Revenge escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 3
Capítulo III




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Seguindo pelo caminho do bosque, os guardiões honorários, bem como os alunos intercambistas, rumavam para a parte ginasial da Escola. Atravessando pelo caminho de tijolos, circundados pela pequena floresta, eles andavam sem pressa. Acima de suas cabeças, os Shugo Charas se reuniam, sobrevoando o local lentamente, e conversando sobre seus donos e suas experiências. Yaya e Kairi ficaram para trás, indo para a aula, embora a ás insistisse que queria ir junto com os outros. Utau e Ikuto seguiram com Tsukasa, e provavelmente iriam para casa depois disso.

Tadase parecia ter ficado empolgado com sua função de guia turístico, e após explicar as divisões e departamentos da escola, agora discursava sobre sua história, contando sobre sua fundação europeia, o longo currículo de parceria com outros países, as famosas passagens secretas, alguns mistérios e as lendas, a maioria envolvendo os ovos do coração, que rondavam o lugar. Ninguém prestava atenção nas histórias de Tadase, e seguiam seu caminho distraidamente, exceto Anna, que parecia absolutamente admirada com as palavras do garoto, e não desviava os olhos dele nem mesmo um segundo.

Atrás deles, Nagihiko respondia às perguntas de Stéffanie sobre as histórias antigas do Japão, e nesse momento, narrava a lenda do Tanabata, sobre o amor de Orihime e Hikoboshi. Sem demonstrar reação em nenhum momento, a garota estava absolutamente encantada com a história, e com a maneira que o garoto a narrava, embora insistisse em fazer comentários aleatórios para disfarçar isso. Kukai tentava iniciar uma conversa com Miguel, falando sobre futebol, citando os jogadores e os times portugueses, mas o garoto, mesmo que estivesse tentando se integrar na conversa de forma relevante, não sabia absolutamente nada sobre o assunto.

Depois de andarem por muitos minutos, com Rima reclamando a todo o momento sobre o quando o Royal Garden ficava longe da sua nova escola, e com Amu a respondendo que ela deveria parar de tomar chá, assim teria mais disposição para caminhar, eles enfim chegaram até o portão que separava a floresta da escola. Tadase se apressou e abriu-o, afastando-se para dar passagem a todos, e logo depois voltando a fechá-lo.

A divisão Ginasial da Seiyo havia sido construída mais recentemente que a parte elementar, e por isso não tinha muitos alunos ainda, embora sua estrutura fosse enorme, digna de uma mansão vitoriana. Um chafariz redondo marcado com representações de lua e estrela, que eram o emblema da escola, funcionava ininterruptamente, formando pequenos arco-íris em contato com a luz do sol. Havia alguns poucos alunos, indo e vindo, e esses, ao verem o grupo de guardiões se aproximarem na direção da entrada, não demoraram a começar a comentar sobre o assunto.

— Parece que as pessoas daqui são iguais as da minha escola... – Miguel observou, enquanto subiam as escadas da entrada, ouvindo o cochichar das alunas que estavam mais a frente.

— É bom ir se acostumando, viu?! – Rima comentou com descaso, enquanto eles paravam no hall de entrada – Esse é o passatempo favorito das garotas daqui, e até dos meninos. Ninguém sabe o que é cuidar da própria vida!

— Não fale assim, Rima-chan! – censurou Nagihiko, e a garota bufou, incomodada – O que nossos novos colegas irão pensar com você dizendo essas coisas?

Yo não pensarei nada demais, afinal, en mi escuela era la misma cosa! – Stéffanie pronunciou, e então, se dirigiu à Tadase – E usted saberia decir qual seria nuestra sala de aula?

— Ah, sim! – Tadase sorriu, prestativo – Gonçalves-san irá ficar na mesma sala do Souma-kun, afinal, os dois estão no oitavo ano – ele indicou, e Kukai sorriu para Miguel, que corou ligeiramente – De la Blanca-san, você ficará na mesma sala que o Fujisaki-kun e Hinamori-san, a 7-A.– disse, e Stéffanie olhou para Nagihiko, que sorriu para ela, assim como Amu, e então desviou rapidamente o olhar – Lewis-san, você estará na mesma sala que eu e a Mashiro-san, 7-C. – ele sorriu para a garota, que corou, com os olhos brilhando na sua direção.

