Persona escrita por Bidinha


Capítulo 10
Capítulo 5 - Rivalidade


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o capítulo cinco =D
Para quem achou que demorou, isso foi porque eu decidi que para tentar manter certa periodicidade, vou passar a postar os capítulos semanalmente. Não sei por quanto tempo vou conseguir manter esse ritmo, já que atualmente ando bem desocupada, mas juro que vou me esforçar ♥



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Rivalidade


Ao invés de irem de volta para a sala de aula no término do intervalo, todos os alunos da 211 subiram as escadas do bloco 1 até o seu terraço, onde ficava o pátio esportivo coberto onde eles teriam Educação Física. Colocaram suas roupas de exercício e foram aos aquecimentos. Ao terminarem, o professor dividiu a turma entre homem e mulheres e cada um deles foi para uma das duas quadras cobertas. Depois os dividiu novamente em grupos de quatro pessoas que se revezariam em partidas de vôlei. Entre os meninos quatro grupos foram formados. Leonardo ficou no grupo Três. Os grupos Um e Dois foram os que se enfrentaram na primeira partida.


No grupo Um estava Abel. Ele era notadamente o destaque da quadra, com seus saques potentes, seus movimentos rápidos e seus cortes ousados, mesmo assim a atenção de Leonardo estava bem mais voltada o outro lado do campo, onde estava o time de Alex. Ele podia não ser o melhor jogador do campo, mas era claro que ele estava se esforçando. Corria com todas as suas forças atrás da bola, se jogava no chão para salvá-la e se concentrava ao máximo na hora de sacar. Leonardo sentia um aconchego no peito ao ver novamente aquele jeito com que ele transformava toda a sua teimosia por não perder em garra na hora de enfrentar um desafio. Bem que mais tarde no jogo, quando o cansaço já tomava seu corpo e a vitória já parecia algo inalcançável Alex não parecia se esforçar tanto quanto antes, mas aquela cara de frustração também era adorável. Especialmente com aquele rosto enrubescido pelo esforço, os cabelos molhados de suor e aqueles shorts minúsculos. 


Já o segundo jogo, foi entre os grupos Três e Quatro. Leonardo também se evidenciou entre os alunos que jogavam e levou o seu time à vitória. Educação Física podia não ser a sua matéria preferida _ odiava especialmente aquelas sobrecamisas velhas e cheirando a suor que eles tinham que usar para diferenciar os times _ mas como dizia os bons e velhos gregos, uma mente sã necessita de um corpo são e quando é que os gregos já erraram em alguma coisa? Ao termino da partida todos os colegas de seu grupo vieram parabenizá-lo pelo bom jogo.


Na terceira rodada o grupo Um enfrentava o grupo Três, ou seja, era o time de Abel contra o de Leonardo. Logo que entraram em quadra o olhar dos dois se cruzaram. Leonardo tinha os olhos cheios de desconfiança para com o novo velho amigo e uma intensidade não muito condizente para uma simples partida na aula de educação física, ele simplesmente não poderia se dar o luxo de perder. A resposta de Abel foi um sorriso menos distraído e mais desafiador do que o usual. Os dois sabiam que aquilo seria uma batalha particular. Começa o jogo. Os primeiros momentos foram bem acirrados. Mesmo com o peso de estar jogando duas partidas seguidas, Leonardo não queria perder de maneira alguma. Abel era um oponente difícil, seus saques eram precisos, seus reflexos afiadíssimos e ele sabia muito bem se integrar com o grupo, mas os parceiros de Leonardo também não estavam pra brincadeira. A bola ficava no ar por muito tempo e o saldo de pontos foi relativamente pequeno, mas o time Um se mantinha na frente mesmo que por pouco.


Com o tempo chegando ao final todos foram ficando cansados. Leonardo não poderia deixar seus parceiros desanimarem em um momento tão crítico só porque eles ainda não conseguiram passar o placar do outro. Com um corte de um dos membros do time eles marcaram o ponto do empate. Ótimo. Se eles conseguissem passar agora manter o placar até o final do jogo não seria tão difícil. Pelo posicionamento dos jogadores, era a vez de Leonardo fazer o saque. Viu que Abel estava bem na linha de frente, sua musculatura já tencionada para saltar com a vinda da bola. Ele sorria para Leonardo, um sorriso completamente diferente do seu cotidiano jeito aéreo, era como se seu corpo tivesse sido possuído por algum tipo de animal que agora sorria na expectativa de capturar uma presa deliciosa. Essa postura desafiadora apenas deixava Leonardo com mais ânimo para vencer.


