Revenge escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 20
Capítulo XX




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Depois do que pareceu horas de viagem, o grupo finalmente chegou em "Sabe-Deus-Onde-Raios-Era-Aquele-Lugar", que consistia basicamente em uma densa floresta, com árvores crescendo muito juntas e embrenhadas uma na outra,com uma nascente mais ao fundo e uma área descampada, onde eles resolveram montar as barracas. Ikuto deixou "aquilo" que ele e Tsukasa chamavam de carro, estacionado na entrada da floresta, onde as árvores ainda cresciam um pouco mais separadas, e de muita má vontade foi ajudar os mais novos a retirar a bagagem do porta-malas e levar até a clareira onde montariam acampamento.


Depois de mais uma nova discussão, eles decidiram se dividir em dois grupos para ver quem ajudaria a fazer o quê: A idéia inicial de mandar simplesmente os garotos montarem as barracas, enquanto as meninas cuidavam da comida, foi logo descartada, visto que tanto Yaya quanto Anna não pareciam ter a menor aptidão na cozinha. E também havia o fato de que Tadase, e talvez até mesmo Miguel, pareciam ser.... inaptos, digamos assim, para trabalhos braçais, como cortar lenha ao ar livre, por exemplo.


No final ficou decidido o seguinte: Kukai acenderia a fogueira, Yaya cuidaria de arranjar alguns peixes no rio próximo (inicialmente ela se ofereceu para cuidar da fogueira, mas reconsideraram a idéia de deixar a Às mexer com fogo), Ikuto montaria as barracas, com a ajuda de Miguel, Anna se aventurou a colher alguns vegetais na floresta, e Tadase a acompanhou, visto que foi encarregado de recolher lenha, e Nagihiko e Stéffanie tentariam cozinhar alguma coisa com o material que já tinham em mãos. No entanto, era mais que óbvio que essa última escolha (de Yaya por sinal) estava longe de dar certo.


No, no, yo já hablei que está errado! Usted precisa cortar los vegetales em pedazos maiores, está cortando tudo muy miúdo!– a espanhola exclamou pela terceira vez seguida em menos de cinco minutos
– E eu já te falei que os pedaços precisam ser pequenos, pra acentuar melhor o sabor da comida! - Nagi repetiu o que tinha dito à ela nas três últimas vezes em que a garota reclamou
Pero está pequeño demais! Se vai cortar assim tão minúsculo, seria mejor se usted socasse ou esmagasse luego las folhas ao invés de cortar! - ela exclamou, irritada e com certo sarcasmo na voz
– Ah... esmagar ao invés de picar... é claro, é isso! Será muito mais fácil se eu simplesmente esmagar! Tem razão, obrigado - o Valete respondeu, levando à sério o comentário irônico da garota, ainda que não se soubesse se ele tinha mesmo acreditado ou se só estava fazendo isso para irritá-la, e começando a socar as verduras. Se era ou não provocação, não importava, Stéffanie parecia absolutamente indignada de qualquer forma
– Não vai socar nada não! Me dá isso aqui, yo misma corto! - ela não pensou duas vezes em tomar a faca e os vegetais das mãos dele - Usted vai descascar los legumes!
– O que?! Não mesmo, descasca você!
Yo biém que gustaria, pero usted no puede nem cortar simples verduras, entonces yo tengo que hacer esto!– ela reclamou entre os dentes
– Mas eu estou socando eles, do jeito que você falou! - ele exclamou, insistindo na idéia apenas para irritá-la, ainda que isso pudesse custar o sabor da comida - Anda, pára de reclamar e vai descascar as batatas!
– Mas que rayos... garoto aburrido, estúpido.... irritante... - Stéffanie bufava entre os dentes, dando-se por vencida e indo fazer o que ele dizia, e descontando toda sua raiva na pobre batata em suas mãos que nem tinhaculpa de nada.

