Revenge escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 31
Capítulo XXXI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/248873/chapter/31

Come on! Let’s go, go faster! – Anna gritava, correndo e arrastando Stéffanie pelos corredores.

— Se calma, niña, si sigue usted irá cair en cualquier momento! – Stéffanie replicava, nervosa, tentando se alinhar com o passo apressado e desajeitado da garota.

Look! – ela parou de repente, apontando para um enorme quadro branco pendurado na parede, onde vários estudantes se aglomeravam ao redor. Eram tantas pessoas naquele corredor estreito que visualizar qualquer sinal do quadro era uma tarefa impossível – Tests results! There!

— No hay razón para tanta afobação, Anna - Stéffanie tentava controlá-la, mesmo que parecesse impossível agora. A inglesa tentou se infiltrar na aglomeração, mas foi empurrada de volta para trás pelas pessoas que se agitavam.

Mira, le dije. Es mejor esperar un poco. – Stéffanie ajudou-a a se levantar. Nesse momento, alguns dos alunos pareceram se dar conta da presença das duas guardiãs estrangeiras, e começaram a comentar entre si, baixinho.

— Ei, não são aquelas guardiãs estrangeiras? Fiquei sabendo que elas passaram a outra noite na escola!

— Eu ouvi isso! Será que elas tentaram ver os resultados das provas escondidas?

— Waaa~ isso é possível! Será que o Tadase-sama sabe disso?

— Ele não deve saber… mas eu aposto como elas estavam tentando sabotar as provas…

— Parece que another strange rumor começou, is not it? – Anna comentou com um sorriso sem graça, ajeitando os óculos. De alguma forma, já parecia estar acostumada com situações assim. Stéffanie irritou-se, e já ia responder alguma coisa àqueles fofoqueiros, quando uma voz chamou sua atenção.

— Ah, vocês estão aqui! – Era Nagihiko que vinha pelo corredor, acompanhado de Tadase, Rima e Amu. – Já conseguiram ver suas notas?

Cómo podría hacerlo, si este monte de gente aquí parecer ter vindo sólo para mencionar las vidas de los demás y no abrem espacio? – ela reclamou, e as pessoas próximas que a ouviram, se apressaram em colocar-se de lado, deixando o caminho livre para os guardiões.

Eles se aproximaram, com os alunos aos poucos abrindo espaço, e foram tentar encontrar seus nomes nas listas. Amu foi a primeira a suspirar aliviada; havia passado por bem pouco. Logo depois, Rima encontrou seu nome, havia ficado entre os 30 melhores, graças aos seus servos. Tadase e Nagihiko também haviam se saído muito bem, ambos estando na lista maior, entre os 20 com melhores notas. Stéffanie deixou escapar uma exclamação de alívio, ao encontrar seu nome no 52° lugar. Ah, era mesmo uma sorte que no final das contas a prova tivesse vindo em espanhol.

— Viu? Eu disse que você se sairia bem, Blanca-san – Nagihiko comentou, com um tapinha nas costas da garota.

Yo no necesitaba de tu incentivo, desde el principio – ela bradou, tirando a mão do garoto de cima de si com rispidez. - Y usted, felicitaciones por no ir tan mal. – ela virou o rosto, corando. Nagihiko sorriu, agradecendo a parabenização.

Do outro lado, Anna se desesperava. Ela não conseguia encontrar o seu nome, no meio daquele monte de kanjis estranhos, ainda mais quando ele estava escrito em katakana.

— Aqui, Lewis-san! – Tadase a chamou, apontando para o resultado. Ela havia ficado em uma colocação não tão boa, por que a nota em história baixara sua média nas suas outras matérias. – Você foi muito bem! – ele tentou animá-la, mas ela não parecia tão decepcionada com o ranking.

Oh, really? I don’t believe that! … i-isso foi graças à you, Prince CharmingThank you, very, very much! – ela exclamou, parecendo prestes a pular no colo de Tadase, mas se contendo a tempo, se limitou a sorrir para ele.

Corou como um pimentão, ao reparar que o volume de pessoas que os observava atentamente, incluindo os seus amigos, aumentara, e fez menção de sair correndo, mas antes que pudesse, sentiu algo empurrando-a na direção da parede. Primeiro, pensou que fossem os alunos querendo ver o quadro de avisos, mas então, viu uma figura se assomava contra Tadase, praticamente encurralando-o contra a parede.

