Revenge escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 19
Capítulo XIX




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A última semana que passou foi tranquila, exceto para a inglesa em intercâmbio na Escola Seiyo. Além de ter que lidar com a sua própria confusão de sentimentos, Anna passou o tempo todo tendo que ouvir insinuações e piadinhas a respeito do acontecimento com Tadase. Ao que parecia, ela havia tido um encontro com ele. Um de verdade! Ou pelo menos era isso o que Yaya gritava altos brados cada vez que a via perto dele.

Claro que Tadase tentou consertar as coisas, mas não havia como negar o que aconteceu. E mesmo o inocente beijo de despedida, aquele que ele não conseguia esquecer, e que preferia guardar para si mesmo, havia se transformado em uma importante arma, que Yaya insistia em usar para acabar com quaisquer argumentos que o loiro pudesse apresentar.

A situação havia se tornado insustentável, até que em um golpe de misericórdia Kukai convenceu a ás de Seiyo a parar de implicar com os dois, oferecendo a ela doces da loja do centro em troca. Assim, as coisas se acalmaram um pouco, embora Anna evitasse ficar a sós com Tadase depois disso, por causa das estranhas sensações que ele causava, mesmo sem querer, e sendo assim, eles não tocaram mais no assunto.


Estavam no meio de uma aula de matemática, em que ela aproveitava para ler um dos mangás que comprara no evento, quanto um sinal sonoro chamou a atenção.

— Atenção, guardiões. Compareçam todos no Royal Garden imediatamente. Repetindo. Guardiões. Compareçam ao Royal Garden imediatamente. Obrigado.

— Ah! – Anna levantou-se de susto, deixando cair seu estojo e mais algumas folhas no chão. Peach a acompanhou, sobrevoando o seu redor apreensiva. Rima também levantou, de maneira mais discreta, e lentamente se encaminhou para fora da sala, com Kusu-kusu ainda rindo da confusão causada pela inglesa. Tadase, depois de ajudar Anna, andou com ela atrás de Rima, ouvindo os burburinhos que começavam a se espalhar na sala de aula com a saída deles.


Assim que desceram as escadas, Stéffanie e Nagihiko já os esperavam, enquanto Amu tomava água no bebedouro próximo. Logo depois, Miguel e Kukai também desceram, e assim todos caminharam rapidamente pra fora, ponderando sobre o que era tão importante para Tsukasa chamá-los no meio da aula – não que qualquer um ali tivesse oposições quanto a isso.

Após atravessarem o bosque que cortava o enorme campus da Seiyo, eles enfim alcançaram o pátio da divisão elementar, e se encaminharam diretamente para o Royal Garden. Yaya e Kairi já os esperavam, e Utau e Ikuto também estavam ali. Os Shugo Charas se reuniram, voando ao redor de seus donos com curiosidade. Quem servia o chá dessa vez era Tsukasa, que cantarolava alguma música desconhecida enquanto brandia o bule no ar.

— Ah, finalmente chegaram! – ele anunciou com voz polida, vendo seus queridos estudantes se aproximando, tomando seus lugares ao redor da mesa – Eu tenho um assunto importante a tratar com vocês. Miguel quis perguntar por que ele estava fazendo chá se o assunto era tão importante, mas conteve a língua. Tsukasa sorriu para ele, e como se pudesse ler seus pensamentos, disse:

— Nada é tão importante que se priorize a um bom chá quente – disse, colocando a xícara na frente do português, que engoliu em seco, imaginando que tipos de poderes psíquicos o diretor da escola possuía.

— Concordo plenamente – Rima disse apenas, bebericando a sua xícara recém-servida.

— Enfim, o assunto que me levou a convocá-los aqui, como podem pressupor, é o surto de batsu-tamas retirados das crianças. Eu estive pesquisando, e consegui informações valiosas, que me fazem acreditar que, desta vez, não é a Easter por trás desses ataques.

— Não? – Tadase indagou retoricamente, assombrado.

— Mas… aquele cara de capuz, que comanda os ataques… ele tem o perfil que é contratado pela Easter – Utau argumentou, colocando o dedo no queixo.