– Ei, Yaya... tem certeza de que foi uma boa idéia colocar aqueles dois pra cozinharem juntos? - Kukai perguntou para a ruiva enquanto observava a cena de longe. Ele bem que tentou acender a fogueira no início, mas os berros dos dois não conseguiam deixá-lo se concentrar em mais nada, até que ele enfim desistiu de tentar fazer fogo esfregando dois pauzinhos um no outro e se sentou em um tronco para observar a discussão
– Mas é claro que foi uma boa idéia, foi uma ótima idéia! Você vai ver, vai ficar realmente bom quando as coisas começarem a esquentar! - Yaya exclamou de volta, visivelmente empolgada. Ela ainda estava com a vara de pescar nas mãos, embora estivesse longe de conseguir algum peixe, o máximo que obteve foi uma bota velha tirada das profundezas de um rio poluído
– Não sei não... esses dois parecem que vão sair no tapa a qualquer momento... sem falar que isso pode comprometer nosso almoço - Kukai comentou, mais preocupado com seu estômago do que em stalkear os dois amigos - Ahh olha, ela começou a xingar ele de novo... não acho que seja uma boa idéia deixar uma garota de pavio curto feito ela com uma faca nas mãos
– Ihh relaxa, a Onee-chan se irrita fácil, mas ela jamais faria mal ao Nagi! Pelo menos eu acho... - a Às respondeu, sem inspirar muita confiança. Ao ouvir uma nova discussão se iniciar, ela se calou outra vez para prestar atenção.

– Não, não é assim! Você está cortando a casca muito grossa, está desperdiçando legumes desse jeito! - Nagihiko repreendeu ao ver o modo como a garota estava descascando as batatas
D-Déjame em paz e cuide da tua parte! Usted gusta tanto de picar vegetales... vai lá hacer esto então, e me deixe! - ela rebateu, corando levemente pro ter sido repreendida
– Eu vou cuidar da minha parte assim que tiver certeza de que você está fazendo a sua direito! Ah, não é assim... me dá isso aqui - sem esperar por uma resposta, ele segurou a mão da garota na qual ela ainda segurava o cabo da faca, e colocou-se atrás dela, segurando a mão em que ela ainda segurava a batata entre a sua com a outra.


Stéffanie arfou, surpresa com as ações dele, e chocada demais para restistir, protestar ou esboçar qualquer outra reação que fosse senão corar furiosamente e arregalar os olhos em choque. Ainda segurando as mãos dela entre as suas, Nagihiko às juntou até circundá-las à frente do corpo, em uma espécie de abraço, e aproximando mais seu corpo do dela para conseguir isso, até que seu peito encostasse nas costas da garota. Aproveitando que as mãos da espanhola agora estavam trêmulas e não apresentavam resistência, ele continuou a tarefa de descascar o legume, agora cortando a casca bem mais delgada, de modo a aproveitar melhor a batata.


– Está vendo? Precisa cortar a casca mais fina, pra não desperdiçar os legumes... assim... - ele dizia, tentando ensiná-la, ainda que Stéffanie não estivesse prestando atenção nenhuma na explicação. Sentiu o hálito quente dele bater em seu pescoço quando ele falou, e precisou morder os lábios para não deixar escapar nenhum ruído estranho
– Kyaaaa! O Nagi está agarrando a Onee-chan!! Viu só, eu disse que ia ficar bom quando as coisas começassem a esquentar!! - Yaya não se aguentou mais e soltou um grito agudo, balançando-se de um lado para o outro, visivelmente empolgada com a cena
– Olha só, não sabia que o Fujisaki era tão ousado! Hahahahahahaha! - Kukai caiu na gargalhada, quase caindo pra trás, fazendo coro aos gritinhos histéricos da ruiva
– Quem diria, hein.... e eu que não apostava nem um centavo nesse fedelho com cara de menina! Realmente, pode-se esperar de tudo de vocês pirralhos Guardiões - Ikuto riu debochadamente, voltando a exibir seu costumeiro sorriso pervertido. Também tinha interrompido seus afazeres, aparentemente já tinha algum tempo, para observar a cena
– Woow... não sabia que ele era tão atrevido... - Miguel murmurou para si mesmo, com assombro na voz e um pouco corado
– Atrevido nada, ele tá mais do que certo! - Ikuto exclamou, aparentemente tão empolgado quanto Yaya - Muito bem, pirralho, amansou a fera! Agora vai lá, aproveita e dá o bote!