And… não tem problemas usarmos esses uniformes? – ela apontou para o próprio vestido cinza.

— Ah, não… os uniformes novos que Tsukasa-san encomendou ainda não chegaram afinal. – Tadase explicou.

— E como esse é o primeiro dia, e vocês não estão com seus materiais, irão apenas assistir mesmo, para irem se acostumando. – Nagihiko argumentou.

— Então é melhor irmos logo, não é? – Amu observou, olhando ao redor – É por aqui, Stéffanie-san – ela indicou, andando para o corredor principal. Nagihiko a acompanhou, e a espanhola não viu outra opção além de segui-los até aquela que seria sua sala de aula durante um período indefinido, juntamente com Setsuna, que fazia anotações em seu livro.

— Me acompanhe – Rima bradou, tomando a dianteira pelo lado oposto, logo depois dos outros.

All right – Anna animou-se, assim como Peach, saltitando para o lado da pequena loira, e sendo seguida por Tadase, que caminhava tranquilamente – Wow! Este lugar é tãaao grande! I like this place!

Assim que sumiram no corredor, Kukai sorriu sem graça para Miguel, já que os dois ficaram para trás.

— É melhor irmos também, não é? – Kukai sorriu, começando a andar na frente, e Miguel, depois de alguns segundos de distração, piscou atônito e o seguiu, com Grace voando baixo ao seu lado – A sala fica no terceiro andar!

Os dois subiram as escadas em silêncio, com Kukai sentindo-se incomodado com a falta de assunto, e atravessaram o corredor, ao chegar ao terceiro piso. Chegando a frente da sala que trazia a placa 8-C, ele abriu a porta, levantando o braço em uma saudação ampla, e o professor interrompeu sua aula ao vê-lo. Miguel se encolheu, ao entrar na sala e ver que todos o observavam com ávido interesse.

— Acho que todo mundo já sabia que a escola ia receber estudantes de intercâmbio, nee? – Kukai indagou em voz alta, prendendo a atenção de todos os alunos – Sore demo... Esse aqui é o Miguel Gonçalves-kun, da Escola... escola... como é mesmo? – ele indagou para o garoto, que ainda não havia levantado o olhar.

— Planalto... Colégio Planalto... – ele disse, em voz baixa, que apenas Kukai foi capaz de ouvir, já que estava bem ao seu lado.

— Isso, Planalto. Ele era Rei lá! Sejam... gentis com ele. É isso – ele se atrapalhou, sem saber ao certo o que deveria ser dito nesse tipo de situação.

Miguel ouviu um burburinho se formar, assim que Kukai se silenciou, e enfim levantou os olhos, vendo todas aquelas pessoas o encarando fixamente. As garotas mal podiam conter suas animações, fazendo comentários empolgados e esfuziantes sem parar, enquanto os garotos apenas o analisavam indiferentemente, alguns o vendo como uma séria ameaça, ainda maior que os guardiões. Um garoto estrangeiro era sempre um perigo, e afinal, não sobraria garota nenhuma para eles se todas se encantassem somente pelos guardiões.

— Hm... Prazer em conhecê-los – ele murmurou meio a contragosto, acenando com a mão discretamente e sorrindo de canto. Grace riu da apresentação simples do seu dono, certamente pensando que ele deveria tentar se destacar mais.

Depois disso, algumas garotas mais escandalosas deram pequenos gritinhos entusiasmados, enquanto outras apenas coravam ao ver o bonito sorriso do rapaz. Ele suspirou, cansado, e avançou para a classe vazia mais próxima, que era a primeira ao lado da janela. Kukai também tomou seu lugar, bem no meio da sala.

— Você está a enxergar, Miguel? Olhe ao seu redor– Grace sentou na sua frente na classe, animada em excesso – Os gajos japoneses são todos uns fofos! Você teve sorte de vir para cá! Esse Kukai não é nada mau, aquele brinquinho que ele usa é muito charmoso... e tem olhos verdes tão lindos...