— Bem, tudo leva a crer que há outras pessoas, sem ligação com a Easter, estejam envolvidas com isso. Talvez haja algum remanescente atuando em conjunto, mas é evidente que se trata de outra empresa patrocinando os atos, segundo a minha pesquisa – ele disse, sentando-se na ponta da mesa que normalmente era reservada à Tadase, que dessa vez cedeu seu lugar, sentando-se ao lado direito dele – Pesquisa essa, que me mostrou outro dado importante – e dizendo isso, ele colocou algo no centro da mesa. Era um mapa que mostrava os arredores da cidade, e que parecia ter sido feito por ele mesmo. Anna se remexeu incomodada na cadeira, desejando poder por as mãos naquele “mapa” apenas para consertar os desenhos. – Aqui. – Tsukasa apontou a região que apresentava um emaranhado verde e que representava a floresta que ficava no distrito próximo – Esse local é conhecido como Floresta do Norte, e desde o início do ano é o local com mais registros de batsu-tamas. Há muito tempo era usado como ponto de acampamento para estudantes, mas recentemente, os boatos de que havia fantasmas na região fizeram diminuir os visitantes. Obviamente, os tais fantasmas se tratavam de ovos denegridos, que se escondiam na floresta. Mas essa incidência de ataques é muito estranha, considerando que não há ninguém morando nessa região, muito menos crianças. Entrementes, ainda é possível encontrar muitas evidências, e eu espero que vocês possam descobrir as respostas para essas perguntas. O que estou propondo, é que vocês acampem lá durante algum tempo, e talvez possam capturar os ovos. Será muito mais fácil pegá-los ao ar livre, onde eles estão mais tranquilos e destreinados para o combate.

— Então o nosso objetivo é a captura… - Nagihiko repetiu, acenando com a cabeça para si mesmo.

— Seria impossível tentar purificá-los, de qualquer forma – Rima lembrou.

— Amakawa-sama… receio que isso talvez não seja possível. Nós ainda estamos em período letivo, e em menos de um mês, as provas finais terão início – Kairi elucidou, e Yaya mais do que imediatamente pulou na frente, impedindo-o de prosseguir.

— Não, Iinchou!! Os ovos das crianças são muito mais importantes do que as provas! – ela gritou com um semblante sério, que não convencia a ninguém – A Yaya deseja salvar o coração dessas pobres crianças desamparadas!

Claro que sua intenção era, muito evidentemente, fugir das provas, e ninguém se deixou enganar pelo discurso inflamado da ás.

— E de qualquer forma, os guardiões não podem ser reprovados, não importa o quanto vão mal nas provas – Kukai disse, despreocupadamente, mas logo engoliu suas palavras, ao receber um olhar reprovador, e impressionantemente idêntico, de Tsukasa e Tadase. Os privilégios especiais dos guardiões não eram um assunto para ser exposto assim tão facilmente.

— Eu fico contente com seu entusiasmo, Ás – Tsukasa sorriu para Yaya, logo depois – Mas também receio que nem todos poderão ir à essa missão. Precisamos que alguém fique aqui no Royal Garden, cuidando dos assuntos burocráticos, e também dos ovos que porventura possam aparecer. Não podemos deixar a cidade desprotegida.

— Eu me ofereço para ficar – Kairi disse solenemente – Não… me dou muito bem com ar livre, de qualquer forma… e há assuntos pendentes dos quais pretendo cuidar. – ele disse solenemente.

— A Yaya quer ir, a Yaya quer muito ir!! – ela levantou a mão ao alto, remexendo-se freneticamente sobre a cadeira. Kairi suspirou, com claro alívio, apenas imaginando o maravilhoso tempo que iria ter de folga com a ruivinha longe.

Creo que, como mis colegas extranjeros, voy a tener que unirse a este viaje – Stéffanie levantou-se, e começou a falar – Después de todo, nos encontramos aquí con ese objetivo. Apesar de que no me agrade la idea de dormir al ar libre con los mosquitos…

I agree! Is… a little scary… dormir na floresta, com todos aqueles bichos… b-but… eu vou fazer o possível para ajudar!! – Anna se pronunciou, decidida.