Aparentemente o fato de notarem que tinham platéia pareceu despertá-los para a realidade, ou pelo menos despertou apenas Stéffanie. Sentindo o rosto queimar furiosamente, e arregalando os olhos e a boca, ela fez um esforço descomunal para se soltar dos braços de Nagi, recuando vários passos para longe do garoto.


P-P-P-Pero que demonios ustedes están haciendo?! – a espanhola gritou, tentando inutilmente disfarçar a vergonha com raiva - U-Ustedes deviam estar cuidando das suas tarefas!! Ustedes dos, parem de hacer esos... c-comentários absurdos.... e terminem luego de arrumas essas barracas!
– Hai, hai... droga, por que as mulheres são tão temperamentais?! - Ikuto resmungou, se arrastando preguiçosamente até as barracas que ainda faltavam arrumar
– Eu não sou a melhor pessoa pra se perguntar isso, sabe... - Miguel murmurou, embaraçado tanto com o comentário do mais velho quanto com a cena que presenciara, seguindo o neko até onde estavam as barracas
– Y ustedes! Deberian estar cuidando de assar los peces, e não... a-assistindo él trabajo de los otros!– Stéffanie berrou, apontando ameaçadoramente para Kukai e Yaya, ainda que seu rosto enrubescido e o fato de estar tremendo feito vara verde não metessem muito medo agora
– Vocês realmente deviam estar cuidando das suas tarefas, Souma-kun, Yaya-chan.... ou por acaso querem ficar sem almoço? - Nagihiko acrescentou, mais irritado do que cosntrangido com a interrupção
– Hein?! Ah... n-nós estávamos, isto é, eu estava tentando acender a fogueira, mas... err... é que... a Yaya ficava jogando água pra todo lado e não pescava nada, e acabou espirrando água na lenha e eu não consegui acender nada, e... a culpa é dela!! - Kukai soltou a primeira desculpa esfarrapada que lhe veio à cabeça, temendo seriamente acabar ficando mesmo sem almoço, e apontando acusadoramente para a Às
– Ehhh?! Quer dizer que o Nagi tenta se aproveitar da Onee-chan e a culpa é minha?! Isso não é justo! - Yaya exclamou, fingindo indignação, ainda que no fundo tivesse mesmo certa parcela de culpa, já que foi idéia dela juntar os dois para fazer a mesma tarefa. No entanto, sabia que Nagi sempre cumpria suas ameaças, então caminhou lentamente de volta até o rio, arrastando os pés e reclamando como a vida era injusta, enquanto tentava retomar a tarefa de tentar pescar alguma coisa que não fosse pneus furados ou botas velhas
– Isso não é desculpa, vocês sabem... e Souma-kun, nós trouxemos fósforos, lembra? Deixe de ser preguiçoso e vá procurá-los na mochila ao invés de ficar tentando fazer fogo com dois pauzinhos! - Nagihiko exclamou em tom repreendedor - E você, Yaya-chan, pare de tomar conta da vida dos outros e vê se consegue pescar alguma coisa se quiser ter uma refeição decente
– Mas Nagi, isso não é justo! - a mais nova choramingou fazendo manha - O Kukai teve sua tarefa facilitada por causa dos fósforos, mas a Yaya não...
Deje de quejarse e vai logo pescar alguma coisa, niña aburrida!!! – Stéffanie berrou, perdendo de vez a pouca paciência que lhe restava e interrompendo o que certamente não seria mais do que uma desculpa esfarrapada da mais nova
– Hai, hai, já ouvi... Yaya vai terminar de pescar sim, tá bom, ô Rainha da escravidão?! - Yaya soltou uma última reclamação e conformou-se em retomar sua tarefa em silêncio
– Francamente, esa niña... por que ela no toma conta de la vida de otra persona para variar?! - Stéffanie bufava feito um gato raivoso, enquanto retomava a tarefa de cortar os legumes, ainda que estivesse na verdade é esquartejando a pobre batata ao invés de simplesmente descascar e cortar - Ella bem que podia me deixar em paz de vez en cuando... e espionar otra persona, como aquele Rey pamonha, ou aquela inglesa mais pamonha ainda por ejemplo...
– Agora que você falou - Nagihiko intrometeu-se no monólogo dela, retomando também a tarefa de picar as verduras - Não acha que o Hotori-kun e a Anna-chan estão demorando muito não?









