POV BELLA

Terminamos de nos arrumar por volta das oito. Nós estávamos cobertas por uma capa preta, o que obviamente chamaria bastante atenção. Nossa maquilagem era pesada; os lápis de olhos realçou a cor de nossos olhos e nossos lábios estavam pintados de um vermelho bastante intenso. Já a roupa por baixo da capa...

– E aí? – eu sorri para Katherine, que estava terminando de se trocar – Tudo certo para hoje à noite? – arqueei a sobrancelha. 

Ela assentiu e dissera.

– Sim. Agora só falta os babacas caírem na isca – piscou os olhos e rira – E, ah – pigarreou – Bells... Pode me fazer um favor? – perguntou ela, mordendo os lábios nervosamente.

– Ah claro. O que é?

[...]

Minutos depois chegamos ao baile. O mesmo estava recheado de desconhecidos, vadias e idiotas metidos a atletas. E claro de pseudo-gostosões, como Katherine adora dizer. 

Eu sorri.

– Algo está estranho – comentou Rosalie, num tom de voz preocupante.

– Algo com que devemos nos preocupar? – perguntou Alice receosa. Rosalie negou.

– Não, é só que... – ela franziu o cenho – O que Sam e Jacob fazem aqui? – perguntou ela estranhando.

Quando finalmente consegui convencê-la de que eles estavam ali por minha causa, Rosalie relaxou e se afastou de nós (havia ido conversar com o DJ e preparar o golpe da noite) Alice havia ido para outro lado e Katherine, estava disfarçada.

Logo, não tive escolha senão ir beber um pouco do ponche. Fiquei ali durante algum tempo, uns vinte ou trinta minutos – não sei – até que, o diabo resolve mostrar o rabo.

Nem preciso citar nomes, não é mesmo?

– Por que a capa? – perguntou, pegando um copo e mergulhando-o na tigela do ponche 
– É alguma fantasia sexual do namorado ou o quê? – indagou desconfiado. 

– Não é da sua conta, bastardo! – cuspi as palavras acidamente. Não estava com paciência para aquele tipinho de conversa fiada e a presença dele me irritava profundamente – Vem cá, Cullen. Você não tem mais o que fazer não é? – bufei.

Por que meu Deus? Por quê?

Para minha surpresa, o desgraçado rira. Era uma risada artificial, o que só aumentava minha raiva.

– Ter até tenho – começou, divertindo-se com minha irritação – Mas acho que seu 
namoradinho não ia ficar muito... – eu o interrompi.

Namoradinho? 

Franzi o cenho.

– Namoradinho? – arqueei a sobrancelha. Ele revirou os olhos e apontou, indiscretamente para Jacob que estava do outro lado da pista, dançando.

– Eu passei pela sua nova casa uns dias atrás – ele pigarreou e desviou os olhos para baixo, como se aquilo de algum jeito o perturbasse – Vi você agarrada com ele.

Eu reprimi o impulso de gargalhar. Aquilo ia ser bem mais divertido do que eu pensei.

Vivendo fácil, vivendo livre
Em rumo a uma estrada de mão única
Sem perguntas, me deixe viver
Pegando tudo em meu caminho.

– Ah sim! – eu sorri – Você tem toda a razão. Jacob ia ficar muito insatisfeito se, por um acaso, você me agarrasse – e pensar que antigamente eu tinha dificuldade em mentir! Eu deveria ganhar um Oscar de melhor atriz, sinceramente. Aliás... Três, pelas mentiras que viram logo a seguir – Mas você é frouxo demais, Cullen – eu disse, olhando-o diretamente nos olhos – E eu não suporto caras frouxos... – não esperei por uma resposta, fui em direção a Jacob.

Não consegui tirar o sorriso de meus lábios. A cara que ele fizera foi realmente impagável. Enquanto ia em direção a Jake, pude sentir os olhos do bastardo sobre mim. Se eu, vestida com essa capa, já causo certo “efeito” sobre o babaca... Imagine quando eu estiver no palco, só de lingerie! Eu ri com o pensamento.