Com um movimento rápido e preciso, Leonardo efetua o saque e a bola entra em jogo.


Foi um saque veloz e angular, mas Abel rapidamente se jogou para a sua esquerda e com um salto conseguiu fazer o bloqueio. O golpe dado na bola foi poderoso, ela passou direto pelo bloqueio do time Três e foi para o fundo do campo. Leonardo podia salvá-la. Ela não estava indo em sua direção, mas ele sabia que se corresse o bastante ainda poderia alcançá-la. Ele correu, se abaixou para fazer uma manchete e conseguiu atingir, mas havia se posicionado às pressas e de mau jeito em ordem de alcançar a bola, por isso o golpe saiu torto demais e logo a bola foi novamente de encontro com o chão da quadra. Ponto para o time Um. Depois daquilo o time de Leonardo sabia que não conseguiria mais passá-los.


Leonardo não gostou de ter perdido, mas não poderia negar que aquele tinha sido um bom jogo. Quando o professor apitou indicando o seu encerramento, Abel foi até a rede e o chamou. Atendeu ao chamado e lá Abel o esperava pingando de suor com a mão estendia para ele e um enorme sorriso de satisfação no rosto.


_ Você joga muito bem! _ Disse com a empolgação evidente em sua voz. _ Espero poder ter outra partida como essa.


_ E você vai ter. _ Ele espalmou sua mão na de Abel e a apertou com força, devolvendo o sorriso. _ Não pense que eu vou pegar leve com você.


Abel riu. _ Mas assim é que gosto. Ei, você também é bom assim no futebol?


_ Sem querer parecer metido nem nada, sou ainda melhor.


_ Não vai ficando com esperanças que futebol é a minha área! Mas bem que você poderia pensar sobre entrar no time da escola não?


_ Desculpe, mas eu já me inscrevi no grupo de teatro. Pode-se dizer que essa sim é a minha área.


_ Sério? Então acho que não posso fazer nada então. Mesmo assim, vamos combinar com o resto da turma de jogar uma pelada um dia desses. Futebol esse ano só vai ter no segundo semestre e eu não vou agüentar tanto tempo para ver a sua cara de humilhação quando eu ganhar de você de novo.


Leonardo socou com força o ombro de Abel em uma agressão amigável que poderia ser traduzida como “pode contar com a minha presença”.


Os dois soltaram as mãos e se separaram. Abel foi para a arquibancada e Leonardo para os bebedouros. Até que não tinha sido tão ruim essa coisa de conversar com o Abel. Ele podia estar muito diferente da pessoa que Leonardo tinha em suas lembranças e podia até ter uma maneira reprovável de se relacionar romanticamente com os outros, mas não era uma má pessoa. Poderiam até usar suas habilidades que se destacavam diante dos demais alunos para construir uma amigável rivalidade. Leonardo nunca conhecera alguém que pudesse chamar de rival em alguma coisa, aquilo podia até ser bem interessante.


Terminando de beber sua água viu que Alex enchia sua garrafa térmica em um bebedouro mais à frente. Antes que Leonardo pudesse chamá-lo ele saiu apressado em direção das arquibancadas. Voltando para quadra, Leonardo pôde ver de longe que Alex conversava com Abel, enquanto este bebia de sua garrafa em longos goles, ainda jogando um pouco de água fresca sobre o rosto. Ao devolver o termo para Alex, ele sorriu e colocou a mão em seu ombro, dizendo alguma coisa que Leonardo não pôde compreender pela distância. Alex o respondeu. Sorria, gesticulava nervosamente e parecia estar ainda mais vermelho do que antes.


Naquele momento Abel fora classificado como o Inimigo.