— Eu também irei. Na verdade, já fui escoteiro, então creio que serei de alguma serventia nessa situação – Miguel deu de ombros, tranquilamente.

— Acho que eu vou ficar… aqui com o Sanjou-kun, no Royal Garden… - Amu disse, hesitante. Na verdade, ela não queria perder os capítulos da novela que estava acompanhando, mas jamais admitiria isso para ninguém.

— Ah, não me diga que vai me abandonar, Hinamori!!! – Ikuto se jogou nos braços de Amu, esfregando o rosto nela como um gato domesticado – Você e o Kairi-chan, são dois ingratos!! Eu estava ansioso para dormir com ele em uma barraca!! – Kairi engasgou com o chá, depois dessas palavras, e foram necessários muitos tapas de Kukai para fazê-lo retornar – O Tsukasa me obrigou a ir nessa viagem, esse cara.

— Você é de suma importância para essa missão, Ikuto-kun – Tsukasa disse calmamente, sem revelar, no entanto, o motivo para isso – Alguém mais se prontifica a se juntar?

— Eu acho que vou… - Kukai respondeu, ainda tentando fazer Kairi ressuscitar – Eu gosto dessas coisas.

— Eu passo – Rima objetou, sem precisar nem mesmo dar seus motivos. Ela simplesmente não combinava com a atmosfera de um acampamento, não importasse a situação.

— Eu também – Utau lamentou – Queria realmente ir, mas tenho algumas apresentações e entrevistas para fazer, não vai dar…

— Eu vou, com certeza – Nagihiko pronunciou – Faz muito tempo que eu não acampo. E quero encontrar logo esses ovos, ainda não esqueci o que eles fizeram com a Nuriko!

Eres Esmeralda, tsc – Stéffanie chiou, cruzando os braços, e tudo o que Nagihiko fez foi revirar os olhos.

— Eu também vou, é claro – Tadase respondeu prontamente, mesmo que não fosse necessário. Era claro que o líder não poderia faltar.

— Sendo assim, acho que temos nosso grupo formado. Yaya-chan, Stéffanie-chan, Anna-chan, Miguel-kun, Kukai-kun, Nagihiko-kun, Tadase-kun, Ikuto-kun. Três meninas, cinco meninos. Acho que temos um excelente grupo aqui. Eu irei providenciar os mantimentos, barracas e outros pormenores, podem ficar tranquilos. Apenas estejam aqui amanhã logo cedo, com seus pertences pessoais, e estão dispensados por hora.




Depois disso, os guardiões retornaram para a aula, embora estivessem claramente empolgados demais com a viagem para se dedicar aos estudos. Tadase insistia em lembrá-los que era uma viagem de reconhecimento, e que deveriam se dedicar à missão, mas Yaya estava tão alegremente fazendo planos para o acampamento que não lhe dava ouvidos. As outras garotas também estavam ansiosas, embora não tanto quanto a ás, pois nenhuma delas gostava tanto assim do ar livre. Nagihiko pareceu encontrar um novo passatempo favorito, que se resumia em contar à Stéffanie as histórias dos youkais e espíritos que se escondiam nas florestas. Ela fazia o possível para não demonstrar medo, mas não parecia estar se saindo assim tão bem. O único que parecia se equiparar em animação com Yaya era de fato Kukai, que adorava esse tipo de coisa. Miguel aproveitou para contar à Shunsuke que iria viajar e sendo assim, não poderia estudar com ele como tinha prometido. Ele se conformou, e desejou uma boa viagem, embora tenha ficado visivelmente perturbado ao saber da viagem.