— Waa! Tadase-sama! – a voz aguda da garota se sobressaía. Era Yamabuki Saaya, que havia interrompido Anna, mas ela não saberia seu nome naquele momento nem que se esforçasse. Lembrava-se apenas vagamente da garota de cabelos enrolados que conheceu logo que chegou à Seiyo – Você ficou entre os melhores de novo, como esperado! Ah, eu não tirei uma nota tão boa, será que você não poderia me ensinar, da próxima vez? Tenho certeza de que se Tadase-sama fosse meu professor…

— Daijoubou ka, Lewis-san? – Tadase nem mesmo dava atenção à Saaya, e corria em socorro de Anna, ajudando-a a se levantar novamente – Se machucou?

No, no, don’t worry about me. – ela se apressou em dizer, ajeitando a saia e o paletó do uniforme.

— Heeeeii, Tadase-sama! – ela chamou novamente, ofendida – Não me ignore por causa dessa pequena… pulga d’agua megane! Eu estou falando com você!

— Sumimassen, Yamabuki-san, mas, por favor, não volte a insultar a Lewis-san. – Tadase replicou, em um tom incomumente ríspido, e olhou para Saaya diretamente. Anna corou, achando que Tadase não deveria brigar com outras pessoas por sua causa, mas não conseguiu dizer nada naquele momento. Ele sustentou o olhar incrédulo de Saaya, encarando-a seriamente. Provavelmente, ninguém nunca havia levantado a voz daquela maneira para ela. – Nós temos reunião no Royal Garden agora, então, com licença – ele adicionou, seco, e segurando Anna pelo pulso, rebocou-a corredor afora, sem dar atenção aos olhares atentos, nem aos comentários fervorosos que se formaram. A inglesa tentou se desculpar, mas não houve tempo para isso também.

— Não acredito que ele me deixou falando sozinha por causa daquela mijinko idiota. Isso é pior do que quando a Hinamori me atrapalhava! Não vai ficar assim! – Saaya saiu bufando, reclamando com suas seguidoras fieis que não pareciam muito preocupadas com a sua “amiga”, e comentavam entre si o acontecido. – Se for pelo sotaque, eu também sei falar inglês!!! Ai amu fabyurasu… ahn… wandaafuru… como era mesmo… - ela sumiu pelo corredor, resmungando, e batendo os pés.

— Parece que o Hotori-kun finalmente conseguiu irritar de verdade a Yamabuki… - Nagihiko comentou, rindo da cena que acabara de presenciar.

— Você não tem motivos para achar graça, Fujisaki – Rima comentou com descaso – Sem o Tadase em mira, quem você acha que será o próximo alvo dela?

Nagihiko engoliu em seco. Rima tinha razão.

Do que usedes están a hablar? – Stéffanie indagou, meio perdida nos assuntos, e ainda tentando entender o que acabara de acontecer.

— Algo me diz… - Amu começou a andar, fazendo todos a seguirem, na direção da saída -… que é melhor você ficar sem saber, Blanca-san…

-

Nagihiko levantou-se do seu lugar, enquanto Tadase enumerava a pauta do dia para as paredes, e resolveu preparar mais um pouco de chá. Seria melhor se ele fizesse no lugar do chá de sempre um café, afinal, todos pareciam esgotados, e ninguém conseguia manter-se atento por mais de 5 minutos. Nem mesmo Anna, que era sempre a ouvinte mais prestativa do Rei, conseguia se concentrar, ainda distraída, pensando no acontecimento de antes de eles virem para o Royal Garden.

— … o que você acha disso, Miguel-kun? Tsukasa-san me disse que era assim na sua escola… - Tadase disse, completamente alheio a fato de ninguém ali se importar com o que ele tanto tagarelava.

— Ahn? Ah, sim, eu acho que seria melhor com os dois – Miguel respondeu, acordando de algum pensamento distante, que envolvia aquele período obscuro da sua memória. Havia realmente sido ótimo que a prova tivesse sido em português, e que a matéria já fosse conhecida por ele, então a sua nota havia sido razoável, mas, ainda assim, aquele buraco nas suas recordações ainda incomodava.

— Dois? Eu estava perguntando sobre o grupo de leitura da sua escola, que você contou outro dia… - Tadase riu sem graça, tentando situar Miguel dentro da reunião.

— Ah, sim… - ele se perdeu novamente, e Tadase decidiu não insistir.