— Pare de falar asneiras, Grace! – Miguel ralhou, olhando apreensivamente para os lados – Se alguém a ouve, nós estaremos em apuros!

— Ah, vamos lá! Vá dizer que não deu nem uma olhadinha para o Rei loiro, ou para aquele rapaz de cabelos longos, que mais parece com uma menina? Talvez tenha gostado do alto de cabelos azuis... o moreno de óculos... Até mesmo o diretor da escola me pareceu atraente... aah, esse lugar é o paraíso!

— Isso não importa! – Miguel virou o rosto para fora, tomando cuidado, como sempre fazia ao conversar com Grace em lugares públicos, de não ser eloquente demais, ou alguém acabaria percebendo – E, me pareceu que a rapariga de óculos se interessou pelo loiro, ela é tão óbvia! Eu não a culpo... estudando em uma escola só de garotas, ela deve ser bem suscetível a esse tipo de situação, ainda mais com um príncipe daqueles... E a outra, espanhola, deve ter se encantado por algum deles também, eu não duvido nada, e suponho que seja o gajo que tem cabelos compridos, ela parecia absolutamente interessada ao conversar com ele no caminho para cá, embora fosse insistente ao disfarçar... e... e... eu nem sei por que diabos estou a ter essa conversa com você!!

— Hunf... e vai negar que você gostou do garoto-gato? Ele não era lindo? – ela indagou, maliciosamente.

— Talvez... seja... mas eu não sei como isso viria a ser relevante! – ele murmurou, afundando o rosto ruborizado na mão. Grace apenas sorriu, achando que aquela mudança de ares faria muito bem para o seu dono.




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No andar de baixo, outros três guardiões seguiam seu caminho. Anna acompanhava de perto Tadase e Rima, ao mesmo tempo em que olhava admirada para todos os lados, apreciando cada pequena parte da arquitetura rebuscada da escola. Ela andava fitando sonhadoramente o teto, e isso não parecia de forma alguma seguro, de maneira que Tadase voltava o olhar para trás a cada segundo, com preocupação.

Enfim, chegaram até a frente da sala 7-C, e Tadase se adiantou para abrir a porta, tomando à dianteira. Rima o seguiu de perto, absolutamente entediada, e Anna adentrou logo depois, apertando as mãos nervosa, imediatamente transformada ao sentir os olhares incômodos em cima de si.

— Com licença... – Tadase pediu ao entrar, parando em frente ao quadro negro, e todas as pessoas da sala voltaram sua atenção nele. Anna parou ao seu lado, com os olhos pregados no chão, Peach sentou sobre sua cabeça, bem descansada, e Rima suspirou, querendo poder se acomodar em seu lugar o quanto antes – Como todos já foram informados, hoje receberemos alunos de intercâmbio na escola. A senhorita Anna Lewis, aqui presente – ele indicou Anna, e ela tremeu ao sentir novamente os olhares voltados para si – Ela veio da Inglaterra, da Escola para Garotas Holy Trinity, onde ocupava o posto de ás. Espero que sejam todos muito receptivos, e a tratem com o devido respeito.

Is... i-is a.. is a pleasure to m-meet you all... – Anna pronunciou, curvando-se à maneira dos japoneses, tentando ser clara o suficiente, mas com a voz falhando. Ao erguer-se de novo, com o rosto pegando fogo, viu que todos falavam ao mesmo tempo, sem sequer disfarçar o alvo de seus comentários.

Waa! Olha só pra essa garota! Ela consegue ser quase menor que a Rima-sama!

Eu não gostei... ela está perto demais do Hotori-sama...

Etto... ela não parece meio estranha?

— Você acha? Eu achei kawaii...

— Nãao! Ela nem parece inglesa! Mite!