– Bella? – a voz rouca de Jacob me trouxera de volta a realidade. Pisquei os olhos algumas vezes e sorri maliciosa – O que aconteceu? – perguntou desconfiado.

Passei a língua pela parte superior de meu lábio, o que fizera com que Jacob sorrisse.

– Nada – respondi, aproximando-me dele. Puxei-o pela nuca, trazendo-o ainda mais perto de mim – É que me bateu uma vontade de... – não completei a frase. Beijei-o, cheia de tesão. Completamente excitada com a situação.

Jacob colocara suas mãos ao redor da minha cintura e eu aproveitei para aprofundar o beijo. Tinha que ser convincente sabe?

Não preciso de razão, não preciso de ritmo
Não tem nada que possa fazer
Partindo, é hora da festa
Meus amigos também vão estar lá

O lance com Jacob estava esquentando e, aparentemente, a paciência do Cullen também. Estava com os olhos bem abertos e, enquanto beijava Jacob, mantinha os olhos fixos nele. Aquilo o enlouqueceu de tal maneira, que sem se dar conta o mesmo quebrara o copo que segurava. Reprimi o impulso de sorrir e continuei a beijar Jacob.

Estou na autoestrada para o inferno
Autoestrada para o inferno
Autoestrada para o inferno
Estou na autoestrada para o inferno

Infelizmente, não pude continuar com a ceninha. Logo em seguida Alice e Rosalie surgiram ambas carregando consigo um sorrisinho pra lá de suspeito. Separei-me de Jacob e o empurrei não ligando para as reclamações dele.

– Tudo pronto? – perguntei. 

– Sim – dissera Rosalie, me puxando pela a mão – Vamos. O show já vai começar!

Depois que dissera isso, eu e minhas irmãs sumimos em meio a multidão.

[...]

A festa estava sendo animada por um DJ profissional. Na pista, casais se beijavam sem o menor pudor; vadias rebolavam até o chão, numa tentativa ridícula de parecer sexy. Os pseudo-atletas enchiam a cara, para tentar esquecer os inúmeros fracassos da noite anterior e, os nerds... Bem, esses decididamente eram os únicos da festa dignos de um sorriso por parte de mim. 

Quando subimos no palco, a música de Ke$ha fora trocada por uma, até então, desconhecida por mim. Era da Britney Spears –uma das novas – e estava remixada. Não fomos apresentadas ou coisa do tipo por causa das aulas de química. Já ouviram falar de ação e reação?

Sem sinais de "pare", sem limites de velocidade
Ninguém vai me fazer reduzir a velocidade
Como uma roda, vou girar
Ninguém vai se meter comigo.

A música havia começado. Eu e minhas irmãs começamos a dançar, era uma dança bastante sensual e mexíamos os cabelos conforme o ritmo. Não demorou muito para que eu reconhecesse a música; era Till The World Ends. 

Estão curiosos para saber o que vestíamos? Pois bem... Eu menti alguns minutos atrás. Não estou usando lingerie – tampouco Alice ou Rosalie – nós vestíamos apenas corpetes; o de Rosalie era roxo, como obviamente tinha que ser. O de Alice era vermelho e o meu rosa escuro.

Os corpetes eram devidamente decotados e, combinavam com a minissaia que nós usávamos. Calçávamos uma sandália Prada na cor preta e que, deveria ter no mínimo uns 15 centímetros. 

– HEY STRIPPER! – gritou um dos veteranos. 

Nós três sorrimos e continuamos a dançar sensualmente, até que o DJ novamente trocara a musica e colocara outra – sexyback do Justin Timberlake.

– Agora sim o circo pega fogo! – eu sussurrei. Alice e Rosalie riram.

FIM DO CAPÍTULO.