Cómo llegó esa nota em Historia, Anna? – Stéffanie puxou assunto, mesmo que Tadase continuasse ditando a pauta - No te encanta Japón?

— Hm? Oh…– Anna virou-se para ela, e então ajeitou os óculos no rosto, baixando o olhar –Well, parece que Hijikata Tomizou nunca se transformou em vampire, actually

Díos mio! Usted colocou cosas de animes em las pruebas? – Stéffanie exclamou, um pouco alto demais, chamando a atenção de todos ao redor.

— Waaa, você já assistiu Hakuouki Shinsengumi Kitan, then? – Anna pulou no mesmo lugar, animada – It’s a great anime, no? I loved Hajime Saito, was my favorite!

Ah, ni siquiera sé como ainda me espanto con esto… - Stéffanie revirou os olhos, enquanto Anna falava sem parar em seu inglês apressado sobre o anime, prestes a entrar no chara change a qualquer minuto. Entretanto, isso não chegou a acontecer, pois logo alguém que se aproximava a interrompeu.

— E então, como estão vocês nessa linda manhã? – Tsukasa surgia por uma das passagens secretas que ligavam sua sala ás dependências do colégio. Ninguém pareceu ficar surpreso com sua aparição repentina, exceto os três estrangeiros, que ofegaram assustados ao mesmo tempo, ainda não acostumados com a ideia de tuneis subterrâneos e outras coisas assim.

— Precisa de algo, Amakawa-san? - Kairi indagou formalmente, enquanto Nagihiko servia mais uma xícara de chá para o diretor.

— Na verdade, hoje eu vim até aqui para trazer-lhes uma boa notícia – Tsukasa sorriu, aceitando o chá oferecido. Rima bufou um “finalmente” muito bem disfarçado, e era fato que ultimamente, Tsukasa só trazia problemas em suas visitas. – Eu acho que vocês vêm trabalhando muito duro em descobrir a verdade por trás dos batsu-tamas, e conseguiram resultados, trazendo esse exemplar depois da estadia no acampamento – ele apontou para o ovo adormecido, em uma gaiola negra no meio da sala – E por isso, eu acho que eu devo presenteá-los com algum descanso, durante essas férias.

— Descanso? – Tadase estranhou. Era muito suspeito Tsukasa oferecer algo assim de repente, sem nenhuma intenção oculta, e por isso, ele esperou que o tio esclarecesse melhor essa história.

— Sim. Aqui! – ele tirou um folder promocional do bolso, colocando-o no centro da mesa – Vocês irão para uma praia no Sul do país, e ficarão por lá durante algum tempo. Utau-chan conseguiu arranjar uma casa de praia com um dos seus produtores, e vocês podem ir assim que as aulas acabarem, nessa sexta-feira.

— Yeeeey!!!! Praia!!! – Yaya gritou, erguendo os braços para o alto. Kukai a acompanhou em entusiasmo, quase derrubando Miguel da cadeira enquanto se erguia para comemorar.

Oh… the beach…? – Anna não parecia tão animada assim.

Yo no tengo nínguna ropa de baño… - Stéffanie ponderou, colocando a mão no queixo. Ao notar o olhar insistente e debochado que Nagihiko lançava para ela, bufou e cruzou os braços.- No es que yo quiera ir a la playa de toda forma…

— Nós podemos ir comprar biquínis na loja agora, depois da aula! – Amu sugeriu, incerta.

— Ah, vejo que todos concordaram com a minha ideia! – Tsukasa levantou-se, ainda com a xícara de chá em mãos. – Então, eu vou indo… uma boa tarde de compras para vocês…

Tadase viu o tio se afastar pela porta passagem oculta, ainda raciocinando sobre qual a motivação de Tsukasa em convidá-los para uma viagem de férias tão subitamente.

— Ah, vamos logo, vamos logo!! A Yaya quer fazer compras! – Yaya levantou, arrastando Rima pelo braço da direção da saída. Amu ergueu-se, quase tão animada quanto ela, e começou a puxar Stéffanie, que não parecia muito impelida a segui-las.

Bye bye, Prince Charming! – Anna se despediu rapidamente, e se atrapalhando com a mochila do chão – Ah! Micchan não quer vir together? Hey, come with us! – ela segurou o português pela mão, sem nenhuma cerimônia, e o rebocou junto para seguir as outras garotas.