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– Ahh! Cuidado Lewis-san, esse também é venenoso!
What?– Anna parou a meio caminho de colher um cogumelo esverdado e com uma gosma suspeita em cima. Tadase correu até ela e a puxou pelo braço para longe da planta de aparência duvidosa, como tinha feito das três últimas vezes em que a inglesa encontrou algo parecido - I-I'm sorry, Prince Charming, I... e-eu não percebi que aquilo era...
– Tudo bem, não se preocupe. O importante é que você está bem - ele respondeu gentilmente, como sempre fazia, voltando a recolher a lenha que tinha deixado cair no chão quando correu para deter a garota
But... d-das outras vezes foi a mesma coisa... a-acho que eu não posso mesmo fazer isso afinal - Anna murmurou cabisbaixa. Ela até que sabia diferenciar a maioria das plantas venenosas das comestíveis, mas o fato de estar sozinha com Tadase no meio do mato por tanto tempo a deixava tão nervosa que era impossível prestar atenção em outra coisa que não fosse o garoto ao seu lado. E graças à isso, ela não conseguia se concentrar em sua tarefa como devia, e o garoto acabava tendo que fazer o trabalho dos dois - E-Eu não sei o que deu em mim... é verdade que não sou muito... a-attentive.... e que me distraio fácil, but... geralmente não sou tão descuidada a ponto de colher plantas venenosas... ahh desse jeito acabo te atrapalhando, e você vai ter que acabar fazendo o trabalho de nós dois! I'm so sorry, Prince Charming!– ela escondeu o rosto com as mãos, fazendo um esforço enorme para não chorar
– Não diga isso, Lewis-san! Você nunca me atrapalha! - o loiro exclamou, surpreso com o que ela dizia
But.... é sempre assim! Como naquela vez em que você me encontrou quando eu... w-when was I lost... was the same thing!– ela choramingou, de cabeça baixa para não encará-lo nos olhos - V-Você foi... you were so kind to me... v-você me ajudou, me levou pra comer, dividiu seu sorvete comigo, e ainda me salvou daqueles.... f-from those delinquents...
– Ah, aquilo... - Tadase corou ao lembrar daquela ocasião - A-Aquilo não foi nada, Lewis-san... qualquer um faria o mesmo no meu lugar, eu não fiz nada de especial, sério...
Is not true!! – ela exclamou antes que pudesse se refrear, finalmente encarando-o nos olhos - Tinha várias pessoas em volta, e nenhuma delas me ajudou! Só você... só você decidiu me ajudar. You... v-você agiu com um verdadeiro... like a Prince Charming.... naquela noite - ela esboçou um tímido sorriso, emoldurando seu rosto corado, encarando Tadase fixamente com aqueles olhos esverdeados e brilhantes - Mesmo que.... o-os outros tenham dito que foi... a d-date... depois que souberam... - ela acrescentou sem querer antes que pudesse medir suas palavras
– Ah, sim... bem... - Tadase desviou os olhos dela, sentindo sua face queimar drasticamente. Tentou evitar ao máximo tocar nesse assunto de novo depois daquelas insinuações dos colegas, mas não podia deixar a garota pensando besteiras, precisaria esclarecer as coisas com ela uma hora ou outra - L-Lewis-san, eu acho que já deveria ter te falado isso... me perdoe por não dizer nada antes, mas é que... bem... a-aquilo... não foi um encontro
No?! – Anna pareceu mais surpresa do que encabulada - But... the Japanese Ace say...
– Ahh, a Yuki-san, é claro! Tinha que ter o dedo dela nessa história - Tadase interrompeu o gaguejar da garota - Bom... o que quer que a Yuiki-san tenha dito à você, não é verdade. Não devia acreditar em tudo que ela diz... não é que ela seja má pessoa, mas a Yuiki-san gosta de fazer brincadeiras de mal-gosto e fazer piadas, sabe
But... ela disse que... quando a boy and a girl saem à sós... e passeiam, e lancham juntos... and the boy a salva de delinquentes... q-que isso é... a date – Anna insistiu, um tanto confusa, com a cabeça pendendo para o lado, lhe fazendo parecer um adorável filhote de cachorro
– Etto... tecnicamente sim, eu acho... embora nem todos os encontros envolvam delinquentes e salvamentos heróicos, creio eu - o loiro murmurou mais para si mesmo do que para ela - D-De qualquer forma, você não precisa ficar pensando nem se preocupando com isso, está bem? Apenas esqueça e pronto
All right – a inglesa concordou, ainda que tivesse sérias dúvidas de que um dia seria capaz de esquecer de que teve um encontro com Hotori Tadase - Well... e-então, que tal terminarmos de colher as verduras e a lenha? - ela sugeriu, tentando mudar de assunto - Talvez fosse melhor se a gente trocar... pelo menos não vou confundir lenha com nenhuma outra coisa venenosa hahahahahaha... - ela riu sem graça
– Ahh não, não mesmo! Não posso deixar uma garota ficar com o trabalho pesado de carregar lenha! - Tadase negou prontamente
But Prince Charming... nem é tão pesado assim, vej... aieee! - Anna parou a meio caminho de tentar demonstrar que não tinha problema nenhum em ela carregar lenha, espetando o dedo no primeiro galho em que escostou a mão e recuando imediatamente. Começou a sacudir a mão machucada para o lado, gritando e choramingando ruidosamente - Ouch, ouch, ouch... this hurt...
– Ahh Lewis-san! Daijobu desuka? - Tadase correu até ela, segurando a mão que a garota sacudia entre as suas para avaliar o estrago. Havia um pequeno e fino corte no dedo indicador, daonde brotava uma gota de sangue escarlate - Ahh entrou uma farpa no seu dedo... está vendo, por isso eu disse pra você deixar a lenha comigo! Precisamos tirar isso logo antes que afunde mais na pele... etto... b-bem, com licença - inspirando fundo como se isso lhe desse coragem, Tadase segurou o pulso dela com uma das mãos e o dedo machucado com a outra e, sem mais aviso, abocanhou o dedo ferido dela.