Na manhã seguinte, antes mesmo do sol nascer, eles marcaram de se reunir em frente à escola. Miguel e Kukai foram os primeiros a chegar, por pura insistência do mais velho, que estava absolutamente ansioso pela viagem, e mal tinha conseguido dormir. Miguel estava com o rosto fechado de sono, e com tanto mau humor por não ter conseguido dormir direito com a agitação de Kukai, que nem mesmo Grace se atrevia a fazer qualquer comentário. Tsukasa já os esperava na frente da escola, junto com Tadase, dizendo que logo o transporte que os levaria até o local do acampamento iria chegar.

Logo depois, chegaram Yaya e Stéffanie, junto com Anna. Como Rima se recusou a acordar mais cedo para trazer a inglesa, ela teve que pedir carona para as outras duas. Menos de um minuto depois, Nagihiko apareceu, com uma mala enorme nas mãos. A sua bagagem era a maior de todas, considerando que cada um estava com apenas uma mochila nas costas – a de Yaya estava carregada pela metade só com doces, e a de Anna, com mangás.

Usted no tem noção? Nosotros vamos a un acampamento, no a uma viaje a Paris! – Stéffanie foi logo falando, se prendendo a qualquer pequena coisa para implicar com o garoto.

— Essa mala está carregada com amuletos de proteção contra os youkais – Nagihiko riu sinistramente, franzindo os olhos, e encenando o que era obviamente uma mentira. Stéffanie se recolheu, sentindo os ombros tremerem um pouco.

— Certo, onde está o carro que vai nos levar? – Tadase indagou para Tsukasa, que apenas sorriu enigmaticamente – E a propósito… onde foi o Ikuto onii-san? Ele estava conosco até agora a pouco, e você disse que ele era importante para…

Antes que alguém pudesse responder, uma buzina rouca se fez ouvir à distância, sobressaltando a todos. Anna tomou um susto, deixando cair sua mochila dos ombros. Ao longe, puderam distinguir uma sombra que talvez pudesse ser um veículo. Fazia um ruído ensurdecedor, que poderia pertencer a algum animal à beira da morte. O carro se aproximou, chacoalhando-se para todos os lados, e enfim parou, logo a frente de todos, que tinham seus queixos caídos em indignação ao ver aquela lataria enferrujada que ousava se chamar de carro. Era um tipo de Kombi, com a pintura vermelha já desgastada, uma parte do para-choque pendendo para um lado, e alguns adesivos estranhos nos vidros, que cobriam as rachaduras. No volante, ninguém menos do que Tsukiyomi Ikuto, que piscou um olho, apertando mais uma vez a buzina que mais parecia um guincho de um pato rouco.

Nos… tenemos que ir até… sabe rayos ondeen esto? – Stéffanie apontou para a “coisa”, indignada.

— Tsukasa-san… tem… tem certeza de que é seguro? – Tadase indagou, temeroso, traduzindo em palavras o pensamento que passou pela cabeça de todos ali presentes.

— Claro! Eu já rodei a Europa inteira nesse mesmo veículo… alguns anos atrás… mas tenho certeza de que continua em ótimas condições! – Tsukasa não foi muito convincente.

— Na verdade… eu me referia ao Ikuto na direção… - Tadase replicou, baixando o tom de voz.

— Entrem logo, pirralhada, eu não tenho o dia inteiro! – Ikuto vociferou, apertando mais uma vez a buzina.

— Claro, claro, agora para de apertar essa joça! – Miguel irritou-se, sendo o primeiro a abrir a porta. Por um momento, imaginou que ela iria se soltar na sua mão, mas por sorte, não aconteceu.

Kukai rodou o veículo, abrindo o porta-malas. Muitos mosquitos saíram voando, e certamente haveria outros insetos mais, incapazes de voar, escondidos por ali. Considerando o cheiro, algum animal morto também. Tsukasa o ajudou a colocar as mochilas de todos dentro, e logo começaram as disputas pelos lugares.