— Lewis-san… levou o Gonçalves-kun… - Tadase murmurou, meio incrédulo, ao ver os dois sumirem pela mesma porta onde as outras garotas também saíram.

Kukai, Kairi, Nagihiko e ele, ficaram alguns momentos em silêncio, sem saber o que fazer agora que as meninas haviam sumido tão de repente.

— Nós… devemos ir comprar… roupa de banho……..? – Nagihiko arriscou, incerto.

— Não, não!

— Absolutamente não.

— Acho que não é preciso.

— Não…

— É… foi o que eu pensei…

~

Enquanto isso, no prédio principal da divisão ginasial, Shunsuke andava apressadamente, cortando os corredores, até chegar ao banheiro masculino. Olhou ao redor, verificando se não havia mais alguém por ali, e adentrou, fechando a porta logo depois. Entrou da cabine do canto, fechando a porta, e esperou.

— Você demorou! – uma voz soou abafada da cabine ao lado, parecendo irritada e impaciente – Já imaginou se me veem aqui? No banheiro masculino ainda por cima! Ah, que nojo!

— Diz logo o que você quer! – Shunsuke disse rispidamente, tirando os óculos e esfregando os olhos, enquanto se apoiava na parede lateral.  A voz do outro lado suspirou, provavelmente engolindo um monte de reclamações que pretendia desferir, e começou a falar. Provavelmente, estava colada à divisória, falando de uma maneira que não fosse percebida por alguém que entrasse ali por acaso.

— Seu idiota! Incompetente! – a voz chispou, e Shunsuke revirou os olhos, sem nem dar atenção a ela, enquanto limpava a lente dos óculos com a camisa. – Eu acabei de descobrir que você foi derrotado pelos guardiões, e como se não bastasse isso, eles ainda roubaram aquela sua coisinha!

— O meu ovo do coração – Shunsuke entoou, sem emoção.

— Isso, isso! Não foi pra isso que você foi contratado!!! Trate de pegar logo o seu trocinho, antes que aqueles guardiões descubram tudo!!

— Só que não é tão fácil assim entrar do Royal Garden, honey… - ele disse calmamente, como quem explica mais uma vez algo para uma criança – Eu especulei um pouco, com o Mi… com o português… e soube que eles mantêm o meu ovo trancado, e sempre tem alguém lá, vigiando… sem falar no Diretor, que parece estar sempre observando tudo. Eu não posso arriscar esse disfarce, entendeu?

— Ah! – bufou impaciente do outro lado – Então dá um jeito, faça alguma coisa para entrar lá! Você é um garoto, por que não conquista uma daquelas idiotas, e faz ela te por lá dentro hein?

— Você diz para eu seduzir uma garota? – ele indagou retoricamente, e baixou os olhos – Não sei, acho que isso não daria certo…

— Claro, você só vive grudado naquele português idiota!

— Não fale assim dele, está bem? – ele cortou, parecendo cansado, e então suspirou – Ah, certo… eu posso tentar isso. O que você sugere? A ruivinha de maria-chiquinhas está fora de questão, ouviu bem? E a baixinha loira também…

— A inglesa!!!! Anna Sei-lá-do-que… é ela! Eu quero que você conquiste ela!!

— Por quê?

— Porque ela parece ser a mais idiota de todas, é claro!  - bradou – Estou tentando facilitar as coisas para você… e para mim… Tanto faz, apenas pegue seu ovo de volta, ou nós não conseguiremos pegar mais aqueles… aquelas coisas… enfim! Você entendeu!

— Tá, já entendi. Mas você deveria parar de dar opiniões, quando nem mesmo pode ver ou ouvir os Shugo Charas. Deixa isso para quem entende dessas coisas! – ele disse, e saiu da cabine, batendo a porta.

— Heeey! Eu não terminei de falar com você!! – a voz praguejou, do lado de dentro.

— Mas eu já terminei de falar com você. – ele disse, colocando de volta os óculos – Bye bye, Honey…

~

Minutos depois, em uma loja não muito longe da escola, Miguel e as meninas olhavam as vitrines distraidamente, enquanto conversavam. Yaya havia chamado Utau também, e como ela estava perto do distrito comercial, no escritório da gravadora, não demorou em aparecer.