Anna ofegou de surpresa, contendo por pouco um gritinho agudo, e corou violentamente, tentando puxar o dedo de volta, sem sucesso. Quando sentiu o garoto passando a língua pelo corte, desistiu de tentar puxar a mão de volta, e deixou que ele continuasse. Podia sentir claramente a língua do Rei passeando pelo seu dedo ferido, em um vagaroso movimento de vai-e-vem. Mesmo quando o corte já havia sido estancado, Tadase por algum motivo relutou em se afastar e continuou a lamber o dedo dela por mais alguns segundos, fechando os olhos para apreciar melhor aquele sabor curiosamente atrativo. A pele da garota era incrivelmente macia, e tinha um sabor meio adocicado, que parecia impedí-lo de se afastar. Quando finalmente percebeu que não poderia continuar com aquilo por muito mais tempo, ele retirou o dedo dela da boca e se afastou alguns passos, finalmente soltando o pulso dela e, quando reabriu os olhos, disse:


– Prontinho. Agora, além de parar de sangrar, a dor também vai sumir num instante
– Ahn... t-t-thanks, I guess – ela murmurou sem jeito, o rosto ainda irremediavelmente corado - B-But you não precisava ter... f-feito isso
– Imagine, você estava machucada, era o mínimo que eu podia fazer! - ele exclamou, como se passar saliva no dedo dos outros realmente fosse capaz de curar um machucado. Curiosamente, no entanto, parecia estar funcionando, o corte nem doía mais. Ou vai ver a vergonha que ela sentia era tanta que até se esqueceu da dor. Pensando bem, isso era mais provável - Além do mais... Lewis-san, você...


