois de um puxão particularmente forte, a inglesa largou a bola, que quicou na água para longe, e acabou mergulhando por completo contra sua vontade. Anna tentou voltar para a superfície, mas a garota que a puxava era mais forte do que parecia. A Às começava a ficar sem ar e a se sentir tonta, e perguntava-se como a pessoa que a puxava conseguia aguentar aquilo, já que também estava submersa, quando, ao olhar para baixo, viu que a garota de cabelos cacheados usava uma máscara de respirar embaixo d`agua, escondendo parcialmente seu rosto, embora fosse mais que óbvio que era Saaya. Anna tentou arrancar a máscara dela, mas se movia realmente devagar embaixo d`agua. A tontura foi aumentando, sua vista escureceu, e ela desmaiou.








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– Vamos, faça depressa, Tadase!
– Mas...
– Ande logo, só você pode fazer isso!
– M-Mas é errado!
– Mas alguém tem que fazer!!
También creo que usted sea o mais adecuado
– Por acaso prefere que outro garoto faça isso no seu lugar, Hotori-kun??
– C-Claro que não, mas... q-quero dizer...!
– Vamos lá, seja homem e faça logo, Tadase! Prefere que o Ikuto faça?!
– Eu não me importaria...
– NÃO!!! Q-Quero dizer... err.... e-está bem, eu f-faço.


Assim que percebeu o afogamento de Anna, Tadase nadou tão depressa para salvá-la que faria o professor de natação de Seiyo querer recrutá-lo para o time da escola. Saaya tinha conseguido escapar a tempo, embora todos soubessem que ela era a culpada, mas ninguém se preocupou com isso agora. O mais importante era salvar Anna. Pouco mais de três minutos depois estavam todos reunidos na areia de novo. Tadase tinha carregado Anna nos braços, como uma Princesa, e a deitado na toalha de praia vazia. Logo depois de tirarem a inglesa da água, Miguel encontrou os óculos dela, boiando a poucos metros do lugar onde a menina se afogou, o que foi uma sorte na verdade, já que ela muito provavelmente não enxergaria nem um palmo diante do rosto sem eles. Segundo Ikuto, só havia uma forma de fazê-la acordar: Uma respiração artificial. Nenhuma das garotas queria fazê-lo, é claro, e o único garoto que se ofereceu para a tarefa foi Ikuto, mas Tadase o tinha proibido de chegar perto da inglesa. Nikaidou chegou a dizer que sabia como fazer, e que tecnicamente seria sua responsabilidade como responsável deles, mas a verdade é que isso seria pedofilia e ele não queria ser preso. Até que Miguel teve a brilhante idéia de sugerir que Tadase o fizesse. Yaya e Utau apoiaram na hora, sendo seguidas por Ikuto, que se empolgou demais com a idéia para alguém que tinha sido proibido de chegar perto da garota afogada. Logo depois, Nagihiko e Stéffanie deram apoio também, e por incrível que pareça, até Kukai, mas no caso dele, o Valete Vagal tinha citado que geralmente era assim que acontecia nas competições de natação quando alguém se afogava, e a opinião dele sobre acontecimentos esportivos valia a pena ser levada em consideração. Depois de muita discussão, Tadase acabou de alguma forma concordando em fazê-lo antes que fosse tarde demais e a garota não pudesse mais ser reanimada nem com isso.


Tadase se sentou ao lado da inglesa, encarando-a, o rosto terrivelmente corado. Estava completamente ciente de que tinha vários pares de olhos observando-o, talvez até algumas câmeras em ação registrando esse acontecimento, mas achou melhor não se preocupar com isso agora. Se inclinou devagar na direção do rosto dela, sem saber como proceder. Ainda que fosse uma respiração artificial para salvar a vida de Anna, ele também estaria roubando um beijo dela! Talvez o primeiro beijo... ele estaria praticamente abusando de uma garota inconsciente, isso era definitivamente errado! Mas sabia que Yaya e Utau não o deixaria desistir agora, e por algum motivo a idéia de outra pessoa fazer isso em seu lugar realmente não o agradava. Inclinou-se mais alguns centímetros, observando com atenção o rosto inerte e pálido da inglesa, o cabelo encharcado e os lábios entreabertos. Fechou os olhos, como se isso pudesse diminuir a vergonha de se encontrar naquela situação. Sentiu seus narizes se encostarem, a pele fria e úmida dela roçando contra a sua. Lembrou-se de tampar o nariz dela com a mão e continuou se aproximando lentamente. Logo depois, sentiu uma maciez em seus lábios, e sabia que agora não teria mais volta.