Enquanto todos falavam ao mesmo tempo, Anna se retraia cada vez mais, aos poucos se escondendo atrás de Tadase e sem coragem para levantar os olhos. Rima a observava em silêncio, tentando decifrar seu comportamento contraditório. Mesmo agindo tão amigavelmente durante todo o dia, ela não sabia como lidar com tantas pessoas. Havia conseguido ser espontânea no início por que estava absolutamente eufórica com a viagem e a possibilidade de conhecer o seu país preferido. Quando enfim chegou, se sentiu à vontade com os guardiões, achou tudo muito lindo, e escutar o idioma que ela só conseguia ouvir nos animes que assistia, de uma forma tão casual, era absolutamente fantástico. Mas agora, com tantas pessoas falando ao mesmo tempo, sendo que ela não conseguia compreender nem metade do que diziam, e com todos eles a analisando e observando diretamente, como se ela fosse um animal raro de zoológico, a ficha finalmente caiu, e ela compreendeu o que significava estar sozinha em um lugar estranho e diferente do que ela estava acostumada.

Com as pernas bambas, ela seguiu Rima, e sentou no lugar ao lado dela, no centro da sala. Todos os olhares se voltaram automaticamente para ela, com uma indiscrição notável. Anna mordeu os lábios, camuflando-se atrás da franja. Por sorte, quem ocupava o lugar a sua frente era Tadase, e ela sentiu-se aliviada por saber que ao menos não haveria uma pessoa estranha a encarando fixamente de tão perto.

–- Lewis-san – Tadase sussurrou, virando-se discretamente na direção dela, assim que a professora recomeçou sua aula, embora os burburinhos fossem tantos que era óbvio que ninguém prestava atenção. Ela levantou os olhos devagar, um pouco perdidos por trás das lentes dos óculos – Etto... vai dar tudo certo, está bem? Não se preocupe...

— Ahn... T-thank you... – Anna sorriu envergonhada, após um segundo processando a situação. Tadase retribuiu o sorriso gentilmente, e voltou-se para a professora de novo - ... my prince charming... – Ela sussurrou para si mesma, distraidamente, sorrindo como uma tola. Peach, que se equilibrou todo o tempo sobre a cabeça da sua dona, espiou para baixo, vendo o pequeno sorriso sonhador que ela formava, e então sorriu sabiamente, puxando o seu bloquinho e fazendo alguns rabiscos daquela cena, sem querer perder nada.





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No lado oposto daquele corredor, Amu e Nagihiko também conduziam sua colega espanhola até a sala. Assim que adentraram, os estudantes já começaram a comentar, em voz baixa e ao mesmo tempo, muito evidente. Stéffanie lançou a eles um olhar severo e penetrante, que os fez silenciar na mesma hora, embora estivesse por dentro nervosa a ponto de roer as próprias unhas ou qualquer outro comportamento desconexo desse tipo. Conteve-se e respirou fundo, ouvindo as palavras que Nagihiko direcionava à turma com sua voz calma.

— Com já foram informados anteriormente, nossa escola estará recebendo alunos de diferentes países, em intercâmbio. – Ele dizia cadenciadamente, enquanto absolutamente todas as garotas presentes, e até mesmo alguns dos garotos, olhavam fixamente para ele. Stéffanie, embora estivesse acostumada tanto com os comentários infindáveis quanto com a atenção desmedida para com os guardiões, já que não era diferente na sua escola, não pode deixar de pensar que aquela evidente admiração fundamentalmente feminina dirigida ao garoto era no mínimo um exagero, além de muito irritante. – Essa é Stéffanie De la Blanca, e ela será estudante da Seiyo durante um longo período. Espero que a recebam amavelmente, e a ajudem no que ela precisar.

Buenos Días, yo soy Stéffanie, e venho da Escuela Nuestra Señora de la Guadalupe, da Espanha. – a garota pronunciou, achando que já estava na hora de se posicionar – Es um placer conocer-los.

— Por aqui, Stéffanie-san – Amu indicou uma cadeira vazia na segunda fileira a contar da janela, e ela tomou o lugar, sentindo o olhar atento de todos os alunos queimando as suas costas, embora eles estivessem se refreando para não comentar nada em voz alta, considerando o olhar sério que ela ainda conservava. Setsuna a acompanhou, sentando sobre a classe vazia e abrindo seu livrinho, lendo-o com atenção completa.