Antes que Tadase pudesse dizer seja lá o que ele estivesse prestes a falar, um zumbido passou raspando sua orelha, rápido como uma flecha. Anna também parecia ter notado, e olhou para os lados confusa, procurando pela origem do tal zumbido, quando um segundo vulto passou raspando por sua cabeça, fazendo ela deixar escapar um grito agudo. Os dois olharam para os lados, ambos atônitos, e se viram cercados por quase uma dúzia de Batsu Tamas, que gritavam "nuri, nuri!" em um coro ritmado.


– São Batsu Tamas! - Tadase exclamou o óbvio - Então realmente tinha Batsu Tamas nesse lugar... - ele murmruou para si mesmo, dando a impressão de que no fundo ainda duvidava um pouco da escolha do local para a busca feita por Tsukasa
– Não há tempo para se surpreender, Tadase! Vamos fazer o Chara Change, rápido! - Kiseki veio voando do alto, de algum lugar desconhecido, parando em frente aos olhos escarlates do dono
– Nós também, Anna! Hurry! – Peach veio voando do mesmo lugar desconhecido que Kiseki, parando ao lado da inglesa
All right! Let's go Peach!– Anna exclamou um pouco mais confiante, fazendo o Chara Change com a Chara, enquanto Tadase fazia o mesmo com Kiseki.


O Batsu Tama voltou a atacá-los, atingindo os dois com uma intensa energia negativa, da qual eles felizmente conseguiram se desviar com mais facilidade dessa vez devido ao Chara Change. Tadase contra-atacou com o Holy Crown, mas os Batsu Tamas não apenas desviaram, como também atacaram em seguida, lançando uma massa de energia negativa particularmente forte, e os dois foram obrigados a recuar alguns passos, por pouco não sendo atingidos. Não satisfeitos, os Batsu Tamas ainda voltaram a lançar uma nova onda de energia negativa para nocauteá-los de vez, e teriam atingido Tadase em cheio se Anna não tivesse materializado seu caderno de desenho e usado o Ink Drop, desenhando na velocidade da luz um personagem forte e grandalhão, que se assemelhava a um cavaleiro de armadura retirado de algum jogo de RPG, e fazendo com que este saísse do bloco de desenho que ela segurava e literalmente ganhasse vida, bloqueando o ataque com seu escudo de metal e recebesse o impacto do golpe no lugar do Rei. No entanto, como de costume, parte do dano passava para a Às estrangeira, e ela sentiu um pequeno filete de sangue escorrendo pelo canto da cabeça.


