POV EDWARD.

– Venha Bella, não precisa ter medo! – exclamei, exibindo-lhe um sorriso de canto.

Ela corou, timidamente, desviando os olhos dos meus.

– M-mas os meus cabelos... – eu a interrompi.

Revirei os olhos.

– Venha logo! – insisti, pegando em sua mão. Puxando-a para mim, de forma que colasse seu corpo ao meu. Tal feito fizera com que ela corasse de forma intensa e seus olhos brilhassem de uma maneira indescritível.

Era inverno, mas, o dia havia começado terrivelmente quente e bonito. E apesar das nuvens límpidas e do céu terrivelmente azul, eu sabia que iria chover. Tinha certeza de que ia chover e, fora exatamente o que aconteceu.

Forks é tão previsível!

– E-Edward... – nunca tinha visto-a gaguejar antes. Meu coração começara a bater mais forte.

– O que foi? – sussurrei, olhando-a fixamente.

A manhã havia sido ensolarada, sem previsão de chuva. Agora, de tarde, um vendaval horrível invadira Forks e o sol resolveu se esconder através das nuvens. Chovia fortemente, mas, eu não estava muito preocupado com isso. Pois a garota mais bela de todo o mundo, estava a minha frente; com os rostinhos delicados, corados iguais a uma boneca de porcelana. Os olhos verdes brilhavam de um jeito meigo e irresistível, e os cabelos – assim como o resto do corpo – estavam encharcados.

Não pude deixar de contemplar tal beleza. Ela realmente sabe fazer meu coração bater mais rápido. Mordi meu lábio, enquanto via-a mexer os lábios. Apesar disso, não escutava nada do que ela me dizia. Eu só conseguia pensar em como sua boca era macia e rosada.

Minha vida é brilhante
Meu amor é puro.
Eu vi um anjo.
Disso tenho certeza.
Ela sorriu pra mim no metrô.

– Ed... – não a deixei completar a frase. Simplesmente coloquei minhas mãos em volta da sua cintura e aproximei ainda mais meus lábios dos dela, iniciando um beijo calmo, porém intenso e muito apaixonado.·.

OS lábios dela, os lábios dela
Eu poderia beijá-los o dia todo se ela me permitisse
A risada dela, a risada dela
Ela odeia, mas eu acho tão sexy
Ela é tão linda
E eu digo isso pra ela todo dia.

Não sei por quanto tempo ficamos a nos beijar. Se fora segundos; minutos ou horas eu sinceramente não sei dizer. Só sei que nunca, em toda minha vida, havia sentido algo tão intenso como o que eu senti ali; naquele beijo.

Quando a maldita falta de ar nos pegou, obrigando-nos a afastar, Bella tinha o sorriso mais lindo de todo o mundo estampado em sua boca de boneca. Os olhos verdes brilhavam tanto, que era impossível não suspirar ao encará-los.

– O que foi? – perguntou ela, colocando-as mãos em meu rosto. Eu sorri timidamente com o gesto. Era incrível a capacidade dela de me deixar sem jeito.

– Nada – respondi em meio a suspiros – Só estava pensando, que você é bonita demais para mim – admiti, sentindo minhas bochechas corarem.

Oh você sabe, você sabe, você sabe
Eu jamais pediria para você mudar alguma coisa
Se a perfeição é o que você busca
Então continue assim
Então nem se preocupe em perguntar, se você está bonita
Você sabe que eu vou dizer.

Para minha surpresa, Bella irritou-se profundamente com o comentário.

– Por favor, Edward. Conta outra! – suspirou – Eu sei que eu não sou...

Novamente, pus-me a interrompê-la. 

– Shh! – fiz, colocando um dedo em seu lábio – Você é perfeita sim. Para mim – sorri, fazendo com que a mesma esboçasse outro de seus sorrisos incríveis – E para mim isso basta!

Depois de dizer isso, fui surpreendido por ela, que havia me beijado com tanto entusiasmo que fora impossível não sorrir. E ali, embaixo daquela chuva, ficamos a nos beijar por horas e horas.

Quando nos separamos, Bella me empurrara e saiu correndo por entre as arvores. Demorei um pouco para alcançá-la, mas, quando o fiz, fora risos e mais risos. Fora as inúmeras declarações de amor que fizemos um ao outro.

E pensar que, alguns meses atrás, eu achava essa história de romance uma babaquice sem tamanho!

Oh os olhos dela, os olhos dela
Fazem as estrelas parecerem que não têm brilho
O cabelo dela, o cabelo dela
Recai perfeitamente sem ela precisar fazer nada
Ela é tão linda
E eu digo isso pra ela todo dia.

Tentei impedir as lágrimas que ameaçavam cair a todo o momento. Bella – ou Isabela, como exigira ser chamada – esta muito diferente do que costumava a ser. Desde quando ela age feito uma vadia? Muito provavelmente deve ter sido influenciada pela Rosalie e, pela amiguinha dela, a tal da Katherine. 