— Você ainda conversa todos os dias com o batsu-tama, Amu? – Miguel indagou. Havia desistido de tentar fugir há uma quadra atrás, e agora caminhava normalmente ao lado delas. Era uma sorte que ele tivesse conseguido despachar Grace junto com as outras charas, ou do contrário, teria problemas com o chara change dentro da loja. Claro que era isso o que as garotas esperavam que acontecesse, mas não tiveram essa sorte, dessa vez. E ele ainda estava preocupado demais com a história de Matthew e o batsu-tama capturado para pensar em qualquer outra coisa.

— Sim… mas não deu muito resultado… – Amu respondia, enquanto olhava entre as araras procurando por algo.

— Eu já tentei cantar para ele – Utau contou – e Ikuto até tentou tocar violino, mas ele não demonstra nenhuma reação!

— A Yaya também! Mas o batsu-chan é muito chato… não se interessou nem quando a Yaya disse que ia mostrar umas fotos pra ele… - ela bufou, contrariada.

Yo tanbién tentei hablar con el huevo, pero él no me escucha! Creo que nem mesmo sabe lo que hablo ... – Stéffanie disse, meio irritada.

— Ele não deve falar espanhol, nee, Onee-chan! – Yaya bradou. Miguel arregalou os olhos, tendo um súbito momento de revelação com aquela simples frase.

— Hey! Anna… você também já tentou falar com o ovo…? – ele disse lentamente, com uma hipótese formando em sua mente. Se estivesse certo, talvez eles estivessem um passo mais próximos de resolver aquele problema.

— Ahn? – ela ergueu os olhos, de trás de um monte de roupas – I have not tried… well, I think que ele não deve me entender, então…

— Vamos tentar isso da próxima vez! – Miguel animou-se rapidamente – Eu pensei… e se ele falar inglês?!

— Como assim? – Amu intrigou-se.

— Vocês lembram?! Pois, Matthew disse que era mestiço, ele também fala inglês! Talvez o ovo dele também fale, e pode ser que ele responda… Quero dizer, isso se o ovo for mesmo dele, não é? – ele se intrigou, colocando a mão no queixo, pensativamente.

— Hm… parece que o Micchan pensa mesmo muito no Matt-pyon, não é? – Yaya franziu os olhos sugestivamente, cutucando Miguel com o cotovelo.

— P-pare…! Do que você está a falar?! – Miguel gesticulou ansiosamente, tentando e explicar – Não… espera… Pyon? – arqueou a sobrancelha, parando de repente.

— Yaya… não saia colocando apelidos nos vilões! – Amu replicou, irritada

— Agora, o mais importante, vamos fazer compras! Chega de pensar nessas coisas, Micchan! – chamou a atenção Utau, querendo amenizar o clima entre os guardiões. – Aqui, esse maiô não ia ficar uma fofura em você, Rima… ué, cadê a Rima…?

— Enquanto vocês jogavam conversa fora… – a pequena Rainha surgiu por um dos corredores, com uma sacola em mãos – Eu já comprei o que precisava. – ela mostrou uma peça única, provavelmente um maiô, em tons de amarelo e laranja, xadrez. Provavelmente, havia pegado o primeiro do seu tamanho para acabar logo com aquilo.

— Ah, Rima-tan, sua chata! – Yaya reclamou – A Yaya queria ver você comprando na seção infantil!!! Deve ser muito engraçado.

— Sinto muito desapontá-la – Rima adicionou, no mesmo tom seco de sempre – eu já vou indo.

— Ei, espera! – Amu chamou, a tempo – Nós vamos à confeitaria depois, tomar chá e comer bolos. Você não vai esperar?

— Eu tenho mais algum tempo livre – ela não demorou em responder, sentando em um dos pufes que ficavam perto dos provadores, junto de Miguel.

Oh, great! – Anna se animou, pois se Rima fosse embora, ela teria que ir junto, ou do contrário, não conseguiria encontrar o caminho de casa – So, o que acha deste for you, Stéffanie? – ela mostrou uma peça azul marinho, realmente pequena, mesmo para um biquíni.

Está usted loca?– Stéffanie soltou um grito estridente, escondendo a peça mínima de volta no cabide – Yo nunca usaria una cosa pequeña como esta!

B-but… você ficaria amazing em um desses! Já que é tão alta, and, anh… é mais velha, mais d-desenvolvida… like a model! – ela tentou se explicar, agitando os braços.