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Para Alex, era muito desconfortável imaginar que o Abel que ele conhecera vagamente em sua infância era o mesmo Abel que hoje dividia com ele a sala de aula. Não só pelo fato de os dois Abeis terem personalidades completamente diferentes, mas especialmente porque a relação que eles tinham naqueles tempos pueris não era muito boa. Na verdade, Alex nunca teve certeza sobre o que Abel achava dele. Tinha a impressão de que ele o evitava, mas Abel evitava todas as outras crianças e adultos ou quem quer fosse com a única exceção de Leonardo. Alex também não gostava muito do jeito que Abel olhava para ele, mas não sabia dizer se aquele olhar tinha algum sentimento nocivo ou se era só o jeito de olhar dele que era estranho mesmo. A mesma coisa acontecia com a fala de Abel, que era completamente educada e inofensiva, mas Alex via algo de errado nela. Pensando bem, esse é que deveria ser o principal problema, havia algo de errado em Abel. Algo que fazia com que Alex não gostasse dele por algum motivo que ele não sabia explicar.


Dês de que soube da verdadeira identidade de Abel, Alex não havia trocado nem um bom dia com ele. Mesmo após a partida que jogaram na aula de E.F. não houve nenhum comprimento, parabenização ou o que quer que fosse. Alex simplesmente não conseguia deixar de se sentir um pouco mal por ter nutrido sentimentos desagradáveis por alguém que hoje era tão bom. E pensar que todo esse tempo aquele incrivelmente amigável Abel sabia quem ele era. Talvez ele nunca tivesse realmente desgostado de Alex. Talvez aquele fosse simplesmente o jeito dele e Alex tivesse interpretado suas peculiaridades de maneira distorcida por não gostar desse jeito. Ou quem sabe fosse justamente o contrario. E se na verdade Abel ainda o odiasse e estava sendo gentil apenas para manter a pose educada? Como é que ele conseguiria voltar a falar com Abel se só de olhar o seu rosto ele começava a pensar nesse tipo de coisa?


Tentou parar de cismar sobre seus problemas e prestar atenção no jogo dos outros times, mas este tinha acabado de terminar. Observou os garotos que se dispersavam pela quadra e percebeu que Leonardo e Abel conversavam. Parecia ser uma conversa amigável apesar de toda a desconfiança com que Leonardo vinha tratando este novo Abel até então. Como é que ele conseguia ter uma conversa normal com Abel apesar de todos os fatores que indicavam um futuro conflito entre os dois e Alex não? Seria talvez apenas o reflexo de como Leonardo era mil vezes superior a Alex em todas as coisas? As vezes nem era isso. Podia muito bem ser que, apesar de todos os aspectos complicados que envolviam a relação entre os dois a dez anos atrás, isso não mudava em nada a maneira com que eles deveriam se relacionar agora. Quem sabe, se Alex pelo menos tivesse a coragem e um pretexto para falar com Abel a conversa se fizesse mais naturalmente do que ele imaginava.


Não foi tão fácil juntar a coragem de sair dali e arrumar uma desculpa para falar com Abel, mas depois de uns minutos se xingando mentalmente ele decidiu levantar-se e fazer alguma coisa só para acabar com aquele autoflagelo. Foi até a sua mochila pegar a garrafa térmica e correu para os bebedouros onde a encheu de água gelada. Voltou rapidamente para a quadra e quando o percebeu sozinho, se aproximou.


_ Abel! Você deve estar cansado não? Toma aqui. _ Foi a única coisa que Alex conseguiu dizer ao oferecer a garrafa para o outro.


_ Ah! Obrigada! Estava precisando disso!


Abel pegou a garrafa oferecida, deu ávidos goles e ainda jogou um pouco sobre o rosto para tirar o suor. Enquanto isso, Alex dizia consigo mesmo: “Vamos Alex! Diga algo mais articulado!”

_ Foi um jogo bem movimentado não? Falando nisso, parabéns pela vitória. O outro time estava jogando bem sério.


_ É né. Foi mais difícil do que eu imaginava, o Leo joga muito, não pensei que ele fosse desse tipo. Huumm... Mas acho que é melhor você ir se preparando para o seu jogo, o professor já esta chamando os grupos da próxima partida.


_ Ah! Bem... Então acho melhor eu ir...


_ Só mais uma coisa. _ Chamou Abel colocando a mão em seu ombro para impedi-lo de se retirar._ Você poderia me esperar depois da saída? É que eu tinha um favor para te pedir.