No final, as coisas se arranjaram do seguinte modo: Kukai e Miguel foram na frente com Ikuto, por serem os mais velhos – e por que de algum modo, o cheiro de gambá morto era menos forte ali na frente. Na fileira logo atrás, Anna correu para ficar com a janela, e Tadase ficou logo ao seu lado. Nagihiko e Stéffanie brigaram para ver quem ficava com a janela da segunda fileira, mas ela levou a melhor no jokenpo. Ele sentou ao lado dela, não sem antes alegar que ela havia roubado. Yaya queria muito ter ido na frente, mas foi impedida por que certamente iria causar um acidente, sendo que não aguentava ficar parada um minuto. Ela acabou sendo obrigada a sentar sozinha na última fileira, mas não reclamou muito, pois dessa forma podia espiar o que todos estavam fazendo, e ainda tirar muitas fotos. Os Shugo charas ficaram com ela, no último banco, todos sentadinhos bem acomodados em uma almofada espaçosa.

Depois de se despedir de Tsukasa, e garantir que a porta não iria se desprender em hipótese alguma, todos se acomodaram em seus lugares com os cintos de segurança, e Ikuto deu novamente a partida no carro. Ele tremeu, rugindo como um dragão furioso e asmático, e então apagou novamente. Ikuto suspirou, conformado, e saiu do veículo.

— Vai ter que empurrar – ele anunciou, colocando a cabeça para fora da janela. Nagihiko, Kukai e Miguel foram escolhidos para a tarefa. Tadase se ofereceu, mas foi logo vetado, já que a sua força mirrada realmente não faria muita diferença.

O carro começou a se movimentar, primeiro bem lentamente, e depois ganhando velocidade. Quando finalmente o motor pareceu dar sinais de vida, todos correram o mais rápido que podiam para seus lugares novamente. Quando Ikuto entrou e fechou a porta com força, a viagem enfim teve início.

Tsukasa ficou para trás, acenando para todos alegremente.

— Espero que corra tudo bem… ou que pelo menos eles cheguem até lá… - murmurou para si mesmo. De repente, a ideia de usar o velho carro do zelador… e com Ikuto como motorista… já não parecia mais assim tão brilhante.


Dentro do carro, as coisas iam até certo ponto muito bem. Yaya foi a primeira a pegar no sono, deitando no banco antes mesmo de deixarem a cidade. Ou talvez estivesse apenas fingindo, esperando as coisas acontecerem para pegar todos de surpresa. Quem poderia saber?

Ikuto acelerava cada vez mais, fazendo o motor protestar. Aquele carro chacoalhava violentamente, parecendo estar prestes a se desmanchar no ar a qualquer momento, mas ele nem parecia ligar, e apenas acelerava mais. Estava se divertindo, isso era um fato. Kukai parecia estar também, e até mesmo abriu a janela, deixando o vento bater no seu rosto. Miguel, sentado entre os dois, apenas roía as unhas, e rezava para chegar a seja qual o lugar que fossem com o mínimo de ferimentos, ou pelo menos com vida.

Anna abriu um mangá para ler durante o caminho, mas simplesmente não conseguia se concentrar, com Tadase logo ao seu lado, e ainda mais quando sentia que ele poderia estar a observando. Estava na mesma página desde que o carro começara a andar, e não parecia muito impelida a se mover.

Stéffanie e Nagihiko, por outro lado, não paravam de implicar um com o outro, reclamando sobre o espaço, o calor, o cheiro… até que Nagihiko sugeriu que ela dormisse em seu ombro, e bufando, a espanhola virou a cara e comprimiu a testa contra o vidro, decidida a ignorar a existência do garoto.

— E-ei, Ikuto… - Miguel chamou, timidamente. O mau-humor matinal havia dado lugar ao pânico rapidamente – Você não acha que está indo rápido demais?

— Ahn, o que?

— Rápido… rápido demais…

— Você quer que eu vá mais rápido? Tudo bem! – ele gritou, acelerando ainda mais, e Miguel deixou escapar um grito agudo, agarrando o braço de Kukai num ato reflexo, e o soltando logo depois, ao perceber o que fizera. Kukai nada percebeu, soltando urros de empolgação a cada vez que Ikuto aumentava a velocidade.

Nagihiko cutucou Stéffanie algumas vezes, até que ela desistisse de ignorá-lo e finalmente virasse para ele.

— O que usted quer, garoto aburrido!? – ela exclamou, irritada.