— O que a Anna-tan está querendo dizer… - Yaya começou, com sua risada estranha se formando – É que o Nagi ia gostar muito de ver você… itaaai, itai, itai, Onee-chan!!! – ela foi cortada no meio da frase por um golpe repentino e certeiro bem na cabeça.

No te atrevas a terminar esa frase, pirralha! - ela soltou Yaya, e pegando uma ou outra peça dali, saiu para o provador – Voy a experimentar essas.  - ela bradou, rispidamente. Yaya e Anna sorriram uma para a outra, ao reparar que a espanhola pegara a peça sugerida por ela junto com as outras.

— Ah, eu gostei dessa, e dessa…. Ahhh, daquela também!!! – Amu parecia perdida no meio de tantas opções – Acho melhor tentar todas! – ela se apressou, pegando tudo nos braços e correndo para a cabine mais próxima.

— A Yaya também… - Yaya pegou alguns dos maiôs que estavam ali, e também foi experimentar. Utau estava indo logo depois dela, mas reparou que Anna ainda estava meio confusa.

— Você não sabe seu tamanho, Anna-chan? – ela arriscou, vendo que a inglesa tentava decifrar a etiqueta de algumas peças.

Is that my clothes were always tailored, ahn… sempre foram feitas sob medida, então…  - ela parou no meio da frase, sem saber como continuar.

— Acho que é assim mesmo no exterior – ela riu, e Anna assentiu, nervosa – Aqui, eu acho que você deve vestir um tamanho parecido com o da Rima e da Yaya, então… esses aqui devem servir – ela indicou, e Anna sorriu, pegando os que mais havia gostado, e correndo para o provador. Parecia animada, e Utau pensou que talvez fosse a sua primeira vez comprando roupas em uma loja. Parecia algo estranho de se pensar, mas talvez na Inglaterra não fosse tão incomum. Ela também pegou as peças, e andou até a última cabine vazia, enquanto Miguel e Rima esperavam.

Elas experimentaram vários biquínis e maiôs durante o tempo. Miguel aplaudia e elogiava a cada prova, ciente de que garotas não gostavam de críticas. Mas ele não precisou se preocupar muito com isso, pois Rima era muito rígida em seus julgamentos, e quase fez Amu chorar uma vez com seus veredictos. Mesmo assim, foi divertido. Miguel nunca havia feito compras com garotas, e era muito melhor do que ele podia imaginar.

Amu foi quem mais trocou, colocando vários, e então desistindo, e voltando a colocá-los. No fim, acabou comprando dois, pois não conseguia escolher entre eles, e ficou com um rosa e amarelo, com babados, e um verde e azul, liso. Stéffanie não deixou ninguém vê-la experimentando nenhum, só abriu a cortina quando havia decidido, escolhendo um listrado verticalmente em azul-claro e branco, maior do que o outro sugerido por Anna e Yaya, e mesmo assim, só deixou a cortina aberta por poucos segundos, voltando a fechá-la logo depois. Yaya escolheu um maiô rosa-choque, com enormes estrelas rosa mais claro, e babadinhos nas pernas. Ela saiu do provador rebolando, desfilou para os dois jurados, e ainda dançou com Miguel pelo corredor, antes de voltar para se trocar. Utau pegou um maiô preto, aberto na barriga e nas costas, que ficava realmente muito bem no corpo desenvolvido dela. Anna caiu várias vezes dentro do provador enquanto se vestia, se atrapalhando com as roupas e as amarrações, mas no fim escolheu um biquíni em tons escuros e claros de roxo, com babados em cima e em baixo.

— Waa~ nós conseguimos! Amazing! – Anna comemorou, quando finalmente conseguiu sair da sua cabine do provador, depois de trocar novamente para o uniforme, com o biquíni escolhido em mãos.

— Ainda não acabou… – Yaya riu, e piscou um olho para Utau, que entendeu seu recado.

— Falta o Micchan!!! – ela gritou, segurando o garoto pelos braços.

— O que? Não! Parem, me soltem!!! – Ele gritou, tentando se desvencilhar e sair correndo.

— Shhh, sem escândalo, Micchan! – Yaya fez sinal de silêncio.

Usted no quiere que el vendedor se ve aquí, no?- Stéffanie riu, entrando na brincadeira. Rima, atrás dela, balançou no ar a peça escolhida por Anna.

