Foi uma manhã bem calma a que saldou Rose e Tom no restaurante. A mulher evitou mencionar o assunto de mais cedo e isso foi algo que ele agradeceu. Talvez, ele pensou, ela acredita tanto quanto eu na loucura da ideia de que eu seja aquele cara. Porque ele realmente achava uma loucura tremenda a simples suposição de Heath.

E ele mesmo já vira muitas pessoas bastante parecidas uma com as outras, ali mesmo no restaurante...

Claro que ele não estava a considerar o fato de que Loki era um alienígena e eles não eram simplesmente parecidos, mas idênticos. E Tom sabia que não estava considerando isso – o fazia quase propositalmente, um pouco por medo de ser rejeitado por aqueles que o haviam acolhido e um pouco de mais medo, só que agora era um medo que ele desconhecia a origem.

Estava arrumando uma das mesas próximas ao balcão do caixa quando Andrew o chamou.

- Rose me disse que você ainda não se lembrou de nada, Tom.

- É verdade. Eu me esforço, mas toda vez que tento não dá em nada... É como se eu nunca tivesse existido antes.

- Eu vou ao centro à tarde, estive pensando se você não quer ir comigo. Talvez aconteça de você ver algo que lhe é familiar por lá, então acabe por se lembrar de alguma coisa. É quarta-feira e o movimento de hoje tende a ser menor, Rose pode segurar as contas até voltarmos.

Aquela era uma ideia que agradou o funcionário.

- Isso seria ótimo! Quer dizer, desde que acordei sem memória, não estive em muitos lugares. Pode ser que sua teoria funcione!

Durante o almoço, Tom contou a ideia de Andrew a Rose.

Eles estavam na cozinha do restaurante, comendo uma especialidade italiana que Tom gostou muito, mesmo que para ele o nome soasse engraçado: pizza.

- Isso pode dar certo, sabe – contou ela. – Não sei se li em algum lugar ou se assisti em algum programa, mas dizem que quando uma pessoa perde a memória, o estímulo visual pode ser bastante eficaz. Realmente espero que você se descubra. Mas não fique decepcionado caso não dê certo, você me promete?

Ele sorriu para ela. Algo na forma como Rose parecia se preocupar com ele o agradava, fazia-o sentir-se querido.

- Eu prometo, não se preocupe.

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Enquanto isso, em Asgard...

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- Heimdall! – Uma voz trovejante chamou pelo guardião da agora reconstruída ponte Bifröst. – Heimdall, exijo que me diga onde ele está. Onde está Loki.

- Thor, o Pai-de-todos foi bem claro quanto às condições de manter seu irmão vivo. Basta apenas saber que ele está seguro.

Mas o deus do Trovão não iria de contentar com isso. Loki estava em Midgard, sem sua magia, sem lembranças de quem ele mesmo era...  em se lembrar de nada. Por mais pouco tempo que passara, ele realmente precisava saber por si mesmo como o irmão estava.

- Envie-me até ele – pediu, controlando-se para permanecer com a voz mais calma, afinal o guardião não era o responsável pela atual situação.

- São ordens diretas do rei de Asgard, Thor. Ninguém deve interferir na punição de Loki.

Estava realmente difícil para Thor controlar o gênio para que sua vontade fosse obedecida, então procurou uma forma de convencer o outro, uma que nunca falhava quando ele tentava convencer os outros sobre o que ele queria fazer.

- Eu serei seu rei em pouco tempo. Obedeça e abra o portal, Heimdall!

O outro deus não parecia abalado, no entanto, depois do que pareceu uma eternidade enquanto os dois se encaravam, quase desafiando um ao outro a desviar o olhar, ele falou:

- Está pronto para enfrentar Odin por isso, Thor?

- Sim.

- Então venha.

Em poucos segundos, os pés de Thor tocaram discretamente o solo de Midgard, numa área de pouca movimentação dos mortais, então imediatamente seguiu em direção aos grandes prédios que se elevavam não muito longe dali, para onde ele, segundo Heimdall, deveria encontrar seu irmão.