_ .....Heim?


_ É só um favorzinho. Me espera no portão dos fundos que eu te explico melhor. Agora vai lá que os times já estão se preparando.


_ Está bem... então... Até mais tarde então.


_ Até mais tarde! _ E com um aceno e um sorriso Abel se retirou.


X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X



Não fazia nem dez minutos que a classe havia sido dispensada e Alex já se encontrava de pé em frente ao portão dos fundos. Chegou a se perguntar se não teria chegado cedo demais, já que Abel podia demorar em suas conversas com os amigos, mas agora não adiantava mais, ele já estava no lugar combinado e tinha que admitir, mesmo se tivesse pensado nessa possibilidade antes, ainda iria para o portão ao mais cedo o possível. Nunca se sabe quando alguém decide chegar na hora combinada só para contrariar as expectativas gerais. Então Alex esperou. Ficou observando o rosto dos alunos que saiam por aquela via, vendo o dia começar a escurecer e sentindo o cheio de pipoca vindo do carrinho que costumava sempre passar por ali no horário da saída. Depois de cinco minutos que se arrastaram pela falta do que fazer, Abel aparece.


_ Oi! Te fiz esperar por muito tempo?


_ Não, não, cheguei agora a pouco.


_ Então, sobre o meu favor. Você sabe como eu me mudei para a cidade esse ano e ainda não sei andar por ai direito, não? Então, será que você poderia me levar até o banco? É que eu já pedi para a Luli me levar tantas vezes que fica chato eu pedir de novo. Eu tenho certo problema com direções entende...


_ Então é isso? Sem problema eu te levo lá.


_ Muito obrigada! Agora só me deixa comprar uma pipoca que eu não resisto a esse cheiro, ai a gente vai lá rapidinho.


Esse era o favor que Abel queria pedir? Normal, chegava ser um pouco decepcionante, mas também, o que Alex estava esperando? Bem, aquilo é que não era.


Os dois desceram a rua em silêncio enquanto dividiam um saco de pipoca doce cheio de leite condensado. Ao virarem a esquina Abel tornou a falar:


_ Sabe Alex, tem mais um motivo para eu ter pedido para você me encontrar depois da aula. _ Sua voz tinha um tom estranhamente sério e seu sorriso parecia mais sóbrio que o normal. _ É que eu tinha que conversar sobre uns assuntos com você.


Alex sentiu o estômago gelar. O que será que Abel queria com ele? Os dois nunca se falaram muito. Ele até tinha a sensação de que eles partilhavam uma simpatia mutua, mas não podia dizer que eram amigos. Alex estava extremamente nervoso e permaneceu calado.


_ Então... Acho que o Leo já te contou não?


Agora a sensação congelante não se limitava apenas ao estômago de Alex, ela se espalhava por suas veias, subindo por sua espinha e arrepiando sua pele. Não tinha coragem de olhar nos olhos de Abel, então se fixou no caminho a sua frente, balançando a cabeça positivamente.   


Depois de um momento de silêncio Abel voltou a falar:


_ Eu queria pedir desculpas por não ter dito para nenhum de vocês quem eu era. É que... Bem, você deve se lembrar que eu não me dava muito bem com as outras crianças do orfanato. Ai quando eu me mudei para cá e vi que ninguém tinha me reconhecido eu pensei que não teria problema se eu deixasse por isso mesmo, assim eu poderia recomeçar do zero, como se fosse outra pessoa mesmo. Talvez eu tenha passado uma má impressão pra vocês por ter escondido isso, mas tenta entender que não foi por mal.


Alex piscou. Então era isso? Abel queria conversar com ele não por alguma desavença mal resolvida ou qualquer coisa negativa, mas para pedir desculpas? Considerando que a pessoa de quem estamos falando é o Abel, essa é uma afirmação bem plausível. Ao fim da explicação Alex já se perguntava o que ele tinha na cabeça para imaginar que o Abel que ele conhecia iria dizer qualquer outra coisa.


_ M-mas você não precisa se desculpar! Eu nunca cheguei a pensar mal de você por causa disso e acho que ninguém pensaria. Bem, não sei dizer pelo Téo, acho que ele pensa mal de todo mundo, mas isso não vem ao caso.