Utau tapou a boca do garoto, se encarregando de arrastá-lo até a cabine. Ele tentou se debater, inutilmente, mas no fim, sem outra escolha, cedeu. Momentos depois, a cortina se abriu, e Utau exibiu orgulhosa o resultado do seu trabalho.

Um Miguel corado e ofegante, completamente derrotado, estava ajoelhado no chão, fraco e humilhado. Ele usava um maiô escolar, azul-marinho, e realmente, não havia escolha melhor. Ergueu seus grandes olhos suplicantes para as garotas, e todas elas gritaram ao mesmo tempo “Kyaaaa~ kawaaaii!!! Moe!!!!”.

http://24.media.tumblr.com/tumblr_m7uvkoRpt01ran9jko1_500.jpg

— P-pronto… – ele baixou o olhar, enquanto as garotas ainda gritavam e se descabelavam - Vocês já tiveram seu divertimento. Posso me trocar agora? – ele suplicou, com a voz fraca e trêmula de vergonha.

— Sim, pode – Utau respondeu, ainda alterada – Mas eu vou comprar esse maiô, para você!

Miguel fechou imediatamente a cortina, humilhado demais até para ficar furioso e as garotas continuaram eufóricas do lado de fora.

— Francamente, essas raparigas… - ele resmungou para si mesmo, livrando-se da peça. Teria sido um desastre completo, se Grace estivesse ali.

Mas, realmente… não havia sido tão ruim assim. Era até divertido, finalmente ter alguém que o apreciasse da maneira que ele realmente era, e ainda quisessem sua companhia dessa forma. Ele ficava muito feliz, cada vez que as garotas o convidavam para alguma coisa, ou diziam que gostavam dele. Tão feliz, tão feliz… ele nunca imaginou que pudesse ser assim! Sorriu para si mesmo, enquanto abotoava novamente a camisa amarrotada. Elas eram todas muito divertidas, e ele gostava de todas… as suas amigas… Quem diria, que ele algum dia pudesse se referir a alguém assim. Com esse sentimento, ele resolveu que não faria nenhum mal dar a elas algum fan-service de vez em quando, com ajuda de Grace é claro. Mas nada muito embaraçoso… embora elas sempre se encarregassem sozinhas de deixá-lo embaraçado.

— Micchan, você não vai sair daí não?!?!

— Estou indo – ele disse, e terminou de por os sapatos, abrindo novamente a cortina. Entregou o maiô a Utau, para que ela fizesse o que quisesse com ele. – Então… vamos comer bolos??

— Sim!!! – todas responderam, cada uma a seu modo.

— Só não comam muito, ou não vão caber nos biquínis! – ele disse, e todas gritaram, protestando e até batendo nele, pelo atrevimento. Mas sempre dando risada. Ele sorriu abertamente, ainda um tanto emocionado com aquela afeição repentina que havia sentido. Realmente, era um sentimentalista tolo… mas não conseguia evitar. Por que, pela primeira vez… ele tinha amigas para dividir esses momentos com ele, e não abriria mão disso nunca, e por nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yoo~ minna-san! Shiroyuki desu!

Vim trazer esse humilde capítulo, preparação para as esperadas férias de verão! Muitas emoções vindo por aí!! Nossa, pareci o narrador da sessão da tarde agora -.- Essa turminha do barulho vai aprontar muito durante as férias, enquanto aprendem o valor da verdadeira amizade... tá, parei u-u

Okee... esse desenhozinho do Micchan eu achei agora mesmo na internet, só pra ilustrar! Não faço ideia do que está escrito ali em japonês, espero que não seja nada muito indecente -.- Enfim, eu tinha feito uma ilustração eu mesma, a um tempão, por pura insistência da Teffy-senpai! Mas eu perdi ele '-' não sei onde foi parar o maldito desenho, e sendo quase uma da manhã... eu não vou ir procurá-lo, e então tirar foto (considerando que eu não tenho um scanner) pra ainda postar em algum lugar e deixar o link aqui... então, fiquei com a ilustração indecente e whatever... Se algum dia (alguuuuuum dia) eu encontrar esse desenho, posto aqui pra vcs~
~~Aaaah, senpai ainda tiver a foto que eu mandei pra você, faça o favor de postar... eu agradeceria muito .-. Gomen, eu realmente não sei onde enfiei o desenho do Micchan de maiô........

Então, era isso!!! Oyasumi, minna-san!!!

Até o próximo capítulo, com a senpai!! o/ Otanoshimini!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Revenge" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.