A Coringa rosada continuou até seu lugar no meio da sala, e Nagihiko sentou-se no lugar ao lado da janela, que também ficava bem ao lado de Stéffanie.

— Ei... – ela chamou, depois de alguns segundos, em que o professor tentava retomar a aula – Usted não quer cambiar comigo? – perguntou discretamente, assim que Nagihiko a atendeu.

— Trocar? Trocar o que? – ele sussurrou de volta, sem entender.

— De lugar! Me gusta la ventana. Deixe-me sentar na janela! – ela pediu novamente, e Setsuna, pareceu imediatamente esquecer o livro e começou a ouvir a conversa sussurrada dos dois.

Nani?! E por que eu faria isso? – Nagihiko retorquiu, vendo a garota contorcer-se de impaciência, e repentinamente achando isso divertido.

— Por que estoy te pedindo! – ela disse, inquieta, cerrando os punhos.

— A Stéffanie gosta de sentar perto da ventana, Señor Nagihiko – Setsuna se meteu na conversa, voando até a classe dele – Ela gosta de olhar para fuera e imaginar as histórias das pessoas que passam lá embaixo, e tanbién de mirar la paisagem.

Etto... sendo assim acho que eu posso...

— Fujisaki-kun e Blanca-san, há algum problema? – o professor chamou em voz alta, sobressaltando aos dois, que ficaram prontamente eretos, sendo que nem haviam percebido que estavam se inclinando um na direção do outro.

— Anh... a Blanca-san não tem ainda o livro que o senhor está usando, sensei – Nagihiko disse rapidamente, e o professor assentiu com a cabeça.

— Certo... por favor, Blanca-san, sente-se com Fujisaki-kun o resto da aula, e preste atenção no livro... a senhorita entende bem o idioma, não entende? – o professor indagou, preocupado que estivesse sendo muito rígido com a aluna nova.

Sí, yo conprendo, sín problemas. Pode continuar – Stéffanie disse rapidamente, e então olhou para Nagihiko, estupefata.

— Venha, não vai conseguir ver o livro daí – ele murmurou, sorrindo de canto e puxando a classe dela para perto da sua, colocando o livro entre as duas para que ela pudesse ver também.

— Tonto! Yo não preciso da sua ayuda – ela replicou, ajeitando seu lugar ao lado de Nagihiko, ciente dos olhares insistentes que estavam focados nos dois.

No es lo que parece... – Nagihiko divagou, em espanhol, e Stéffanie o encarou incrédula, com o rosto corando furiosamente. Com essa reação, ele sorriu satisfeito, virando a página em silêncio. Setsuna riu, escondida nos cabelos da dona, que havia desviado o olhar imediatamente, disfarçando o rubor. Talvez ela conseguisse muito mais do que apenas uma história para um livro com essa viagem, afinal de contas.




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O sino que indicava o fim das aulas soou melancolicamente pela escola, e todos os estudantes moveram-se guiados pelo seu som. A tarde já ia se esvaindo, nos tons escuros de laranja, amarelo e vermelho, que iluminava todo o lugar inteiramente.

Woow!!!! Eu nunca vi um pôr-do-sol assim! It’s so beautiful! – Anna bradava admirada, com o rosto colado na janela da escada.

— Vamos logo, já devem estar nos esperando! – Rima puxou Anna mais uma vez, forçando-a a descer as escadas, já cansada da mania da inglesa de se distrair a cada segundo com algo diferente. Tadase seguia as duas, em silêncio.

— O que nós iremos fazer agora, P-prince Charming? – ela indagou, enquanto desciam as escadas. Tadase não parecia se incomodar com o apelido, e até achava fofo, mas o fato era que a garota o chamava assim por que não se recordava do nome de ninguém, nem mesmo do dele, ainda que tivessem se apresentado há poucas horas atrás.

— Bem, hoje não haverá reunião no Royal Garden por que vocês devem estar cansados depois de viajar durante toda a noite, então iremos direto para casa – ele respondeu.