Nunca fui muito com a cara daquelas duas. E, depois do que fizeram com a minha pequena é que eu não vou mesmo! Vadias miseráveis. 

Agora ela está lá, seminua em um palco e dançando igual a uma vagabunda. Com incentivo por parte dos meninos; desde assobios, a aplausos a cantadas ridículas. Escrotos.

E o pior, nem é isso. O pior é quando ela beijara Jacob na minha frente. Aquilo destroçou meu coração de uma forma angustiante. Ver Bella agindo de maneira tão... Indecente. É lastimável e acaba comigo. Agora, ela está lá; toda provocante e terrivelmente vulgar, olhando fixamente em meus olhos, como se somente nós estivéssemos no baile! 

Não há palavras que possam descrever a dor que eu estou sentindo nesse momento. Esperei tanto pelo o nosso reencontro; e é assim que ele acontece? Com uma Bella sensual e revoltada?

Suspirei fundo, tentando olhar para qualquer lugar que não fosse o palco onde ela rebolava-se toda insinuosa. ·.

Então, porque o amor foi embora?
Eu simplesmente não consigo entender
Pensei que fosse eu e você, baby
Eu e você até o fim
Mas acho que eu estava errado.

Ás vezes, flashes back invadem-me a mente, lembrando-me de coisas que eu daria tudo para esquecer finalmente. Senti lágrimas começarem a deslizar pelo meu rosto e Bella sorrir, diante de minha fraqueza. Aquele foi um chute em meu estômago.

Assim que caí em si, me vi dando as costas para toda aquela barulhada infernal e caminhar apressadamente até a porta de sair. 

– Edward! – me virei para encontrar a voz, que tanto me chamava. Felizmente era apenas Tânya – Já está indo embora? – perguntou ela confusa – E por que está chorando? – franziu o cenho – Bem, eu...

– Me deixe em paz! – peguei em seu braço, com uma força desnecessária – Escute-me bem, estou indo dar uma volta. Você não virá atrás de mim e nem me ligar, ouviu bem? – perguntei, olhando-a com ódio. A culpa de tudo isso é dela, eu sei.

– Mas, Edward meu amor eu...

– Você ouviu o que eu disse Tânya?! – elevei-a voz, irritado. Ela sabe ser insuportável sem ao menos fazer força.

Ela nada dissera, apenas assentira tristonha. Empurrei-a para longe de mim e saí daquele lugar o mais rápido possível.··.

Não quero pensar sobre isso
Não quer falar sobre isso
Eu estou tão farto disso
Eu não posso acreditar que é dessa forma que termina
Estou tão confuso
Estou tão triste

Fui em direção ao meu carro, tremendo dos pés a cabeça. Meu coração havia se enchido de uma tristeza tão sufocante, que me dilacerava por completo. Assim que entrei em meu volvo, dei a macha ré e saí dali o mais rápido que eu podia.

As lágrimas malditas não paravam de rolar pelo meu rosto e, eu não conseguia deixar de pensar em Bella. O que eu fiz para merecer isso? Droga! Eu sei perfeitamente o que eu fiz...

Só nunca entendi muito bem como eu pude ser tão imbecil, a ponto de perder a única garota que eu já amei em minha vida.



Tudo começou num maldito baile de escola. Que eu não devia ter ido. Tânya, era a garota mais sexy de toda a escola e os garotos matavam e morriam por ela; a beleza dela era de fazer inveja a qualquer garota e eu estava louco para levá-la para a cama.

Estava tão louco por ela que aceitei participar de uma aposta. 

– Você está louca, Tânya?! – gritei perplexo com tamanha crueldade – Elas não te fizeram anda! A pobre... – fui interrompido.

– Eu concordo. Elas, as irmãs, não me fizeram nada – disse cruzando os braços – Mas, a caçula, a Bella... – fizera cara de nojo – Precisa aprender uma lição.

– E eu tenho cara de professor, para dar lição em alguém? – perguntei estupefato.

Ela aproximou-se de mim, como uma cobra prestes a dar o grande bote, disse, em meu ouvido.

– Você perguntou-me, qual era o preço para ficar com uma garota como eu... – ela riu maldita! – Esse é o preço Edward. 



Eu devia ter dito não, eu sei. Mas, com meus quatorze/quinze anos não era tão controlado, a ponto de dizer não para a garota mais gata de Forks High School e, provavelmente, de toda a cidade de Forks.

Como fui idiota! 

Desnorteado, e com o coração aos pedaços, encostei o carro. E desabei em lágrimas e mais lágrimas. Por que ela voltou, depois de tantos anos? Ela fugiu daqui com tanto ódio... com tanta magoa em seu coraçãozinho, e eu tolo não fiz nada para impedir!

Limpei as lágrimas, que insistiam em cair. A resposta para minha pergunta era tão clara como a água cristalina e, ainda sim, inesperada.

Ela voltou por vingança. Ela voltou para se vingar de mim!

FIM DO CAPÍTULO.