The Worst Thing escrita por Unna Laufeyson


Capítulo 4
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Notas iniciais do capítulo

E a coisa vai começando a tornar-se mais interessante...



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Tom permaneceu em silêncio enquanto Rose o apresentava para seu patrão, tentando convencê-lo que Tom era ideal para o cargo que estavam contratando. O cargo se resumia a arrumar as mesas quando os clientes fossem embora do restaurante. Ela era boa de lábia, e logo conseguiu o que queria.

- Obrigada, Andrew! Sei que não vai se arrepender!

- Espero que não, Rose, porque eu realmente não costumo contratar pessoas que não têm referências. E você, rapaz, então não se recorda de nada mesmo? Isso é muito estranho, sabia?

- Sim, senhor. E muito obrigado pelo emprego, também. Talvez quando eu estiver ocupado, minhas lembranças retornem.

- É, quem sabe. Aqui está o avental. Pode começar hoje mesmo. Rose atende os clientes e você vai deixando tudo arrumado, sempre. Bem simples, não é? Se você se adaptar ligeiro, poderá atender também, então poderá ficar com as gorjetas que os clientes deixarem.

Para quem não se lembrava do próprio nome, Tom se descobriu um aluno muito rápido em aprender coisas novas. Andrew em nenhum momento ficou descontente por o ter contratado e Rose sempre ficava feliz em ajudar. Em casa, Heath sempre olhava de olhos estreitos para Tom, como se esperasse que ele de repente fizesse algo que todos desaprovariam.

No terceiro dia ali, Tom estava descendo a escada para a cozinha para o café-da-manhã quando ouviu os irmãos conversando. Não tinha a intenção de escutar a conversa escondido, mas quando ouviu seu nome envolvido, simplesmente não pôde evitar.

- Eu te disse que ele era estranho, Rose – Heath falava baixo, irritadamente. Tom viu quando ele mostrou um pedaço de papel para a irmã, mas ele não conseguiu ver o que havia nele. – O cara é procurado, está se escondendo aqui, e você não consegue ver isso...

- Pare de ser ridículo, Heath. Se ele fosse quem você diz que é, não acha que alguma coisa teria acontecido nesses dias?

- Eu vou tentar entrar em contado com a S.H.I.E.D...

- Quê?

- Eles vão dizer o que está acontecendo.

- O máximo que eles podem fazer é me entregar um cartão de um bom hospício para internar a você, meu irmão. Deixe o pobre em paz. Já não é ruim o bastante não saber quem é?

Nesse momento, Tom teve que intervir. Ele desceu as escadas e os irmãos pararam de falar, deixando no ar um silêncio constrangedor. No entanto, ele ignorou isso e se dirigiu a Heath.

- Você sabe quem eu sou? – era quase uma súplica.

O irmão de Rose o olhou pasmado ao ouvir a pergunta e mostrou-lhe o mesmo papel que havia mostrado à irmã antes.

- É você aqui nesta foto? Você é Loki?

- Quem? Deixe-me ver isso.

Tom pegou a fotografia nas mãos. A imagem havia sido tirada numa iluminação noturna, e mostrava um homem que aparentemente andava em meio a uma multidão que corria ao redor dele. A foto batida às pressas podia estar um pouco borrada, mas o rosto do homem de preto e verde era bastante nítido, mesmo enquanto ele estava usando uma espécie de capacete com longos e curvos chifres dourados.

Ele olhou para a figura pálida na foto, onde olhos muito verdes estavam incrustados numa pele muito pálida, num rosto de aspecto sério e bonito, ao mesmo tempo. O homem da foto segurava um cetro com aparência estranha e ameaçadora, com uma luz azul que brilhava na ponta.

Sentiu-se tonto, caindo. Mas ainda assim permaneceu onde estava.

- O-onde conseguiu isso? – indagou, por fim, sem tirar os olhos daquele que tanto se parecia com ele, ali, fixado no papel.

- Na Internet. Foi tirada em Stuttgart, na Alemanha, apenas alguns meses atrás, um pouco antes de Nova York ser atacada por uma raça alienígena. Você é ele? É o Loki?

Tom estava confuso. A pessoa naquela fotografia era muito parecida com ele, mas ele não sabia dizer.

- E-eu não sei. Você pode me mostrar mais?

No computador, poucas eram as imagens que encontraram desse tal Loki. Parecia que ele não havia se exposto a muitas câmeras. Mas havia ali uma filmagem feita também em Stuttgart, quanto um grupo chamado de Vingadores o haviam rendido e o tal Loki mudava sua aparência, erguendo as mãos e parando de lutar.

A única diferença entre Tom e Loki, além da aparência muito mais saudável de Tom, era que os cabelos desse tal de Loki eram lisos e puxados para trás com as pontas arrepiadas, e o de tom era cacheado e desordenado.

Ninguém disse nada enquanto eles viam as imagens.

Depois, foi Rose quem finalmente disse alguma coisa.

- Isso não diz nada. Esse cara era um vilão extraterrestre, que foi levado pelo irmão para o planeta deles. Você é apenas o Tom. Pessoas com a mesma aparência existem aos punhados.

Tom balançou a cabeça, assentindo, mas não soube por que fez isso. Sentiu um aperto no peito como se uma parte de si estivesse faltando – e estava mesmo. A única coisa que podia fazer era se controlar para não começar a chorar.

Seria um longo dia o que tinha pela frente.


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Notas finais do capítulo

Estou apenas imaginando como esse "longo dia" irá terminar para o querido Tom...



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