_ Sabia que você entenderia. _ Disse Abel abrindo um sorriso radiante. _ Até por isso eu preferi falar com você primeiro, você é tão legal.


Meu Deus, Abel tinha acabado de elogiá-lo. Como é que Alex deveria reagir?


_ Não diga isso. Digo, não que eu não tenha entendido ou... É que... Bem, tenho que confessar que eu não soube como eu deveria falar com você depois que eu soube. É que quando a gente era criança eu tinha essa sensação de que você não gostava muito de mim.


_ É, é verdade.


Alex virou o rosto para Abel que sorria aéreo e descompromissado como sempre.


_ O que é verdade?


_ Que eu não gostava de você. Eu realmente não ia com a sua cara.


_ EU SABIA!


Essa ultima afirmação saiu em um volume um pouco mais alto do que o pretendido inicialmente por Alex. Ele levou a mão à boca e enrubesceu com vergonha de sua reação exaltada enquanto ao seu lado Abel ria abertamente.


_ Não se preocupa com isso não. Aquilo foi há quanto tempo mesmo? Uns dez anos não? Juro que não tenho nada contra você hoje. Como disse agora mesmo, te acho uma pessoa bem legal.          


Alex ficara sem responder. Ainda estava acanhado com seu comportamento. Ainda sim se sentia melhor. Abel não estava bravo com ele, não fora um presunçoso por achar que quando criança Abel desgostava dele e agora os dois deixariam tudo para traz, em algum lugar do passado e voltariam a se falar normalmente, como se o que se dera no dia anterior não mudasse em nada relação entre os dois.


_ Ei, Alex. _ Sussurrou Abel discretamente.


_ O que foi? _ Respondeu Alex automaticamente em um sussurro, mesmo sem saber por que estavam falando assim.


_ Você percebeu que tem alguém seguindo a gente?


De súbito Alex parou de andar e o mirou assustado. Abel também deixou de prosseguir e se aproximou de modo que Alex pudesse ouvir sua voz baixa.


_ Não se preocupa, não é nenhum tipo de maníaco ou assaltante, acho que é só um curioso.


_ Um... Curioso?


_ Sim, na verdade acho até que já sei quem é. Ei, o que você acha de dar um susto nele para ensiná-lo que não é legal ficar bisbilhotando na vida alheia?


Um olhar perplexo foi tudo que Alex deu como resposta. Como é que eles conseguiriam dar um susto em quem quer que esteja indo atrás deles se a pessoa tinha toda a vantagem de ter ampla visão deles enquanto não podia ser vista? Ao perceber essa duvida Abel sorriu e antes que Alex pudesse perceber o que estava acontecendo Abel já tinha aproximado o rosto do seu e lhe dado um beijo.


Os eventos que se seguiram a partir desse momento foram muito confusos para Alex e ele só conseguira ver o sentido de tudo aquilo no caminho de casa, momentos depois de tudo ter acabado. Primeiro tinha os lábios de Abel juntos dos seus que o faziam se sentir confuso e nervoso e com raiva e tonto e mais tantas coisas que vinham ao mesmo tempo. Ai Leonardo se materializou do nada absoluto e os separou enquanto gritava coisas incompreensíveis. Enquanto isso Abel ria descontroladamente ao ponto de lacrimejar. Leonardo segura nos ombros de Abel e o sacode enquanto esbraveja alguma coisa. Abel tenta falar, mas o riso e os solavancos causados por Leonardo faziam com que de sua boca só saíssem palavras soltas. Dentre essa confusão de vozes e barulhos, Alex ainda conseguiu compreender uma frase dita por Abel em meio seus engasgos e os rosnados Leonardo.


_ Eu sabia! Eu sabia que você ainda gostava do Alex!


E Alex só conseguiu entender, ou melhor, só conseguiu admitir que sim, ele tinha entendido a situação que se passava e não, ele não tinha interpretado nada de maneira errada e nem mesmo alucinado tudo aquilo muito, muito tempo depois.   



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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam do primeiro beijo da história? Inesperado? Chato? Ficaram tristes pelo Leo? Ou por acaso alguém ai preferia o Abel mesmo? Reviews pleaseeeee!!



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