— E nós devemos nos apressar, por que minha mãe já deve estar nos esperando no carro – Rima observou, assim que chegaram ao térreo. Na entrada, perto dos armários, todos os outros já os esperavam.

— Vocês demoraram! – Yaya, que inesperadamente já estava no grupo, assim como Kairi, se pronunciou de forma escandalosa, balançando os braços ao ver os três se aproximarem.

— Acho que nós já podemos ir para casa, nee? Eu tô morrendo de sono, por ter tido que acordar mais cedo... – Kukai reclamou, começando a caminhar na frente, e sendo seguido pelos outros na direção da porta de saída.

— Você vai vir com a Yaya, não é Onee-chan? – Yaya se pendurou no braço de Stéffanie, saltitando animadamente.

Yo voy, yo voy – ela respondeu, tentando se desvencilhar, sem sucesso.

— Você arrumou um problema, Blanca-senpai... – Kairi observou, intimamente aliviado por Yaya ter arrumado outro passatempo, o que significaria que ele finalmente teria algum tempo de folga depois de ter aguentado ela desde o início do semestre.

— Eei! Tadase-sama! – ouviu-se uma voz esganiçada, e todos olharam para trás ao mesmo tempo, vendo uma figura de cabelos castanhos e ondulados e pesada maquiagem se aproximar – Tadase-sama ia ir embora sem me apresentar os nossos novos amigos?

— Ah... Yamabuki Saaya... – Amu resmungou com pesar, e todos, exceto os três que não conheciam a garota, suspiraram desanimadamente com a menção do seu nome. Tadase sentiu um arrepio agourento ao ouvir seu nome dito por ela, e recuou um passo.

— É um prazer que me conheçam! Eu sou Yamabuki Saaya! – a garota proferiu, soltando uma risada arrogante logo depois – Eu sou a garota mais popular dessa escola, vocês devem com toda a certeza ter ouvido falar de mim!

Yo nunca ouvi hablar de usted – Stéffanie comentou com descaso, cruzando os braços.

— Eu também não ouvi, I’m sorry... – Anna ponderou, confusa.

— Maquilhagem demais, saia de menos... – Miguel olhou Saaya de cima a baixo – É, agradeço aos céus por nunca ter sequer ouvido falar...

Saaya deixou seu queixo cair, indignada, mas se recuperou rápido, e voltou a sustentar sua pose altiva.

— Eu sou uma grande personalidade aqui dessa escola! – ela bradou, confiante - E mais... eu sou a pessoa amada do Tadase-sama! Nós estamos apaixonados, não é, Ta-da-se-Sa-ma?!?! – Ela se dirigiu ao loiro, que recuou até estar atrás de Kukai, mas isso não a impediu, de saltar sobre ele e tentar agarrá-lo.

Yametekudasai!! – Tadase pediu, se desvencilhando do abraço pegajoso da garota, que parecia completamente alheia aos seus protestos – Me solte, Yamabuki-san!

— Pessoa amada... – Anna murmurou, com um leve tom magoado na voz – O Prince Charming e essa garota estão... estão... fall in love?

O que?? – Tadase estava atônito, tentando fugir das mãos rápidas da Yamabuki – Não!! De maneira nenhuma, Lewis-san!!!

— Ela é só uma maluca, Anna-tan! – Yaya explicou, um pouco mais animada com a situação do que deveria – Não leve ela em conta.

— Hunf~ eu tenho que ir agora! – Saaya anunciou, jogando os cabelos para trás – Até amanhã, my darling! – ela cantarolou, e Tadase a encarou com receio. Logo depois, ela deu as costas, não sem antes atirar um beijo na direção do loiro, que apenas se encolheu.

— Vamos logo para casa! – Rima resmungou, já cansada da presença daquela garota. Assim, o grupo chegou até os portões da escola, que ficava do lado oposto ao qual eles havia adentrado inicialmente, e onde muitas pessoas agora se separavam, indo também para casa.

— Minha casa fica por aqui, Miguel-kun – Kukai informou, virando para o lado.