– Lewis-san!! - Tadase parou de atacar por um momento, se aproximando da garota para verificar seu estado - Por que fez isso...? Você está se machucando por minha causa!
I-I'm fine... d-don't worry me, Prince Charming. Eu só queria... poder ajudar você também - ela sorriu sem graça para o loiro, tentando fazer parecer que estava tudo bem, ainda que estivesse meio tonta por causa da pancada
– Vocês... ovos estúpidos, vocês machucaram a Lewis-san.... vão pagar por isso!!! Holy Crown!!! - perdendo de vez a paciência, Tadase tornou a atacar os ovos negros com toda a intensidade que conseguia colocar em seus ataques. Os Batsu Tamas pareceram sentir a fúria do Rei dessa vez, e recuaram mais que depressa, desaparecendo entre as árvores. Só depois que eles sumiram sem deixar rastro foi que o loiro se lembrou que deveriam capturar, e não afugentar os ovos - Ahhh droga!!! Esqueci que era pra gente capturar eles, e não afugentá-los!! Drooooga, eu sou um pamonha mesmo!!
– N-Não diga isso Prince Charming! - Anna apressou-se a dizer, desfazendo o Chara Change - Pelo menos nós não corremos mais perigo... é isso que importa, não é?
– É, acho que sim... e agora também já sabemos que existem mesmo Batsu Tamas vivendo nessa região - Tadase respondeu, conformando-se com a fuga, e desfazendo o Chara Change também
Are you okay, Anna? Ainda está doendo? - Peach indagou, sobrevoando a dona preocupada
Don't worry Peach, foi só um arranhão - ela respondeu, sorrindo, e afagando a cabeça da Chara com os dedos para tranquilizá-la
– Francamente, nem foi nada sério... vocês mulheres são muito exageradas mesmo! - Kiseki resmungou, virando o rosto
– Não fale assim, Kiseki, ela está machucada! - Tadase repreendeu, e o Reizinho bufou contrariado - Melhor voltarmos logo, Lewis-san. Já temos vegetais e lenha mais que suficiente, e precisamos cuidar do seu machucado
O-Okay, como quiser, Prince Charming... - Anna murmurou, corando diante do olhar preocupado do garoto - Vamos voltar.




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Notas finais do capítulo

Vocabulário:
Espanhol:
No, no, yo já hablei - Não, não, eu já falei
Usted - você
Los vegetales - os vegetais
Pedazos - pedaços
Muy miúdo - muito pequeno
Pero - mas
Mejor - melhor
Luego - logo
Yo misma - eu mesma
Yo biém que gustaria, pero usted no puede - Eu bem que gostaria, mas você não pode
Entonces yo tengo que hacer esto - então eu tenho que fazer isso
Aburrido - chato
Déjame - me deixe
Pero que demonios ustedes están haciendo?! - mas o que raios vocês estão fazendo?!
Ustedes dos - vocês dois
Los peces - os peixes
Él trabajo de los otros - o trabalho dos outros
Deje de quejarse - pare de reclamar
niña aburrida - garota chata
otra persona - outra pessoa
Rey - Rei
Por ejemplo - por exemplo
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Inglês:
What? - o que?
I'm sorry, Prince Charming - me desculpe, Príncipe Encantado
But - mas
Attentive - atenta
When was I lost - quando eu me perdi
Was the same thing - foi a mesma coisa
You were so kind to me - você foi tão gentil comigo
From those delinquents - daqueles delinquentes
Is not true! - Isso não é verdade!
Like a Prince Charming - como um Príncipe Encantado
A date - um encontro
No?! - não?!
But... the Japanese Ace say... - mas.. a Às japonesa disse...
A boy and a girl - um garoto e uma garota
All right - está bem
Well... - bem...
Ouch, ouch, ouch... this hurt... - ai, ai, ai... isso doeu...Tthanks, I guess - obrigada, eu acho
But you - mas você
Hurry! - depressa!
All right! Let's go Peach! - está bem! vamos lá Peach!
I'm fine... don't worry me, Prince Charming - eu estou bem... não se preocupe, Príncipe Encantado
Are you okay, Anna? - você está bem, Anna?
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Yoo minna! Teffy-chan falando!
Te-hee... já viram que esse acampamento vais er bem agitado né?! Muitas surpresas ainda aguardam nossos queridos Guardiões, vocês não perdem por esperar!!!
Deixem reviews,por favor, inclusive vocês leitores fantasmas, que EU SEI que estão aí lendo a fic escondidinhos na encolha!! Mesmo que não saibam o que comentar, só um simples "estou adorando" ou "continua!" já dá pro gasto, pelo menos assim nós sabemos que vocês estão aí, acompanhando a fic, e não ficaremos com aquela sensação de vazio de que estamos escrevendo e postando pra ninguém ler, sabe? Comentem onegai e façam duas autoras felizes!!! *o*
O próximo capítulo é com a Shiroyuki-chan!! /o/
Kissus e até a próxima^^