Pressionou os lábios com um pouco mais de força, encaixando-os perfeitamente entre os dela, e soprou todo o ar que pôde reunir para o interior da boca da estrangeira. Logo depois se afastou, tanto para recuperar o fôlego quanto para pressionar o coração dela, pressionando três vezes e com força, tentando reanimá-la. Nada, nenhum resultado, a respiração dela continuava tão fraca quanto antes. Ele fez de novo, primeiro inspirando o ar com força, depois encaixando sua boca na de Anna, e soprando o ar para dentro dos pulmões da garota, enquanto tampava o nariz dela com uma das mãos. Seu rosto queimava tanto que poderia fritar um ovo em sua testa, o coração pulsando rápido e descontrolado, ao contrário do da inglesa, que continuava fraco, tanto que mal dava pra sentir. Afastou-se de novo e fez a massagem cardíaca novamente. Quando repetiu a ação pela terceira vez, porém, sentiu os lábios dela se mexendo assim que terminou de soprar o ar para o interior de seus pulmões. Os lábios da garota, agora grudados nos seus, moviam-se lentamente-, parecendo querer corresponder à alguma coisa que nem ela sabia o que era. Só o que ela sabia que era uma sensação maravilhosa, da qual ela nunca tinha experimentado antes.


Tadase paralisou por um momento e, fechando os olhos, esqueceu-se de tudo e de todos que os rodeava, como se só existissem ele e Anna no mundo todo. Enrolou os dedos distraidamente nos fios molhados do cabelo dela, a outra mão apoiada em seu ombro, enquanto sentia ela mover uma mão devagar e tocar o rosto dele. Tadase pressionou os lábios com um pouco mais de força, querendo sentir mais daquela maciez aveludada em sua boca, e antes que percebesse, estava tocando os lábios dela com a ponta da língua, o que ela de alguma forma entendeu que era como um tipo de pedido silencioso para entreabrir mais os lábios, coisa que ela fez na mesma hora. Tocou a língua dela com a sua, experimentando o gosto da garota, mas assim que sua língua adentrou um pouco demais o interior da boca da Às estrangeira, indo perto da garganta, Anna fez um ruído estranho, como se estivesse engasgada, e ele imediatamente se afastou, assustado, e receando ter feito algo de errado. Ela se sentou assim que seus lábios se separaram, tossindo e cuspindo um bocado de água do mar para fora de seu corpo.


Vários minutos depois, quando Anna já tinha botado pra fora toda a água salgada que se infiltrara em seu corpo, e quando tanto ela quando Tadase se deram conta do que tinham feito enquanto eram observados por mais de dez pessoas, ambos arregalaram os olhos em choque, os rostos tão vermelhos quanto tomates maduros. Tadase ainda a observava, nervoso, sem saber como reagir. Inconscientemente, Anna levou os dedos aos lábios quando o encarou:


P-Prince Charming? You... y-you kissed me...?


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Notas finais do capítulo

Yoo minna! Teffy-chan ~desu!! o/

Kyaaaa~ eu estava tããããããoo ansiosa pra postar esse capítulo!!! Vocês não têm noção de quanto esperei por isso!!! Pois é, finalmente Tadase e Anna tiveram algum progresso significativo... e o que será que vai acontecer depois disso, hein?? Chutem á votnade,e stou muito ansiosa pra ouvir as opiniões de vocês!! *-*
O próximo capítulo também é meu, tentarei postar na semana que vem, dependendo da quantidade de reviews e do tempo que vai levar para recebê-los... por favor, comentem, minna-san, estou ansiosíssima pra saber as opiniões de vocês sobre esse capírulo!! *o*

Kissus^^