— Sim, tudo bem – Miguel assentiu, acompanhando-o, e Grace voou na sua direção, muito alegre.

— Tome cuidado com os irmãos dele, Micchan! – Yaya alertou – Os Souma são um perigo!!!

— O que? – Miguel indagou, repentinamente assustado.

— Não é nada, não ouça o que ela diz! – Kukai puxou Miguel, alarmado, fazendo-o seguir seu passo e deixando os outros para trás.

— Onee-chan... Anna-tan... Micchan... ela já está totalmente à vontade nee... – Amu comentou, com uma gota na cabeça.

— Como esperado da nossa às... – Rima completou, inexpressivamente – e por falar em ás, nós também temos que ir, Anna-san, minha mãe já deve estar... Anna-san?

— Ué, onde está a Anna-tan? – Yaya indagou, olhando para os lados. Todos os outros fizeram o mesmo.

— Ali! – Tadase apontou para a garota, agachada perto do portão aberto.

— Gatinhoo! Waa~ so cute!!! – ela gritava, extasiada, com um gato branco no colo.

— Anna-san!! – Rima correu até ela – Nós temos que ir! – ela puxou a garota pelo braço, arrastando-a, com muita dificuldade devido ao seu tamanho, para o lado oposto. Anna abraçou o gato com ainda mais força, mas no fim, foi obrigada a soltá-lo.

All right... – Anna suspirou, derrotada, seguindo Rima na direção do polido carro preto que estava estacionado logo a frente – Good bye! Até amanhã! – ela acenou amplamente para todos, sorrindo alegremente, e entrando no carro depois.

— Bem... eu tenho que encontrar o Tsukasa-san para ir para casa – Tadase disse para os que restavam, após observar o carro se afastando pela rua – Utau-nee e Ikuto-nii-chan disseram que iam para lá depois das aulas, tenho que me apressar... matta ashita, minna! – ele sorriu, e após se despedir, voltou para dentro.

— Nós também temos que ir, Onee-chan! – Yaya disse, rebocando Stéffanie para o lado oposto da rua.

— Também vou nessa direção – Amu disse, começando a caminhar no mesmo sentido das duas.

— Eu vou com vocês – Nagihiko disse, apressando-se atrás delas – Pode ser perigoso para três garotas andarem por aí sozinhas.

Yo no veo como um garoto que parece una chica como você pode ser de alguna ayuda – Stéffanie comentou, sem olhar para trás, enquanto acompanhava Yaya e Amu pela rua.

— Aaah! Se você visse como ele fica quando faz Chara Change com a Temari, não diria isso! – Yaya informou sutilmente, com um semblante astuto.

— Verdade... – Amu ressaltou.

— Parem de falar dessas coisas! – Nagihiko alarmou-se, apreensivo, atrás das garotas. Yaya e Amu riram, enquanto Stéffanie apenas as observava, sem entender.





Eles continuaram seu caminho, rindo e conversando na medida do possível, apesar das barreiras linguísticas. Porém, logo atrás, os fitando sombriamente, alguém falava no telefone, e isso não parecia nem um pouco agradável.

— Sim, são três estrangeiros. E eles vão ficar com os guardiões. Ah, eu não entendo...Ainda não sei dos detalhes... mas eles parecem bem amigáveis. Bem, se eu souber mais alguma, coisa, eu conto, tá bem?!



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Notas finais do capítulo

Vocabulário
Espanhol:
decir - dizer
cambiar - trocar
en mi escuela era la misma cosa - na minha escola era a mesma coisa
Buenos Días - Bom dia
Es um placer conocer-los - É um prazer conhece-los
Me gusta la ventana - Eu gosto da janela
Tanbién - também
Mirar - olhar
Sí, yo conprendo, sín problemas - Sim, eu entendo, sem problemas
No es lo que parece... - Não é o que parece
Yo no veo - eu não vejo
una chica - uma garota
Inglês:
I like this place! - Eu gosto desse lugar!
Is a pleasure to meet you all - É um prazer conhecer a todos
Its so beautiful - É tão lindo!
my darling - meu querido



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