— Aqui – ele ofereceu um lado do seu fone de ouvido – Escuta, acho que você vai gostar – ele sorriu de canto, e Stéffanie desviou os olhos, aceitando. A música era mesmo boa, e os dois continuaram ouvindo, juntos. Yaya, sem que ninguém percebesse seus movimentos, tirou silenciosamente uma foto.

— O velhinho, Nii-san!!! O velhinho! – Tadase gritou, o espaço entre Miguel e Ikuto, apontando para frente.

— Eu sei, eu sei! – Ikuto esbravejou, desviando do senhor que atravessava a rua na faixa de segurança, e indo direto para a calçada. Depois, desceu novamente para a rua, andando em zigue-zague.

— Ikuto!! O sinal vermelho!!! – Miguel gritou alarmado, mas Ikuto fingiu não ouvir, passando direto.

— Nii-san, aquelas crianças! – Tadase alarmou-se novamente, indignado.

— Oh, no! – Anna fechou os olhos com as mãos, assustada, desistindo de vez da leitura.

— Ah, é crítica pra todo lado! – ele virou o rosto para o banco de trás, irritado.

— Olha para frente, pelamordedeus!!! – Miguel implorou, quase em lágrimas.

— Escuta aqui, quem é que tem carteira de motorista, vocês ou eu? – ele esbravejou, gesticulando furioso com ambas as mãos.

— O volante!!! Segura o volante!! – Tadase gritou, desesperado.

— Tá legal, tá legal. Crianças chatas… – ele rosnou, virando-se para frente, e colocando as mãos no volante. Buzinou para algumas garotas que passavam, soltando seu melhor sorriso para elas, que acenaram de voltas, animadas.

Finalmente, eles chegaram até a estrada principal. Era difícil imaginar que depois de tudo isso, a viagem estivesse somente no seu início.

Subitamente, o carro deu um solavanco, que fez balançar o carro todo, e derrubou algumas coisas. Stéffanie escorregou para o lado de Nagihiko, quase caindo em seu peito, mas se refreou a tempo e retornou ao seu lugar.

— Nii-chan, você atropelou alguma coisa?

— Claro que não! Deve ter sido uma pedra ou algo assim!

B-but… e se for a little dog…? – Anna balbuciou, temerosa.

— Se for um cachorro, ele deveria ter saído da minha frente quando teve a chance, oras! – e dizendo isso, Ikuto fez uma curva fechada, entrando na estrada de terra que levava até a floresta.

Ele derrapou, e estava em alta velocidade. Tudo o que estava no carro virou para o lado. Os Shugo charas caíram no chão, assim como a almofada. Yaya também caiu, ficando entalada no espaço do chão entre os bancos, já que antes estava deitada. Anna bateu a cabeça no vidro, com tudo, e chegou a ficar meio tonta, com os óculos quase caindo do seu rosto.

Ouch~! – ela gemeu, erguendo as mãos no local que certamente criaria um galo.

— Ah, Lewis-san, você se machucou! – Tadase se apressou, preocupado, passando delicadamente na região onde havia batido, e ajeitando os óculos da garota.

I’m fine…– Anna murmurou, incapaz de se afastar do toque acolhedor do loiro.

Logo atrás, Nagihiko caiu por cima de Stéffanie, encurralando-a contra o canto. Ela ofegou, surpresa com o quanto seus rostos estavam próximos, ainda ligados pelos fones de ouvido. Para azar deles, Yaya levantou a tempo de tirar uma foto de recordação. A respiração cálida de Nagihiko que batia em seu rosto era suficiente para fazê-la arrepiar-se por inteiro.

— S-saia de perto de – ela ordenou, mas não havia rispidez suficiente em sua voz. Nagihiko hesitou por um momento, mas se afastou, e ela se ergueu novamente, com o rosto formigando em chamas e o coração batendo mais rápido que o carro de Ikuto.


A estrada de chão era cheia de buracos, e a maneira com que o carro se movimentava dava a impressão de que se desmontaria por inteiro. Ninguém mais tinha nada a dizer, e continuaram em silêncio por bastante tempo. Kukai então ligou o rádio, tentando talvez acabar com o clima sério. A música começou a tocar animada, e ele cantou junto.


DAY BY DAY

Unzari da yo ne dakara

Doudou to kotowacchau

KIMI ni nari na yo


Ikuto se juntou a ele, dançando enquanto dirigia. Com a cantoria desafinada da dupla, logo a atmosfera tensa se dissipou.


OH MY BOY

KIPPARI shinakya uso ni

Tsukiatterarenai yo

semai sekai de


Yaya começou a fazer coro lá atrás.

Jibun de mitsuketa myself

Suki ni natte touzen

Kudaranai yarikata kette

Subete wa atashi ga kimeru

I say, I say my heaven


Anna se juntou, com sua voz aguda e cheia de sotaque.


Super Driver tosshin makasete

Nantettatte zenshin

Fukanou (Don't you stop me)

Tobikoete Take it easy, Go !!

Daishouri tte doukan mochiron

Dou natta tte kaikan

Hanseikai (Get back to wild)

Sore yori saa isoide yo


Logo, Stéffanie, Nagihiko e Tadase também não puderam resistir, e então, todos começaram a cantar, fazendo a Kombi chacoalhar com ainda mais vontade.


Are mo kore mo mitaiken itsu datte TOTSUZEN

Maru de maru de mikeiken sore ga doushita no

[…]


E assim, se embrenharam no meio do mato, com os pequenos animaizinhos e outras coisas um pouco mais sinistras observando-os e sendo plateia do seu pequeno show particular pela estrada.

— Aproveitem para cantar agora, guardiões… não vão ficar assim por muito tempo, my sweet babies…







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Notas finais do capítulo

VOCABULÁRIO
INGLÊS
I agree! Is a little scary - Eu concordo! é um pouco assustador...
a little dog - um cachorrinho
Im fine - estou bem
ESPANHOL
Creo que, como mis colegas extranjeros, voy a tener que unirse a este viaje Acredito que, assim como meus colegas estrangeiros, eu terei que me unir a essa viagem.
Después de todo, nos encontramos aquí con ese objetivo. - Apesar de tudo, nós viemos para cá com esse objetivo.
Apesar de que no me agrade la idea de dormir al ar libre con los mosquitos - Apesar de que não me agrada a ideia de dormir ao ar livre com os mosquitos...
Nos tenemos - Nós vamos ter que...
sabe rayos onde - sabe raios onde
en esto - nisto?
garoto aburrido - garoto chato
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Yoo, Shiroyuki desu o//
Dessa vez eu não me atrasei, viram??? Mereço reviews, não é *u*? //apanha
Awwn, eu ainda não estou de férias, suas pessoas sortudas que com certeza já devem estar... TT-TT e daqui a pouco vou ter que ir me arrumar pra ir pra aula... não queeeeeero ir, quero ficar vendo anime com meu edredon aqui em caaasa!!! Tá chovendo, o tempo tá perfeito pra isso Ç-Ç
Enfiim, deixando de lado essas besteiras, quero falar que os capítulos que vêm por aí estão incríveis~ acampamentos são mesmo muito emocionantes *u*
A música usada no fim do capítulo é Super Driver, da Hirano Aya, que também é a segunda opening de Suzumiya Haruhi no Yuutsu... eu adoro essa música XD mas foi ideia da senpai colocar ela ali... eu não fazia ideia de que musica botar, ia acabar ficando sem nenhuma mesmo .-.
Aqui, o link com o video: http://www.youtube.com/watch?v=vRzd_aQCZqA

Etto... acho que era só isso que eu tinha pra falar...
Aaaaah, siimmm..... FELIZ 12/12/12 PRA VOCÊEES!! É... é a útima data igual que nos vamos ter nesse século... triste, não? É, só eu sou baka pra me importar com essas coisas, me ignorem!!
Próximo é com a senpai, vocês não perdem por esperar...
Onegaai, deixem reviews~ Ja nee minna-san o//



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